The Woman I love escrita por Sidney Mills


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

"Amor não é uma águia potente nas alturas. É como um ovo - fértil, frágil... Guarda-o com aconchego, debaixo de tua asa, perto de teu coração. Talvez nos céus o amor possa viver autonutrido, livre, mas neste mundo, onde montanhas desmoronam e ventos fortes assolam. Oh! cuidado - Amor é embrião."



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[Emma]

Acordo pela manhã com um enorme sorriso em meus lábios.

Todos os dias são assim.

Ao meu lado, na cama, está a mulher mais linda do mundo. A mulher que eu amo e vou amar para sempre, e até depois do para sempre. A mulher que me faz feliz todos os dias da minha vida. Regina Mills. Minha esposa.

Sua expressão é tranquila e feliz enquanto dorme. Observar tais coisas deixa-me extremamente bem. Ver a mulher que eu amo feliz, faz-me feliz também, traz-me paz e tranquilidade.

Acaricio seus cabelos negros, deposito um suave beijo em sua testa e levanto-me da cama, deixando-a sozinha.

Vou ao banheiro de nosso quarto, tomo um banho demorado e faço minha higiene matinal, tudo da forma mais silenciosa possível, andando nas pontas dos pés, como se eu estivesse em um campo minado, pois não quero acordar a mulher que eu amo, que ainda deve estar muito cansada de nossa noite e madrugada de amor.

Hoje faz exatamente 10 anos que estamos casadas, e por isso, pretendo fazer algo bem especial e romântico, que seja a altura da minha esposa. A mulher que eu amo. Tem que ser algo que a emocione, que reforce para ela, o quanto é amada por mim, que a faça se sentir especial, algo que marque e que jamais seja esquecido.

Pisando leve para não fazer barulho, ou o mínimo dele, saio do nosso quarto e vou para a cozinha.

Preparo rapidamente e tomo meu café da manhã, enquanto penso no que irei fazer para a minha mulher no dia de hoje. 

•§•

Doze anos atrás.

— Hoje, quando eu acordei cedinho, tive a sorte de encontrar minha amiga, que divide apartamento comigo, ainda em casa. Ela costuma sair cedo demais para o trabalho... — Balancei a cabeça negativamente ao me lembrar de Mary Margaret e sua mania de acordar com os galos. Algo totalmente desnecessário, devo ressaltar. — Ela disse-me que estava em um projeto da Igreja. Projeto: “Mais sorrisos” — Sentei-me ao lado da morena de belos olhos castanhos, cabelos curtos, brilhoso e lindo. Estávamos na Union Square, que fica em frente ao meu apartamento.

— Por que...

— O projeto é basicamente o que o nome diz... — Eu continuei, impedindo a outra de completar o questionamento. — As pessoas andam tão preocupadas e estressadas com seus trabalhos, com o trânsito, com suas famílias, com seus vizinhos, e até mesmo com os animais, que são seres tão maravilhosos e estão aqui justamente para nos acalmar nos piores momentos, ajudar na cura de algumas doenças, dar-nos carinho, proteger-nos dos perigos, distrair-nos dos problemas e nos deixar em paz, entre outras coisas, que já não tem mais tempo para fazer uma simples coisa que pode mudar o dia dessa pessoa e de outras que receberem esse ato, se oferecido à... E se brincar, não deve nem se lembrar da última vez que o fizera...

— E o que? — A outra me indagou realmente curiosa e eu arqueei a sobrancelha, fazendo-a com o pequeno gesto, então entender tudo. Com um largo e lindo sorriso, que devo dizer que foi um dos mais lindos que já presenciei, ela respondeu a si mesma.

