Bleach: Dawn of the Hero escrita por Kyo Takashi


Capítulo 3
É muito perigoso!


Notas iniciais do capítulo

LONGO DEMAIS
Enfim - demorou muito guys, mas como eu disse, só posto quando dá pra ocorrer
Então né... sem horários :v



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No dia anterior

— Um periquito amaldiçoado? - Gitano abriu a lata de refrigerante – Sério?

— É, eu ouvi que todos os donos anteriores dele morreram de forma horrível, por isso ele tem sido sempre passado pra frente…

— O que? E agora você deu o azar de ser o próximo? - Um leve golada, espantando o calor do fim da tarde

— Qual é cara, isso é coisa séria – Os olhos de Harutoki estavam perdidos e sem vida, que se somavam a expressão insegura do garoto – Eu estou morrendo de medo por causa dessa maldição. Não sabe cada coisa que eu ouvi sobre os donos anteriores – Se estendendo para perto, Harutoki sussurrou, como se ajudasse em algo a aliviar-se – O último cara que se acidentou teve o corpo dilacerado da cintura pra cima, e ninguém conseguia reconhecê-lo… nem a própria família…

— Você tá exagerando

— Então pega ele pra você Gitano!

— Idiota! - A voz do de cabelos longos estourou mais alta que a do amigo – Como eu poderia depois de ouvir isso?

— Então tá reclamando do que? - Mesmo ouvindo-o continuar, falando sobre apenas estar tentando ajudar, Harutoki se virou para o moreno – E você Chad? Ele é muito bonitinho!

O moreno comia seu sanduíche, sendo muito maior que os outros dois acompanhantes. Refrigerante parou no meio da garganta do cabeludo, que se virou para o outro num instante, tossindo. Chad notou o pássaro, seus olhos com um misto de curiosidade e adoração, apesar do rosto fechado

— Seu idiota! Isso é chantagem com a fraqueza do Chad, você não pode…

Um estalar, sons metálicos se fizeram ouvir que chamaram a atenção dos três que sentavam na roda para o topo da construção abandonada onde estavam. Porém, seus olhos acharam o objeto muito lentamente, ao ponto de que ele já estava gigante no campo de visão; Os queixos de Harutoki e Gitano caíram, enquanto o silêncio não permitia gritos saírem de suas gargantas

O impacto foi tão poderoso que ergueu um véu de poeira por toda a volta. Os dois jovens foram jogados para o lado, virados como se pudessem se proteger caso a viga de metal os acertasse; mas para a sorte deles, não foi o que aconteceu

Acima deles, a silhueta de Chad ressaltava o quão grande e forte o jovem era, cobrindo os dois de braços abertos. Os cabelos escorriam pela face naturalmente, castanhos quase negros, e um filete de sangue escorria pela face, cruzando os olhos, lábios e pingando de seu queixo. Quando ambos repararam e ajustaram seus olhos ao acontecimento, começaram a gaguejar, encarando a viga que caiu sobre os ombros dele, e a parte do aço que simplesmente dobrara com o impacto

— Ch-chad! Vo-você pegou uma co-coluna de ferro! - Harutoki se levantou e olhou de relance para a gaiola do periquito, depois pro amigo de novo, com o que acontecera – Que passarinho maldito!

— Chad, você tá be-bem? - Gitano hesitava em chegar perto, como se Chad pudesse o machucar só de chegar perto. Ele soltou a viga, deixando-a cair e tremer contra o chão, erguendo mais poeira. Num movimento de seu ombro e inclinação da cabeça, um estalo alto se fez ouvir; seus ossos estalando conforme ele relaxava os músculos

— Não foi nada… - Murmurou ele casualmente, ainda com a faixa carmesim descendo por perto de seu olho

— Do que você… cara, você ainda tá sangrando, deixa a gente te…

Uma quarta voz se intrometeu no meio, que chamou a atenção para dentro da gaiola

— Obrigado por me salvar – O pássaro disse. Um periquito poderia ser treinado para falar, mas não de uma forma tão perfeita, com nenhum resquício animal na pronuncia - Meu nome é Shibata Yuuichi. Qual o seu nome senhor

Estáticos por um momento, ninguém respondera

— Q-que pássaro é esse? - Perguntou Gitano

— É como se ele entendesse a situação… - Harutoki se escondia atrás do amigo, como se tivesse medo do pequeno animal

Os olhos do moreno encaravam os do periquito, que olhava de volta. Ele sabia a quem se referia, e falou sem hesitar

— Sado Yasutora, tenho 15 anos

Gitano deu um passo atrás, surpreso

— O Chad tá falando com um pássaro?!

