Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller


Capítulo 37
Capítulo 37 - Aliança


Notas iniciais do capítulo

Olha quem está de volta. Daqui para a frente, só estará faltando mais três capítulos para o fim dessa história. Por isso, aproveitem ao máximo. E por favor, mimem essa escritora aqui com comentários sobre os acontecimentos.



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Demorou dez dias para que Roman ganhasse alta, mas quando voltamos para casa, foi com boas notícias. Aubree havia passado de ano na escola e Jane havia confirmado os sonhos da sobrinha: ela e Kurt teriam filhos gêmeos. Embora ele tivesse se recuperando bem do tiro na barriga, o tiro na perna fez com que ele precisasse de muletas para evitar muito esforço ao pisar no chão. Quando chegamos na casa, entretanto, Jane já havia adaptado tudo para o irmão não ter dificuldade em se locomover e Reade e Sarah já tinham deixado minhas coisas novamente por lá.

Nem tudo estava no lugar ou no local certo, mas ver minha coisas novamente naquele lar fazia com que eu me sentisse novamente em casa. Nada me trazia mais paz do que aquilo. Agora eu só queria que Roman ficasse bem logo, para que a gente pudesse viver o resto de nossas vidas juntos e em paz com nossa família.  

O primeiro mês de recuperação foi composto por dias que não foram os fáceis das nossas vidas. Enquanto eu me adaptava ao retorno ao FBI de Nova York, onde tinha que reconquistar novamente a confiança de todos enquanto voltava ao meu cargo no setor de contrabando, Roman estava sozinho em casa com Aubree, que estava de férias. Jane sempre os ajudava e estava por lá por ter pedido afastamento para vivenciar com mais tranquilidade a gravidez, mas isso não diminuía o quanto eu me sentia ausente por não estar com eles em todos os momentos.

Para que eu não ficasse tão afetada por isso, no período da noite, em algumas quartas, Roman me animava para que a gente fosse comer fora, apesar de não gostar de aparecer debilitado nos lugares. Quando eu estava no trabalho durante o dia, porém, eu pensava nos momentos que eu perdia porque tomava café da manhã rápido quando tinha alguma reunião ou até mesmo nas tardes de cinema que eles tinham ou quando iam ao shopping com Jane.

Em um desses dias, inclusive, enquanto estava no meu escritório, Aubree me ligou do telefone dele:

— Tia, olha onde estamos! — E exibiu uma roda gigante enorme e depois filmou o pai e a Jane, que estavam em uma fila para ir em algum brinquedo com ela.

— Que legal, meu amor. — Disse com um meio sorriso.

— A tia Jane nem tem medo de ir na roda gigante, tia, mas a gente sente sua falta, viu?

— Também sinto muita falta de estar aí com vocês.

No vídeo, deu para ver que só naquela hora Roman percebeu que ela tava me ligando e então ele se pôs atrás dela no vídeo.

— Oi, meu amor. — Ele disse acenando.

— Oi. Tô vendo que vocês estão se divertindo sem mim, né? — Falei em brincadeira.

— Estamos, mas não é a mesma coisa sem você. 

— Não é mesmo. — Disse a voz da Jane com a cabeça no ombro do irmão.

— Mas se divirtam por mim, tá?

— Tá bom. — Respondeu Aubree e todos nós rimos pelo jeito travesso com que ela falou.

— Você acha que sai cedo hoje? — Ele perguntou já querendo planejar algo.

— Provavelmente. Quando eu tiver chegando te mando mensagem, ok? — Disse já em tom de despedida, que ele entendeu.

— Ok. Beijos, te amo. 

— Beijos, tia. — Disse Aubree.

— Beijos, cunhada. — Disse Jane. 

— Beijos todos. Amo vocês. — Falei e desliguei a ligação.

Antes de pensar em qualquer coisa ou em começar a remoer minha ausência em mais uma tarde, Phillip, chefe de operações especiais, bateu na minha porta para uma reunião. Ele gostaria de ter emprestado para uma missão um dos meus principais agentes. Passamos a tarde quase inteira resolvendo os trâmites para isso, o que ocupou minha cabeça e minha atenção. Quando ia saindo da reunião, ao olhar o celular, vi a mensagem que recebi da Jane: uma foto do Roman e da Aubree no parque.

“Bom ver eles sorrindo assim novamente e saber que é pelo fato de você ter voltado”

“Queria ter estado aí com vocês”, respondi com uma carinha chorosa.

