For All Of Time escrita por Monamors


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Bem eu sempre tive uma SHIP único por Romione, mesmo não aplacando meu OTP jilly, a relação deles nos livros sempre foi muito bem trabalhada, era algo esperado pela maioria das pessoas que leu os livros. Ontem eu decidi procurar algumas Fanfic's sobre eles, acabei encontrando menos do que eu esperava e foi isso que me levou a escrever esta One e também alguns videos no youtube.
Espero que gostem.



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Depois de tantos anos, tantas brigas, mas o mais importante tanto amor, me diga como fomos parar aqui? Aqui nesta casa vazia, uma casa repleta de amor e cheia de momentos que mereciam ser lembrados?

Eu podia andar por todos os cômodos, mas em nenhum eu iria encontrá-lo, pois ele havia pegado suas coisas e batido a porta, antes mesmo que eu pudesse abrir a boca para falar algo. Há exatamente três meses, 10 dias, 6 horas e 24 minutos, ele achou que a decisão de morarmos juntos seria uma grande ideia, afinal quase não conseguíamos nos ver, mal sabia ele que esse seria o motivo do nosso fim, na verdade eu também não sabia afinal quem não gostaria de morar com o garoto pelo qual sempre foi apaixonada? Mesmo ele tendo o emocional de uma colher de chá, não entendendo nada do universo feminino ou deixando a toalha sobre a cama.

Eu não conseguia respirar sabendo que voltaria para casa e não encontraria com ele tentando cozinhar algo ou usando utensílios trouxas que ele se esquecia de ligar na tomada, sem aquela frase habitual dele dizendo “Bom dia Mione, eu queimei as torrada, mas essa coisa não funciona direito mesmo”.

Desde os onze anos eu conhecia aquele garoto ruivo e seu sentimental de colher de chá, ele foi o único que me fez sentir que estava em casa mesmo não estando, me chamou de irritante sabe tudo, mas me defendeu quando me chamaram de sangue ruim, a única coisa que me prendia no mundo magico era quem deixado um bilhete e ido embora, mas dessa vez ele não voltaria, não depois daquele bilhete, ela conseguia sentir seus pulmões sendo forçados a respirar enquanto fechava seus olhos e as lagrimas escorriam pelo seu rosto.

— Hermione, você não pode mais agir assim! – Gritou uma Gina enfurecida enquanto puxava as cortinas do quarto, fazendo a luz entrar diretamente em seus olhos. – Levante essa bunda gorda da cama e faça alguma coisa.

— Se você não consegue notar eu estou fazendo. – Respondeu mal humorada.

— Pois eu não vejo Hermione, não estou vendo você fazer nada, só ficar em casa trancada agarrada nessa camisa do Rony chorando. – Gina parou para tomar folego. – Isso não é fazer algo, tomar banho e colocar uma roupa além de pijamas é fazer algo, sair e falar mal do meu irmão é fazer algo, ir lá n'Toca e dar um soco na cara dele isso é fazer algo, você não está fazendo nada. ENTÃO ME FAZ UM FAVOR? LEVANTA SEU CORPO E VÁ FAZER ALGO, mas de preferencia tome um banho antes. – Gina não parava de lançar o olhar “Molly Weasley” e aquelas cordas vocal dela não ajudavam em nada, não que eu tivesse medo da Molly, nunca.

Hermione não se movera um milímetro, mas encarava a amiga enquanto se agarrava a camiseta vermelha manchada de Rony, aquela que continha seu cheiro meio doce, meio amadeirado, que ela adorava sentir toda a vez que seus corpos se aproximavam.

— Eu não quero levantar Ginevra, eu quero ficar bem onde estou, me deixa sofrer quieta, não sou você Gina, não consigo sair e sorrir enquanto esta tudo mal.

— Você é Hermione Granger a garota mais inteligente de Hogwarts, minha melhor amiga, não lembra quando você me disse que eu devia me acalmar e agir normalmente na frente do Harry? Que só assim ele veria quem eu realmente era? Hermione seja quem você é, essa não é você, aceita meu conselho está mais na hora de retribuir o seu. Levanta a bunda dessa cama, vai tomar um banho e colocar sim um sorriso no rosto, que cedo ou tarde Rony vai perceber que foi um erro ter saído por aquela porta. – Dizendo isso ela saiu do quarto fechando a porta.

