Iris escrita por Sith


Capítulo 9
Possessiva


Notas iniciais do capítulo

Olá, como você está?
Boa leitura!



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Olivia P.O.V.
Acordei e fui direto para o banheiro, tomei um banho rápido, coloquei calça, camiseta e tênis pretos e soltei meus cabelos. Olhei meu telefone e achei exatamente o que queria.
Ruby Lucas: É segredo
Ruby Lucas: Mentira, vou te levar aonde eu trabalho
Ruby Lucas: Me espera no mesmo lugar e na mesma hora?
Liv Mills: Pode deixar!
Peguei minha mochila, desci as escadas e me deparei com aquele falatório cotidiano.
— Bom dia família! - Disse e me sentei.
— Bom dia Liv! - Disseram em conjunto, mas a mesa estava sem uma pessoa.
— Cadê minha mãe?
— Ela já saiu. - Minha avó respondeu.
— Ela foi abrir a delegacia é? - Tia Z brincou e eu forcei um sorriso.
Achei que demoraria mais tempo para eu me acostumar com a presença dela, mas me enganei feio, sempre foi assim. O mínimo da presença dela já faz com que eu sinta que ela sempre esteve por perto, aí ela vai embora e fica um grande vazio, cada vez que isso se repete o vazio se torna maior. Agora ela diz que não vai embora, mas só quero ver por quanto tempo essa ideia vai durar.
— Liv, como foram suas aulas ontem? - Meu primo perguntou.
— Chatas, os professores só apresentaram o plano de aula.
— Teve chamada? - Vic se pronunciou e eu assenti.
— É galera, vamos ter que ir. - Lily disse em um tom desanimado.
— Vamos? - Perguntei e eles concordaram.
Saímos e estranhamente Henry e Sarah já nos esperavam do lado de fora.
— Caíram da cama é? - Brinquei.
— Quase isso. - Sarah bocejou ao terminar de falar.
— Minha mãe nos acordou. - Henry completou. – Ela saiu bem cedo.
— Tia Gina também. - Lily disse em tom insinuativo.
Será que pode acabar rolando o que ela está querendo sugerir?
— Imagina vocês dois como irmãos mesmo. - Vic apontou para mim e para o Henry e nós rimos.
Já acho viagem demais, ainda nem sabemos se elas já se pegaram, mas não poderia ter uma opção de irmão melhor.
— Não iria mudar absolutamente nada! - Henry disse ainda rindo.
— Acho que ia sim. - Tony contestou. – Em algum momento vocês iriam querer se matar igual a mim e minha linda gêmea. - Passou o braço por cima dos ombros da Lily.
— Eu duvido, diferente de vocês eu não tento irritar ela, assim como vocês fazem um com o outro. - Henry rebateu.
— Detalhes. - Tony disse bem humorado.
O resto do caminho foi estranhamente silencioso, acho que eles ainda estão dormindo. Chegamos na faculdade e nos separamos, Tony e Lily se dirigiram ao prédio de Ciências Jurídicas, Vic para o de Psicologia, Sarah para o de Fisioterapia e eu e o Henry para o de Comunicação. Diferentemente dos professores de ontem, os de hoje não passaram detalhe por detalhe do plano de aula e já deram conteúdo. O professor das primeiras aulas quis passar tanta coisa que acabou administrando mal o tempo e nos fez perder o intervalo. E o das últimas não parou de falar até o último minuto que pode.
— Porra! Estou morrendo de fome, não deu nem para comprar um Cheetos. - Henry reclamou enquanto íamos em direção a saída da faculdade.
— Cara, você já vai para casa e vai comer. - Dei tapinhas no ombro dele.
— Acho que vou almoçar no Granny's, quer ir comigo?
— Pior que não da, vou almoçar com a Ruby de novo. - Sorri. Tenho certeza de que estou vermelha, merda!
— Nossa, acho que tem uma certa baixinha sendo conquistada. - Me cutucou com o cotovelo.
— Talvez, quem sabe né? - Me fiz de desentendida.
— Te conheço, garota. - Falou em tom brincalhão.
