Voltei para casa desolada. Um tempo depois, Marcela aparece lá:

- E aí, ele foi embora mesmo?

- Foi... – Respondi, triste.

- E... Não rolou nada?

- Marcela!

- O que? É uma pergunta normal, poxa.

- Ah... Ele me beijou, mas como ele foi embora depois eu não sei se tem algo entre a gente.

- Hum... E ele beija bem? – Ela perguntou. Eu sorri pra ela e ela começou a rir.

- Amiga, você não pode ficar triste assim. – Ela tentou me reconfortar.

- Mas, Marcela eu não sei nem se ele vai voltar...

- E daí. Enquanto espera ele, vamos aproveitar a vida. Você não vive pelo Zack.

Eu olhei para ela e falei:

- Marcela, às vezes a razão toma conta de você.

- Querida, eu sou a razão! – Ela falou e nós começamos a rir.

Na segunda-feira, um garoto da minha sala ia fazer aniversário e estava convidando todo mundo da nossa sala para sua festa no próximo sábado.

- Vamos! Vamos! Vamos! – Marcela gritava, animada.

- Aonde, menina? – Eu perguntei, perdida em pensamentos.

- Na festa, é claro. Pelo menos você livra essa sua mente de Zack e vai pegar uns garotos gatos. – Ela falou.

- Pegar garotos gatos? Vê se eu tenho cara de que sai pegando todo mundo.

Ela ficou analisando o meu rosto e disse:

- Não, não tem. Eu que tenho. Mas, você pode pegar pelo menos uns 2 na festa.

- Vamos ver, Marcela...

E no sábado ali estava eu, toda pronta para a festa. Marcela havia feito seu trabalho de me convencer para tudo.

Bom, pelo menos Brad havia saído e eu podia ir na festa tranqüilamente.

Ouvi a buzina do carro do pai de Marcela e desci correndo, deixando Meg com a nossa vizinha.

Quando chegamos na boate onde iria ocorrer a festa (Sim, ele alugou uma boate só para a festa dele) vimos que ela estava lotada. Sentamos no bar e ficamos ali observando a festa.

Marcela pediu duas cervejas para o garçom.

- Marcela eu não quero beber. – Eu disse.

- Mas menina, isso é uma festa! Festa sem cerveja não rola. – Ela disse, me entregando um copo de cerveja.

Eu peguei e fiquei encarando ele até começar a beber.

Marcela logo foi chamada para dançar com um garoto e eu acabei ficando sozinha no bar por um tempo até que Harry Albright, um garoto bonitinho da minha sala com quem eu nunca tinha trocado uma palavra chegou perto de mim e falou:

- Hey Jenny. Sabia que suas ondas ruivas me seduzem?

Eu fiquei piscando para aquela tentativa de cantada.

- Er... Ta. – Foi a única coisa que consegui dizer.

- Então, quer dançar comigo? – Ele disse, estendendo sua mão.

- Ok... – Aceitei, segurando sua mão e indo para a pista de dança.

Dançamos bastante e do nada, aquele garoto me beija no meio da pista de dança. Agora me digam: Eu autorizei alguma coisa? Não, não autorizei. E ele já estava meio bêbado e eu sinceramente não gosto de pessoas bêbadas.

Depois do beijo ele sorriu e falou:

- Você beija muito bem.

Eu dei um sorriso amarelo.

Depois fui para o bar e, com ele no meu encalço, tomei bastante cerveja. A partir daí, não lembro mais do que aconteceu.

Acordei no dia seguinte em cima de alguma coisa. Olhei para cima e vi que estava deitada em cima de Harry. Logo me sentei e olhei em volta. A boate estava toda cheia de copos no chão e muita gente dormindo. Marcela estava deitada em um sofá rodeada de 3 garotos bem musculosos. Havia também várias pessoas deitadas no bar com garrafas de cerveja na mão.

Então, senti um braço no meu ombro.

- Bom dia, meu amor. – Harry sussurrou no meu ouvido.

- Meu amor?

- Sim, você é minha namorada, lembra?

- Namorada?! – Perguntei, assustada.

- Claro. Eu te pedi em namoro ontem à noite e você ficou toda feliz. – Ele me disse aos beijos.

Pelo visto, eu havia bebido demais.

- Ah, claro, estou me lembrando. – Menti. Ah, era bom ter um namorado, sabe? Depois de tantos anos na seca...

Puxei ele mais para perto e o beijei.

- Hey, vocês acordaram. Nossa, minha cabeça ta doendo tanto... – Marcela disse, tentando se livrar dos garotos em volta dela.

Parei de beijar Harry e fui ajudá-la.

- Vocês estão namorando? – Ela perguntou, olhando para nós dois.

- Er... – Falei.

- Aham! – Harry respondeu por mim, sorridente.

Marcela olhou para mim e levantou uma sobrancelha, eu só consegui dar um pequeno sorriso.

- Bom, eu tenho que ir para casa agora. Nos vemos na escola, Harry. – Eu disse, dando um selinho nele.

