Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller


Capítulo 6
Capítulo 6: A big man


Notas iniciais do capítulo

Chegamos aos 400 acessos e eu só tenho a agradecer. Agradeceria ainda mais se houvessem mais comentários! Espero que gostem. Em dois ou três capítulos teremos o casamento de Jeller, e vocês não perdem por esperar o que eu estou planejando para o dia.



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Fomos interrompidos quando a campainha de minha casa tocou. Pedi licença para ir atender. Esses remédios que colocaram mais cedo em mim devem estar me fazendo pirar, pensei. Olhei no olho mágico. Era Patterson com algo na mão e seu sorriso de sempre. Abri a porta e ela logo adentrou.

— Eu sabia que se eu falasse pra vir aqui — ela disse entrando — você provavelmente diria que não precisava, mas eu precisava vir ver se tava tudo… — Ela calou-se ao ver Roman e Aubree na sala. — Olá Roman.

— Boa noite. — Ele disse educado quando entramos na sala.

— Oi. —  Aubree disse sorrindo pra Patterson.

— Essa é a Aubree. — Eu disse olhando pra Patterson.

Ela olhou pra mim e depois pra menina e sorriu.

— Olá, Aubree. É um prazer conhecer você. Tasha falou muito bem de você pra mim. — Ela disse olhando pra menina.

A menina olhou pra mim.

— Eu adoro a tia Tasha.

— E eu aposto que ela adora você. — Patt disse já se contagiando com a energia da menina.

— É, mas eu tava falando agora que queria que ela fosse minha mãe, mas o Roman vai ser meu pai então ela disse que não pode. — A menina finalizou cruzando os braços abraçando suas pernas em cima do sofá.

Eu e Roman, juntamente com Patterson, ficamos vermelhos. Patterson resolveu mudar de assunto.

— Eu trouxe essa torta de churros pra você. — Ela disse me entregando o pacote que estava nas mãos dela.

Eu amava Patterson, e também amava torta de churros. Abri um sorriso de ponta a outra quando ela me mostrou e peguei a torta. Todos me assistiam olhar com admiração para a comida e riram pelo silêncio que eu fiz.

— Nós podemos jantar. Eu fiz comida, e depois comemos a torta.

Todos assentiram com a cabeça, mas ao ir pra cozinha Roman levantou-se.

— Eu não quero atrapalhar você, e nem Patterson.

— Vocês nunca me atrapalham. — Eu disse já chegando perto do fogão para esquentar a comida. Me virei para olhar pra ele. — A menos que isso seja só uma desculpa para não comer minha comida.

Ele aliviou a tensão que havia em sua voz e riu.

— Não deve ser tão ruim assim. — Ele disse dando de ombros e foi pra sala.

Escutei Patterson conversando com Aubree sobre o orfanato. Eu realmente não gostava muito de visitas, mas sentir minha casa aconchegada de pessoas que eu gostava me fez sorrir. Virei-me para olhar eles e Patterson continuava distraída com Aubree, dessa vez mostrando algo no celular para a criança, mas Roman estava olhando para mim tão fixamente que até demorou para que ele percebesse que agora eu também o olhava. Ao perceber, sua bochecha que não era coberta pela barba pareceu ficar rosada e ele desviou o olhar.

Ao terminar de esquentar a comida, servi a mesa e logo todos vieram comer.

Fiquei observando Aubree, e logo após comer ela começou a falar.

— Tia Tasha, a senhora cozinha muito bem. O seu arroz ainda é melhor que o do Tio Roman. — Ela disse e logo depois voltou a comer.

Comecei a rir e olhei para Roman de maneira afrontosa.

— Sem bajulações, Aubree. — Ele disse com humor e todos começamos a rir.

Um silêncio de alguns segundos tomou o lugar.

— Mas está realmente bom. — Ele disse.

— Você precisa comer algum dia o burrito que ela faz. — Patterson disse com animação.

Roman me olhou com incredulidade.

— Você sabe fazer comida mexicana? — Ele perguntou surpreso.

Foi a minha vez de olhar pra ele com incredulidade.

— Eu adoro cozinhar nas horas vagas, principalmente comida do meu país.

— Os burritos dela são os melhores que eu já comi. — Patt disse pra Roman e ele riu.

— Falando desse jeito, eu fico até tentado a provar. — Ele disse com humor.

Eu bati em seu braço em resposta a sua provocação e rimos. Logo depois comemos a torta. Terminamos de comer. Aubree se levantou para colocar seu prato na pia. Ela estava ligando a torneira para lavar, embora quase não alcançasse a pia. Eu a interrompi já com outras louças na mão.

