Te acho mais bonito escrita por Christina


Capítulo 1
Te acho mais bonito


Notas iniciais do capítulo

Ola...

História inspirada na música da Mallu Magalhães - Te acho tão bonito.

3 histórias criadas em menos de quatro horas, eita!

Espero que pelo menos essa esteja boa!

Enjoy :)



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—Sua aula demorou a acabar hoje, hem?  — Abandonou seu caça palavras, olhando em minha direção.

 

Assim que entrei no carro já ouvi Marcelo dizer. O tempo passava, é o espírito de velho rabugento o perseguia.

 

—Tive que apresentar um trabalho hoje, já que semana passada faltei. — Comentei já procurando nas minhas pastas os ingressos do show que planejava ir.

 

O tal trabalho eu havia perdido graças a uma crise alérgica, e com toda paciência, e chatice do mundo, ele cuidou de mim.

 

Estranhei o carro não se mover, e olhei em direção do cacheado.

 

—O que foi? — Encarei seu rosto, de perfil, que parecia ver algo a sua frente, porém ele estava sem óculos… Então, eu sabia que não via muito. Desligou rapidamente o ar condicionado, como em aviso ao que ia fazer.

 

—Tô tendo idéia pra uma música… Preciso de um papel! — Sabendo o quão chato ele ficaria, se não escrevesse, busquei meu bloquinho dentro da bolsa o estendendo em seguida.

 

O vi pegar um cigarro, e rolando os olhos, abri a janela. Tão natural quanto Marcelo fumar e escrever, era eu sempre o observar fazer.

 

Odiava o cheiro do cigarro, com todas as minhas forças. Mas amava os vincos que se formavam em sua testa, junto ao seu sorriso, sempre que combinava algo na letra.

 

Aos poucos encostei minhas costas na direção da porta do carro, e observei o contorno da sua barba. Que eu tanto amava, e que cobria boa parte do seu rosto.

 

Marcelo não era um homem novo, tinha uma boa diferença de idade comparado a mim, já carregava algumas marcas de expressão no.rosto, e um olhar que demonstrava toda a sua experiência.

 

Porém, tinha algo…Algo nele me prendia, me tirava meu eu, e me transformava na boba apaixonada que sou.

 

—Estou escrevendo sobre você, mas preciso que não me encare tanto… Fico encabulado. — Senti o riso subir pela minha garganta

 

—Te acho tão bonito…

 

—Sou um homem experiente, não mereço ser deixado encabulado, Ana. — Nem mesmo me olhou, mas eu sabia que seu sorriso deixava escapar a sua covinha da bochecha esquerda.

 

—Marcelo… — Joguei meus pés em seu colo, usando minha voz mais chatinha (que ele.achava fofa). — Eu tô com fome.

 

—Fiz uma lasanha para você… Estava bem quentinha, mas depois da sua demora acho que terei que esquentar de novo!

 

—Conheço você bem o suficiente pra saber que antes de passar aqui você ainda foi comprar uns cigarros, e umas balas… Provavelmente nem chegou no horário! — Me acompanhou no riso, olhando em minha direção, e se livrando do bloco. Ao menos quase se livrando.

Uma de suas mãos já massageava meus pés, e a outra se encarregava de fechar o bloco, quando viu num cantinho.

 

“Preciso que você me confirme se vai.”  Com uma letra tão garranchuda, que até eu suspeitaria que era um homem.

 

—Ir a onde, Ana? — Segurou um pouco o tom, e soltou meu pé.

 

— Ia comentar isso com você agora quando entrei no carro…

 

—Conte então… — Sacou os óculos, os pôs no rosto, e me encarou.

 

—Um amigo meu — Coçou a garganta, apagando o cigarro em um compartimento do carro, feito pra isso. — Me chamou pra ir num show… Há uma semana… Comprei o ingresso, e o show é depois de amanhã.

 

Suas grossas sobrancelhas se arquearam, enquanto sua postura decaiu um pouco.

 

 

—Esqueceu novamente de me dizer né? Não sou o seu dono, não mando nas suas escolhas, porém você precisa ter uma memória melhor, Ana. Eu poderia ter marcado algo para nós dois amanhã né? Vida de “casados” não é brincar de casinha!

 

Rolei os olhos mentalmente, indo em direção ao seu banco. Sentando-me em seu colo.

 

—O show  é bem o seu estilo sabe? Comprei pra nos presentear… E outra, esse meu amigo é modelo desses até que aparecem na TV, e não pode ir sozinho no show, por justamente namorar o cantor. Em segredo.

 

—E ele confiou esse segredo a menina mais fofoqueira da faculdade? — Comentou brincalhão, enquanto me puxava ainda mais pra perto. Parecia mais descontraído.

 

—Ah, Marcelo… — O dei língua, do meu jeito mais infantil, sabendo que logo ele apertaria minhas bochechas. Não deu outra.

 

—Esse cara… Ele é muito bonito?

 

—Ta interessado? — Gargalhei, porém vi seus olhos se apertarem. E mesmo num carro, no estacionamento da minha faculdade, falei a plenos pulmões. — Te acho mais bonito!!

 

—Ah, Ana… Vamos comer lasanha? — Entendi como um “vamos sair daqui, sua louca". Em seguida apertou minhas duas bochechas, espremendo meu rosto até formar um biquinho de peixe. Logo me dando um selinho.

 

Soltei-me virando o rosto pro lado, o olhando numa falsa bravura.

 

— Tá com gosto de cigarro! — Apalpei seus bolsos, sabendo que logo encontraria ali. — Chupa.

 

—Chupar? — Olhou-me malicioso, enquanto eu saia de seu colo. — Consegui te dar o troco por me deixar encabulado. — Piscou.

 

—Você é tão maduro, hem… — Cruzei os braços sobre o peito.

 

— E você é tão linda bravinha…

 

OoO

 

Marcelo,quando me conheceu, não era o melhor cozinheiro do mundo, porém com o tempo, e com muito canal de culinária, hoje era o maior cozinheiro que eu poderia pedir.

 

—Isso está muito bom! Esta até derretendo na boca! — Comentei de boca cheia, o vendo torcer para lábios em reprovação.

 

— Coma como gente por favor! — Taquei um guardanapo nele, o vendo pagar mais um pedaço dá lasanha e… Sujando em volta das boca!

 

Comecei a rir, sem me controlar. O sujo falando do mal lavado.

 

— O que? — Perguntou sem entender.

 

— E que… — Continuei a rir… — Te acho tão bonito!

 

— Ah Ana… — Puxou-me para um beijo, sujando minha bochecha no processo. Soltou-me entre um selinho e outro. — Sei que minha bochecha está suja, porém agora seu rosto também está! — E voltou ao beijo.

 

— Te amo. — Dissemos juntos ao fim do beijo.


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