Marcela pediu para ir à minha casa, pois já estava enjoada da sua.

Ao chegarmos, Brad estava parado de braços cruzados próximo à cozinha. Ótimo, eu havia esquecido a fúria de Brad.

- Onde você estava, Jennifer? – Brad perguntou, furioso.

- Er... E-eu estava em uma festa. – Falei a verdade, olhando para o chão.

- Sem me avisar? – Ele fechou os olhos para controlar a sua fúria.

- Aham. – Respondi.

De repente, ele estava na minha frente, apertando o meu pulso e dizendo:

- Você sabe que depende de mim para viver, né? Você não é independente, Jenny! Eu pago as suas contas, Eu boto comida na mesa todos os dias, então você não acha que deveria me dar pelo menos alguma satisfação?

- Sim, Brad.  – Eu disse, então, me surpreendi com Marcela:

- Ei! Você não pode fazer isso com ela! Não é porque você é o padrasto dela que tem o direito de machucá-la desse jeito. Eu vou denunciar você! – Ela saiu correndo pela porta, mas Brad conseguiu pegá-la antes.

- Ei, ei, ei. Você não irá fazer isso não. – Ele disse.

- E por que? – Ela perguntou.

- Porque eu vou demiti-la se for fazer isso. – Ele sorriu. A última coisa que Marcela queria era perder o emprego. Porque ela já trabalhou em quase todas as lanchonetes e restaurantes da cidade e eles a demitiam, pois ela faltava diariamente.

- Ok, você venceu. – Ela falou, triste.

- Agora vá embora. – Ele mandou. Ela olhou para mim e eu assenti, dando um leve sorriso.

Depois dela ir, ele virou para mim e falou:

- Você sabe que terá que trabalhar em dobro por causa desse seu desrespeito, certo?

Simplesmente assenti. Fazer o que, eu tinha que fazer o que ele mandava.

No dia seguinte, eu estava na doceria, quando Harry entrou e me beijou:

- Hey, eu estava com saudades. Só passei aqui para te dar um beijo.

- Ok. – Tentei sorrir.

- Ok, tchau. – Ele me deu um selinho e foi embora.

Andrew ficou me olhando com uma cara interrogativa depois disso.

- Eu to namorando. – Expliquei.

- Com aquele mané? Desculpa, mas eu prefiro o Zack. – Ele disse, indo para a cozinha.

E o pior era que eu concordava com ele.

No final da tarde do dia seguinte, eu estava no computador vendo se Dean estava online, pois eu precisava muito falar com ele, mas infelizmente, não estava. Então, ouvi a porta do meu quarto bater. Brad não estava em casa, por isso estranhei.

Fui cautelosamente abrir a porta e me deparei com Harry.

- Desculpe, a porta principal estava aberta. – Ao dizer isso, ele praticamente se jogou em cima de mim e começou a me beijar, me fazendo cair na cama com ele em cima de mim.

- HARRY! – Segurei ele pelos ombros.

- O que?

- A minha irmã! – Apontei para a cama ao lado da minha onde Meg estava sentada olhando para nós.

- Ah! – Ele levantou e se ajeitou. – Oi fofinha.

- Quem é você? – Ela perguntou, indo direto ao ponto. Eu adorava esse jeito da Meg.

- Ah, muito prazer, sou Harry Albright, namorado da Jenny. Você é Meg, certo? – Ele perguntou, simpático.

- Certo. – Ela respondeu, me fazendo sorrir e me assustar com sua próxima frase. – Mas, eu prefiro o Zack.

- Zack? Quem é Zack? – Harry perguntou.

- Ah, o outro namorado da Jenny. – Meg respondeu, sorrindo.

- MEG! Vai para a sala assistir TV agora, anda! – Falei para ela.

- O que? – Harry se virou para mim.

- Não é nada, Harry. Meg que gosta de inventar coisas, você sabe como são crianças. – Respondi.

- Tem certeza?

- Claro, Zack é só um velho amigo meu.

- Estou confiando em você, Jenny. – Ele falou, botando as mãos em meu rosto e me dando um leve beijo.

- Pode confiar. – Eu sorri. Naquele momento, eu sentia muita pena de Harry porque percebi que ele realmente gostava de mim e eu não conseguia esquecer Zack. Foi por isso, que uma semana depois, terminei com ele:

- Harry, me desculpe, mas eu não posso ficar com você.

- Por que, Jenny? Eu gosto tanto de você... – Ele questionou, triste.

- Eu sei e é por isso que não podemos ficar juntos, eu não sinto o mesmo por você.

- É aquele Zack, não é? Eu sabia que você tinha algo com ele.

- Não, Harry! Eu nem sei onde o Zack está porque ele foi embora e eu não tenho nada com ele. – Respondi, tentando acalmá-lo.

- Isso é verdade?

- Claro que é...

- Ok então. Pelo menos foi bom enquanto durou. – Ele sorriu.

- Isso mesmo. – Fiquei feliz ao saber que ele entendeu.

Mas, eu não imaginava o que ele faria depois.