Meu melhor erro escrita por Lisa


Capítulo 7
Capítulo 7




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(Pepper)

Eu queria poder dizer que estou surpresa, mas não estou, na verdade surpresa eu ficaria se Tony tivesse seguido o que foi dito para seguir, imagina se ele ia perder de se engrandecer ainda mais na frente do mundo por que está preocupado com a própria segurança, eu sinceramente só espero que ele não se machuque e nem que faça disso uma brincadeira por que ele pode não ter percebido, mas o seu ato não foi só de revelação, mas também de compromisso com o mundo.

Há exatos 3 meses que o Homem de Ferro está na ativa, há 3 meses que Tony vem aparentemente se empenhando para fazer valer esse compromisso que assumiu, embora, ultimamente ele esteja me passando uma impressão de que está abatido, mas acho que é só impressão minha mesmo já que estou aqui na Expo Stark vendo ele dar o seu show, como dizem por aí mudaram as estações, mas nada mudou, ele é um super herói, mas ainda é o mesmo Tony com o grau de irresponsabilidade elevado de sempre.

Eu tinha acabado de chegar em casa após aquele bendito julgamento, se eu gostei de ver Tony fazendo o Hammer passar vergonha? Gostei, mas o que eu adorei foi ter podido chegar em casa, meu corpo cansado e febril agradecem o conforto da minha cama macia e quentinha.

— Mãe, você precisa comer um pouco.- Danny me aparece segurando uma bandeja com um prato de sopa e Kate ao seu lado segurando um frasco com remédios e um copo de suco de laranja.
— O que seria da binha vida sem vocês?- ele riem, Danny põe a bandeja sobre as minhas pernas e os dois se sentam perto de mim.- Obrigado, beus amores, bas vão pra lá pra não griparem também.
— Deixa de besteira, bãe, quantas vezes eu não gripamos e a senhora ficou com a gente mesmo assim? Tome sua sopa.
— Sim senhor.
— E o seu remédio.
— Sim senhora.- os obedeço tomando o remédio e a sopa, enquanto eu estava ali quietinha observava os dois sorrindo e brincando, às vezes eles brigam até por um pedaço de biscoito, mas não posso negar o quantos os dois se amam e o quanto Danny se esforça pra ser o melhor irmão e figura masculina pra ela.
— E então como foi lá na audiência?- ele me pergunta após ver que eu acabei de comer.
— Tony deu o showzinho dele como sempre, um dia ele ainda vai acabar preso.- falo ao lembrar dos desacatos dele.- Você vai acabar se machucando com essa brincadeira, Kate!- repreendo ao vê-la pular da cama e correr casa a dentro.
— Mãe, dinheiro é o melhor super poder, enquanto ele tiver a herança que o vovô deixou ele nunca vai ser preso.- não posso discordar dele nisso, Tony já se livrou de muitas dores de cabeça por causa do dinheiro.- Mas esqueça dele, descanse um pouco.
— Quem dera, daqui a pouco eu tenho que...
— Daqui a pouco não tem que nada, vai comer e descansar.
— O novo hobby do seu pai está o ocupando demais e todo o resto tá sobrando pra mim, a empresa está na minhas costas.
— Primeiro, ele não é meu pai. Segundo, a empresa é dele e não sua, se ele que é dono tá pouco se lixando pra ela não vai ser a senhora que vai ficar se matando para administrar. Terceiro, pare de fazer por ele o que ele nunca fará por você, mãe.
— Ele tem seus defeitos, mas...
— Não existe "mas" nessa história, tenho certeza que se tivesse sido você a sequestrada ele não estaria nem aí, não teria chorado, não teria ficado num pé e noutro enquanto não a visse bem, não teria feito nada e sabe por que, mãe? Por que ele não gosta de ninguém além dele mesmo. Aposto que ele te viu desse jeito e nem teve a educação de perguntar se estava se cuidando, não foi?- eu fico calada, na verdade o que ele pediu foi pra que não passasse pra ele, como se eu tivesse a opção de escolher pra quem passo a gripe ou não.- Pelo o seu silêncio já sei até que ele falou grosseria e eu não vou nem tentar descobrir qual foi pra não me irritar, então, por favor em nome da minha pouca paciência existente para esse cara fique em casa e descanse.
— Tudo bem, Danny, você me convenceu eu vou descansar.
— Ótimo, por que eu já estava planejando te trancar aqui dentro.- ele brinca e eu rio.- Agora relaxe e durma.- ele diz com um tom de voz autoritário, tirando a bandeja da minha perna e eu me ajeito na cama.

