Inutilidades escrita por amethyst


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Trazendo aqui uma one sobre a Lily, contando alguns de seus pensamentos ao longo dos anos.
Espero que gostes, boa leitura :3



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Era inútil, e ela tinha pleno conhecimento disso, obrigada, pensar que James não era só mais um garoto de 11 anos chato que implicaria com seu melhor amigo, porque ele era. James Potter fora extremamente simpático no dia da seleção. A ruiva sentou-se entre ele e outro garoto – vulgo Sirius Black – e ele foi o primeiro a cumprimentá-la com um sorriso. Mas bastou vê-la andando com o amigo sonserino no corredor no dia seguinte, que se transformou em algo que ela carinhosamente gostava de chamar de criança encapetada. Ela conhecia crianças assim. Sua irmã, Petúnia, era assim. E Lily não gostava de Petúnia.

Era inútil, e ela tinha pleno conhecimento disso, obrigada, pensar que Petúnia iria gostar de suas amigas. Afinal, Marlene McKinnon, Dorcas Meadowes e Alice Gardner, eram as melhores amigas que ela podia ter. Além disso, eram suas companheiras de quarto. E Petúnia as olhava como se estivesse vendo Merlin dançar ballet com uma saia cor de rosa e pantufas de coelho. E claro, sua irmã, a qual Lene apelidou carinhosamente e com a melhor das intenções de “cara de cavalo”, as tratou como lixo.

Era inútil, e ela tinha pleno conhecimento disso, obrigada, pensar que Severus Snape nunca quis chamá-la de “sangue ruim”, e só o fez por ter sido obrigado pelos “amigos”. Mas ele estava com raiva. E Lily sabia, após todas as suas discussões com Tuney, que na hora da raiva, falamos as verdades que queremos esconder. E então, James a defendeu. Do modo Potter claro, mas ela se surpreendeu com a atitude dele mesmo assim. E mesmo que fosse difícil ignorar o antigo melhor amigo, ela o fez. Após todos esses acontecimentos, ela aceitou ir para Hogsmeade com James.

Era inútil, e ela tinha pleno conhecimento disso, obrigada, pensar que James Potter não iria beijar uma garota como Emmeline Vance.  Emmeline Vance! Mas ele beijou. Tudo bem, ela o beijou primeiro, mas isso não o impediu de beijá-la mais uma vez. Aquilo não era justo. E sim, ela sabia que não tinha direito de sentir ciúmes. Primeiro, porque eles não tinham nada. Segundo, porque ela tinha tido um encontro com Amos Diggory e talvez tivesse gostado de sair com ele. O que, se não passasse de um “talvez” seria completamente injusto com o lufano. E terceiro, porque era ridículo. Totalmente ridúculo.

Era inútil, e ela tinha pleno conhecimento disso, obrigada, pensar que odiava o Potter. Na verdade “Eu te odeio, Potter!” já era repetido tantas vezes, que Lily já considerava um mantra. Francamente, ela não o odiava. Lily Evans conseguiu muitas coisas: fazer um rabo de cavalo em Sirius Black; trancar (juntamente com Marlene) Dorcas e Remus em um armário de vassouras; descobrir o “probleminha peludo” do jovem Lupin; convencer Lene a roubar um beijo de Sirius durante o Baile de Inverno, no quarto ano deles (o que fez Héstia Jones gritar em plenos pulmões na frente de quase toda a escola); se tornar monitora, e muitas outras coisas. Mas odiar verdadeiramente James nunca esteve nessa lista.

Era inútil, e ela tinha pleno conhecimento disso, obrigada, pensar que não se apaixonaria por James Potter. E não, ela não percebeu isso só no sétimo ano em Hogwarts. Marlene falou, Dorcas Falou, Alice falou, e ela falou. Claro que não contou a ninguém. Mas se quer saber, admitir para si mesma já fora uma realização. E ela podia manter aquela informação para si mesma pelo resto de sua vida. Podia. Mas suas amigas nunca deixariam que fosse assim tão simples. Elas não só descobriram a verdade, como também deram um jeito de ela admitir na frente de James. Na frente, não significa cara a cara. Na verdade, algumas horas antes de embarcarem no Expresso de Hogwarts para passarem o Natal com suas famílias, elas a pressionaram tanto que pode ser que ela tenha gritado, com James Potter bem atrás dela, a frase “Tudo bem, vocês querem a verdade?! Eu amo ele. Eu amo aquele idiota. Eu amo James Potter.”. Não foi tanta surpresa para ela, quando ele apareceu na porta de sua casa com flores e o típico sorriso de “Você quer sair comigo, Lily?” e bom... Como ela podia recusar?