 

 

Atualmente - Hora do Almoço

— Então uma barra de metal caiu em você – O ruivo recitou o que Yasutora havia acabado de o contar – Eu nem fico mais surpreso com isso

O moreno assentiu, não respondendo a questão. Keigo quase arrancava os cabelos castanhos claros, não crendo no que lhe era dito; surtava, comparado a Mizuiro e Rukia, que simplesmente tinham os olhos e bocas bem abertos

— Cara! Você é literalmente o Homem de Aço! - Keigo não sabia se ficava impressionado ou preocupado demais com tudo – Queria eu ter um corpo desse…

— Ah, e o resto dos machucados, foi um motociclista que colidiu comigo. Ele ficou machucado demais e então eu tive que levá-lo ao hospital

— O que diabos você anda fazendo… - O ruivo se surpreendera seriamente – Tá pior do que aquela semana em que você foi atropelado por um carro e só estalou o pulso

Rukia se engasgou com seu suco de caixa, encarando Ichigo

— E o pior de tudo, naquela vez o motorista também acabou desmaiando e ficando sem condições de se salvar sozinho – Mizuiro continuou, notando a falta de crença da nova estudante – No dia em que você estiver machucado de verdade, eu pago uma semana inteira de lanches pro Keigo

— É… vou continuar sem lanches grátis… - Reclamou

A garota puxou-o para um canto, longe demais para que os outros três, ou qualquer estudante que estivesse no terraço do prédio escolar, escutasse o que estivesse acontecendo ali

— Como diabos ele…

— Não sei. Essas coisas sobre-humanas dele acontecem desde que a gente se conhece – O ruivo negou tudo, não ligando para a preocupação da Shinigami – Ele já passou por acidentes como esse varias vezes, e nunca sai ferido. Pra falar a verdade, esse da barra de metal nem é tanta coisa pelo que ele já passou

— Sem meus poderes, eu não posso determinar muito bem… mas meu palpite é que ele tenha uma concentração de partículas espirituais bem alta em seu corpo, e um poder espiritual pelo menos acima do normal – Rukia apoiava o queixo em sua palma, pensando nas possibilidades do que aquilo representaria, enquanto Ichigo olhava de canto, sem querer encará-la

— Pra falar a verdade… - E isto a chamou a atenção – Ele meio que pode sentir os espíritos...

A garota parou por um momento, decifrando suas palavras

—… ele não pode vê-los que nem eu, nem sequer vê-los borrados ele pode, mas ele sente que eles estão ali, sente quando estão por perto

— Sim, então minhas hipóteses são reais...

— Hey, Ichigo! - A voz de Keigo os alcançou facilmente, assustando Rukia – Se liga no perquito!

Da memória do ruivo, foi puxado o dia mais cedo, quando o amigo o falou que contaria sobre o pássaro quando ele o contasse o que estava acontecendo entre ele e a aluna nova. Aí teriam problemas, pensou

— Meu nome é Shibata Yuuichi – Os olhos de Ichigo se arregalaram, que encarou Rukia – Qual são seus nomes?

— Ele fala tão bem! - A nova estudante manteve seu semblante calmo, negando com a cabeça para o parceiro – Meu nome é Keigo Asano! Diga, Keigo, KE-I-GO

— Chad, onde conseguiu o periquito? - O ruivo tentava manter a face o mais calma possível

— Ontem… - Yasutora parou por um momento, encarando o fundo de seus olhos – … eu o peguei

— Ei! - Keigo interrompeu a brincadeira de apelidos que fazia com o pássaro, apontando para o moreno – Você desistiu da explicação porque era trabalhosa demais é? Isso é um mau hábito! Conta pra gente!