— LIV! - Me gritaram e me virei para ver de onde vinha, ela estava encostada em uma das árvores próximas ao portão principal.
— O que ela quer? - Henry tinha uma expressão de preocupação.
— Nada demais. - Dei de ombros. – Marquei de conversar com ela e me esqueci. - Ele me olhou torto. – Só vou dar um fim nisso, Hen.
— Mesmo? Assenti. – Quer que eu fique aqui?
— Não precisa, não pretendo ficar muito tempo aqui, tenho que encontrar a Ruby e não quero me atrasar. - Sorri.
— Ok, tchau, baixinha.
— Tchau, Hen. - Fui em direção a ela.
— Ainda está me evitando?
Direta como sempre
— Não, na verdade eu tinha me esquecido mesmo. - Sorri irônica.
— Liv, eu nem sei por onde começar. - Sorriu sem humor. - Me desculpa por tudo, percebi que isso de só sexo não funciona mais para mim, eu quero você, Liv! - Me olhou nos olhos. – Só você!
— Olha Mel, não quero ser grossa mas provavelmente eu vou ser, então desculpa. - Dei um sorriso amarelo. – Quando eu disse que continuar do jeito que estávamos não dava mais para mim porque eu queria um relacionamento de verdade não foi um ultimato para você, foi um basta mesmo. - Ela me olhou com uma expressão confusa. – Nunca vi o que tínhamos com o potencial para ser mais do que sexo, me desculpa. -Falei meio sem jeito e ela começou a rir.
— Quer dizer que eu fiz todo esse teatro atoa? - Com um movimento rápido me pegou pelo pescoço, me girou e me jogou contra a árvore em que estava encostada antes. – Tem certeza de que essa é a sua decisão? - Começou a apertar meu pescoço e eu tentei bater nela mas ela pegou meu braço direito e o apertou também. - Continuei me debatendo. – É uma pena, vou perder meu brinquedinho preferi... - Ela foi interrompida por uma soco repentino que a fez perder para o lado e soltar meu pescoço, só não caiu pois segurou meu braço com mais força mas Ruby a empurrou e ela soltou.
— Que porra é essa que tá acontecendo? - Afastou meu cabelo para olhar meu pescoço e se virou para a Melody. – Da próxima vez que eu te ver perto dela vai ser muito pior, vaza daqui. - A ruiva foi embora e Ruby olhou no fundo dos meu olhos e fez carinho na bochecha. – Você tá bem?
— Tão bem quanto se pode estar nessa situação. - Ri sem humor. – Obrigada por aparecer minha amazona de duas rodas, mas diz para mim, está muito marcado? - Assentiu. – Merda!
— Vamos para a lanchonete, você coloca um gelo no pescoço para tentar evitar de ficar rico e me conta o que aconteceu, pode ser?
— Ok. - Pegou na minha mão e foi me guiando.
Passei quase um ano da minha vida trepando com uma louca. Porra Olívia! Parabéns! Comecei a reconhecer o caminho pelo qual ela estava me guiando e quando paramos na porta eu comecei a rir e ela não entendeu nada.
— O que foi? Pirou de vez?
— Acho que ela me sufocou e faltou oxigênio no cérebro. - Brinquei e ela fez cara feia. – Péssimo assunto para brincar? - Assentiu. – Desculpa, é que de todas as lanchonetes você tinha que trabalhar no Granny’s?
— Na verdade eu meio que sou dona. - Sorriu envergonhada. – É da minha avó, na verdade. - Ri de novo.
— Sua avó é maravilhosa sabia? Já me deu várias panquecas extras. - Ela riu.
— Vem esfomeada, vamos entrar para colocar um gelo nisso aí.
Com toda essa situação completamente inusitada eu me esqueci que o Henry havia dito que iria almoçar no Granny’s e que a Emma vai lá praticamente todo dia. Ao entrar os vejo junto a minha mãe rindo. Parei de andar
— Liv, está tudo bem?
— Está sim, mas só não sei por quanto tempo. - Ela me olhou confusa. – Está vendo aquela moça muito parecida comigo que está sentada perto do balcão? - Assentiu. – Então... É minha mãe, como explico essa mão marcada no meu pescoço e no meu braço?