“Eu sei disso, Roman também, e isso já é o bastante. Sabemos que você precisa reconquistar seu espaço no trabalho. Não se culpe por isso. Se conforte com o pensamento que, sempre que você voltar, eles estarão aqui para e por você”

“Obrigada pelas palavras, cunhada. E como estão meus afilhados?”

“Tranquilos. Me sinto inchada, mas os enjoos estão começando a diminuir”, ela respondeu seguido de um emoji de sorriso.

“Agora que passou, qualquer dia vamos marcar um jantar todos, né?”

“Por via das dúvidas, eu escolho a comida, pois sei os cheiros que eu suporto, hahahahaha”

“Fechado”, combinamos.

Pouco depois das 19 horas, mandei mensagem para Roman avisando que tinha encerrando o expediente e parti para casa. Ao chegar lá, Ele estava banhado, jogado no sofá brincando no videogame que ele comprou pra filha, e Aubree estava cantando no chuveiro. 

— Já pode se candidatar ao The Voice Kids. — Falei brincando pela voz dela no chuveiro enquanto deixava o sapato ao lado da porta e ele se virou em meu sentido, fez o gesto de quem ia se levantar para me receber, mas eu sinalizei que sentaria ao lado dele e roubei um beijo.

— Boa noite. — Ele respondeu quando nos afastamos com um sorriso. — Como que foi seu dia?

— Cheio de saudades de vocês, mas também bastante ocupado. Phillip quer um agente meu, me gastou por horas enquanto resolvíamos isso, mas deu tudo certo.

— Que bom que deu tudo certo. Eu e Aubree almoçamos com a Jane, depois fomos para o parque de diversões e voltamos para esperar você para o jantar. 

— Que bom que vocês tiveram um bom dia. 

— Tivemos mesmo. — Disse Aubree aparecendo enrolada com uma toalha no cabelo e um roupão no corpo. — Foi muito bom o parque, tia. Apesar do meu pai não ter ido no carrinho de bate-bate e nem em outros brinquedos por causa da perna dele, mas eu e a tia Jane brincamos muito e os bebês também. 

— Fico feliz, meu amor. Principalmente por você e pelos bebês.

— Quando eles tiverem maiores, depois de nascer, vamos lá de novo. Tia Jane falou. Aí a senhora vai poder ir também, né?

— Com certeza. — Falei batendo a mão com a dela, como num trato, e ela riu.

Naquela noite, jantamos em casa mesmo e depois de brincarmos um pouco de videogame, coloquei Aubree para dormir. Roman, que usava a muleta para apoiar os pés e não forçar os músculos ainda da perna, estava tentando se levantar sem apoio quando eu saí do quarto da filha dele.

— Não faça isso. — Interrompi a ação dele.

— Não aguento mais depender dessa muleta. — Ele reclamou.

— Eu sei. Te conheço como a mim mesma. Se você forçar isso agora, pode desgastar a parte do músculo que está se regenerando e atrasar ainda mais sua recuperação.

Quando eu disse isso, ele suspirou enquanto afundava ainda mais no sofá.

— Lembra que uma vez você me disse que eu era tão teimosa e independente quanto você? — Ele sorriu de lado pra mim e eu continuei. — Exatamente por ser assim que eu sei que você odeia depender de um objeto para andar, assim como eu odeio depender de qualquer coisa pra ficar boa quando adoeço. Mesmo assim, ambos precisamos dessas ajudas para nos recuperarmos, entende?

— Entendo. — Ele falou sério e eu então dei a mão para ele e o ajudei a ir para o quarto. Quando voltei do banho, ele já parecia menos estressado com as limitações e mais calmo. De óculos de descanso de armação preto, ele lia um livro pequeno, até que desviou sua atenção de mim enquanto eu trocava de roupa, olhando sem pudores para o meu corpo.

— Acho que essa é a parte mais difícil da recuperação. — Ele brincou e eu rebati.

— Bom, eu ainda vou estar aqui quando você tiver melhor.

— O problema é esperar.

Já de pijama, me aproximei dele e o beijei rápido, para não atiçá-lo ainda mais.

— Você não vai ter que esperar para sempre. — Respondi com diversão e ele me fez cócegas quando eu deitei ao lado dele. 

— Parece um pra sempre, que eu não vejo a hora de acabar.

