Almas Perdidas escrita por ShadowAlexandre


Capítulo 4
Não mais sozinhos




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"Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações."

—Vincent Van Gogh

 

14:55 - Determinação

Amelia e Sebastian discutiam sobre o que fazer na situação, quando Leandro interrompeu.

— Esperem... Eu acho que o melhor a fazer é investigar a explosão!

Todos se viraram para ele.

— Mas, Leandro... Isso pode ser extremamente perigoso! – Disse Sebastian.

— Mais perigoso ainda é abandonarmos as crianças pelo medo de irmos além. Se não fizermos nada, elas podem estar correndo um grande risco!

As palavras de Leandro fizeram Sebastian se calar.

— Leandro... Você... Você está certo! – Disse Amelia.

No entanto, Sebastian resolveu tomar a palavra.

— Nesse caso, alguém deve esperar aqui com a Larissa.

Larissa se espantou.

— ...Hum?

— Sebastian tem razão... Combinamos que ela não iria continuar se algo perigoso estivesse no caminho. – Disse Amelia.

— Isso é verdade... Sinto muito, Larissa, mas você tem que ficar. – Disse Leandro.

Leandro olhou para Sebastian.

— Sebastian... Você pode tomar conta dela enquanto Amelia e eu investigamos a explosão?
Sebastian arrumou os óculos.

— Sem problemas.

Depois de tudo resolvido, Leandro e Amelia seguiram pelo túnel de onde a explosão foi ouvida.


15:07 - Presságio

Amelia e Leandro caminhavam pelo túnel, que assim como os outros, parecia não ter fim.

— ...O que você acha que aconteceu aqui...? – Perguntou Amelia.

— Com certeza essa explosão não foi natural... E eu duvido que as crianças perdidas tenham algo a ver com isso. A única explicação que me passa pela cabeça é que não estamos sozinhos nessa caverna.

Quando Leandro terminou sua frase, um frio percorreu o corpo de Amelia.

— Mas... Se esse for o caso, então estamos lidando com alguém perigoso...

— Não se preocupe, estamos armados, lembra?

Assim como todos os policiais, Leandro e Amelia andavam armados em seu trabalho. Mas mesmo assim, não era o bastante para que Amelia se sentisse segura. Afinal, não é sempre que uma explosão desse nível ocorre em algum lugar, o que os levava a crer que se de fato havia algum inimigo na caverna, o mesmo tinha um poder de fogo incrível.

— Bem... Vamos torcer para que o melhor aconteça.

Leandro concordou. Os dois continuaram o trajeto.

 

15:15 - Zona Morta

Após mais alguns minutos caminhando, Amelia e Leandro finalmente encontraram algo.

— Ei... Olha isso... – Disse Amelia.

Na frente dos dois havia uma enorme pilha de rochas bloqueando a passagem. O teto da caverna também estava danificado.

— Não resta dúvidas... A explosão foi aqui... – Disse Leandro.

Leandro iluminou as inúmeras rochas que bloqueavam o caminho.

— Também vamos ter que achar outro caminho se quisermos investigar essa passagem.

Amelia baixou a cabeça.

— Larissa disse que as outras crianças estavam nesse caminho... Você acha que...

Leandro balançou a cabeça negativamente.

— É cedo demais para pensarmos nisso... Mas agora tem um outro mistério me incomodando.

Leandro colocou o dedo indicador em sua testa.

— Essa explosão foi obra humana, o que nos leva a crer que há mais alguém nessa caverna... Mas por que explodiram exatamente aqui? Não há motivo para isso.

Agora que Leandro tocou no assunto, Amelia também percebeu: Qual era a razão para alguém detonar explosivos em um corredor aleatório da caverna?

— Isso... Isso realmente é estranho...

Leandro respirou fundo.

— Bem, esse lugar se tornou uma área sem saída. Vamos voltar até o Sebastian e contar o que descobrimos.

— Certo.

Os dois deram as costas para a pilha de rochas e pegaram o caminho de volta.

 

15:30 – Desaparecimento

Quando Leandro e Amelia voltaram ao cruzamento, Sebastian e Larissa esperavam.

— E então? – Perguntou Sebastian.

— Vocês encontraram alguém? – Perguntou Larissa.

Leandro negou com a cabeça.

— Sem sorte... O caminho está bloqueado por rochas, provavelmente resultado da explosão.

Ao ouvir aquilo, Sebastian balançou a cabeça.

— Então não há nada a se fazer... Vamos voltar.

Leandro e Amelia se assustaram.

— O... O quê? – Perguntou Leandro, assustado.

— Não tem mais nada que possamos fazer por enquanto. Não podemos continuar afundando nessa caverna, ainda mais com o risco de estarmos lidando com alguma coisa acima do nosso poder. – Disse Sebastian.

Amelia negou com a cabeça.

— Não... Nós não podemos voltar! Ainda tem duas crianças para serem encontradas!

— Sebastian, eu sei o que você está pensando: Que temos que voltar para a delegacia e buscar mais ajuda, mas você se tocou que as crianças que se perderam aqui podem não ter tanto tempo assim?! – Perguntou Leandro.

Sebastian baixou a cabeça.