Enquanto o garoto discutia e Chad murmurava e permanecia sem responder, Rukia se aproximou do ouvido de Ichigo, murmurando – Não se preocupe, não tem nada demais nesse periquito, apenas um espírito solitário que se prendeu a ele. Porém está muito fraco, deveríamos mandá-lo ao além hoje a noite

— Saquei… - Cochichou – Lá se vai meu sono

— Sem reclamar

— Tá… tá…

Controlar um adolescente pertinente poderia ser complicado, e chato em grande parte do tempo. Porém, no fundo, Rukia refletiu sobre a preocupação imediata do garoto da segurança dos outros diante da presença de um espírito. Talvez ele adquirisse o que é necessário para um Shinigami; pelo menos nisso havia esperança. Pelo menos, nisso, ela confiaria nele. Rukia deixava escapar um sorriso

Porém, para Ichigo, a situação era bem diferente. Suas feições pareciam normais, mas dentro, sua angústia parecia crescer sempre mais. Não podia contar ao amigo sobre ser um Shinigami, sobre Hollows… tudo parecia perigoso demais, tanto para ele mesmo quanto para qualquer outro envolvido, mesmo que Chad fosse alguém… invencível. E quem saberia o que Rukia faria com ele caso descobrisse que o moreno sabia sobre tudo. A menor possibilidade era nada menos que apagar sua memória, porém… o quanto apagariam?

Durante a aula ele pensava nisso. E após esta, até quando voltava para casa. Chad era seu maior e mais leal companheiro, sempre com ele quando exorcizava os espíritos que vagavam pelo mundo. E se os Shinigamis tivessem que apagar essa parte de sua memória também? E isso era a melhor possibilidade possível. Por um momento, ele parou para reparar o quão preocupado até demais ele estava; até olhar para o cruzamento perto de casa: dois carros batidos, vindo de direções contrárias e um caminhão caído de lado na estrada, bloqueando tudo. A rua em frente a casa podia não ser uma grande avenida, mas o trânsito gerado atrás podia começar a preocupar

Entrando preocupado na Clínica Kurosaki, Ichigo fora pego de surpresa por Yuzu, que passava correndo com pacotes de instrumentos médicos. Karin logo passou a seu lado, deslizando um leito para a área de operação

— Ei, o que que aconteceu lá fora?

— Um acidente de carro, óbvio! - Karin respondeu, ajeitando o paciente que reclamava de dor

Do fundo do escritório logo atrás do ruivo, uma voz saía furiosa, gritando a quem quer que ouvisse

— O que?! Eu disse que precisava de quatro camas! - Isshin saía enfurecido de dentro, vestindo seu jaleco por cima de uma camiseta estampada escura – Você não pode aceitar nem isso? Faça algo! Nós não temos o equipamento necessário para ajudar essas pessoas!

Falava no telefone, e o filho já sabia até com quem: atendentes, e é claro que era do Hospital de Karakura; sempre que um acidente sério ocorria, era a eles que o pai mandava os pacientes, o único outro instituto médico que ele confiava

— … Ouça, diga ao seu chefe que isso é um ‘’pedido do Kurosaki’’ - Isshin nunca parecia sério de verdade, nem quando dava bronca em seu filho, comparado a quando ficava quando o assunto era atenção médica -… e então um monte de camas aparecerão! Entendeu?! - O homem bateu o telefone de volta em sua base, como se quisesse o quebrar de tanta raiva – Merda! Esses atendentes, idiotas de nível inferior…

— P-pai – Mesmo ele hesitava diante de Isshin em momentos como aquele – Posso ajudar em alguma coisa?

—...Não, fique num canto para não atrapalhar! - Porém, um grito da entrada da clínica o fez mudar de ideia. A voz de Yuzu os alcançou num instante, e Isshin disparou para lá – Mudança de planos, você pode ajudar com esse aqui, é dos grandes!

Quando Ichigo virou o corredor e percebeu o que havia acontecido, aí sim ficou nervoso de verdade: Seu pai passava o braço de Chad por seus ombros, e o moreno não conseguia sequer ficar de pé

— Chad!

Por um momento, por entre os cabelos castanho escuros suados que lhe caíam sobre a face, os olhos do gigante encontraram os do ruivo; mesmo tentando murmurar, som nenhum saía, conforme ele usava tudo que tinha pra ficar de pé

— Ichigo…?

