A mestiça escrita por Mila 12
Notas iniciais do capítulo
27.02.2017
Abri os olhos devagar sentei na cama onde estava. Orochimaru estava sentado numa poltrona e me encarou.
— Está livre para ir até o jardim, mas se passar desse limite não terei outra escolha a não ser tranca-la – ele falou e saiu.
Olhei para o fim da cama e vi um vestido verde claro estendido, tomei banho e o coloquei olhei-me no espelho e puxei uma mexa de cabelo que estava castanho. Passei a mão sobre o pescoço não encontrando o colar. Olhei no quarto e sai correndo a procura de Orochimaru.
Bati na porta de seu escritório e entrei, Orochimaru me encarou eu respirei fundo.
— Meu colar – falei com a respiração acelerada.
Ele me encarou e pegou em uma gaveta uma caixinha que abriu rápido e veio ao meu encontro. Ele colocou o colar em meu pescoço e minha respiração se regularizou. Ele ainda me encarava pedindo uma explicação.
— Há quantos dias eu estou aqui? – perguntei.
— 6 dias.
— Você pegou o colar quando me capturou? – perguntei.
— Sim, o que ele tem de especial? – ele perguntou.
— Minha mãe colocou um feitiço quando eu nasci para eu não morrer – falei.
— Desculpe – ele pediu.
Assenti e ele me abraçou. Depois sai observando tudo a minha volta. Senti uma cutucada em meu ombro e olhei para traz. Kimimaro estava sorrindo, nos abraçamos e ele me girou no ar. Ele me puxou para fora e me mostrou um arco em flecha.
— Você se lembra de como aprendeu? - ele sorria convencido.
Revirei os olhos e peguei o arco, tinha um tempo que eu não atirava apenas por diversão. Passamos a tarde brincando. À noite nos deitamos na grama para observar as estrelas.
— Como está Dai? – ele perguntou.
— Deve estar bem – falei – Ele voltou há dois anos.
— Então ele realmente se entregou a meu pai – ele perguntou.
— Sim, ele se tornou um vampiro – falei.
— Pensei que ele não seria burro para fazer isso – ele comentou.
— Seu pai criou uma ilusão tanto para mim quanto para ele sob as ordens de Orochimaru – falei.
— Naquele dia ele acabou perdendo o amor de sua vida e eu – Kimimaro falou.
— Seu pai não sabia que você estava com Orochimaru? – perguntei.
— Não, mas Orochimaru acabou me salvando – ele respondeu.
— E vocês fizeram um trato, não é? – perguntei.
Ele assentiu.
— Como será que papai está? – ele perguntou.
— Orochimaru manipulou uma visão onde ele matava Madara – falei e ele me encarou, mas desviou ao ouvir um barulho nas arvores.
— Olha se não é o garoto ossos.
Os quatro vampiros estavam a nossa frente tirando sarro de Kimimaro.
— Sakon, já lhe disse – Orochimaru apareceu – Relate.
— Eles conseguiram uma cura – falou Sakon, o de cabelos brancos e dois corpos.
Orochimaru assentiu e entrou. Os quatro também entraram. O que eles haviam feito no vilarejo?
— Acho melhor entrarmos – Kimimaro falou.
Entramos e eu fui para meu quarto e me deitei. Fechei os olhos e respirei fundo.
Todos corriam de um lado para o outro ajudando as pessoas ou reconstruindo casas entre outros. O vilarejo estava quase no chão. Procurei por Daisuke o encontrando no hospital com várias bandagens pelo corpo. Devia ter enfrentado os quatro, sozinho.
Sasuke estava em meu quarto ele olhou uma foto que estava eu, Kimimaro e Daisuke, aquela foto havia sido tirada antes de Dai ir treinar com nosso “avô”. Sasuke suspirou e colocou o retrato no lugar.
