Matteo

Há umas semanas antes de eu completar 22 anos comecei a ter sonhos estranhos, embora a palavra estranho deveria ser o meu sobrenome por conta da minha família ser digamos um tanto especial. Não vivo em um só único mundo, é como se fosse uma moeda, cara ou coroa. Nunca sei quais deles no dia de amanha estarei. E isso acaba comigo.

Humanos mal sabem das existências do que têm, como eu falei eu vivo em dois mundos, o dos humanos, onde só apenas mais um professor num colégio importante e no mundo das sombras onde as vezes tenho que dar 100% do sou ou até mais, onde sou um guerreio e ao mesmo tempo um vidente.

Bom tento fugir há anos do sou nesse mundo, mas quando me vejo na porta de saída algo sempre me puxa de volta e dessa vez não foi diferente.

Alguns anos fugi da Itália e pensei que poderia continuar assim, mas esses sonhos com aquela garota, não me deixam mais.

Eu sei, e eu sinto que conheço aquele lugar com a palma da minha mão. È o alto de uma colina, que eu sei onde é, mas não lembro no momento. Olho para trás e vejo que estou quase no topo dela e não entendo o porque aquilo para mim tende ser muito ruim para mim.

A ventania não parar por nada e ela parece nem ligar por estar a beira de abismo com aquele vestido longo e nem por seus cabelos voarei enquanto manipula o furacão alguns metros de mim.

Matteo – O QUE VOCÊ FEZ?

Grito para ele, desesperado, mas nada dela se virar e fazer algo a respeito. Tento novamente e quando ela parecer terminar aquilo e se virar para me olhar, eu acordo.

…

Ligo rápido a luz do meu abajur, assustado, me sentando na cama ofegante olho a hora e são 03:30 da madrugada, o céu continua escuro pelo que vejo pela janela e não demorar muito para meu amigo Nico, com quem divido a casa e o segredo do mundo das sombras, invadir o meu quarto preocupado com um taco de beiseball.

Nico - Matteo, o que houve?

Matteo – Nada! - Falei tenso.

Ele suspirou me analisando.

Nico – Foi a garota de novo? - Sugeriu.

Matteo – Foi! E para quem esse taco? - Perguntei confuso.

Nico – Não sei! Ladrão?

Matteo – Nossa casa é protegida!

Nico – Viu o rosto dessa vez? - Peguntou olhando para a minha mesa cheia de desenhos da garota.

Matteo – Não! - Falei frustrado. - Eu acordo sempre antes de ver!

Nico – Óimos desenhos e pena que são sem rostos!

Matteo – Nem fala! Acho que vou ver a minha irmã? - Falei como uma sugestão que deixou Nico um pouco assustado.

Nico – Qual delas?

Matteo – A Jim! Ana estar em Milão. - Falei lembrando da carta de Jim.

Eu vi seu semblante ficar um pouco serio que achei que ele negaria que minha irmão viesse mas seus problemas eram com Ana, uma das minhas irmãs gêmeas que o que tinha de bonita da raiz espanhola tinha de perigosa. Diferente da nossa irmã Jim, que era totalmente oposta dela carinhosa e solidária apesar de ser uma bruxa bem poderosa e habilidosa que sempre foi mais de agir do que planejar, o que me lembra que nunca foi de romances e viver de paixões como Ana que fazia. E eu gostava disso nela, o que a tornava objetiva para as coisas.

Matteo – Eu sei que você e a Ana tem seus problemas…

Nico – Desde que a Ana não apareça aqui, estar tudo bem! Mas ainda tenho vergonha da Jim…

Matteo – Eu sei! - Falei rindo lembrando do fato dele ter confundido a Ana com a Jim ao vim me visitar, embora que nunca o contei que Ana não gostasse de mim.

Nico – Mesmo assim… Ela não teve culpa! Quando ela vier… Me avisar - Pediu tenso antes de sair e uma inesperada visita entrar no meu quarto, o fazendo voltar com ela. E eu rir.