Com a ajuda do filho, ambos levaram-no para a sala de enfermagem. O estudante, apesar de ter apenas 16 anos, já se elevava bem acima do amigo e de seu pai, mesmo debruçado, e o corpo era bem mais largo que o de ambos também, necessitando dos dois para movê-lo normalmente. Chegando a enfermaria, com as outras vítimas deitadas, Yasutora tirou sua camisa estampada, deixando a roupa cor de vinho cair até a sua cintura, revelando o corpo malhado… e a ferida

A expressão de Ichigo se tornou tensa e ele foi tomado por uma sensação horripilante enquanto Yuzu colocou as mãos sobre a boca, embrulhando o estômago. O ferimento horrível se estendia dos ombros até a base das costas, porém o sangue a volta escorria até os quadris; tinha o formato de algo similar a uma mão gigante, porém o aspecto do machucado fazia parecer ainda mais desconcertando, e o sangue saía apenas das bordas

— Que… ferimentos… horríveis… - Yuzu sibilava para si mesma, sem nem perceber que os outros, inclusive o paciente, poderiam a ouvir. O corpo da garota tremeu com nervosismo

— Isto é terrível… - Isshin olhava mais de perto, passando a luz gerada pela pequena lanterna por toda a extensão – Parece uma queimadura, e está sangrando por todos os cantos – O médico agachou, pensando em todas as possibilidades do que teria causado aquele acidente – Você vai ter que ficar…

— Não – O garoto pôs a camisa de volta, o que doeria ainda mais com o tecido contra o machucado; com o sofrimento pintado em seus olhos, dava para perceber sangue seco que havia descido por sua testa – Eu já… estou… bem…

— Não seja estúpido! - Isshin retrucou, incrédulo – Com todo esse sangue que você perdeu, é impossível estar!

Como se para complementar ao que ele dissera, Chad caíra de lado no chão nos primeiros passos que tentou dar para fora da sala

— Viu?! Yuzu, Karin, tragam uma cama!

 

 

— Então, parece que o Mizuiro tá devendo um lanche pro Keigo... – Falei, recostado na parede

Chad sorriu , deitado na cama

A luz da lua já entrava pela janela, iluminando o quarto; eramos apenas uma clínica, não um grande hospital, então o largo espaço aberto era ocupado pelos leitos separados pelas cortinas, estes que estavam vazios dos pacientes graves que tinham sido levados para o Hospital de Karakura. O som da sirene da última ambulância tinha acabado de deixar de poder ser ouvida ao longe quando o ruivo falara

— É… muito estranho vê-lo num estado desses. Você é o cara invencível, ninguém consegue te imaginar sem ficar naquela postura imensa e forte de sempre

— Essa também é a primeira vez que você me vê assim… pra falar a verdade, eu também não to nada acostumado a esse tipo de coisa. Eu me exponho tanto ao perigo normalmente e nunca me machuco de verdade...

— Ficar numa maca de hospital é um passeio totalmente novo pra você, mas tudo tem uma primeira vez – Ichigo soltou um curto sorriso

Chad o retribuíra. Era tão comum vê-lo machucado quanto é fácil criar boatos sobre ele. Não importa onde se metia, ele nunca saía mal, então aquilo realmente podia deixar quem o conhecia desconcertado. Seria como ver a Orihime sem ser avoada, Keigo sem fazer estupidez ou Tatsuki sem ser mandona. Por isso mesmo, havia algo de muito estranho naquilo; por um momento, a sensação que ele sentiu ao ver a ferida e sua forma voltaram à mente

— Me responde uma coisa Chad – Ichigo falava baixo – O que aconteceu? Você não é de negar ajuda, e parecia preocupado com algo a ponto de querer sair sem nenhum cuidado…

— Foi apenas o acidente de carro, eu tava passando por perto quando aconteceu e fui vítima

Os olhos do periquito na gaiola miravam-nos, compreensivos

— Se fosse com uma pessoa normal… mas você não se machucaria nisso. Sem falar que um ferimento desse é bizarro demais para um acidente de carro

Silêncio. Yasutora olhava para o amigo, que retribuía o olhar. Ambos tentavam se dissecar, tentando entender o que o outro estava pensando no momento

— Se você não tá me contando, então deve ser algo bem sério…

— E sobre a estudante nova? Não acha que sobre ela seria sério também?