Eu tinha de dar o braço a torcer, descansar realmente me fez bem, eu passei o final de semana em casa tratando minha gripe e isso deu um ótimo resultado já que hoje ela está bem mais fraca, meu nariz já não está mais congestionado, o meu corpo já não dói, a febre até agora não apareceu as únicas coisas que me restaram foram os espirros que às vezes penso que não vão parar e a rouquidão, mas essa eu acho que vai durar muito levando em conta o tanto que eu já falei e até mesmo "gritei" numa tentativa de colocar tudo nos conformes.

— Tony!- minha voz rouca o chama e ele me encara de sobrancelha arqueada.- Você doou todo o meu acervo! Quem lhe deu permissão, posso saber? Por que eu não me lembro de ter dado.- falo irritada após pigarrear, mas foi um pouco inútil já que pouca coisa mudou na minha voz.
— É meu acervo, e eu doei tudo aos escoteiros da América.
— Eu passei anos montando então é meu e eu sei para quem você doou! Custava ao menos me perguntar?!
— Ah, Pepper, relaxa. Ó só, onde eu penduro esse quadro?- me perguntou ele se livrando objetos que estavam em sua frente.
— No seu...- eu engoli o palavrão e ele sorriu subiu em cima da bancada, tirou o outro quadro e pendurou aquele que ele queria.
— Mas e aí, tá melhor da gripe? Se não tiver dá o fora por que eu não quero gripar.
— Danny é quem tem a razão.- murmuro.
— O quê?
— Você é um grosso sem educação.
— Por que tá assim tão exaltada?
— Por que eu tô exaltada? Ham... vejamos, você se tornou um "super herói" e revelou isso ao mundo, tava tranquilo e do nada tudo voltou a ser como antes, você ao invés de me dispensar logo me arrastou para uma festa se enfiou no quarto com quatro mulheres e no outro dia veio me dizer que não me dispensou por que havia se esquecido...
— Ué, mas você não foi pra casa mesmo sem eu ter te dispensando.
— Não dá pra conversar com você.- me irrito e lhe dou as costas, mas ele corre até mim e me impede de sair se colocando na minha frente.- Licença, Tony.
— Okay, okay, desculpa! Tenho pra mim que você não terminou sua listinha, então continue.
— O governo tá querendo derrubar os portões da sua casa atrás dessas coisas e estão vindo atrás de mim por que eu sou sua babá, a empresa está um caos por que estão querendo que você exerça a função de presidente e não que tenha apenas esse título e tudo isso está nas minhas costas por que como eu disse, para todos eu sou sua babá e aparentemente a única que se importa com os seus negócios!
— E, é justamente por isso que eu quero que você a administre.
— E você acha que eu tô fazendo o quê? Sendo você?!
— Estou tentando te fazer presidente da empresa, Pepper! Por que não deixa?
— É o quê?! Não, você não pode fazer isso, Tony.
— Claro que posso, tanto posso que vou.- ele diz tranquilo e chamando um de seus robôs que traz para nós uma uma bandeja o champanha e as taças, ele nos serve e sorrir.- A partir de hoje Virginia Pepper Potts você já pode se considerar presidente das Indústrias Stark.- ele brinda e sorri e apesar de eu beber fico em um misto de orgulho próprio e medo, sei da minha capacidade, mas confesso que pensar que estarei a frente de uma empresa desse porte está me deixando com frio na barriga.

(Tony)

Sabe, a morte? Aquela coisa que ninguém quer, mas que todo mundo sabe que existe e que vem pra você um dia? Pois é, eu estou prestes a conhecê-la, e mesmo que eu diga que não a temo a verdade é justamente o contrário, eu não estou pronto pra morrer! Eu também não quero isso, eu quero ter mais uma chance e se eu tiver vou fazer certo dessa vez, mas se eu não tiver ao menos estou ajeitando tudo para que tudo fique nas mãos certas. 

A empresa não poderia ficar em mãos melhor que as dela, as minhas armaduras iriam ser destruídas, mas eu ia deixar uma com Rhodes e iria impor que ele não deixasse o governo estudá-la, qualquer um que não fosse Jarvis que fizesse sua manutenção ela irá se autodestruir, o mesmo vale para se alguém que não for o Rhodes que a pilote, minha fortuna será fatiada em 3 partes, uma parcela para o Happy, uma para o Rhodey e a maior para Pepper mesmo por que ela é mãe vai precisar para garantir o futuro da menina, esses são os meus herdeiros, meus poucos e verdadeiros amigos e a única família que tenho.