— Sorrisos são gratuitos... Tentar sorrir não custa nada para se sentir melhor... — E mais uma vez ela sorriu, presenteando-me com aquela bela curva de seu corpo. — Com o intuito de fazer as pessoas sorrirem, como no projeto da minha amiga, hoje quando eu saí de casa, passei numa floricultura e comprei essas rosas brancas. — Levantei no ar um pequeno buquê feito com as flores, e puxei uma. — Para você! — Ofereci e estendi-lhe a rosa. A mulher observou a flor por alguns segundos, e com mais um sorriso em seus lábios, ela aceitou. — Foi por esse motivo mesmo, que eu escolhi trazer as rosas comigo. — Apontei para o seu sorriso que ainda aparecia por ali, e que só fez aumentar, depois que eu falei. — Mas, eu também trouxe essa aqui comigo... — Entreguei-lhe outra flor. Dessa vez, não mais uma rosa.

— Uma dália vermelha... — Ela sussurrou, pegando a flor de minha mão. Era a única que eu tinha daquele tipo.

— Eu espero que você saiba o significado... — Agora foi minha vez de iniciar um pequeno sorriso. — Comprei esta única, imaginando que encontraria alguém que a mereceria...

E foi assim que eu conheci a mulher que eu amo. A mulher da minha vida.

•§•

Durante a minha caminhada matinal resolvo pedir ajuda para a, hoje, nossa amiga, Mary Margaret, para tirar minha esposa de casa por todo o dia, enquanto eu estivesse preparando a surpresa que eu pensei logo que sai de casa.

— Mary? — Indago assim que ouço a ligação ser atendida. Além de sua respiração, pude ouvir um barulho de carros e pessoas. Talvez ela estivesse na rua, até mesmo ocupada, e não pudesse me ajudar.

— Olá Emma. — Responde-me simpática. — Tudo bem com você?

— Estou ótima, obrigada. — Escuto-a sorrir. — Você não está em casa?

— Nesse exato momento, estou comprando umas coisinhas para Nina. — Nina é a sua gata de estimação. Mary a tem desde que eu me casei com Regina, e ela passou a morar sozinha. Isso ocorreu dois anos depois que nos conhecemos.

— Então... Você está livre no dia de hoje? — Estava torcendo para que a resposta fosse sim. Caso contrário, não faço ideia do que poderia fazer para tira-la de casa por algumas horas.

— Sim... Eu estou de folga na escola. — Responde-me rapidamente, deixando-me bastante aliviada.

— Ótimo! — Sem me importar com as pessoas passando ao meu redor, faço um movimento de vitória, com as mãos. — Você poderia fazer um grande favor para mim?

— Claro que posso, Emma... — Se eu estivesse em sua presença nesse exato momento, presenciaria seu revirar de olhos. — É só pedir... Se estiver ao meu alcance, eu farei.

— OK... Hum... Hoje, Regina e eu, fazemos dez anos de casadas, como você deve se lembrar... — Ouvi-a murmurar um “humhum” em tom afirmativo, e prossegui: — E eu queria sua ajuda, para poder organizar algo para ela.

— Queria aproveitar o momento para te desejar mais uma vez, como em todos os anos, desde o primeiro mês de namoro, felicidades a vocês duas, e que estejam sempre juntas até o fim da vida.

— Mais uma vez, obrigada, Mary. — Falei um pouco mais baixo, devido a emoção me acometendo. — Suas palavras sempre me emocionam, mesmo que você sempre deseje a mesma coisa... — Sorrimos juntas.

— Vocês duas são meu casal preferido, depois dos meus pais.

— Sim! — Sorrimos de novo.

— Mas então, o que você quer de mim? — Perguntou divertida.

— Eu queria que você passasse o dia todo fora, com ela, enquanto eu preparo algo em nosso apartamento.

— Hum... — Parecia pensar. — Já sei um lugar ótimo, que ela irá amar ir. — Pela forma em que pronunciou as palavras, parecia estar falando consigo mesma. — Pode deixar Emma... Em algumas horas, o apartamento será todo seu... Aproveite bem.

— Obrigada mesmo, Mary... Ficarei te devendo mais essa...

— Besta!

Encerrei a ligação, guardei o celular no bolso do meu casaco, e com toda a animação que eu estava sentindo, continuei minha corrida.

•§• 

No final da minha corrida/caminhada matinal, ao passar pela Floricultura que tem perto de nosso prédio, resolvo dar início em minhas ideias.