— Só conta a verdade. - Me olhou de forma carinhosa.
Algo me diz que ela vai querer ir atrás da Melody e fuzilar ela.
— Liv? - Ouvi tia Em chamar, fui em direção a mesa em que eles estão sem largar a mão de Ruby, estranhamente ela não se demonstrava nenhum pouco desconfortável.
— Oi gente. - Forcei um sorriso, minha mãe levantou para ver meu pescoço e os outros dois ficaram sem reação.
— O que houve? - Seu tom de voz era preocupado.
— Vou pegar gelo. - Ruby me deu um beijo na testa e foi para trás do balcão. - Me sentei.
— Mãe, senta aí, calma! Eu estou bem. - Peguei na mão dela como conforto, o que foi muito estranho para mim, mas ela ficou visivelmente feliz.
— Bem marcada isso sim. - Henry falou sem humor.
— Liv, o que aconteceu? - Emma se pronunciou.
— Já vou contar, estou esperando a Ruby, ela me salvou, merece saber o porque disso. - Em poucos minutos ela estava de volta.
— Aqui está o gelo, Liv. - Me entregou, fez menção a se retirar e eu segurei sua mão.
— Ei, fica aqui. - Olhei nos olhos dela.
— Não quero atrapalhar vocês. - Disse meio sem jeito.
— Não vai atrapalhar nada não amazona de duas rodas. - Sorri e ela se sentou ao meu lado, ficando entre mim e o Henry. – Antes de tudo, Hen como eu defino o que a Melody é minha?
— Quase ex? Ex sexo fácil? Ex peguete? - Peguete possessiva? Ri.
— Essa última é mais minha cara, então eu tinha um “caso”. - Fiz aspas com as mãos. – Era só sexo, nunca senti nada romântico por ela. - Esse é um jeito muito estranho de contar para minha mãe que não sou mais virgem. – Como não tínhamos nada sério ela pegava outras pessoas e eu nunca me importei, mas quando alguém ia começar a conversar comigo ela dava show, por um tempo até achei que ela sentia algo por mim, mas mesmo que sentisse, eu não queria continuar com isso, aí comecei a arranjar desculpa todas as vezes que ela queria me ver e hoje fui dar um fim em tudo.
— Ela fez isso só por ter sido rejeitada? - Ruby perguntou?
— Basicamente, primeiro ela chegou com uma historinha de que queria um relacionamento, mas quando eu disse que não ia mudar nada ela se ficou louca pegou no meu pescoço. - Apontei para ele. – E me jogou contra a árvore, como não sou o ser mais dotado de aptidões físicas do mundo não consegui me soltar, aí a Ruby meteu um soco na cara dela que a bicha quase voou.
— Mas ela segurou seu braço, como ele está? - Falou pegando nele e vendo coisas não muito agradáveis e as marcas, me olhou como se estivesse querendo saber o motivo.
— Outra hora ok? - Assentiu. – O meu braço está bem. Sorri.
— Gina, está na nossa hora. - Tia Em falou olhando para minha mãe. – Quer ficar com ela? Eu falo para o meu pai ele vai entender.
— Mãe, pode ir! Eu juro que estou bem. - Sorri.
— Tem certeza? - Assenti.
— Ok. - Ruby se virou para ela.
— Pode ir trabalhar tranquila, não vou desgrudar dela hoje. - Sorriu.
— Muito obrigada. - Sorriu de volta.
— Loba, se ela tiver um arranhão a mais eu vou te bater.
— Baixinha, quer que eu fique aqui?
— Não precisa, Hen. - Sorri. – Eu realmente estou bem, e a Ruby vai ficar comigo.
— Ela está te fazendo bem né? - Assenti. – Bom mesmo. - Ele virou para ela. – Cuida da minha irmãzinha direito ok? - Ela sorriu.
— Pode deixar!
— Ainda vai querer comer?
— Óbvio!
— Quer me ver fazendo seu hambúrguer? Perguntou se levantando.
— Sim!
—Então vem comigo. - Pegou na minha mão e fomos em direção a cozinha.


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Notas finais do capítulo

O que achou? Comenta aí!
Até o próximo capítulo
:3



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