Viajei para Mônaco planejando mil e uma coisas, terminou que as coisas saíram no impulso e isso quase custou a vida de Happy e Pepper, uma semana depois repeti o mesmo feito na minha festa, arrisquei a vida de alguns, magoei ela, Rhodes me tomou uma armadura (nota mental: riscar esse item do meu testamento), virei refém de uma agência secreta do governo, descobri que meu pai estava envolvido com essa mesma agência e que possivelmente tem a solução para me deixar vivo e acabei encontrando isso numa antiga maquete da Expo Stark que estava na minha antiga sala onde estava a Pepper que ainda está chateada comigo por sinal.

Foi trabalhoso, mas consegui depois de quebrar metade da casa eu consegui criar um novo elemento que segundo JARVIS iria muito bem substituir o paládio, eu estava analisando mais algumas coisas no computador e tomando aquela nojeira que é suco de clorofila e brigando com o Dummy quando JARVIS me alertou sobre uma chamada com número restrito.

— Hum... liberaram o telefone.- atendi a ligação esperando ser o Coulson.- Coulson, como está a terra dos encantos?
— Oi, Tony, como vai?- eu estremeci ao ouvir aquele sotaque russo carregado.- Fiz o que você sugeriu dobrei as rotações, foi um ótimo conselho.
— É muito espirituoso para um cara morto.- enquanto conversava com ele mandei JARVIS rastrear a ligação.
— Reescreverei a verdadeira história da família Stark. O que a sua família fez com a minha em 40 anos eu farei com você em 40 minutos.
— Legal, vamos conversar pessoalmente?- continuei rastreando a ligação até que ele desligou, porém, antes disso consegui descobrir que ele estava em Manhattan, vi uma manchete falando sobre a apresentação do Hammer na Expo e liguei uma coisa a outra, coloquei o novo reator sem esperar JARVIS finalizar os testes e fui para Nova Iorque.

Assim que cheguei fui confrontar Hammer ele tentou se sair das perguntas, mas logo um ataque de Hammerroiner começou em cima de mim e como se não bastasse a armadura de Rhodey estava sendo controlado por Vanko, "nós" acabamos com aqueles robôs, Rhodey recuperou o controle da armadura graças a agente Romanoff e Pepper descobriu que eu estava morrendo, ela estava preocupada e eu até ia onde ela estava, mas logo Vanko apareceu e nossa batalha final de 40 anos vs 40 minutos se iniciou, achando que nossa batalha tinha acabado ali antes de morrer ele acionou um dispositivo e assim que eu saquei o que era só uma pessoa me veio a cabeça, Pepper, ela ainda estava falando comigo através do telefone e enquanto eu voava o mais rápido que eu podia, eu a ouvi falar.