— Bom dia, minha jovem! — Uma senhora cumprimenta-me bastante educada. — Em que posso ajuda-la?

— Bom dia! A senhora já me ganhou só pela simpatia e educação.

— Nós só temos a ganhar, se tratarmos as pessoas, como queremos ser tratados. — Começou a andar pela loja, e eu lhe acompanhei.

— É verdade...

— Mas, diga-me... — Para em frente ao balcão, e se vira para mim. — Qual dessas belas flores, você irá querer?

— Eu não entendo muito de flores... Conheço apenas o significado de duas, que são rosa branca e dália vermelha, porque certa vez eu precisei delas, e quem me vendeu, explicou o significado de ambas... — Fiz uma careta e a mulher sorriu. — Bem, eu queria que a senhora me ajudasse a escolher algo especial para a minha mulher... Estamos há dez anos juntas.

— Você veio ao lugar certo, minha jovem... Mulheres adoram flores, você deve saber... — Confirmei com um balançar de cabeça. — E se escolhermos a flor certa, elas gostarão mais ainda de recebê-las... Por favor, me acompanhe até a estufa, para eu mostrar algumas.

•§•

— Dar flores em aniversários de casamento, em minha opinião, é uma das melhores coisas a se fazer. — Dizia a senhora, enquanto andávamos até o local onde as flores cultivadas estariam. Devo dizer que me surpreendi bastante com o tamanho do local. Por fora, ninguém diria que era tão grande. — É bastante romântico, reafirma o amor entre o casal, é delicado, agradável de receber, tem significados lindos, se der as flores certas, entre outras coisas...

— E é essa parte dos significados, que me preocupa. Já pensou se eu escolho alguma muito bonita, mas que tenha significados ruins? — Comento séria, fazendo a senhora sorrir.

— Não se preocupe, vou te ajudar nessa tarefa... Explicarei tudo direitinho...

— Ótimo! — Bati algumas palminhas.

— Venha, há algumas aqui, que eu quero lhe mostrar. — Chamou-me para mais perto, e adentrou em um corredor. — Olhe... Violeta significa lealdade. — Pegou uma Violeta e me mostrou. A flor era linda. De verdade. — Lírio significa pureza e é muito usada em buquê de noivas. — Mostrou-me um e eu já comecei a ficar na dúvida de qual eu escolheria para levar junto com alguma que representasse amor, paixão... — Cravo branco significa amor ardente. — Ao me entregar a flor, deu-me um sorriso malicioso. — Orquídea significa beleza e luxúria. — Mostrou-me a flor que era bastante delicada. Minhas mãos já estavam ficando cheias. — Lótus significa proteção e amor. — Andou mais um pouco, afastando-se de mim: — E por último, rosas... Vermelha significa paixão, amor ardente, respeito, coragem, admiração. Brancas, como você já sabe... — Assenti. — Simboliza a paz, inocência e pureza;

— Deus! São muitas flores com lindos significados. — Murmurei desesperada. — Qual eu devo escolher? — Só não coloquei as mãos na cabeça, por causa das flores em minhas mãos.

— Leve uma de cada. — A senhora sugeriu.

— Isso! Então eu vou querer dez buquês com todas essas que a senhora disse...

— Dez? — Indagou surpresa.

— Uma para cada ano que passamos juntas. — Explico-lhe. — Vou querer também, dez rosas vermelhas, separadas, e uma dália vermelha.

— Ótima escolha, querida... Vamos voltar para a loja? — Apontou para trás e eu lhe segui.

•§•

— Como você pretende levar tudo isso?

— Hum... Eu deveria ter perguntado antes de fazer o pedido e pagamento... — Murmurei comigo. — A senhora entrega em casa? — Ela assentiu com a cabeça. — Ainda bem! Eu vou deixar meu endereço e aí a senhora manda deixar lá, antes das três da tarde, pode ser?

— Certo, minha jovem. — Saiu de trás do balcão e me acompanhou até a saída. — Obrigada pela preferência. Volte sempre!

