Pov. Doctor:

Durante nossa pequena viagem, eu observava Becky, ela parecia tão feliz, muito mais feliz do que em todas as viagens que fizemos desde que ajudamos Donna a recuperar a memória

—Entregues, são e salvos, na biblioteca, bom, na parte de fora do anexo, mas mesmo assim, Argh, vocês me entenderam, vamos, ainda quero ver a família Carsen - ela comandou sorrindo

Assim que todos os bibliotecários saíram, ela correu porta afora, com toda a sua animação infantil, deixando apenas Donna e eu na TARDIS

—você está preocupado com ela não é mesmo? - a ruiva ao meu lado questionou

—mais do que tudo - Corro minha mão pelo meu cabelo— ela parece estar triste em ter que viajar conosco...

Donna segurou minha mão com seu toque sempre carinhoso, fazendo com que a olhasse nos olhos, sorriu para mim amorosamente

—ela não está triste, apenas com saudades dos amigos, não se preocupe - seu tom era tão doce que fui capaz de sorrir mesmo tendo milhões de preocupações rondando minha mente — vamos, ainda quero conhecer a biblioteca

Segurei sua mão e fomos juntos até a porta da TARDIS, sorridentes, antes que pudesse abrir a porta da nave, me virei pra ela

—sabe, Donna, eu não sei o que faria sem você - ela sorriu de maneira convencida

—eu sei que não vive sem mim Homem do Espaço - falou, e com essa frase deixamos a TARDIS

Pov. Eve:

Eu cuidava de John quando ouvi as já conhecidas vozes dos três bibliotecários que haviam sido mandados em missão, mas a quarta voz me surpreendeu, depois de um ano sem nenhuma notícia acreditava que nunca mais ouviria tal voz

—então, onde está meu "irmãozinho", afinal, fiquei um ano fora, mereço pelo menos conhecer o novo integrante da biblioteca - a voz de Becky ecoava no meio do anexo, reverberando até o local em que eu estava, parecia tão animada em estar ali — ah, Flynn finalmente colocou a bendita mesa redonda, agora vocês são oficialmente os Cavaleiros da Távola Redonda, sem aquele trágico final, é claro

—espero não estar atrapalhando a aula de história - brinquei entrando no anexo com John no colo, ela pulou da mesa quase derrubando alguns papeis, e logo veio até mim

—J - Boy! - exclamou fazendo com que todos olhassem pra ela, ela nem ao menos se deu ao trabalho de tirar a atenção do bebê em meu colo — eu falo a língua dos bebês, literalmente, ele se autonomeu J - Boy, o garoto avenuteiro, mas J - Boy serve

Explicou e olhou pra mim como se pedisse para pegá - lo, assenti e ela o fez, e pela primeira vez ele ficou quietinho no colo de outra pessoa que não fosse eu ou Flynn, todos no ambiente se surpreenderam

—o que está acontecendo aqui? - questionou Flynn vindo da cozinha com uma das mamadeiras prontas na mão, a expressão seguinte em seu rosto seria cômica se eu mesma não estivesse surpresa

Ela olhou para todos a sua volta e sorriu como se a nossa surpresa fosse normal, olhou em volta

—agora onde está o velho Galahad, tenho um trabalhinho pra ele...

                                        ***

Pov. Becky:

Depois de deixar a pedra que eu levei para Galahad, com o mesmo, resolvi passear pelo segundo andar do anexo, a procura de algum livro que fosse me interessar, ao ter exito na procura, apoiei o livro sobre o parapeito e comecei a lê - lo, sem notar a aproximação de Donna

—seu pai está preocupado, sabia? - ela falou calmamente, resultando em um susto da minha parte — me desculpe, não foi minha intenção

—tudo bem Donna, foi apenas um pequeno susto, não precisa se preocupar - expliquei me acalmando e fechando o livro que havia pego — sim, eu sei que ele está preocupado, sem motivo, pois está tudo absolutamente bem

—você ainda não aceitou seu pai e eu estarmos juntos não é mesmo? - ela questionou parecendo chateada

—nem pense em dizer isso, é só que...- por um momento olhei para Flynn e meu pai conversando, logo voltando meu olhar para a mulher ao meu lado — deixar Gallifrey, ter perdido minha família, regenerar, é tudo muito novo para mim, vai demorar um bom tempo pra que eu me acostume com isso, mas até lá, tenha certeza, tudo que eu quero é ver você e meu pai felizes, e eu não preciso aprovar ou aceitar isso, apenas respeitar

E com um sorriso simpático, desci as escadas e me direcionei a parte maior da biblioteca, pois pela primeira vez eu precisava de silêncio total

                                          ***

Já fazia um bom tempo desde que eu iniciara minha caminhada pela biblioteca, apesar de conhecer o lugar como a mim mesma era fácil me sentir pequena e perdida por entre seus caminhos que formam um lindo labirinto que tenho orgulho de ter ajudado a desenhar e criar.

A certo ponto eu cantarolava uma música, feita em Camelot, em homenagem a Arthur e aos seus cavaleiros, e antes que eu pudesse continuar a melodia, uma voz, masculina continuara por mim, não era a de Jake, Ezekiel ou Zack, era diferente, carinhosa ao cantarolar a música, parecendo sentir a nostalgia de um ótimo passado.

Assustada (o que é raro, okay, nem tanto), levantei o livro que estava carregando como uma arma, mesmo que não fosse algo assustador, eu estava pronta pra me defender, caminhando, agora cuidadosamente, continuei a cantarolar, sempre sendo seguida pela voz do rapaz, que parecia se aproximar, na curva de uma prateleira para outra, assim que vi a silhueta do garoto, bati em seu rosto com o livro, o nocauteando

O olhei cautelosamente, prestando atenção em cada detalhe de seu rosto

Eu conheço você...