— Não deveria ter a deixado Sakura, mas quis me redimir com todos que machuquei enquanto estava cego e a única pessoa que não consegui fazer isso foi com você.
Ele olhou ao redor e saiu do quarto. Naruto chegara e se jogou no sofá, todos estavam exaustos.
Levantei e entrei no escritório de Orochimaru no outro dia. Ele me encarou.
— Pensei que iria parar com a guerra – falei.
Ele se levantou e me segurou pelos ombros.
— Ah uma cabeça a mais nessa história, não posso fazer nada, meu amor - ele falou beijando minha testa.
Ele me levou até meu quarto.
— Tente se distrair, eu estou tentando.
— Deixei- me ir ajuda-los – pedi.
— Eu preciso de você aqui, segura – ele falou.
Suspirei e ele se virou para sair.
— Fique despreocupada não fiz nada com Madara – ele falou e fechou a porta.
Observei melhor o quarto havia uma prateleira cheia de livros, peguei um aleatório e comecei a ler, não poderia fazer nada, não conseguiria nem chegar ao vilarejo. Acabei me distraindo e não percebi o tempo passar. Ouvi a porta se abrir.
— Sakura trouxe seu almoço- Orochimaru colocou uma bandeja ao meu lado na escrivania – Vejo que se distraiu.
Ele beijou minha testa e foi devagar até a porta.
— Não se esqueça de comer – ele falou e saiu.
Li mais um pouco, comi e voltei a ler o livro depois de um tempo lendo meus olhos se fecharam e eu acabei dormindo.
Orochimaru
Tranquei a porta do quarto dela, seria necessário não poderia arriscar a segurança dela. Fui para meu escritório e sentei em minha mesa e olhei a foto onde estava eu e Hana, nesse dia ela havia me puxado e alguém tirou uma foto nossa e ela deu para mim, falando que era para se nos separássemos algum dia, ela sabia de tudo no final.
Ouvi a porta se abrir e um homem com várias bandagens entrar.
— Como vai? – ele perguntou sorrindo e se sentando.
— O que queria conversar? – perguntei.
— Meus aliados relataram que a princesa Haruno não estava em Konoha – ele falou – Sabe de algo?
— Não, por que a quer? – perguntei.
— Ela é a mente atrás de muitos planos, sabia que ela descobriu a cura para o que você criou? – ele perguntou.
— Não sabia – falei.
— Se tiver novidades me avise não esconda nada sabe as consequências – ele falou e saiu.
Suspirei, então foi Sakura que conseguiu descobrir a cura para a marca. Ela era realmente brilhante, nem eu mesmo sabia.
Sakura
Abri os olhos e fechei o livro olhei para o lado e vi um homem que logo desapareceu. Peguei um lápis e um papel e desenhei o homem como consegui ver, coloquei o papel dentro do livro e olhei a porta tinha um mau pressentimento. Tentei abrir a porta, mas a mesma estava trancada. Suspirei e me sentei na escrivania e peguei outro livro par ler. Ouvi alguém entrando e colocando a mão em minha boca, olhei para Sasuke que sorriu e fez sinal de silencio. Peguei o desenho e guardei; Sasuke me colocou em suas costas para ser mais rápido.
—Aonde vai com minha sobrinha? – ouvi Orochimaru perguntar.
Sasuke o encarou nos olhos e Orochimaru caiu no chão desacordado. Sasuke passou por ele e corria nos longos corredores prestando atenção em cada curva que fazia. Vi Kimimaro falando com Daisuke e desço das costas de Sasuke dando um abraço nos dois. Olhei Kimimaro.
— Nunca mais faça isso – Daisuke falou.
— Temos que achar Madara – falei.
— Ficou louca? – Sasuke perguntou.
— Depois explicamos, voltem ao vilarejo, eu e Kimimaro vamos atrás dele – falei.
— Vá com eles Sasuke – Daisuke falou e saiu correndo.