— Pode deixar... — Com a mão livre, toquei em seu ombro. — Como eu lhe disse assim que cheguei: A senhora me conquistou com sua simpatia e educação.

 — Acho que ganhei uma cliente fiel... — Murmurou divertida. — Feliz aniversário de casamento, e seja feliz com a sua amada.

— Obrigada!

•§•

Após sair da Floricultura, tento pensar no que mais eu poderia fazer, para surpreender a mulher que eu amo. Ela merece muito, e eu não quero lhe dar pouco.

Talvez alguma joia, roupa ou calçado, livros...

As flores já estão certas, mas eu não queria apenas elas. Queria algo mais.

Enquanto ando pelas ruas, procurando alguma loja que poderia me agradar com sua mercadoria, para presenteá-la, sinto meu celular vibrar.

Uma mensagem de Regina.

‘’Amor, estou saindo com Mary, mais tarde estarei de volta. Beijos!’’.

Ótimo! Mary Margaret conseguiu atender meu pedido rapidinho. Só espero que ela não tenha desconfiado de nada.

Aproveitando que minha esposa já não está mais em casa, decido ir logo para o apartamento e guardar as flores que já estão comigo. Todavia, antes de eu entrar no prédio, lembro-me e seguidamente vejo, uma joalheria que há bem próximo de um restaurante que eu adoro ir com Regina, aos domingos.

•§•

— Posso ajudar? — Uma jovem, bastante elegante, aproximou-se de mim. Seus olhos focaram-se logo nas flores que estou carregando.

— No momento, eu estou apenas dando uma olhada. — Apontei para os diversos tipos de joias na vitrine. — Se eu achar algo do meu agrado, posso te chamar?

— Fique a vontade, meu nome é Clarice. — Mostrei meu dedão positivo, e voltei a procurar por alguma joia que agradasse não só a mim, mas a mulher que eu amo também.

•§•

— Clarice? — Chamei pela moça que havia me atendido. — Acho que encontrei o que eu queria. — A moça saiu da entrada da loja e veio até mim.

— O que a senhorita escolheu?

— Vocês tem o tamanho 21 desse anel aqui? — Apontei para um anel prata com uma pedra azul. Bastante delicado.

— Sim, temos...

— Ótimo! Eu também vou querer um colar desse. — Apontei para um colar de ouro branco, com um cisne, também de ouro branco, pendurado, e em seu meio, em formato de coração, uma pedra azul. Combinando com o anel.

— Mais alguma coisa, senhorita?

— Só isso mesmo. 

•§•

Após sair da joalheria, vou até uma loja de presente, e compro um cartão vermelho com detalhes pretos, - as duas cores preferidas da mulher que eu amo, - para escrever algo e lhe entregar junto com as flores, o colar e o anel.

Após a saída da loja de presentes, sigo direto para o apartamento. Ainda preciso arrumar um jantar, infelizmente com comida comprada, pois não dará tempo de eu preparar algo a altura, comprar passagens para uma viagem, tomar um bom banho, escolher a melhor lingerie que tenho, e então, esperar pela mulher que eu amo.

Enquanto subo as escadas do nosso prédio, - eu prefiro as escadas, porque é mais saudável, - fico me perguntando se minha esposa lembra que hoje é o nosso aniversário de casamento.

Regina é uma caixinha de surpresas.

Todo ano finge se esquecer do aniversário, e no último momento, me faz uma surpresa.

Mas hoje, hoje é o meu dia de fazer isso.

•§•

Ao adentrar em nosso apartamento, a primeira coisa que faço é ir comprar nossas passagens para Bariloche, na Argentina. Regina sempre quis ir conhecer a Cordilheira dos Andes.

Após efetuar o pagamento da viagem e imprimir umas fotos do lugar, para mostrar para Regina, corro para escrever no cartão que comprei.

Coloco um batom vermelho nos lábios e beijo o cartão.

A mulher que eu amo sempre foi organizada. Acredito que ela tenha mania de limpeza, até. Gosto de tudo muito arrumado e limpo, mas não chego aos pés dela. Em qualquer momento que alguém chegar a nossa casa, não importando a hora, está sempre tudo muito limpo e organizado, graças a nós duas.