— Mas o que é....- eu cheguei a tempo e consegui salvá-la, levando-a para longe pousando no teto de um prédio.- Ai meu Deus! Eu não aguento mais isso!- ela falou isso se afastando de mim.
— Você não aguenta? Olha pra mim!
— Meu corpo não aguenta mais esse estresse! Eu nunca sei quando você vai se matar ou afundar as empresas.
— Ah, qual é, eu mandei muito bem!
— É só com isso que você se preocupa?! Quer saber, eu me demito, chega, acabou, cansei!- essas palavrinhas me deram muito medo.
— Você... você tá se demitindo? Você vai me deixar? Eu não acredito nisso, que surpresa, não pensando bem não é nenhuma surpresa.- cada um de nós foi falando nossos argumentos e dando um passo a frente numa tentativa de convencê-la a mudar de ideia eu a puxei para um beijo.
— Que esquisito.- Rhodey falou chamando nossa atenção.- Ver vocês dois se pegando.
— Acho que já deu pra você aqui.- eu falei para ele ao perceber o quão rubra estavam as maçãs das bochechas dela.
— Cheguei primeiro, se comportem.- ele debocha e eu lhe dou dedo.- Bom, como meu carro explodiu também, eu vou ter que ficar com a armadura.
— Não estou mais morrendo você perdeu sua herança.
— Você ia deixar a armadura como herança pra mim?- assenti.- Bom, ainda bem que você tá vivo para dar ela para mim.
— Nem vem, malandro você.
— Eu não estou pedindo, meu caro.- ele me diz e eu arqueio a sobrancelha.- Que prejuízo, hein, Tony.
— Nada que o dinheiro não resolva.
— Mais uma dor de cabeça para a minha coleção.- Pepper reclama e encosta a cabeça no peito da armadura, aproveitando este momento eu sinalizei para Rhodes cair fora e apesar das gracinhas ele fez o que eu pedi e com isso a abracei.
— Ele não tá aqui.- digo e ela relaxa.- Ainda vai me deixar?
— Você sabe que não.- ela responde sem me olhar, seus olhos estão grudados na vista que existe ao nosso redor, meu queixo está apoiado na sua cabeça e apesar do caos que está lá embaixo aqui em cima tudo o que sinto é uma grande calmaria.- Precisamos descer para saber dos estragos e dos feridos, Tony.
— Sua responsabilidade não tira folga, né?- ela negou com um aceno e eu a levei ao chão, ela rapidamente encontrou Rhodes, o chefe de segurança e alguns policiais que estavam na frente do auditório principal, local de onde há pouco eu a tirei, e os três começaram a discutir sobre o que provavelmente ela queria saber, eu não cheguei junto enquanto ela se preocupava com isso eu estava mesmo era preocupado com minha armadura, olhando de fora é que eu tinha uma grande dimensão de sua avaria, preciso construir armaduras que aguentem mais uma onda de choque e calor, eu estava mergulhado no pensamento de melhorias quando toda a minha atenção foi chamada para o Mustang que freou bruscamente, de lá desceu um rapaz, rapaz esse que me desperta a sensação de já ter visto em algum lugar.
— Mãe!- ele chama visivelmente preocupado e a única mulher presente olha para ele.
— Danny.- Não, não é possível... Pepper tem um filho, outro filho?! Ela abandona todos e caminha para ir até ele, enquanto eu continuo boquiaberto sem sequer conseguir mexer um músculo.
— Meu Deus, mãe!- ele encurta o caminho correndo e a toma em um abraço.- Você tá bem?- ele pergunta checando-a em todo lugar.
— Tô, meu bem, tô.
— Por que você não atende esse telefone? Você quer que a gente morra?! O vovô e a vovó estão quase tendo um ataque de tanta preocupação, mãe!
— Eu acho que nessa confusão toda perdi meu telefone, ligue, ligue para eles.- olha, eu sei que eu vi ele a abraçando e verificando se estava bem, ouvi a conversa, mas não consegui processar nada além do fato de que ela tem um filho, Pepper tem um filho!
— Tony!- Rhodes me sacoleja e eu volto a mim ou pelo menos acho que voltei.- Você ouviu isso também?
— Ouvi, tô tentando é acreditar!
— Você não acha que...
— Não, é do cara que ela casou, certeza.- eu digo com firmeza e tentando afastar da minha cabeça o pensamento que vem desde o segundo que ele falou a palavra mãe, embora eu a ouvisse papear com alguém no telefone os meus olhos estavam grudados no garoto, ele é parecido comigo... não, não é, é impressão, Tony, impressão! Reafirmo para mim mesmo e sacolejo a cabeça para ter agora diante de mim os dois e ele mais uma vez verificando se ela está bem.
— Tem certeza que não se machucou?
— Tenho, antes que isso pudesse acontecer Tony me salvou.- ela diz e pela primeira vez os dois parecem notar que estamos aqui.- Tony, Rhodes, este é o meu filho Daniel ou Danny como eu o chamo, Danny, estes são o meu chefe Tony Stark e meu amigo James Rhodes.- ele nos cumprimentou com um aceno de cabeça e nós retribuímos o aceno, mas fora isso não conseguimos fazer mais nada.
— Isso já deu o que tinha de dar.- ele diz olhando pra ela que dá uma olhada ao redor.- Já não tem mais a ver com a empresa, mãe, já não é mais seu mundo, Kate perdeu o papai antes mesmo de conhecê-lo não pode perder você também.
— Sua irmã não vai perder sua mãe, eu posso protegê-la.
— Nós dois sabemos que isso é mentira.
— Eu salvei ela hoje e das outras vezes também.
— E quem foi que a colocou em risco mesmo? Como me dizem quando eu passo de ano "você não fez mais que a sua obrigação".
— Você....
— Vamos para casa, Danny, isso é o tipo de conversa pra se ter em família. Rhodes...
— Pode deixar eu termino de acertar as coisas por aqui.- ela agradece e caminha conversando com ele até o Mustang que obtém a minha atenção até o momento que sai do meu campo de visão.- Parece que ele não vai muito com a sua cara.- dei de ombros.
— Tô mais preocupado com o fato da Pepper poder não voltar.
— Ela vai, você sabe disso, mas o medo do rapaz é compreensível. Por falar nele, você não acha que ele é...
— Não é, Rhodes, o garoto é filho dela com o marido eles tem até a mesma cor dos olhos.
— Grande coisa, Kate, é a cara da Pepper e nem por isso significa que é só dela. Você sabe melhor que eu que a possibilidade dele ser seu filho é bem maior que ser dele, e também nós dois conhecemos o marido dela e você até tem razão na cor dos olhos, mas fora isso eles não se parecem mais em nada, vocês tem semelhanças, Tony, não se pode negar. O que você vai fazer?
— Quando eu encontrar a resposta te digo.- rebato sem ter a mínima ideia de como vou lidar com isso.