— Não precisa, princesa. Pode deixar que eu arrumo tudo aqui. — Disse.

— Obrigada, tia. Vou escovar meus dentes. — Ela disse indo mexer em sua bolsa.

Roman veio pra pia também.

— Pode deixar que eu lavo. — Ele disse já pegando a esponja e o detergente.

— Não precisa. — Eu disse teimosamente.

— Você fez a comida. Eu lavo. Simples. — Ele disse e piscou pra mim.

— Eu te ajudo então. — Disse com humor.

Ele me olhou com desdém.

— Não vou quebrar nenhuma de suas louças, pode ter certeza. — Ele completou.

Rimos e ficamos ali lavando as poucas louças. Ele lavava e eu enxugava e guardava. Escutei o som de Patterson com Aubree no banheiro. Fechei meus olhos e suspirei feliz com o momento. Parecia que eu nem estava machucada. A casa estava cheia, mas eu estava feliz. Sai de meu devaneio quando Roman empurrou minha mão me dando mais um prato. Logo quebrei aquele silêncio que havia entre nós.

— Estou feliz por você. — Eu disse e logo olhei pra ele. — Pela adoção da Aubree.

Ele suspirou, parecendo apreensivo.

— Eu estou nervoso com a ideia de ser pai. De não poder impedir que qualquer pessoa faça alguma coisa ruim com ela, embora eu esteja dando minha vida pra isso não acontecer.

— Ei, — eu disse chamando sua atenção — eu tenho certeza que você será um grande pai.

Nesse momento as louças acabaram e ele passou a limpar a pia. Eu coloquei o pano no lugar, mas fiquei observando sua delicadeza ao fazer as coisas, embora tivesse aquele jeito tão rústico. Ele me pegou observando ele e eu sustentei o olhar.

— Eu sei que eu nunca te falei isso, mas eu estive enganada sobre você. Você é um grande homem e eu não poderia estar mais feliz por saber que Aubree te terá na vida dela pra sempre. Eu espero que tenha espaço para… — Eu estava falando quando Patterson e Aubree chegaram ao compartimento uma rindo da outra, quebrando o momento.

Eu e Roman ficamos vermelhos, mas se me perguntassem o motivo, eu não saberia explicar.  Talvez me abrir assim, principalmente pra uma pessoa que antes eu julguei, não fosse fácil. Porém, com Roman estava acontecendo de modo natural como fora assim que nos vimos no orfanato, longe de toda a tensão do FBI. Somente quando eu me dava conta do quão clara eu estava sendo era que eu me fechava. Mas qual o motivo de eu fazer isso? Insegurança talvez. Ninguém acreditaria nas inseguranças que correm dentro de mim, mas elas existem. E medo. Eu tinha medo de ser tão transparente, visto que todas às vezes em que fui, acabei sendo tingida com coisas nada boas como decepções e traições. Isso não poderia acontecer na minha amizade entre o Roman.

Não que houvesse qualquer dependência entre nós, mas porque eu havia aprendido a saborear a minha vida com nossa estranha amizade e tinha gostado. De brinde, eu ainda havia ganhado uma nova luz que era Aubree. Eu não poderia perder isso. Eu tinha medo de perder isso e por já está criando esse medo era que eu me fechava.

Sorri sem jeito para Patterson que nos observou e Roman pegou Aubree nos braços, que logo estava com a mão no pescoço de seu futuro pai. Eles realmente pareciam ter sido feitos um para o outro como pai e filha e eu sorri ternamente observando-os. Roman sorriu de volta para sua futura filha, e quando olhei Patterson estava nos observando.

— Nos divertimos hoje, mas ta tarde e temos que ir. — Ele disse olhando para Aubree e logo depois para mim.

— Eu entendo. — Eu disse acenando com a cabeça.

Fomos deixá-los na porta e eu carreguei a mochila de Aubree que ainda estava nos braços de Roman. Eu entreguei a bolsa pra ele logo que ele passou a porta.

— Obrigada pela comida, tia Tasha. Espero que a senhora fique melhor logo. — Ela disse me abraçando pelo pescoço, quase caindo dos braços do Roman.

— Ficarei sim. Obrigada por cuidar de mim hoje. — Disse com simpatia.

— Foi um prazer conhecer a senhora, tia Patterson. — Ela disse acenando pra loira.

— O prazer foi todo meu, florzinha! — Ela disse acenando para a menininha.

— Tchau Roman.

— Tchau, Patterson. — Ele disse com um sorriso. — Boa noite pra vocês.