Por isso, preciso apenas arrumar as surpresas mesmo. Uma coisa a menos.

Antes de começar a preparar tudo, ligo para um restaurante que sei que entrega em casa, e peço um peito de frango com molho de vinho e mostarda, para ser entregue em até trinta minutos. 

 Depois de encerrar a ligação, começo então a preparar a minha ideia. Antes, olho no relógio e vejo que já passa de duas da tarde. Em pouco tempo a senhora deve chegar com a minha encomenda, e o meu pedido da janta também.

Pego uma das rosas que trouxe e uso suas pétalas para colocar em cima da nossa cama, e ao final, faço um caminho até a porta. E com as pétalas das cinco rosas que sobraram, faço o número dez, no chão do nosso quarto, perto da cama.

Deixo a carta, as fotos de Bariloche, e a caixa de veludo com o anel e o colar, em cima da cama, e corro para a sala de jantar, preparar nossa janta.

Pego uma champanhe para a comemoração, um vinho para acompanhar no jantar, quatro taças, e arrumo em cima da mesa, que forrei com uma toalha que ganhamos de presente de casamento, coloquei algumas pétalas que havia sobrado, e algumas velas.

De repente a campanha toca, interrompendo minha arrumação.

As flores haviam chegado.

Infelizmente não fora a senhora que trouxera, então apenas aceitei a entrega, assinei um papel confirmando a entrega, e logo entrei, após agradecer por ele e sua equipe ter colocado tudo dentro do apartamento.

Pego um buquê e o coloco no centro da nossa mesa. Os outros nove, espalho por todo o apartamento. Principalmente sala, cozinha e quarto.

Busco em meu celular, nossa música, e conecto o aparelho no som, já deixando no ponto para quando ela chegar.

Novamente a campanha toca.

Dessa vez é o nosso jantar.

Depois de posicionar tudo na mesa, corro para tomar um banho e me arrumar.

•§•

Após me produzir toda, com a roupa, maquiagem, perfume, penteado e sapatos preferidos, da mulher que eu amo, mando uma mensagem para Mary Margaret.

E: ‘’Já está tudo pronto. Quando quiser se livrar dela, já pode’’.

M: ‘’Não fale assim, Emma... Eu amo a companhia da Regina’’.

E: ‘’Só estou brincando. Você precisa aprender a distinguir o que é verdade, e o que não é”.

M: ‘’Um dia eu aprendo... Bem, vou inventar uma desculpa aqui, para ela voltar para casa’’.

E: ‘’Obrigada. Ficarei esperando’’.

M: “Aproveite o dia de hoje”.

 •§•

Enquanto esperava a mulher que eu amo chegar, recebo uma mensagem de Mary Margaret, informando que ela havia se despedido de minha esposa, e que a mesma já havia pegado um táxi e estava a caminho.

Ansiosa e nervosa, eu corro para a janela, e em poucos minutos, vejo-a descendo de um táxi e entrando no prédio.

Apago as luzes da sala, conecto novamente, o meu celular, no aparelho de som, dou play em nossa música, e corro para o sofá, para espera-la chegar e ver sua reação.

Ansiosa, começo uma contagem, e quando chega aos doze segundos, a porta se abre, revelando uma Regina distraída, mas que logo percebe a surpresa que a esperava.

— Amor... — Ela parecia estar sem palavras. Fecha a porta atrás de si, coloca as coisas no chão e corre para me abraçar.

— Achou mesmo que eu iria esquecer nosso aniversário? — Indago retoricamente. Seus olhos estão brilhosos, enquanto observa cada detalhe. — Não dessa vez... — Acrescento.

— Você me surpreendeu bastante... E devo dizer que foi uma surpresa boa, muito boa. — Murmura enquanto anda pela sala, observando cada buquê de flores. — Você sempre esquece.

