Onde Ele Está? escrita por Mister Jhon


Capítulo 1
Onde Ele Está?




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Estamos vivendo num mundo onde quase todas as coisas são possíveis, um mundo onde está tudo tão diferente dos padrões que nos deixaram de lado há poucos anos. Hoje, quase ou tudo se resume à internet, à namoros precoces e ao sofrimento imaturo. Não sabemos quando isso irá acabar, mas temos certeza de que isso está para acabar com a vida e autoestima de muitos jovens por aí, como é o caso de Jerry.

            Jerry é mais uma pessoa habitante do planeta Terra, ainda é muito jovem, chegando recentemente à casa dos 16 anos. É um menino homossexual, chegando, recentemente também, à casa do “namoro jovem”.

            O que o torna especial é sua capacidade de persistência. Por longos anos e meses estivera à procura da “pessoa ideal”. No final do ano passado, finalmente, conseguiu achá-la: o menino chama-se Henrique.

Henrique foi “o” cara que enchera os olhos de Jerry de alegria “eterna” : era um menino doce, gentil, bonito, simpático e engraçado, tudo o que Jerry queria.

No começo de tudo, era tudo tão perfeito, mas as brigas constantes vieram a assombrar o casal feliz. Henrique era muito ciumento e dramático, enquanto Jerry era tranquilo e impulsivo, fazendo algumas coisas que irritavam e magoavam Henrique, como: falar com outras pessoas, demorar um pouco para responder às mensagens, ser  uma pessoa inocente, e, também, esperar a bondade de todos.

                O pequeno tempo em que eles estiveram juntos, quase 3 meses, foi o suficiente (ou não) para aprenderem muitas coisas juntos, amarem-se bastante e estarem muito felizes um com o outro. Mas, numa bela tarde de domingo, uma crise bem mais forte de ciúmes, mais forte que as anteriores, acabou tornando-se uma bela dor-de-cabeça para ambos, onde ambos saíram magoados e estressados.

O “dom” da impulsividade de Jerry fez com que Henrique ficasse magoado, e o “dom” do drama do Henrique fez com que Jerry ficasse estressado.

Anoiteceu, ambos ficaram refletindo, em suas casas, no maior erro que cometeram: afastar-se um do outro. Ambos os corações palpitavam com uma força tão grande que não houve explicação disso além da “dor do amor”.

Ambos pegaram o telefone e ligaram um para o outro.

— Oi. Como está você? – disse Jerry à Henrique.

— Não sei lhe dizer. Acho que estou seguindo a vida. Você deveria fazer o mesmo. – respondeu Henrique.

Mas como vou seguir sem ter você ao meu lado? – novamente argumentou Jerry.

— Eu selei meus sentimentos. Estou bem assim, sem sofrer, sem guardar mágoas e sem chorar. Apenas vou reabrir meu coração quando uma pessoa que faça tudo o que fiz por você me aparecer e me fazer feliz. – novamente respondeu Henrique. Jerry acabara de ficar em silêncio, chocado com o que acabara de receber.

— O que posso fazer para ter você novamente para mim? – disse Jerry, chorando.

— Não sei. Pense você. Tenho que ir agora. – Henrique encerrou a ligação.

                Com isso, Jerry acabara de permanecer em estado de choro e choque. O que antes eram várias demonstrações espontâneas de amor, agora, viraram-se intensas e forçadas demonstrações de fidelidade e capacidade para amar de volta.

Alguns dias se passaram, mas Jerry não saía de seu quarto, chorando e esperando com que Henrique mandasse alguma mensagem à ele. Todos os dias acordara com uma estranha sensação de desconfiança e medo que lhe apertavam o peito, não conseguia comer nem se concentrar direito nas coisas. Até a mãe viu o estado do filho, os amigos tentaram apoiá-lo a reerguer-se no caminho da luz e alegria que sempre andara, sozinho, mas com o passar do tempo, com seus amigos especiais. Não poderia acontecer a Jerry o fato de querer encerrar sua vida por causa de uma pessoa, afinal, Jerry estava mesmo querendo cometer suicídio.

                Inesperadamente, numa manhã desesperançosa para Jerry, eis que surge uma mensagem em seu celular. Era Henrique.

Meu amor. Como você está?— Henrique teve a audácia de perguntar isso.

Estou tentando levantar para a vida, mas não consigo.— respondeu Jerry.

Não estamos mais namorando, entenda isso. — esclareceu Henrique.

                O que havia se transformado em esperanças de reconciliação, acabara de tornar-se um pesadelo para Jerry.

O destino fez com que ele se humilhasse por aquele que o dispensou, fez com que ele chorasse na frente de todos, implorasse na frente de todos para que tivesse sua “felicidade” envolta em seus braços magros novamente. Fez com que ele quase cometesse suicídio para que Henrique o notasse, fez com que ele cortasse seus pulsos, de maneira leve, mas que sangrara bastante, para que Henrique tivesse piedade, fez com que ele fizesse mil e uma coisas por aquele cara que ele amava bastante. Fizera, também, com que Jerry se torturasse, perguntando a todo o momento “Onde Henrique está? Onde ele está? Preciso dele! Onde ele está?”. Foi uma tortura psicológica e física que Jerry fez consigo mesmo, infelizmente.

Infelizmente, novamente, estamos vivendo num mundo onde quase todas as coisas são possíveis, um mundo onde está tudo tão diferente dos padrões que nos deixaram de lado há poucos anos. Hoje, quase ou tudo se resume à internet, à namoros precoces e ao sofrimento imaturo, corridas desesperadas para provar nossos sentimentos à alguém, não importando se cometeremos humilhação pública. Eis o perigo de se envolver precoce e cegamente em algo que não temos total certeza de que será um êxito total.

Apesar de todo o sofrimento que Jerry passou, eis que outra ligação vem à tona.

Jerry, desculpa por tudo o que fiz com você. Você, apesar de tudo, quer namorar comigo de novo?— pergunta Henrique, suspirando, com voz de choro.

                Jerry acabara de ficar estático, totalmente descrente no que acabara de escutar.Agora, cabe a Jerry escolher o que ele vai querer para sua vida: desprender-se e procurar pessoas melhores ou arriscar-se, novamente, vivendo e absorvendo os espinhos desse amor quase (ou totalmente) abusivo. O destino é tão incerto, tanto que não posso descrever totalmente o que acontecerá com os dois, ou posso, quem sabe, numa próxima crônica...  


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Notas finais do capítulo

Isso foi uma história real, aconteceu comigo, porém, como de costume, "metaforizar" os nomes foi algo crucial.



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