Depois de nos beijarmos, eu o abracei e dormimos, mas fiquei com aquilo na cabeça por um mês. Entre provocações durante a noite ou até mesmo em conversas despretensiosas pelo celular, eu sentia como eu e ele estávamos necessitando daquela conexão sexual novamente. Acompanhando atentamente a sua progressão e recuperação, eu sabia que com 45 dias de cirurgia a gente já poderia tentar algo e, marcando essa data, torcendo para que ele não fizesse qualquer coisa para atrapalhar o próprio progresso, comecei a planejar uma surpresa.

Quando os 45 dias chegaram, ele já tinha começado a dar alguns passos sem precisar da ajuda da muleta e eu resolvi pedir ajuda da Jane para fazer a surpresa. Ela e Kurt cuidariam da Aubree por uma noite, para que eu o levasse para um lugar especial. Assim aconteceu. Quando estava saindo do trabalho, Jane, que estava na nossa casa, chamou Aubree para dormir lá. Roman estranhou, segundo ela, mas não achou ruim quando eu pedi para ele se vestir para sairmos.  

Resolvi que passaríamos uma noite no Conrad New York Midtown. Quando chegamos lá, logo nos foi servido um jantar no quarto reservado por mim e nos deixaram a sós. Enquanto eu comia, Roman me olhava com um sorriso e um olhar encantador, exatamente daquela maneira que tinha feito com que eu me apaixonasse por ele. 

— Você sempre arruma um jeito de me surpreender, né?

— Te fazer feliz é minha especialidade. — Rebati e pisquei o olho para ele, que riu e então tomou o suco que havia servido. Como ele estava se recuperando de cirurgia, acabamos por riscar o álcool por um tempo do nosso cardápio.

— Espero que seja a minha. Não sei se é, mas eu tento. — Ele disse de forma modesta.

— Claro que é. Caso contrário, eu não estaria aqui.. 

— Sei. — Ele respondeu um pouco desconcentrado, já que eu havia começado a passar meu pé pelas suas pernas. 

— E nem estaria planejando ficar pra sempre com você.

— Bom saber que nunca fui algo passageiro pra você. 

— E nunca será. 

Logo que terminamos de jantar, ele me olhou e suspirou fundo, sabendo o que aconteceria dali em diante, mas ansioso para descobrir, para saber como nos redescobriríamos na cama. Eu o beijei intensamente e nos levantamos da mesa, aproximando nossos corpos e procurando a cama, que estava logo atrás de nós.

Com um apetite voraz em me provar novamente, ele agarrou minha bunda com força por baixo do vestido azul escuro que eu utilizava enquanto eu desabotoava e tirava desesperadamente a camisa que ele utilizava e procurava em seguida o botão da calça para também colocá-lo para fora da casa. Logo que a calça dele caiu, ele sentou na ponta da cama só de cueca, me deixando de pé, e puxou minha calcinha para baixo e subiu meu vestido, depositando beijos na minha barriga e na minha virilha, ele me enlouqueceu ainda mais quando começou a colocar o dedo dentro de mim. Logo que comecei a gemer por entre nossos beijos, o deitei ainda mais na cama e me sentei sobre ele. Aquela era uma das poucas maneiras em que poderíamos fazer aquilo no momento, mas não deixava de ser prazeroso senti-lo. Quando sentei e olhei no olho dele, o vi incendiar por mim. “Como eu sentia falta disso”, pensei.  

Começamos de uma maneira lenta, mas logo eu intensifiquei a velocidade dos meus movimentos e chegamos lá juntos. Eu o beijei e, para recuperar o fôlego, me deitei virada para ele. De olhos fechados, ele tentava recuperar a sanidade que tínhamos perdido e, beijou minha mão, que estava entrelaçada a dele. Olhando-o, depois de tê-lo novamente 100% para mim, me fez pensar que eu quase o perdi e isso me arrancou silenciosas lágrimas.

— Foi tão ruim assim? — Ele perguntou logo que abriu os olhos e viu as lágrimas escapando dos meus olhos.

— Na verdade, foi tão bom que me fez lembrar do tempo que eu fiquei sem você. 

Quando ele não respondeu, eu continuei.

— Desculpa, Roman.

— Você sabe que não precisa pedir desculpas. — Me puxando para mais perto do seu corpo, como quem não quisesse mais me deixar escapar, ele continuou. — Eu é quem tenho que pedir, por não estar 100% bem pra você.

— Não pense nisso, por favor. Foi maravilhoso pra mim.

— Claro, você passou mais tempo em cima. — Ele relembrou brincando e rimos.

— Aposto que você também adorou isso. 

— É, foi extraordinário. — Ele continuou e então apertou minha bunda novamente. — Tanto que eu já quero repetir de novo.

