Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. - Albert Einstein  

20 anos atrás. Nasceu uma menina, em uma pequena cidade no interior de Londres. Henina era o nome dela, ou somente Nina. Seis meses antes de Nina nascer seu pai faleceu em um acidente de carro.  

Ele voltava do trabalho como professor na cidade vizinha, estava chovendo muito naquela noite. Um animal estava na estrada na tentativa de desviar o carro derrapou e ele sofreu um traumatismo craniano. Os médicos tentaram tudo, mas foi impossível salvar a vida do jovem rapaz de 28 anos. 

Então Katherine, mãe de Nina, ficou com uma única escolha. Seguir em frente e cuidar de seu pequeno presente que viria em 6 meses e esperançosamente a traria esperança. 

Nina nasceu como o previsto, ou melhor uma semana antes do previsto, ela era linda, cabelos ruivos, bochechinhas rosadas e olhos verdes, como duas esmeraldas atentas a tudo. Katherine ficou feliz de novo, ela pode respirar e olhar para o fruto que seu amor a deixou, a pequena e frágil Henina. — Somos eu e você agora, você vai precisar ser forte, mas eu prometo que nunca irá lhe faltar nada pequena. E quero que saiba, que seu pai, ele te amava muito, você não o conheceu. Mas você foi o melhor presente do mundo para nós dois. — Katherine disse quando pegou a filha nos braços pela primeira vez. Ela cumpriu cada palavra.  

Nina cresceu, forte e saudável. Ela e a mãe se mudaram de volta para o Brasil, e voltavam de tempos em tempos para que a menina pudesse ver a família do pai. Aos 3 anos Nina foi para a escola, ela era a mais nova da turma, mas tinha muitos amigos. Sua mãe trabalhava como professora de matemática em 2 escolas. Nina então pode estudar em uma escola particular e recebia os cuidados de uma babá eventualmente.  

Um dia algo aconteceu, algo muito errado e foi começo de tudo. Henina costumava ir e voltar de micro-ônibus para a escola, mas nesse dia a professora abriu o portão e ela saiu junto com os amiguinhos, ela tinha quase 5 anos. Os amigos foram indo em bora e ela ficou sozinha, no estacionamento. Ela estava com medo, dos carros, dos homens malvados. Ninguém vinha, era como se ninguém se lembrasse dela. Então Nina passou a se sentir sozinha, se afastou na hora do recreio dos amigos, e no ano seguinte ela trocou de escola. 

A nova escola foi difícil também, mas não tinha as lembranças de ficar sozinha da antiga. Ela fez duas amigas: Celeste e Ana. Porém as duas não se gostavam nenhum pouquinho. Nessa escola ela ficou até os dez anos. Ana foi estudar morar em outra cidade. Celeste se mudou para outra escola. E Nina se viu novamente recomeçando. 

Seria simples se não fosse complicado.