(Pepper)

Foi o fim de anos de segredo, agora ele sabe que eu tenho um filho e já deve ter cogitado a possibilidade de ser seu também, eu sabia que provavelmente um dia ele descobriria e por mais que às vezes eu fantasie como nossas vidas teriam sido caso Tony soubesse a verdade eu não queria que ele a descobrisse.

O som da campainha da casa dos meus pais fez meu coração bater mais forte, eu sabia que era ele, me recostei no sofá e esperei, ouvi os passos e contei silenciosamente quantos foram preciso dar para chegar até mim que só abri os olhos quando senti sua presença na minha frente.

— Ele é meu?- ele questiona e eu fixo meus olhos nele.
— Sim.- ele respira fundo e se senta.
— Por que não me disse?
— Quantas mulheres já não apareceram na sua vida querendo aplicar o golpe da barriga? Não queria que você me visse com uma delas.
— Eu não faria isso.
— Faria, Tony, nós dois sabemos que faria e também eu não queria criar meu filho cercado de comentários maldosos.
— Quem mais sabia, além dos meus pais é claro?
— Só a sua mãe sabia disso e ela não contou por que eu pedi a ela, mas fora ela quem mais sabe são os padrinhos do Danny e a minha família.
— Preciso de...- eu levanto a mão interrompendo-o e saio da sala para buscar no banheiro do andar de cima uma escova de dentes.
— Já está na hora de trocar as escovas mesmo.- eu digo ao voltar e entrego a ele a escova.- É dele, faça o teste e tire todas as dúvidas.
— Eu não duvido de você.
— Mesmo assim eu quero que você tenha 100% de certeza, eu só te peço que não torne nada disso público, Danny, é meio explosivo e um adolescente que tá terminando o ensino médio então isso não seria uma coisa boa pra ninguém.
— Não se preocupe ninguém ficará sabendo de nada.
— Não queria ter mentido, Tony, mas eu pensei em mim e no meu filho, fiz o que eu achei melhor para nós dois e não me arrependo disso.- ela balança a cabeça como se entendesse a situação e se colocou de pé, o acompanhei até perto da porta, mas antes que pudéssemos chegar lá ele parou e se virou para mim.
— Eu tava morrendo, Pepper...
— Eu sei, eu ouvi a...
— Eu tava morrendo e enquanto eu pensava na minha morte pensava também na minha vida e em tudo o que eu fiz, eu olhei para trás e não vi ninguém olhei para frente e a mesma coisa, tudo o que eu fui e sou aos poucos seria esquecido, todo o legado que meu pai me deixou e eu continuei não seria continuado por alguém da minha família por que eu não tinha ninguém, eu tentei fugir desse pensamento que sempre julguei ser o cúmulo da idiotice pra qualquer homem, mas eu constantemente me perguntava onde eu estava durante esses 42 anos, o que eu tinha feito da minha vida?! Cheguei então a conclusão de que tinha vivido muito bem os meus 42 anos de vida ao mesmo tempo que não tinha vivido nada, o que eu sempre me orgulhei a ponto de bater no peito eram as minhas invenções, as minhas armas e no final descobri que elas eram os carrascos das pessoas a qual elas foram criadas para proteger, fui traído pelo cara que cheguei a idealizar como meu pai, nunca tive uma mulher pra chamar de minha namorada, minha noiva ou minha esposa por que transar com todas é bom demais para parar e ficar só com uma, e isso era verdade, mas apenas uma parte a outra parte disso era por que eu tinha medo de me envolver e quebrar a cara, não fui um bom filho e estava longe de ser um bom amigo para os três únicos amigos que eu tinha, e é justamente por ter pensando em tudo isso que eu te entendo, por que provavelmente nessa lista eu também incluiria o "não fui um bom pai", mas por que você não me deu essa chance? Por que não me deu a chance de tentar? Você teve razão em ter pensando no melhor para você e ele, mas e em mim, Pepper? Por você não pensou em mim? Por que não pensou que talvez um filho me fizesse mudar, amadurecer como você, Rhodey e meus pais tanto queriam? Em vez de confiar em mim você presumiu que eu faria ou que eu pensaria o pior e me tirou 16 anos da vida daquele garoto.- eu vi ele suspirar e andar de um lado para o outro enquanto eu permanecia em pé, parada, então ele parou, olhou para mim e seu olhar estava indecifrável, ele deu mais um longo suspiro e foi embora me deixando completamente perdida e sem ação.


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