— Seu desejo é uma ordem. — Eu respondi beijando-o e me colocando novamente ao dispor dele para mais uma rodada de sexo. Passamos mais partes daquela noite acordados do que dormindo. Como eu pedi folga para aquele dia que já estava começando, não estava preocupada com o amanhã. Na verdade, ter o Roman ali comigo fazia com que eu não me preocupasse mais com nenhum amanhã que viria pela frente. 

Vimos o sol nascer ainda do hotel. Enquanto tomávamos o café da manhã, já nos preparando para ir para casa passar o restante do dia com a Aubree, eu o observei lendo o jornal, até que ele me olhou por cima do papel. 

— Eu também te amo. — Ele disse e eu ri enquanto roubava um selinho naquele belo rosto.

— Eu te amo, mas não estava pensando exatamente isso.

— E o que estava pensando?

— Que quero me casar com você. — Fui honesta, o que o pegou um pouco de surpresa.

— Isso foi um pedido?

— Não. Você quem deve fazer o pedido, mas estou informando que estou tentada a aceitar.

— Mesmo eu estando debilitado desse jeito? — Ele brincou com um olhar malicioso.

— Eu ainda posso ficar por cima e fazer com que tenhamos muito prazer. — Sussurrei como quem confessava um pecado sujo. 

Rimos juntos.

— Eu te amo. — Respondi séria. — E só quero dizer que queria nunca ter ido embora. Queria estar aqui com a aliança, que eu sei que você me daria, nas mãos, queria que tudo tivesse sido mais fácil. Não queria que você tivesse se machucado por minha causa.

— Eu me machucaria por você e por minha filha quantas vezes mais precisasse.

— Mas espero que nunca mais precise. Porque parte de mim sangra ao te ver sangrar. E se você morresse, parte de mim morreria também.

Ele beijou minha testa e então respondeu. 

— Mas nenhum de nós vai precisar morrer ou pensar nisso. Acho, inclusive, — Ele fez cara de pensativo. — Que vamos morrer de velhice. Vamos ser velhos bem reclamões, chatos, mas nossos filhos e netos vão cuidar de nós. 

— Eu espero que sim. — Falei com um sorriso no rosto e suspirei tranquila. — Não vejo a hora de envelhecer ao seu lado, ver Aubree crescer e o número de pessoas na nossa casa crescer. 

— Teremos anos e anos para viver todos esses momentos. — Ele finalizou e me deu um beijo com sabor de futuro feliz. 

Nos meses seguintes, a felicidade ainda ficou ausente em alguns momentos, já que tivemos que ir em algumas audiências pela morte do Weitz. Mas nada nem ninguém apareceu para complicar a nossa versão e fomos todos absolvidos por legítima defesa. Além disso, as pessoas envolvidas nos planos dele de dificultar a adoção da Aubree foram presas. Com a recuperação do Roman indo cada vez melhor, logo ele voltaria para o trabalho também, mas antes que isso acontecesse, aproveitamos ao máximo entre nós e também com os nossos amigos.

No início do terceiro mês de recuperação, o último de licença do Roman, Kurt marcou um churrasco para nos reunir novamente num sábado. Reade não estava de folga, mas lá estava Sarah com os filhos, Patterson com um novo namorado chamado Oliver, eu, Aubree, Roman e também Kurt e Jane.

Com a barriga da Jane já mostrando um tanto da saliência de quem carregava duas crianças, Kurt havia se tornado ainda mais protetor, mas também era um pai e um marido alegre e empolgado. E eu adorava assisti-los assim leves, embora a vida deles fosse mudar tanto nos próximos meses. Ninguém nunca está preparado para ser mãe ou pai, mas eles pareciam preparados para passar pelo que viesse e isso que os tornava um exemplo de casamento perfeito.

Roman interrompeu meus pensamentos quando me puxou para mais perto dele. Estávamos todos sentados em uma única mesa na varanda de Jeller, conversando amenidades. De certo modo, o fato dele se aproximar de mim fez com que eu pensasse que, embora não fosse tão tradicional, eu também tinha uma família perfeita: um namorado que já tinha dado a vida por mim, antes mesmo de me pedir em casamento, e uma ‘sobrinha’ que tinha ocupado o espaço de filha no meu coração. 

Como quem lesse meus pensamentos, Aubree apareceu atrás da cadeira em que eu estava, me dando um pedaço de carne para eu comer. Logo depois que eu comi, ela me deu um beijo no rosto.

