Obliviate - Dramione escrita por Bruna Fernandes


Capítulo 17
Masterchef


Notas iniciais do capítulo

Estou viva!!!
Gente eu sinto muito, passei por um momento complicado com a minha família. Não queria escrever porque eu gosto de vir aqui e passar alegria para vocês, e naquele momento eu era incapaz. Muito menos para escrever esse capitulo que é muito mais divertido. Espero que me perdoem.
Fiz esse capitulo maiorzinho e ainda vou compartilhar com vocês algumas musicas que eu ouso para escrever essa fic: O link está nas notas finais!!!
Me desculpem de verdade.



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“23:49”, era o horário que a tela do celular mostrava. Hermione o pegou com calma com o peito tomado pela esperança de encontrar no aparelho alguma mensagem de seus filhos. Não havia nada, nem mesmo da operadora de telefonia trouxa.

A mulher então levantou da cama, afinal seu corpo já implorava por alimento. Após a ligação da filha, Hermione não saiu da cama, as lagrimas não permitiam. Draco ficou com ela quase todo o dia e até a havia forçado a comer: obviamente não obteve sucesso diante da conhecida teimosia da morena.

Ele deixou o quarto a menos de uma hora, uma hora infernal onde ela se sentiu mais sozinha do que em qualquer outro momento de sua vida, mesmo sendo filha única e não tendo grandes amigos até entrar em Hogwarts.

Assim como ele, Hermione saiu do cômodo se deparando com a escura mansão. Durante todo o caminho até a única fonte de luz – a cozinha – a mulher tentava impedir que as lembranças da tortura que sofreu durante a guerra naquela casa retornassem para atormentar sua mente, já não tão saudável perante aos recentes acontecimentos. Lembrava de Bellatriz, da dor, do medo, do...

Não! Ela era forte demais para se deixar levar por esses pensamentos. A guerra havia acabado, assim como a garotinha que sofria por ela.

Enquanto Hermione se aproximava da cozinha, os barulhos dentro dela a deixavam ainda mais curiosa. Um vidro chocou contra o chão na mesma velocidade que a mulher dava um passo para trás. Uma voz ecoou por todo o corredor.

— Droga! Isso vai me atrasar!

— Escórpio! O que aconteceu? – Hermione exclamou entrando na bagunçada cozinha. Panelas estavam sobre a pia, uma batedeira suja praticamente desmontada, farinha para todo o lado e vidro no chão.

— Hermione! – O menino também se assuntou. Seu rosto claro estava ainda mais branco devido a farinha que cobria boa parte dele.

— O que você está fazendo a essa hora? – A mulher perguntou um pouco brava. Culpa do instinto materno.

— Eu... Eu... – O menino se embolou com as palavras. No entanto, logo se cansou de tentar construir uma mentira. Jogou o pano de prato em cima da pia e se sentou na mesa de jantar , após passar calmamente por entre os vidros tentando não toca-los.— Eu desisto! A Lucy esqueceu de deixar o bolo pronto, então eu tentei fazer! Mas eu não consigo! Ela vai ficar decepcionada!

Então, Hermione pode ver lagrimas discretas escorrendo pelo rosto do menino. Se sentou ao lado dele, secando as singelas lagrimas com as costas de sua mão.

— Quem vai ficar decepcionada? – Perguntou preocupada enquanto observava os olhos do menino correrem por toda a cozinha se afastando dos dela.

Mas não durou. Escórpio a olhou com os olhos tomado por lagrimas. Aquilo atingiu Hermione de um modo que ela não imaginava ser possível. Lembrou do que Narcissa falou, pensou em como Draco teria ficado após lançar a feitiço, e o que passava pela cabeça dele naquele momento. Merlin, por que eles eram tão parecidos?

— Minha mãe – Escórpio disse antes de fechar os olhos e deixar as lagrimas saírem em uma quantidade dessa vez notável.

— Sua mãe? – Hermione perguntou confusa.

— Daqui há 5 minutos é o aniversário dela, bem era. – Ele disse olhando para o relógio na parede – Todo o ano eu coloco uma vela em um pedaço de bolo para comemorar, como se ela ainda estivesse aqui

Hermione somente o encarava com os olhos arregalados que seguravam as lagrimas.  Queria ser forte para passar esse sentimento para ele. Mas não conseguia, ela era muito sensível. Se chorava até com comercial de margarina, como não se emocionar com uma demonstração tão pura de amor?

— Você quer que eu te ajude? – Foi a única coisa que conseguiu sair de sua boca

Os olhos dele voltaram para ela com o brilho deixado pelas lagrimas agora secas.

— Você sabe fazer bolo? – A esperança lentamente voltava para o rosto dele. Hermione sorriu diante daquela visão.

