Nymphadora era bem suscetível às suas emoções.

Talvez era algo característico dos estudantes da casa Hufflepuff, já que Ted também era dessa mesma forma. Andrômeda não saberia dizer, os Slytherin sempre eram frios, não gostavam de intimidade e nem exposição quanto aos seus sentimentos, era como uma fraqueza para eles. E, mesmo depois de ter que engolir tantas crenças goela abaixo, Andrômeda ainda preservava algo da educação que recebeu.

Não demorou muito para que seus olhos atentos de mãe notassem que a sua filha tinha diferentes cores para diferentes sentimentos.

Quando estava com raiva, o seu cabelo ficava em um vibrante vermelho, que daria inveja no mais fiel Gryffindor.

Quando ficava envergonhada, os seus fios eram um tom entre o vermelho e o rosa.

Quando ficava perto de alguém que gostava, além da amizade, era rosa na certa. Ela mesma não conseguia mudar para essa cor com muita frequência, apenas por vontade própria, era como se precisasse sentir.

Quando estava triste, os seus fios empalideciam, adquiriam as mais mortas cores, e ninguém era capaz de ignorar o que ela estava sentindo.

Mas, em nenhuma dessas vezes, Andrômeda viu os seus fios se comportarem daquele modo.

Como uma tradição entre mães, ela também tinha um fio de cabelo de sua filha, o que a fazia sempre saber o que sentia ou ter uma ideia do que estava passando, estivesse onde estivesse.

E, naquela manhã de 2 de Maio, ela não precisou adivinhar, pois a resposta estava bem à sua frente. E, como se soubesse perfeitamente o que estava acontecendo, apesar de ser apenas um bebê de algumas semanas de idade, Teddy tinha os seus cabelos azuis esmaecidos, chorando como Andrômeda nunca viu antes.

Porque Nymphadora nunca mais voltaria, e tudo o que lhe restava era aqueles fios, que um lhe pertenceram.