— Boa noite. — Eu respondi um pouco sem jeito. — Obrigada pela companhia hoje de vocês.

— O prazer foi nosso. — Ele disse com um sorriso tímido até que seu celular avisou que o táxi havia chegado e eles se foram.

Fechei a porta atrás de mim e suspirei. Sabia que teria que aguentar Patterson falando agora.

— Faltou apenas um beijo de despedida. — Ela disse zombando de mim.

Nos jogamos no sofá e eu olhei com desdém pra ela.

— Qual é, Tasha. Fazia tempo que não via um ‘heart eyes’ tão intenso pra alguém. Kurt e Jane até ficariam com inveja. — Ela completou.

— Eu acho que os efeitos do meu remédio estão deixando você drogada. — Disse com humor.

— Vamos ser claras aqui. Você não precisa se fechar comigo. Eu já vi esse filme antes. Ele olhou várias vezes com muita ternura, e eu vi você retribuindo.

Estávamos de ombro a ombro enquanto Patt folheava o guia de TV procurando algo legal pra assistir.

— Eu realmente gosto dele. — Eu disse por fim. — Mas como amigo. Eu o admiro, mas nem eu sei se gostaria de avançar isso. E é mais complicado que isso. Eu nem sei se sinto atração por ele, e tem a Aubree. Eu não posso só me aventurar em ter qualquer coisa com ele e depois se não der certo eu perco minha ligação com Aubree. Eu realmente amo aquela criança.

Nesse momento, Patterson já estava vermelhinha de ternura. Ela apertou minha bochecha, caindo por cima de mim.

— Olha que fofinha ela gostando de alguém. — Ela disse com humor, até que me soltou.

— Eu amo ser sua amiga, mas não é pra tanto.

— Natasha Zapata, a quem você está tentando enganar? Eu estudei psicologia corporal e sei muito bem que a maneira com o qual seu corpo se comporta quando está perto dele é de quem quer mais contato físico. E olha que você odeia contato físico.

Ri com o jeito que ela falou.

— Fora que ele é o tipo de homem que mais te atrai. O que sempre assustou a mim e ao Reade em seus pretendentes. Não minta pra mim, nem pra você mesma.

— Ele é irmão da Jane. Isso seria estranho. — Eu disse enfim.

Foi a vez de Patterson me olhar com cara de incredulidade.

— Feche seus olhos. — Ela disse olhando pra mim, agora.

— Relaxe.

Eu suspirei fundo.

— Agora imagine uma manhã de sol. Os raios de sol entram no seu quarto e você está ali se movimentando nos primeiros minutos do dia. De repente um corpo se mexe ao seu lado e se aconchega em seus braços. Quem foi a primeira pessoa que você pensou ao fazer isso? — Ela finalizou, me tirando do meu devaneio que ela mesma tinha criado.

Eu tirei o sorriso que havia em meu rosto.

— Eu odeio você. — Eu disse um pouco séria, mas ela sabia que era brincadeira.

— Você odeia seu consciente, não eu. — Ela disse pegando o controle. — Agora vamos assistir um filme.

 

***

 

A noite já dava lugar a madrugada quando o filme acabou e Patterson se foi. Fui me ajeitar e me deitei. Estava cansada e logo dormi bem aconchegada em minha cama.

 

De repente seus lábios estavam nos meus. Ele estava com uma blusa cinza, e suas mãos corriam por dentro da minha colada blusa branca. Eu suspirava fundo. Ansiava por sentir cada vez mais o gosto de seus lábios. Era tão bom sentir seus lábios nos meus. Sua barba. Sua língua me invadia o céu da boca, com tanto carinho, mas ao mesmo tempo com tanta selvageria. Ele me queria, eu sentia isso. Eu colava cada vez mais seu corpo no meu, e já sentia que não era mais o suficiente. Eu o queria. Eu passei minha mão em seu rosto e sua bochecha que era volumosa de barba. Meu beijo se intensificou e passamos a balançar um o corpo contra o outro. Abri meus olhos para encontrar seus verdes olhos penetrando os meus. “Deus, como eu te quero”, sussurrei, até que ele começou a desabotoar minha blusa e… eu acordei.

 

Estava frio e ainda era madrugada quando eu acordei ofegante. Eu estava sonhando com Roman. Eu estava beijando Roman. Eu acordei. Acordei e percebi que eu havia odiado ter acordado.


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Notas finais do capítulo

Agradeceria que comentassem, nem que seja me xingando pq eu estou enrolando demais. Só me deixem saber o que estão achando disso! E de Aubree! E de TashIan! E da amizade de Pattata! <2



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