Começamos a correr e paramos na frente da casa onde Madara deveria estar. Entramos e olhamos em volta, corri ao escritório com os dois atrás de mim. Abri a porta e estava vazio. Suspirei, o cheiro de sangue invadiu o ambiente e corremos em direção à sala onde o cheiro estava mais forte. Parei ao vê-lo ajoelhado como na visão, ele segurava a parte esquerda do corpo, mas não era Orochimaru e sim outro homem. Ajeitei a flecha e mirei no homem que me encarou.
— Que gentileza vir até mim – ele falou.
— Se afaste dele e solte a katana – falei.
Ele fez o que pedi, fácil demais. Kimimaro foi até o pai e o ajudou a levantar.
— Quem é você? – perguntei.
— Sou seu dono – ele falou sorrindo.
— Não pertenço a ninguém – falei.
Ele riu.
— Sabia que agora só existe uma pessoa que tem visões do passado e do futuro, podendo alterar o que acontece? – ele perguntou.
— Aonde quer chegar? – perguntei.
— Sakura vamos! – Sasuke falou.
Olhei o homem que sorriu
— Nós veremos novamente aguarde – ele falou e desapareceu...
Voltamos ao vilarejo, fui para casa, tomei banho e sentei na cama encarando o nada. Ainda tinha as palavras daquele homem no pensamento. Peguei o desenho, era o mesmo homem, mas quem era ele afinal?
Ouvi a porta ser aberta e encontrei o olhar de Sasuke quando olhei. Ele se sentou à minha frente.
— Desde que cheguei você está distante – ele comentou.
— A guerra me tirou muito tempo, afinal tenho que cuidar para que ninguém se machuque – desabafei.
— Está fazendo bem isso, eu não conseguiria – ele falou sorrindo.
Sorri fraco para ele que me encarou com mais intensidade.
— Está pensando no que aquele homem disse não está?
— Quando estava com Orochimaru, aquele homem apareceu no meu quarto – falei entregando o desenho a ele – Ele tem algo familiar.
- Por hora, se distraia – ele falou – Se isolar não é a solução.
— Não se preocupe, vou dar um tempo nas pesquisas – falei.
Ele sorriu.
— Então terá tempo – ele afirmou sorrindo.
Ele aproximou seu rosto e colocou seus lábios nos meus. Separamos-nos e eu desviei o olhar para baixo.
— O que aconteceu com você? Está muito diferente.
— Descobri coisas sobre meu passado – falei.
— Coisas boas? - ele perguntou.
Antes de eu responder Kimimaro abriu a porta com um sorriso, o encarei.
— Amanha meu pai poderá sair do hospital – ele falou.
— Obrigada Kimimaro – falei.
Ele sorriu e se foi. Olhei para Sasuke que tinha o olhar perdido.
— Como pode ficar feliz por Madara estar bem? - ele perguntou.
— Madara foi como um pai para mim – falei.
— Madara não se importa com nada além de poder.
— Sasuke, ele apenas seguia ordens.
—Ele matou meus pais, ele é um traidor!
— Foi uma ilusão.
— Como você pode saber qual é a verdade? Não estava lá!
— Ele estava te protegendo – falei – Eu também passei uma vida baseada em uma ilusão – soltei.
Ele olhou para baixo, esperava que eu falasse mais, que esfregasse na cara dele que ele não era o único. Peguei em suas mãos e ele me encarou.
— Você confia em mim? – perguntei e ele assentiu – Então, por hora tente ser gentil, ele é seu tio – falei.
Ele assentiu novamente. Ele olhou para o retrato ao lado de minha cama, era minha mãe grávida de mim, meu pai e meu irmão.
— Não sei por que somos tão diferentes se aconteceu à mesma coisa.
— Cada um agiu da maneira que achou que era certo. Meu irmão havia acabado de voltar da casa de meus avos após um mês, eu apenas o queria por perto – falei.
Ele sorriu parecia distante.
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