SURYA: A última ilha escrita por Arturhm13


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, é uma ideia que tive e agora estou desenvolvendo. Queria que fosse um Manga, mas como não sei desenhar... (rs) Então resolvi fazer uma adaptação, para não perder a história, e o resultado é esse aí. Já tentei várias vezes ser regular, ter o dia certo de publicar os capítulos, mas não tem jeito. Eu sou muito de impulso, tem dias que não escrevo nada e outros que as páginas simplesmente jorram, mas, mesmo nos dias de total inspiração, eu só posto um capítulo após lê-lo exaustivamente em busca de erros e/ou incoerências. Aproveitem a leitura. :)



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Antes de o sol surgir no horizonte, tomando todo cuidado para não acordar ninguém, Arryn já havia pulado da cama e tomado o seu café. Ele esperava ansioso o abrir dos portões: duas enormes placas de metal, com quase quinze centímetros de espessura, onde dois guerreiros de armadura e escudo apareciam talhados em sua face externa.

Aquela era a única entrada e saída da grande muralha que circundava o orfanato. Foram esses portões que, durante anos, impediram-no de seguir seus objetivos.

Sua perna direita balançava inquieta, enquanto ele aguardava o tão esperado momento. Com exceção das suas fugas ocasionais, onde ele era sempre recapturado por um dos Batedores, essa seria a primeira vez que sairia do orfanato, pelo menos com permissão.

Agora falta pouco. Finalmente vou alcançar a liberdade que sempre desejei. — pensou, excitado com o momento.

Arryn acabara de completar quatorze anos e finalmente iria realizar seu sonho: partir e oferecer o seu serviço a uma das nações como caçador de monstros. Ele almejava a Guarnição, exército de um país militarista chamado Prana, de quem já havia escutado grandes histórias.

O mundo não era mais um lugar fácil de se viver. A maioria das crianças que perdiam seus pais, para os monstros ou para qualquer outra calamidade, eram trazidas até o orfanato Mizuri: um gigantesco castelo que datava, misteriosamente, de desde antes da chegada dos homens à ilha.

Cercado de pequenas habitações e com vastos campos, Mizuri também era a capital de Falúdia: um dos seis países de Surya.    

Todos os órfãos eram obrigados a permanecer no interior do castelo enquanto não completassem a idade mínima de quatorze anos. Nesse momento teriam duas escolhas: ficar e se profissionalizar em uma das artes ou ofícios que eram ensinadas por lá, com variações que iam desde a culinária até técnicas de combate; ou partir.

A maioria das crianças ficava por lá e desenvolvia uma especialização, antes mesmo de pensar em abandonar sua segurança e ir embora. Os que se aventuravam muito cedo eram mal vistos pelos habitantes da ilha e tidos por desordeiros ou indisciplinados.

Nenhuma dessas opções descrevia o jovem Arryn. Com um talento natural para o combate, ele sempre foi o melhor em suas aulas, apesar de seu temperamento impulsivo. É por isso que, para muitos, era estranho ver um garoto tão promissor, com pressa de se desfazer do que seria seu único lugar no mundo.

Arryn tinha os olhos dourados, cabelos pretos e não mais que um metro e sessenta de altura. Suas vestes eram simples: uma camisa amarelo-clara com um casaco de cor branca por cima, uma calça preta, tornozeleiras e uma sandália. Ele também usava uma faixa branca, de estimação, prendendo os cabelos.

Pouco tempo depois, Juliver também desperta. Ele era um homem alto e magro, de cor pálida, com belos olhos e cabelos esverdeados. Ele vestia um traje marrom, amarrado com uma corda grossa na cintura que, para Arryn, se assemelhava muito a um saco de batatas. Aquela era uma roupa típica por ali, todos os cuidadores a trajavam com orgulho e servia para mostrar desapego aos bens materiais, ou algo assim.

Ainda bocejando ele olhou para Arryn, que estava com semblante sério e os olhos fixos no portão. Ele balançava o corpo para frente e para trás. Juliver sorriu com um canto da boca e decidiu quebrar o silêncio.

— Então é hoje, não é verdade? Não vai mesmo desistir dessa ideia maluca de ir embora e se tornar comida de monstro? — perguntou.

— Você sabe que não, isso aqui nunca foi pra mim. Não vou deixar meus objetivos para trás e ficar preso neste lugar para sempre. — Arryn franziu a testa enquanto apontava para Juliver, mas em momento algum deixou de mirar a saída.

— Bem, a vida é sua. Por mais que seja uma pena perder um aluno e amigo com seus talentos, já sei que é impossível manter um moleque teimoso e autodestrutivo como você aqui, senão amarrado! — disse Juliver enquanto virava o rosto em sinal de reprovação.

Naquele instante, os sinos da torre tocaram fazendo alguns pássaros debandarem. Aquele era o anúncio que marcava o início das atividades do dia.

As grandes placas finalmente se abriram. O garoto respirou fundo e se levantou. Ele já estava decidido, mas não tinha como negar seu medo. Calmo, ele seguiu em frente, desaparecendo por entre os portões. Com uma mão levantada, ele se despediu de seu grande e, talvez, único amigo.

Apesar das palavras anteriormente ditas, Juliver não conseguia esconder sua preocupação e a raiva que sentia da situação. Seu rosto, sempre muito pálido, agora se encontrava corado e seus dentes, cerrados, mal podiam segurar tudo que ficou por ser dito. Sentia que perdia a chance de se despedir dele pela última vez.

— Se pelo menos eu nunca tivesse lhe falado do mundo lá fora, se pelo menos nunca tivesse lhe contado tantas histórias. — Juliver murmurava se culpando em palavras quase inaudíveis enquanto se recolhia vagarosa e depressivamente de volta aos seus aposentos.


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários, sugestões, críticas... Enfim, interajam comigo, eu não mordo. Vou adorar responder vocês. Um abraço apertado e tenham uma ótima semana. :)



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