Os dias passaram lentamente, Hermione continuava magoada, mas tentava sorrir enquanto caminhava pelos corredores do Ministério da Magia cumprimentando os rostos conhecidos até chegar por fim em sua sala, encontrar uma pilha de papeis sobre a mesa e aquele retrato em que continha uma foto dos dois abraçados no dia de sua formatura em Hogwarts.

— Mary, algum recado para mim? – Disse ela após ter discado o ramal da secretaria, que a todo o custo Hermione tentava fugir, não que Mary fosse uma pessoa má, ela só era uma senhora estranha, às vezes murmurava coisas estranhas quando estava sozinha.

— Não senhorita Granger, nenhum, apenas uma reunião com o departamento de aurores hoje à tarde – A voz sonhadora da velha Mary não soava como dela, Hermione estava pronta para desligar quando ela continuou. –. Sabe senhorita, sem querer me intrometer, mas você devia acalmar seu coração, jovens não devem desperdiçar o tempo chorando, tenho certeza que algo bom esta em seu caminho. – Após dizer isso ela desligou o ramal onde Hermione só pode ouvir o silencio através da outra linha.

A reunião com os Aurores tinha sido demorada e cansativa, ela já não aguentava mais aquele olhar de interrogação no rosto de Harry, sabendo que ele a conhecia muito bem e sem sombra de duvidas notava que suas olheiras decorriam das noites mal dormidas e que seu rosto estava inchado, pois ela ainda chorava todos as noites.

— Mione? Podemos conversar? – A voz de Harry surgiu atrás dela, ela o encarou enquanto pensava em uma maneira de sair daquele dialogo com Harry, ela não queria falar nada sobre aquilo, já fora o suficiente ter seu coração partido sem ao menos saber o porquê.

— Olha Harry me desculpe, mas estou atrasada, realmente atrasada. – Falou ela enquanto amontoava vários papeis e saia rapidamente da sala que antes se encontrara com Harry e mais cinco aurores, enquanto ela se distanciava em passos apressados conseguiu ouvir “Você não vai conseguir fugir de mim para sempre Mione.”.

Seu corpo estava relaxado abaixo da agua quente enquanto ela pensava que Rony não havia voltado nem para pegar sua camisa vermelha favorita, aquela a qual Hermione agora dormia agarrada todas as noites, “Porque você fez isso com a gente Rony?” sua mente pensava cansada, ela escorregou pela parede caindo sentada com um baque surdo no chão enquanto abraçava seus joelhos e a agua do chuveiro caia sobre sua cabeça. Ela devia ter ficado por alguns minutos a mais do que deveria ali, apenas encarando a parede, pois quando olhou o relógio marcavam exatamente sete horas e quarenta e cindo da noite, ela lembrava ainda do convite de Gina para tomar um café em um pub próximo ao seu apartamento, ela vestiu a calça jeans e a blusa de manga comprida sem a mínima vontade para depois observar seu reflexo no espelho, aquela não era ela, realmente a face cansada, os olhos sem vida, nem o sorriso simples que ela sempre tivera ali, Rony definitivamente acabara com ela, mas isso era algo que ela não devia pensar. Fechou seus olhos com força controlando sua respiração e tentou colocar um sorriso no rosto como Gina tinha dito-lhe para fazer, não era um sorriso verdadeiro, mas ainda assim era um sorriso, agarrou sua bolsa na mesa de entrada e aparatou.

— Olha primeira vez em cinco dias que encontro minha melhor amiga sorrindo. – Disse Gina abraçando forte. – Harry me disse que a encontrou hoje à tarde, mas você teve a decência de fugir dele.

— Quem eu? Eu não fugi de ninguém Gina. – Disse Hermione sem olha-la, ela ergueu o braço chamando o atendente, após alguns segundos um homem que tinha o rosto de bebe foi perguntar-lhes sobre o pedido, enquanto o anotava atentamente num bloquinho.

— Sabe talvez você devesse falar com ele, tentar entender. – Gina ainda encarava Hermione enquanto falava isso vendo a expressão da mesma ficar um tanto abalada com aquela frase.

— Com quem? Harry? Ele não entenderia nada, ele demorou seis anos para ver você.

— Com Rony, Hermione, com o babaca do meu irmão. – Hermione ao escutar aquilo fez cara de desentendida e começou a encarar o homem que trazia os cafés. – Não adianta fingir que não me escutou, sei muito bem que esta prestando atenção em tudo.

O homem de mais cedo lhes entregou o café com um guardanapo onde havia seu nome e numero escritos, Hermione mostrou para Gina antes de amassa-lo e o jogar de lado.