Era uma boa pergunta, na verdade ela não sabia. Não sabia nada quando o assunto era cozinha, algo que a magia ajudava – Apesar dela não gostar do sabor que o alimento ganhava após o uso de feitiços. Rony era quem cozinhava na casa, pois ela desde quando era pequena, quando cozinhava algo sempre vinha acompanhado da palavra “desastre”.

— Bem... A gente pode tentar, não é? Não pode ser tão difícil – Hermione disse enquanto prendia o cabelo em um coque improvisado.

— É difícil, mas vamos lá... – Escórpio disse dando de ombros enquanto caminhava de volta a pia.

— Acho que temos que conseguir um espaço aqui – Ele disse rindo enquanto arrastava os potes sujos para um canto.

— Nada disso, espertinho! Vamos limpar tudo antes de começar! – Ela disse enquanto abria o jato da pia. Escórpio varreu o vidro do chão e toda a farinha, enquanto ela lavava os objetos da pia.

Assim que terminaram, Hermione buscou uma receita na internet. Como queria a mãe naquele momento, ela pelo menos sabia cozinhar. Bem, ela sabia, mas doces não era muito seu forte, só se fossem sem açúcar.

Dentistas...

— Qual era o sabor favorito de bolo da sua mãe? – Ela perguntou com os olhos voltados para o celular.

— Chocolate. Com bastante chocolate – Ele disse enquanto tentasse consertar a batedeira. Exclamou feliz quando ela ligou.

— Certo. Vamos começar!

Com certeza foi o bolo mais divertido que ela já fez, só não tinha certeza se estaria comestível. Eles riram, contaram piadas e se assustaram quando a batedeira espirou farinha por toda a cozinha. Depois caíram na gargalhada de novo.  

— Posso saber o que está acontecendo na minha cozinha? Já passou da meia noite! – Escórpio e Hermione deram um pulo sincronizado quando uma voz grave e firme ecoou pela cozinha.

Assim que Hermione se virou, encontrou Draco apoiado no batente da porta. Seus cabelos loiros estavam levemente bagunçados e uma olheira tentava se sobressair em sua pele clara. Sua testa estava franzida e seu olhar demostrava uma confusão misturada com irritação. Entretanto, havia um paradoxo. Um meio sorriso lateral tentava se esconder.

— Pai! – Foi Escórpio que disse depois do susto que o fez quase deixar o leite , que acabara de pegar da geladeira, cair.

— O que estão fazendo aqui a essa hora? – Ele perguntou novamente deixando a expressão relaxar um pouco. Hermione ousaria dizer que ele estava se divertindo com a situação que os três se encontravam.

— Fazendo um bolo. – Hermione disse se condenando depois. Por que mesmo ela quis atrair o olhar dele? O efeito que ele fazia nela mesmo a distância a impediu de continuar construindo qualquer pensamento logico! Droga! Droga! Ela sempre foi a mais inteligência, por que não conseguia pensar?

Ele inspirou fundo passando a mão pelo rosto. Suspirou cansado. Tudo em seu rosto mudou drasticamente em questão de segundos. Uma dor passou pelos seus olhos.

— Sinto muito, filho. Eu tinha esquecido, tanta coisa aconteceu nesses últimos dias. – Ele disse caminhando na direção do filho e o tomando em um abraço.

Nota muito importante para a morena: Escórpio estava ao seu lado. Ela afastou alguns passos, para se afastar de Draco, antes que parecesse mais boba do que ela já estava. Ela odiava isso.

Sabe o plano de não parecer mais tão boba? Não funcionou. O pote de achocolatado escorregou de sua mão tombando com tudo no chão, aberto. Maldito suor nas mãos quando está ansiosa.

Os olhos dos dois Malfoys foram no mesmo instante para o pote que quicou espalhando seu conteúdo por uma área muito maior do que esperado.

Hermione tampou o rosto com vergonha de olhar para a bagunça que havia feito, se sentiu uma criança sapeca novamente.

Os dois homens caíram na gargalhada enquanto ela tentava fazer uma expressão de brava para eles. Isso despertava ainda mais risos.

— Nem me convidaram para comer bolo. Isso é extremamente cruel – Draco disse se abaixando para pegar o pote, enquanto observava toda a sujeira que se acumulou na cozinha. Que bom que ele só chegou depois que já haviam limpado boa parte.

— Não está pronto ainda, pai. – O mais novo disse ainda rindo. Foi até o forno para tentar deduzir o tempo que demoraria para a obra de arte deles ficar pronta.

— Além disso – Hermione disse depois de muito brigar com si mesma para não se afetar por ele – O senhor não ajudou em nada! Não vai ter direito ao nosso bolo delicioso.