— Desculpe-me por sempre esquecer... Nunca fui muito ligada a datas. — Pego a dália vermelha, um símbolo de nosso romance, e entrego-lhe. — Eu espero que você saiba o significado... — A mulher que eu amo abre um enorme sorriso, - exatamente como na primeira em vez em que lhe ofereci aquela flor, - e me beija nos lábios.

— Eu te amo! — Declara-se. — Obrigada por me fazer feliz. Obrigada também, por essa maravilhosa surpresa... — Anda até o aparelho de som e aumenta a música que tocava. A nossa música. — Aceita uma dança? — Entendeu-me a mão.

— Eu estava me preparando para pedir. — Pisco-lhe um olho, enquanto aceito sua mão e embalamos ao som de Céline Dion.

For all those times you stood by me               Por todas as vezes que                                                                                 você ficou ao me lado

For all the truth that you made me see         Por todas as verdades que                                                                              você me fez ver

For all the joy you brought to my life            Por toda alegria que você                                                                              trouxe para minha vida

For all the wrong that you made right       Por todos os erros que você                                                                            fez tornarem-se certos

For every dream you made come true    Por todos os sonhos que você                                                                           fez tornarem-se reais

For all the love I found in you            Por todo amor que encontrei em                                                                                          você

I'll be forever thankful baby                     Eu serei eternamente grata,                             baby

You're the one who held me up              Você foi o único que me ajudou                                                                            a me levantar

Never let me fall                                        Nunca me deixou cair

You're the one who saw me through,      Você foi o único que me viu                         through it all                                   através detudo isto



You were my strength when I was weak             Você foi a minha força                                                                                   quando estava fraca

You were my voice when I couldn't speak    Você foi minha voz quando                                                                                  não podia falar

You were my eyes when I couldn't see          Você foi meus olhos                                                                                      quando não podia ver

You saw the best there was in me                 Você viu o melhor que                                                                                      estava em mim

Lifted me up when I couldn't reach                Me levantou quando não                                                                               podia alcançar

You gave me faith 'cause you believed         Você me deu fé porque você                                                                               acreditou

I'm everything I am                                           Eu sou tudo que sou

Because you loved me                                      Porque você me amou

 

— Essa é a melhor música que nos define... — Beijo-lhe a bochecha.

— Sim... — Beija o meu ombro e deita sua cabeça.

— Acho que você quem se esqueceu dessa vez. — Sussurro, ainda movendo-se lentamente de um lado para o outro, ao som da música que ainda está na metade. — Do nosso aniversário... — Acrescento.

— Será mesmo? — Sussurra de volta e beija minha bochecha. — Por que você acha que eu saí com Mary?

— Para eu poder fazer essa surpresa?

— Boba... Eu fui comprar algo para você... — Solta-se de mim e vai até sua bolsa. Retira uma caixa vermelha e me entrega.  

Assim que abro o meu presente, vejo um colar lindo, de ouro branco, com uma coroa também de ouro branco, e umas pedras azuis em cima. Lindo e delicado.

— É lindo! — Retiro o colar da caixa e levanto no ar, observando melhor o seu pingente. — Coloca em mim? — Entrego-lhe o colar e viro-me para que ela o coloque em meu pescoço. — Obrigada, meu amor. — Beijo-lhe os lábios demoradamente. — Agora, eu quero que você me acompanhe... — Sigo para o quarto e ela me segue.

— Tem mais coisas? — Assinto. — Meu Deus! — Diz, enquanto andávamos até o cômodo. — Eu estava toda ansiosa para chegar em casa e te mostrar meu presente... Achei que iria abalar com ele, e chega você com toda essa surpresa, colocando-me no chinelo... — Diz divertida.

— Amor... — Faço um bico. — Não fala assim... — Puxo-a para um abraço. — Quem disse que o seu presente não foi bom o bastante? Hum? — Beijo-lhe o pescoço. — Só em você estar aqui, ao meu lado, amando-me todos os dias, eu já estou satisfeita. Você é o meu presente... — Olho em seus olhos que já estão marejados. — Todo os dias... — Concluo apaixonada. — Agora, siga as rosas... — Aponto para as pétalas na entrada do quarto, e logo ela adentra ao quarto.

