Esperança escrita por Lua Chan


Capítulo 4
Uma ajuda kryptoniana




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/723890/chapter/4

Bam!

Abri a porta da sala de treinamento com quase toda a força que tinha. Soube que Kon-El estaria lá dentro.

— Kara! Oi. - Conner riu - Quando começaremos o treinamento?

— Quando planejava me contar que era você naquela droga de ponte?! - Gritei, meus punhos já estavam cerrados e prontos pra amassar seu rosto.

— Aquilo? Pfft! - Zombou - Como você não notou que era eu, Kara?

— Eu estava muito ocupada recebendo ameaças de alguém que eu supostamente desconhecia! - Ativei a segurança máxima do lugar. Daqui ele não escaparia.

— Kara, espera. Eu não queria-

— Mas fez! - Meus olhos estavam ardendo, sabia o que viria agora. Minha visão de calor foi ativada. Mirei na direção do garoto, que se esquivou com agilidade. Ele correu para perto de mim e me lançou vários socos.

— Eu queria chamar sua atenção. Funcionou, pelo visto.

— Por que não faz um alerta que nem o do Batman? Seria mais eficiente! - Reclamei.

Ele começou a flutuar. Peguei o seu pé o atirei contra uma parede. Ele teria atravessado se esta não fosse revestida por um material mais potente.

— Para! - Berrou, usando sua telecinese para jogar um objeto contra mim. Utilizando minha visão de calor novamente, estava aos pedaços - Kara, me desculpa!

— Por que fez isso? - Me abaixei, ficando de joelhos. Minha capa vermelha cobria minhas pernas e minha própria vergonha. Uma lágrima idiota desceu pelas minhas bochechas. Fechei os olhos, reprimindo alguns soluços.

Kon-El ficou ao meu nível, tocando em meu queixo e erguendo-o.

— Eu vou te compensar. Prometo.

— Você é irresponsável, Conner. - Murmurei - Quando foi a última vez que obedeceu ao Superman?

— Kara, me dê uma segunda chance. Por favor.

Ele me olhou com tristeza e total arrependimento. Parte de mim queria esganá-lo e atirá-lo na Zona Fantasma. Mas outra parte olhava Conner como um adolescente rejeitado pela própria vida. Alguém sozinho. Uma alma que precisava de ajuda.

O que aconteceria se eu deixasse essa pobre alma solta pelo mundo?

— Tudo bem. - Respondi com raiva - Mas se me decepcionar, espero que nunca mais ponha seus pés em National City.

— Justo.

Ele me ajudou a levantar. Limpei minha saia e a capa rubra. Ela me lembrava do sorriso caloroso do Clark, o que me deixava feliz.

— O que você costuma fazer aqui, fora treinar? - Questionou.

— Normalmente eu espero por uma missão. Às vezes ajudo Winn, Alex ou... James com algo. - Ele tentou esconder uma risada abafada - O que foi?

— Esse James deve ser importante pra você. Quando falou o nome dele, suas bochechas ficaram vermelhas. Seus batimentos cardíacos quase me deixaram surdos, por sinal. - Fiquei ainda mais vermelha.

— F-Ficou tão óbvio assim? - Pedi, cobrindo as bochechas.

— Só um pouquinho.

Estávamos prestes a deixar a sala, quando ouvimos a voz de Hank por um dos transmissores.

Supergirl, temos um problema próximo ao banco da cidade.

— Eu vou ter que ir, Conner. - Falei para o menino - Fique aqui com os outros.

— Espera! - Me puxou fortemente pelo pulso - Eu posso ir com você.

— Kon, os crimes dessa cidade não são como os da sua.

— Essa foi a melhor justificativa pra me afastar da missão? - Debochou, cruzando os braços - Escuta, eu até trouxe o meu uniforme!

— O que acha que National City pensaria de mais uma pessoa que consegue voar? Que consegue fazer coisas magníficas, que nenhum outro humano consegue fazer? - Perguntei, procurando mudar seu pensamento. Conner, porém, parecia estar certo do que dizia.

— Deixe que eu saiba como eles vão lidar. - Fiquei em silêncio por alguns segundos. Revirei os olhos e por fim, bati em suas costas.

— Certo. Mas tome cuidado.

Eu já estava com meu uniforme, Kon foi pôr o dele. Quando voltou, pude ver uma outra pessoa. Ele não parecia mais com Conner Kent, o garoto que morava no Kansas. Ele era o Superboy.

Seu traje era todo preto, uns traços vermelhos percorriam por algumas dobras de seu corpo. Havia, assim como no meu uniforme, um "S" estampado em seu peito. O "S" da Casa dos El. Ele não era exatamente um kryptoniano, mas possuia o símbolo que nos lembrava a esperança.

— Vamos.

. . .

Sobrevoamos por National City como pássaros. Ao chegar perto das cordenadas enviadas por Winn, descemos. O alarme do banco estava disparando, havia uns 3 caras cheios de sacolas de dinheiro. Que clichê...

— Parada aí, mocinha! - Disse um dos desgraçados - Mais um passo e eu atiro!

— Eu te desafio a tentar, idiota! - Com meus punhos para frente, voei em sua direção, dando-lhe um soco certeiro. Superboy lançou um carro contra os dois outros bandidos, que portavam armas maiores.

Um deles conseguiu escapar. Ele mirou a arma para Conner e puxou o gatilho. Assim como eu e meu primo, Conner era invulnerável. Quando as balas atingissem seu corpo, seria como receber picadas de parafusos. Mas, diferentemente do que pensei, não saíram balas da arma e sim um raio verde, que fez Conner ser atirado para longe.

— Superboy! - Gritei, indo a sua direção. Ele estava se contorcendo no chão, pedindo por ajuda.

— K-Kryptonita. - Ele sussurrava com dificuldade - O r-raio tem... kryptonita.

Meus olhos voltaram aos e canalhas que estavam quase intactos, mesmo depois de tudo.

— Aguenta, por favor. - Falei para Conner - Eu já volto.

— Não! - Rebateu, tentando levantar - Eu vou com você.

Eu diria que era perigoso ele ser atingido por mais um raio, mas eu estava precisando de ajuda. Conner estalou o pescoço e sorriu de leve para mim.

— Eu estou bem, agora. Mas precisamos de algo para-

O garoto terminaria de falar, mas foi interrompido por uma rajada forte de vento, que se originou do nada pelo céu. Era o Superman! Meu primo, diferente das outras vezes, usava um uniforme diferente. O "S" tinha uma cor mesclada.

Ele partiu em direção aos ladrões e empurrou todos os 3. Eles atiraram novamente, atingindo Superman. Ele, porém, não caiu no chão, sequer parecia ter sido afetado pela kryptonita. Eu e Conner nos entreolhamos com confusão. Por fim, Clark quebrou as armas deles com sua visão de calor.

O trabalho final ficou para Superboy e Supergirl. Com minha força e a telecinese de Conner, dobramos uma barra de ferro resistente ao redor dos 3, evitando qualquer tipo de fuga. As viaturas da polícia chegaram no local e os prenderam.

Superman desceu para nosso nível e lançou-me o sorriso magnífico que sempre ostentava, mas quando olhou para Conner, toda a felicidade que tinha foi destruída.

— O-Oi, Clark. - Falei, nervosa - Então... eu já te falei que Superboy estava por aqui?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Esperança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.