Ele sorriu para ela, um sorriso verdadeiro, espontâneo. Um sorriso que ela não via a muito tempo e foi responsável por plantar aquele sentimento nela, lá em Hogwarts.

— Que não seja por isso!  O que falta? – Ele se levantou indo na direção dela. Hermione travou a respiração. Droga! Respira!

— A cobertura! – Ela disse mostrando a panela para ele – É toda sua!

— O que eu faço com isso? – Ele perguntou com uma expressão tão confusa que a fez rir.

— Faça uma cobertura de chocolate. Não é difícil! – Ela disse colocando os ingredientes na panela e deixando que ele se virasse. Se sentiu uma chefe de cozinha, ele a olhava como se ela soubesse o que estava fazendo em cada passo.

— A Hermione também não sabia cozinha, pai! – Escórpio disse enquanto buscava alguma coisa na geladeira.

— Escórpio! Não era para contar! – Hermione chamou a atenção dele enquanto se controlava para não rir.

— Então é assim? Você está exigindo que eu faça uma cobertura que nem você sabe fazer? – Ele disse também lutando contra a gargalhada. – Sabe que podia muito bem usar essa Nutella

Tão rápido que ela nem mesmo conseguiu acompanhar, ele lambuçou o dedo com o creme de avelã e passou no rosto dela. Hermione abriu a boca de surpresa.

— Não me provoque, Malfoy! – Ela exclamou pegando um punhado da massa gosmenta que havia sobrado do bolo e passou no rosto dele antes de começar a gargalhar.

Aquilo se tornou uma guerra de comida não planejada que incluiu até mesmo o pobre Escórpio, que levou um banho de farinha.

Quando o forno apitou eles estavam todos sujos sentados à mesa. Já nem lembravam porque estavam rindo. Hermione agradeceu aos céus por ter esquecido os problemas que a rondavam. Mas queria que os filhos tivessem vivido aquela madrugada com ela, sentia falta deles.

— Faça as honras! – Hermione disse para Draco enquanto ela e Escórpio esperavam para receber o veredito do sucesso ou derrota de sua experiência na cozinha.

Ele demorou para terminar de provar deixando os outros dois ainda mais ansiosos.

— Está muito bom, de verdade – Ele disse depois de um tempo incontável para Hermione.

— Graças a Merlin! – Hermione disse rindo.

Escórpio cortou um pedaço de bolo, colocou uma vela sobre ele e a apagou minutos depois.

­ — Parabéns, mamãe – ele disse ainda de olhos fechados – Eu fiz um desejo no seu lugar, espero que não se importe.

— Que desejo, filho? – Perguntou Draco enquanto o menino abria os olhos.

— Se eu contar, não se realiza, pai. – Ele disse se preparando para comer o bolo. Hermione fez o mesmo.

Os dois balançaram a cabeça ao mesmo tempo.

— Está horrível! – Exclamaram fazendo Draco rir.

 — Eu sei. Só não queria dizer isso, vocês se esforçaram tanto.

Já havia passado das três da manhã quando ela subiu, após ajudar a limpar a cozinha. Draco a acompanhou até a porta do quarto. Não falaram nenhuma palavra, somente ouviam o som da respiração do outro.

— Obrigada, de verdade! Por tudo. – Hermione disse se virando para ele, antes de entrar no quarto.

­— Eu que agradeço. Faz tempo que não vejo Escórpio tão alegre, principalmente comigo. – Ele disse enquanto uma nuvem passava pelo seu olhar.

— Ele te ama! Eu sei disso. – Ela disse tocando no braço dele. Um frio passou pelo seu corpo e ela suspirou.

— Nós vamos resolver tudo. Você vai ter seus filhos de volta, eu te prometo.

O olhar dele sobre o dela a fez suspirar. Ela sentia tanta falta dele. Aquelas lembranças a perturbavam durante todo o dia, mas quando ela estava assim perto dele, só queria que elas retornassem, que elas adquirissem vida novamente.

E foi isso que ela fez, deixando se levar pelo amor que sentia por ele, por aquela paixão que batalhava para ter a atenção devida.

Essa paixão venceu.

Ela o beijou.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por quem continuou a ler! Obrigada por tudo! De verdade! Obrigada por estarem aqui. No momento difícil as vezes eu lia os comentários de vocês e me deixavam com um sorriso no rosto!

Falando da fic: Gostaram desse momento fofo? Posso colocar o Escórpio em um potinho? E esse beijo? O que a Mione vai fazer agora?


As musicas: https://www.youtube.com/playlist?list=PLB2_0DQsDmsxva6I7Sf3s7FD5GRW_UwoS