— Ah meu Deus! ­— Aponta para o desenho do número dez, no chão. — Amor... A nossa cama... Esse chão... Emma, quantos buquês há nessa casa?

— Exatamente dez.

— Deus! Tudo está muito lindo... Eu não tenho nem palavras para expressar o que eu estou sentindo. Só sei que é algo muito bom. Sinto-me a mulher mais feliz e amada desse mundo.

— E você é! — Abraço-a por trás e seguimos até a cama. — Isso é pra você... — Aponto as coisas que há em cima do colchão.

— Eu posso ler em voz alta?

— Como você desejar... — Ela assente e então começa a leitura.

 

A mulher que eu amo              A mulher que eu amo                   A mulher que eu amo
Tem a pele morena                  Tem tudo que eu quero                Tem um lindo sorriso
É bonita, é pequena                 E até mais do que espero             É tudo que eu preciso
E me ama também.                 Encontrar em alguém.                  Pra minha alegria.

A mulher que eu amo             Tem a luz das estrelas                   A mulher que eu amo
Tem nos olhos a calma           E a beleza da flor                           É o ar que eu respiro
Ilumina minha alma                Ela é minha vida                            E nela eu me inspiro
É o sol do meu dia.                  Ela é o meu amor.                         Pra falar de amor.

Quando vem pra mim            A mulher que eu amo                    Seu amor é pra mim
É suave como a brisa             Enfeita a minha vida                      O que há de mais lindo
E o chão que ela pisa             Meus sonhos realiza                      Se ela está sorrindo
Se enche de flor                      Me faz tanto bem.                         Eu sorrio também

Tudo nela é bonito
Tudo nela é verdade
E com ela eu acredito
Na felicidade.

 

— Gostou?

— Depois de todos os seus “Eu te amo” e sua primeira declaração de amor para mim, isso é a coisa mais linda que já me disse. — Seus olhos marejados, contagiam-me rapidamente. — Eu não sei o que dizer, senão que te amo... — Beija-me rapidamente. — Muito... — Outro beijo. — Muito... — Outro beijo. — Muito mesmo... Você me surpreende a cada dia, e eu adoro.

— Não precisa falar nada... Apenas precisa me amar que já está bom... — Abraço-lhe forte. — Agora olha o presente da caixa.

Delicadamente, a mulher que eu amo, abre a sua caixa vermelha.

— São lindos, meu amor... Realmente lindos... — Abre aquele sorriso que me encantou desde o primeiro dia em que o vi.

— Escolhi esse pingente só para você se lembrar de mim quando olhar para ele... — Pego o colar, e o coloco em seu pescoço, dando um breve beijo em suas costas, após ata-lo. Pego também o seu anel, e o coloco em seu dedo, beijando logo após.

— O que essas fotos de Baliroche estão fazendo aqui?

— Que tal uma segunda lua de mel? — Sugiro.

— Não... — Arregala os olhos, fazendo-me sorrir.

— Sim...

— Aah! Eu adorei a ideia... — Joga os papeis no chão e me puxa de repente. — Então que tal começarmos ela agora mesmo?

— Mas e o nosso jantar?

— Ele pode esperar um pouco...

Então nos jogamos em cima da cama, por cima das rosas mesmo, e nos amamos o resto do dia, até não aguentar mais, e a fome apertar, obrigando-nos a fazer uma pausa e ir provar do jantar que eu havia pedido.


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Notas finais do capítulo

A Union Square fica em São Francisco.

Dálias vermelhas significam olhos abrasadores.

Essa One teve como base, a música de Roberto Carlos, a mulher que eu amo: https://www.youtube.com/watch?v=FeusFXPQcx8

Música da Céline, ciatada no capítuo foi because you loved me, porque pra mim essa música é muito swanqueen sim: https://www.vagalume.com.br/celine-dion/because-you-loved-me-traducao.html

Espero que vocês tenham gostado dessa one amorzinho e bem clichê, feita apenas para enaltecer o amor do nosso casalzinho.