— Não quero conversar com ele.

— Mas vai, pois ele esta vindo aí. – Essas foram as ultimas palavras de Gina antes de pegar seu copo de café, levantar e sair pela porta do pub.

Vindo em sua direção estava Ronald Weasley  e a única coisa que ela conseguiu fazer foi fechar os olhos enquanto bebia o café tentando não surtar com ele em um lugar publico Hermione sempre fora orgulhosa, não dava o braço a torcer até que ela comprovasse estar certa, ela sempre estava, mas não daquela vez, pois ele havia voltado, ao menos estava parado na sua frente a encarando.

— Eu poderia me sentar? – A voz dele baixa quase inaudível fez Hermione despertar e encara-lo, seus olhos brilhantes ainda estavam ali como da ultima vez, ela concordou com a cabeça e o viu sentar onde antes era o lugar de Gina.

“Como foi que chegamos aqui Rony?” seu inconsciente sussurrava aquelas palavras no fundo de sua mente.

— Me desculpe Hermione. Eu não devia... – Ele tentou falar, mas foi interrompido.

— Desculpa não resolve as coisas Ronald, não mais.

— Você não esta entendendo nada Mione, eu não queria, eu sinto muito, não devia ser desse jeito, era pra ser especial. – Ele suspirou enquanto tentava em vão aproximar suas mãos das da garota.

— Eu não entendo o que Rony? Que você simplesmente disse que não me queria mais por um bilhete? Eu lembro exatamente as palavras que você disse “Leia o bilhete você ira entender tudo Hermione.” E saiu batendo a porta. – Hermione suspirou abrindo a bolsa e pegando um papel todo amassado. – No bilhete diz “Não te amo mais, mentiria se dissesse que ainda te quero, sinto que você não significa nada, e nunca usarei a frase eu te amo.”.

Rony encarou-a perplexo, ela não havia entendido nada, as lagrimas começavam a cair em sua face, pequenas gotinhas faziam um passeio por seu rosto.

— Mione? – Ele falou calmo. – Você não entendeu nada, às vezes sua inteligência não colabora de verdade.

— Ótimo,  agora fale mal mim mesmo. – Ela limpou as lagrimas e socou o papel dentro da bolsa de qualquer jeito, preparando-se para sair daquele lugar, cada vez ela se sentia mais sufocada.

— Leia o papel de cima para baixo Mione, só faça isso antes de ir. – Ele disse fazendo com que ela parasse no lugar puxando o papel novamente para sua mão ela olhando atentamente.

— Eu te amo e nunca usarei a frase você não significa nada, ainda te quero, mentira se dissesse que não te amo mais. – Como ela não havia pensado naquilo antes, claro Rony tinha o sentimental de uma colher de chá, exatamente por isso ela não via o que estava na sua frente. – Isso não quer dizer nada, você saiu de casa, foi e não voltou mais.

— Sim, eu achei que Errol havia lhe entregado o bilhete falando que iria para Toca organizar algumas coisas. Tinha que ser tudo perfeito Mione. – Ele disse mirando seus olhos.

Olhar para ele a fazia querer entrar em um dos seus abraços e não solta-lo mais, era isso que ela queria naquele momento, sentir seu cheiro e enterrar a cabeça em seu peito, mas ela se controlou.

— Perfeito o que? – Apenas aquelas palavras saíram de sua boca.

— Venha comigo, quero te mostrar o que eu estava fazendo toda essa semana. – Ele levantou estendendo sua mão para ela.

O click da aparatação foi sonoro, a Toca estava cheia de luzes e algumas flores espalhadas pelo caminho do jardim, ao chegarem à parte dos fundos da casa onde havia muitas arvores o caminho de flores desapareceu mostrando então o céu estrelado ao redor dos dois e algumas linhas com varias fotos dependuradas nos galhos das arvores.

— Maravilha agora você vai-me dizer que organizou a constelação estelar pra mim? – Ela bufou cruzando os braços.

— Aquele bilhete Hermione foi apenas um jogo de palavras, que sua mente inteligente devia ter percebido. – Ele disse soltando suas mãos das dela.

— Foi um bilhete estupido, quem lê coisas de baixo para cima? – Seu tom de voz já estava quase alterado.