— Vocês acham que eu não estou preocupado? É claro que estou! Mas também estou usando raciocínio?

— E que raciocínio é esse que deixa duas crianças presas em um lugar perigoso enquanto saímos daqui para nos proteger?! – Gritou Amelia.

Leandro se virou para Amelia.

— Amelia, calma! O Sebastian não é nosso inimigo aqui!

— Acredite em mim, Amelia. Mas eu acho que é o melhor a se fazer. Temos que buscar mais ajuda, não sabemos se podemos lidar com o que está na nossa frente. E pela explosão que presenciamos, não pode ser algo fraco.

Amelia baixou a cabeça, mas naquele instante...

— Pe... Pessoal... Cadê a Larissa?! – Perguntou Leandro.

Amelia e Sebastian se espantaram. Quando olharam ao redor, notaram que Larissa havia desaparecido.

— O... O quê?! – Perguntou Sebastian.

— Mas... Ela estava aqui... – Disse Amelia.

Todos usaram suas lanternas para olhar pelos corredores. Nada.

— Larissa!!

Sem resposta. Leandro gritou o mais alto que pôde, mas ninguém respondeu.

— Mas como ela sumiu assim? Pra onde ela foi? – Perguntou Sebastian.

— Talvez ela entrou no túnel sozinha para procurar os outros? – Perguntou Leandro.

— Ou ela foi para a saída da caverna...? Ou talvez pra frente... Droga!! – Disse Amelia.

Haviam três caminhos: O restante do túnel, o trecho onde houve a explosão, e aquele por onde eles vieram.

— Sem tempo pra pensar: Eu vou para o túnel onde ocorreu a explosão. – Disse Sebastian.

— Certo! Eu vou pelo caminho que viemos. – Disse Amelia.

Para Leandro restou o caminho em frente. Ele nem sequer respondeu, apenas acenou com a cabeça e se virou. Todos foram correndo procurar por Larissa.


15:45 – Sombras

Leandro corria pelo túnel.

— Larissa!! Responda!!

Nada. Os gritos de Leandro ecoavam, mas ninguém respondia. Até que algo surgiu em sua frente.

— ...Heim?

Era uma área aberta, que formava um círculo. Após tantos corredores, era a primeira vez que ele encontrava algo desse tipo. Leandro parou no meio do círculo.

— Droga... Acho que ela não veio por aqui...

De repente, no momento em que Leandro virou sua lanterna para o caminho em frente, ele levou um susto: Naquele lugar, estava... Um homem.

— O... O quê?

O homem em frente à Leandro usava uma jaqueta marrom, calças escuras e aparentava ter a mesma idade que ele, talvez alguns anos mais jovem. Porém, no momento em que seus olhos se encontraram, Leandro notou algo...

— Quem... Quem é você...?

O homem encarava Leandro com uma certa fúria em seus olhos. Era como se ele estivesse olhando para a pessoa que mais odiava na vida. Ainda assim, Leandro tinha certeza que nunca tinha visto alguém como ele.


15:50 - Inferno

O homem caminhou lentamente na direção de Leandro, que perdia a paciência.

— Pela última vez... Quem é você?!

O homem parou alguns metros de distância de Leandro e respondeu.

— Meu nome é Luke... E você quem é?

— Eu sou Leandro, policial. O que você está fazendo aqui?

Luke cruzou as mãos em suas costas e encarou Leandro com um olhar frio.

— Eu não tenho motivos pra te contar.

Leandro sabia que ele estava escondendo alguma coisa.

— Eu estou procurando por três crianças que desapareceram nessa caverna. Você por acaso sabe de alguma coisa?

— Crianças? Sinto muito, mas não vi nenhuma.

As respostas de Luke eram rápidas, porém Leandro ainda imaginava que algo não estava certo. Por algum motivo, o clima naquele local parecia estar ficando pesado.

— Eu vou perguntar mais uma vez: O que você está fazendo aqui?!

Luke parecia estar se irritando.

— Sinto muito, mas não vou te contar. Ou você pretende usar o seu poder de policial para me forçar a falar.

A frase de Luke deu a entender que ele definitivamente não queria ser amigo de Leandro.

— Sabe de uma coisa? Eu não ligo para o que você está fazendo aqui, mas vai ter que vir comigo. Essa caverna é perigosa. – Disse Leandro.

Porém...

— ...Hahahaha.

Luke riu.

— Vocês policiais realmente tem memória curta... Acham mesmo que eu tenho medo dessa caverna? A minha vida acabou 10 anos atrás, e foi graças à vocês!

Leandro se espantou.

— Do... Do que você está falando?!

— Vocês policiais devem adorar o reconhecimento... São tratados como heróis e endeusados sempre que matam um "criminoso" e protegem alguém... Mas não param pra pensar no outro lado, não é? Nas vidas que vocês destroem à cada missão que completam.

Luke cruzou os braços.

— Mas isso não pode ficar assim... Alguém tem que dar um choque de realidade na população. Mesmo que isso signifique... Causar um certo pânico.

Naquele momento, Leandro sentiu uma ameaça vindo de Luke. Ele tinha certeza que aquele homem era alguém perigoso. Leandro se lembrou de que seu revólver continuava no bolso de sua calça.


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