Era inútil, e ela tinha pleno conhecimento disso, obrigada, pensar que teria uma formatura normal. Foi bem o contrário. Na noite anterior a cerimônia, ela, suas amigas e os Marotos saíram escondidos e passaram duas horas se divertindo em Hogsmeade e por sorte (e talvez por certa capa da invisibilidade), não foram pegos. Não era o comportamento correto para uma monitora, mas Lily ia se formar, então ela pensou que uma noite (a última no caso) não faria a menor diferença. Mas não só a noite foi incrível, como a cerimônia também. Ela chorou, e foi a aluna da Grifinória escolhida para fazer um discurso. Contanto, o mais surpreendente e incrível, foi que James simplesmente subiu as escadas no fim de seu discurso, se ajoelhou, e a pediu em casamento.

Era inútil, e ela tinha pleno conhecimento disso, obrigada, pensar que a guerra não os afetaria. Ela e James estavam muito felizes, e foi difícil ficar longe dele quando ele tinha que sair em alguma missão da Ordem da Fênix com Sirius e Remus. Ela ia a algumas, mas foi antes de ela descobrir que teria um filho. Ela estava grávida. James correu pela rua gritando que ia ser pai, e a situação podia ser constrangedora, mas ela estava feliz demais para pensar em qualquer coisa. Em nove meses, Harry iria nascer. Seu garotinho ia correr pela casa, ir para Hogwarts, e Lily rezava para que ele não quisesse jogar Quadribol igual James. Ele nem tinha nascido, mas ela já temia tudo que pudesse machucá-lo. Porém. Nem tudo seria tão fácil, e ela logo percebeu isso. Quando Harry nasceu, e com ele a profecia; quando ela e James passaram se esconder, tomando muito cuidado com quem sabia onde estavam; e principalmente quando seus amigos foram afetados também; quando Dorcas morreu; quando Frank e Alice foram torturados até a loucura; quando Marlene foi morta e junto com ela, sua família inteira. Sirius e Remus estavam destruídos e ela e James também. Temia por ele e Harry a cada segundo, e o sono deixou de ser algo conhecido. E sua intuição dizia que contar onde estavam para Peter ao invés de Sirius não era a melhor escolha. Mas ela devia estar enganada.

Era inútil, e ela tinha pleno conhecimento disso, obrigada, pensar que James, sem varinha, conseguiria atrasar Lord Voldemort. Quando não escutou mais a voz dele, sentiu um aperto em seu coração, e ela quis chorar. Quis chorar porque não sabia nada de sua família, se estavam bem, se não estavam. Quis chorar por suas melhores amigas estarem mortas, queria chorar por James estar morto, por seus amigos estarem loucos para protegê-los. Quis chorar por tudo. Mas não chorou. Porque Harry estava chorando e ela não queria demonstrar o quanto ela estava destruída. Então ela começou a rezar para que pelo menos ele ficasse bem. Ela poderia morrer, mas seu garotinho não podia. Ele era tão pequeno, tão bonito, tão indefeso e tão precioso. Lily sabia que não o veria crescer. Os primeiros passos, as primeiras palavras, ela perderia. Mas desde que seu filho sobrevivesse tudo teria valido um pouco mais a pena. Quando a porta foi ao chão, e fechou os olhos com força, e o apertou contra seu peito, em sua mente os pedidos continuavam, e ela já praticamente implorava “Fique vivo, salvo. Seja forte. A mamãe ama você Harry, papai também, todos nós te amamos. Meu Deus, salve meu filho. Meu Merlin, salve meu filho. Por favor.” Ela só teve tempo de colocá-lo no berço antes de a luz verde brilhar, e de imaginar que não era inútil pensar, que um milagre ocorreria, e Harry viveria. Que ele estaria são e salvo, e seria feliz.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3
Até a próxima ^^



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