Jim - Eu te desculpo! - Falou olhando para Nico que me olhou chocado.

Nico – Eu não te.. - Falou constrangido.

Matteo – Eu não previ isso! - Falei rindo.

Jim - Matteo precisamos conversar! - Falou séria me olhando nervosa.

…

Quando desci as escadas, imaginava encontrar minha irmã conversando com Nico, mas ele parecia calmo fervendo água na cozinha provavelmente fazendo algum chá para se acalmar com a chegada da minha irmã. Que estava impaciente jogando seu tarô no balcão da cozinha.

Jim – Não gosto disso! - Falou alto olhando as cartas esparramadas sobre a mesa – Você sabe que isso não alcamar realmente o lobo, não é? - perguntou olhando baixo Nico e voltou as suas cartas.

Nico – Realmente, mas continuo tentando! - Respondeu sério.

Jim – Tente algo forte, Camomila, menta, dormideira e um pouco de gengibre! - Disse e levatou pegando sua bolsa e tirando um frasco de remédio – Achei que ia precisar! - Falou e o Nico assentiu agradecido e ela voltou as suas cartas.

Matteo – E então o que quer conversar?

Jim – Não sei? Que tal uma garota? - Sugeriu sarcástica.

Matteo – Que tal abraçar o seu irmão antes de tudo! - Falei brincando e ela me abraçou fortemente.

Jim – Eu fiquei preocupada!

Matteo – Percebi! Mas que garota você fala?

Jim – A que você sonha!

Quando a minha irmã falou aquilo a chaleira escapou das mãos de Nico e antes mesmo que a água pudesse queima lo ou ir ao chão fazendo bagunça, minha irmã fez um rápido feitiço de congelar o elemento no lugar, o que fez a água ficar parada no ar, ele a olhou chocado por sua rapidez e habilidade enquanto ela fazia a água retornar a chaleira.

Jim – Tenha mais cuidado! - Falou séria com ele e voltou a falar comigo, mas antes não resistir de deixar o olhar o meu amigo que estava impressionada com aquilo. – Bom, sabe que dia foi sexta feira retrasada?

Matteo – Não sei! Meu aniversário é que não foi! - Falei rindo.

Jim – Isso eu sei seu bobinho! - Disse me dando um tapa no ombro sorrindo. - Mas foi uma semana de sexta feira 13!

Nico – Um dia bem especial para bruxas gêmeas e lobisomens! Além de outros seres com uma maldição! - Falou tenso colocando o chá da minha irmã numa caneca.

Jim – Isso ai! - falou chocada.

Matteo – Por que?

Jim – Porque como você sabe para ser uma bruxa ou algo do tipo você precisar ser amaldiçoado, como a nossa mãe nos contou!

Era uma velha história aquilo que antes eu pouco ligava, mas fazia total sentido e lhe caia bem aos ouvidos de qualquer romancista. Há umas 8 gerações atrás minha tatatatatara avó( vocês entenderam!) Belinda, uma linda espanhola conheceu um italiano Ruggero em uma das festas da colheita de uvas na Itália foi amor a primeira vista. Ela era uma estudante de artes e ele o filho de um dono de um restaurante que estava noivo por obrigação. Mas como ele não a amava desfez o noivado com a moça que mal podia saber que era uma bruxa.

Inconformada, essa bruxa no dia do casamento lançou uma eterna maldição tornando dos os filhos das próximas gerações em seres sobrenaturais.

Matteo – Para mim isso continua não fazendo o menor sentido! - Expliquei.

Jim – OK, eu vou jogar as cartas para você! - Falou tensa me olhando.

Matteo – O que tanto quer que eu veja nas cartas? - Perguntei sentindo sua tensão sobre mim. - Nós dois sabemos que eu não preciso estar perto para você jogar para mim? - Perguntei sério a ela.