Havia dias em que Teddy era ele.

Nesses dias, Victoire o via se esgueirar para dentro do seu quarto (se estivessem de férias) ou levá-la até alguma sala de aula abandonada onde trocariam beijos e carícias que não tardavam a excitá-lo. Ela se perdia na voz grossa e nas mãos de dedos longos, aproveitava para beijar as linhas retas da mandíbula e o peito, se deixava ser erguida do chão por ele enquanto faziam amor. A garota amava os dias em que Teddy era ele.

Mas também havia dias em que Teddy se transformava em ela.

Com a mandíbula mais delicada, o corpo com mais curvas, as mãos menores e a voz mais fina. Victoire também amava esses dias, pois podia beijar-lhe o rosto e sentir a maciez da pele isenta de barba, podia deslizar as mãos pelo corpo dela e sentir a diferença entre a cintura e o quadril, podia acariciar-lhe os seios e sentir a excitação de Teddy ali.

Às vezes Teddy queria ser ele e ela.

O corpo permanecia com braços e pernas musculosos, contornos retos e peito plano, o pomo-de-adão ainda presente e a voz de uma tonalidade mais baixa, mas as partes eram de uma mulher. Às vezes era o contrário. Independente do que ele escolhia, Victoire também gostava desses dias, pois era sempre uma experiência diferente.

E ainda, tinha vezes em que Teddy não queria ser nenhum dos dois.

O rosto não era delicado o suficiente para ser feminino, mas também não tinha as feições tão masculinas. Não tinha seios, mas a cintura era mais demarcada. As mãos tinham dedos longos, mas pulsos delicados. Victoire adorava esses dias onde Teddy era uma incógnita e ela tentava decifrá-lo apenas para ser lembrada de que apenas ele sabia o que ou quem ele realmente era.

Mas, todos os dias, Teddy era ele mesmo.

Independente de falar com a voz grossa ou de ter seios, ele sempre tinha um sorriso no rosto. Com curvas no corpo ou com pomo-de-adão saltado, Lupin era sempre gentil. De rosto arredondado e delicado ou de barba por fazer, ele sempre tinha os cabelos coloridos, expressando o seu estado de espírito (azul era o mais comum, ele amava azul, Vic sabia muito bem, era a cor que dizia que ele estava em paz). Respondendo por ele ou ela ou nenhum dos dois, era sempre Teddy Lupin e apenas ele podia dizer quem exatamente Teddy Lupin era.