— Hermione deixe-me fazer o que eu vim fazer? Podemos por favor, deixar o bilhete de lado, foi apenas um jogo de palavras que pensei que depois desses anos juntos e esses três meses no mesmo recinto iriam ser decifrados rapidamente. – Ele falou isso tentando manter a calma, mas era visível na sua expressão que ele estava ansioso, nervoso.

Hermione continuou de braços cruzados o encarando, ela esperava o pior, depois de tudo que acontecera com eles era impossível não pensar.

— Eu te conheço praticamente a minha vida inteira, tivemos tantos momentos juntos, tanto bons quanto ruins, mas você sempre esteve lá por mim, me desculpe por ser um completo idiota e não te chamar para o baile de inverno desculpa te magoar e também todas as coisas que eu já fiz de errado tanto as pequenas quanto as grandes. – ele parou um segundo para respirar, então ele voltou a falar. - Obrigada Hermione por me dar os melhores momentos da minha vida e me ensinar o que é o amor, você não imagina o medo que eu tenho de te perder, você é uma das coisas mais importantes que eu tenho na minha vida e tudo que eu mais quero agora é oficializar este sentimento tão bonito que nós temos. Faça-me o cara mais feliz  Hermione pois eu prometo tornar cada dia único ao seu lado, você Hermione Jean Granger aceita casar comigo? – Após seu discurso, treinado muitas vezes em frente ao espelho, diga-se de passagem, ele encarou-a vendo seus olhos cheios de lagrimas, ele queria chorar junto a ela, abraça-la, sentir seu cheiro próximo a ele.

— Você é um completo idiota, Ronald Bilius Weasley, você não devia ter feito isso! – Ela exclamou alto demais.

— Isso é um não Hermione? – Sua expressão parecia triste enquanto ele abaixava seu olhar encarando agora os pés da garota.

— Você some por uma semana de casa, deixa um jogo de palavras em um bilhete e bate a porta antes mesmo de me explicar alguma coisa. E agora espera que eu lhe diga sim?  - Ela suspirou enquanto massageava as pálpebras encostada em uma árvore, Hermione já tinha amolecido no bar, mas ela não deixaria Rony saber daquilo, queria ver até onde ia esse falatório dele em casamento.

— Talvez. – Ele olhou para o lado.

— Mas estava errado, pois eu não sou uma boneca de pano Rony eu tenho sentimentos e tudo aquilo que você escreveu não sai da minha cabeça.

— Era só um jogo Hermione, uma brincadeira que li em algum livro trouxa depois da vigésima vez que falou do meu sentimental de uma colher de chá. – Ele conjurou a revista mostrando um titulo em negrito “Como fazer surpresas ao seu amor.” – Por favor, nunca diga ao Jorge que eu li isso.

Ela sorriu, pela primeira vez que ele a via depois daquela semana conturbada ela havia sorrido para ele, daquele seu jeito sereno.

— Hermione? Não desiste de nós desse jeito, por causa de uma interpretação errada, não seria injusto apenas comigo mas com você também. – Ela o encarou ainda sorrindo, a mente dela trabalhava encaixando cada pecinha em seu devido lugar. – Aceita casar comigo Hermione? Me de a oportunidade de acordar sempre ao seu lado e conviver com as suas manias das mais chatas as mais adoráveis, eu prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo.

— Nunca mais faça isso Rony, nunca mais sai de casa e deixe apenas um bilhete, eu fiquei mal por dias. – Ela saiu do costado da arvore se aproximando dele. – E, por favor, nunca mais me mande cartas por Errol.

E então ela o beijou, um beijo cheio de carinho com gosto dele de menta misturando-se com o seu gosto de café, suas línguas se enroscaram em perfeita sintonia tornando o que era para ser um beijo lento em um cheio de desejo.

— Isso é um sim Mione? – Ele falou voltando a sorrir o sorriso que ela amava desde os 11 anos.

— Sim Rony, obrigada por me fazer a mulher mais feliz do mundo. – Ela falou sorrindo e depositou um celinho enquanto ouvia os aplausos.

Toda a família Weasley se encontrava ali observando aquela cena, ela ficou vermelha de vergonha, mas o sorriso que não cabia no rosto não saia de sua face, parecendo que a qualquer momento sua bochecha rasgaria. Gina e Harry a olhavam como se pedissem desculpa por não tê-la contado nada antes, porem ela não se importava mais.

Ela estava conseguindo respirar, Hermione estava finalmente sentindo-se em casa novamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, qualquer objeção a ser feita será aceita.
Beijos e obrigada por lerem meu pequeno devaneio. ♥



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