— Te amo, tia.

— Também te amo, filha. — Respondi.

Foi involuntário. No impulso pelos pensamentos do momento, eu a chamei de filha pela primeira vez e recebi em troca um abraço cheio de amor, mas logo ela saiu correndo para onde estava Sawyer e me deixou ali com meus pensamentos. 

Roman POV

Chegamos em casa por volta das nove da noite. Como tinha corrido e brincado muito com Sawyer, Aubree dormiu ainda no carro e Tasha a colocou na cama logo que chegamos. Agora que estávamos a sós, eu poderia tentar conversar com ela sobre o que a estava inquietando. 

Desde que chamou Aubree de filha, Tasha ficou um tanto agitada e nervosa. Com a presença dos nossos amigos, não tivemos a oportunidade de conversar sobre isso até voltarmos para casa. Até lá, fiquei um mix de nervosismo para saber o motivo dela ter ficado tão mexida com isso. Para mim, era natural e até emocionante que a mulher da minha vida começasse a enxergar minha filha como também dela. 

Era um sinal de concretude, que a família que eu estava formando cada vez mais se reconhecia como tal. Eu não poderia estar mais feliz. Quando iniciei a adoção de Aubree, idealizei muito uma vida de pai solteiro, e ela não seria nada ruim. Quando Tasha apareceu, no entanto, ela mostrou que minha vida poderia ser ainda melhor do que eu havia idealizado, que minha família poderia ser ainda mais bonita e completa com ela ali conosco. Era mais do que eu havia pedido a Deus.

Logo que ela saiu do quarto da menina, foi para o banheiro e, quando ela saiu, foi a minha vez de tomar banho. Quando saí do banheiro e entrei em nosso quarto, a vi visualizando nossas fotos pelo celular. Ela estava tão hipnotizada que demorou alguns segundos para notar minha presença, até que eu fiz um comentário sobre.

— Somos uma família linda, não somos? 

Finalmente percebendo que eu estava ali enquanto eu enxugava meus cabelos, ela me olhou com emoção e sorriu.

— Sim, somos.

— Você quer conversar sobre isso? — Perguntei direto e me sentei de frente pra ela, que bloqueou o celular e me olhou profundamente nos olhos. 

— Você ouviu, não ouviu? — Ela perguntou temerosa

— Você chamando a Aubree de filha? Sim, felizmente ouvi.

— Foi bem involuntário. É que eu tava olhando pra sua irmã e pro Kurt e pensando em como somos uma família, que você é um namorado que já deu a sua vida por mim e em como a Aubree é como se fosse nossa filha. Como ela interrompeu meus pensamentos, eu acabei falando sem pensar.

— Mas veio do coração, não veio? — Questionei, mas mais para que ela escutasse a si mesma.

— Sim. 

— Então você não precisa se justificar ou se sentir nervosa como parece estar por isso. 

— Sendo honesta, eu acho um pouco injusto com você, que passou por todos os problemas para adotá-la, que eu a chame assim.

— Eu não acho. Primeiramente, você passou por parte desse processo comigo, me fez acreditar que eu conseguiria quando nem eu acreditava que seria capaz de ser pai. Segundo, você já é uma ótima mãe para a Aubree. Nem nos meus sonhos eu imaginei que fosse ter alguém do meu lado que amasse minha filha tanto quanto eu amo, e eu sei que você a ama desse tanto. 

— Sim, eu amo. — Ela afirmou com um sorriso mais orgulhoso.

— E bom, desde que a gente só paquerava que ela é louca pra ter você como mãe. 

— É verdade. — Ela assumiu. 

— Se o que falta é você formalizar isso... — Eu falei enquanto me colocava ajoelhado do lado da cama, arrancando um enorme sorriso da morena. — Tasha Zapata, você é a melhor tia que a Aubree poderia ter, mas aceita ser promovida a mãe dela? Sou eu, o pai dela, quem está pedindo.

— Claro que sim. — Ela respondeu emocionada e me deu um beijo terno quando me coloquei novamente na cama. — Eu só quero passar o resto da minha vida ao lado de vocês.

Com um sorriso no rosto, retribui.

— Bom saber, pois também quero passar o resto da minha vida ao lado de vocês. 


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Notas finais do capítulo

Pra mim, foi ótimo escrever até aqui e ir cultivando pouco a pouco na Tasha esse sentimento de que Aubree também era pertencente a ela, que elas também tinham um vínculo eterno. Espero que todos tenham gostado.



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