Ichigo parou, virando os olhos e cruzando os braços

— Eu não… não posso te contar. É serio, precisa confiar em mim nessa – O ruivo virou-se de novo para o amigo, que olhava-o sem titubear, mesmo deitado e com as costas todas queimadas – É algo grande demais, muito… - Ichigo hesitou, olhando para a porta fechada atrás; e então, sussurrou ao voltar - … Perigoso… maior que nós dois, maior que a escola… bem maior que tudo isso

— Perigoso demais é…? - Podia jurar que ouvira Chad rindo, mesmo ele nunca o fazendo - Bem… eu acredito em você. Eu posso ficar sem saber disso, tenha todo o tempo que quiser para demorar a me contar

Se surpreendendo, Ichigo virou-se, olhos bem abertos ao ver o sorriso sincero. E ele retribuiu, sorrindo de volta do seu próprio jeito

— Beleza cara – Saindo do encosto e andando em direção da porta, ele se virou no último instante – Trate de ficar melhor até antes da escola. E… obrigado

A porta rangeu ligeiramente ao ser aberta e também ao fechar. Pouca conversa, conforme os ombros dele estiveram tensos o tempo todo, e a atmosfera, pesada. Ele não gostava de deixá-lo por fora, mas tinha que fazê-lo, ou quem sabe o que aconteceria caso…

— Como está o Chad?

Rukia estava sentada no balcão, do lado de fora da sala dos leitos, braços a pernas cruzados, ainda no uniforme escolar. Ichigo esforçou-se para encarar seus olhos púrpura, e travou no instante que o viu. Ela ouviu algo?

— Ele está bem, obrigado

— Para alguém que nem reclama com a queda de uma coluna de ferro nos ombros, o acidente foi feio

— Foi mesmo, muitas vítimas nele também, as sirenes das ambulâncias não paravam de encher o saco – Ichigo respondeu, tentando parecer o mais casual possível ao passar com as mãos nos bolsos

— Se ele soubesse o quão horríveis são os ferimentos causados durante o combate a Hollows...

E ele parou. Sem olhar para trás, perguntou

— O que quer dizer com isso?

Não sabia se ele estava alucinando, mas jurava que vira Rukia sorrir de canto, ameaçadora apesar de suas proporções

— Nada demais… apenas que poderia Chad estar em grave perigo…

Ichigo se virou repentinamente apontando para ela, o semblante sério e um olhar perturbadoramente extenuante, que Rukia nunca vira antes

— Se você pensa que pode… - A voz tensa do garoto, porém, foi cortada por outras intenções

— Você entendeu errado Ichigo. As feridas do Chad… o que apresenta perigo pra ele é o Hollow que causou elas

 

 

Já era mais tarde naquela noite, Ichigo já tendo partido a um bom tempo. Yasutora naquele quarto de hospital esperara até o momento adequado. Não sabia o que Ichigo queria dizer com tudo aquilo, mas estivera preocupado demais em tirar o assunto da aluna nova de questão para continuar a perguntar sobre o desastre

As costas do garoto doíam imensamente, como nada antes na sua vida antes doera. Antes, ardia como o inferno; no próprio momento, sentia-se como se estivesse sendo incendiado vivo

Mas mesmo com aquela dor… o garoto olhou para fora, pensando por onde aquilo estava. A maldição do Periquito, ele a percebera, ele a sentira na pele; pelo menos, uma das falhas tentativas dela ser executada novamente. Olhando para a gaiola onde Yuuichi estava, percebia a preocupação nos olhos do pássaro. Bem, não pássaro… não… Ele se levantou, abrindo a janela e olhando a volta. Livre de qualquer um. Estava tarde da noite, então ninguém do lado de fora. Pegando a gaiola de Yuuichi, ele olhou uma última vez para trás, para a porta. Bem, o segredo de Ichigo podia ser perigoso, mas aquilo… aquilo era bem mais. E não podia envolvê-lo nisso; não podia envolver ninguém, e com certeza o faria caso continuasse ali

— Senhor, tem que descansar – Disse o Periquito, com a pronuncia perfeita, porém carregada de pesar

E ele sorriu em resposta

— Pode deixar comigo Yuuichi

 

 

Karin se remexia em sua cama, suor escorrendo da testa descendo por uma face sofrida e dolorida. A dor que arrebatava sua mente era terrível, e apesar de estar acordada, tudo parecia um pesadelo. Gemidos, reclamações, xingamentos, ela não conseguia parar de se lembrar…

— Maldito… esse pássaro… - Um clarão. Memórias e mais memórias se forçando em sua cabeça, esmagando seus pensamentos. Ela teve de segurar uma retaliação alta demais que poderia acordar a irmã, que dormia no quarto – Não… não… Yuuichi… maldito… não toque nele…!

 


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Notas finais do capítulo

Já teve umas mudanças se comparado ao original
E sim, esses eventos se passarão antes dos da Orihime e Sora



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