A Trouxa escrita por Bábi


Capítulo 5
O Híbrido


Notas iniciais do capítulo

Hey, people!

Esperem que gostem! Tentei trazer um pouco de ação para essa história e acabou dando nesse capítulo. Aproveitem.



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O dia passou rápido enquanto conversava com Arthur, não notamos que já havia anoitecido e que o trem se encontrava parado. Rimos muito durante o dia e nos conhecemos melhor. Ele descobriu que era nascida trouxa, que ele havia me explicado que era um sinônimo para não mágico, e eu descobri que ele era de uma família tradicional no mundo bruxo.

O que eu faria para esconder que não possuía mágicas? O que poderia fazer para esconder que eu ainda era uma trouxa? Não apenas para o Arthur, mas para todos. Eu não seria vista com bons olhos, seria deslocada novamente, completamente excluída e tirada do contexto.

Contudo, a diversão durou pouco. Dois amigos dele apareceram na porta da minha cabine para nos avisar que talvez não chegaríamos a escola. Alguns animais cercaram o expresso e tentavam entrar a todo custo.

Os estudantes corriam desesperados pelo corredor do trem, seguidos pelos professores que tentavam acalmá-los. Ficamos observando todo aquele alvoroço e resolvemos ficar em nossa cabine, longe da confusão e a postos para qualquer duelo que seja travado.

“Arthur, me escute. Eu não consigo fazer mágica, eu não tenho...”

Um leão apareceu subitamente na janela da cabine em que estávamos, Arthur e seus amigos tomaram a dianteira e sacaram suas varinhas. Andei, lentamente em direção ao corredor que, agora, se encontrava vazio.

Vi o vidro da cabine ser quebrado e o leão entrar em direção aos meninos, mas não era um leão comum, ele possuía corpo de bode e rabo de dragão. Os meninos aparentavam uma calma transcendente, como se estivessem conectados de alguma forma.  O monstro dava diversas investidas que eram protegidas por feitiços que saíam de cada varinha naquele lugar.

Eu só conseguia pensar que não conseguia ajudá-los. Eu não pertencia ao lugar ao qual fui destinada, não obtive minha varinha e minha magia não havia sido descoberta ainda. Se algo acontecesse, seria minha culpa por não entrar em ação como os meninos.

Nesse momento, uma janela estava sendo quebrada por outro monstro logo atrás de mim. Senti pelos passarem entre os meus dedos e uma respiração pesada atrás de meus cabelos. Não soube o que fazer naquele momento, minhas pernas não funcionavam e eu não conseguia pensar direito.

Fechei meus olhos e uma voz ordenou que eu abaixasse, e assim procedi. Um raio verde passou por mim e fez o monstro levitar, como se pesasse menos do que o ar. Arthur estava do meu lado, me puxando para trás e me protegendo.

Com um aceno com a varinha, ele jogou o monstro pela janela, deixando somente o buraco por onde ele havia entrado. Corri para o parapeito e olhei para a floresta, vi o híbrido jogado na grama.

“Isso é uma Chimaera, ninguém conseguiu matar um até agora, então acho melhor irmos logo antes que ela volte. Os meninos acabaram com outra em nossa cabine.”

Concordei com a cabeça e saímos pela janela enquanto seus amigos nos seguiam. Estávamos entrando cada vez mais pela floresta, até que resolvemos mandar uma coruja à diretora McGonagall indicando onde estávamos e o que havia ocorrido. Arthur chamou uma coruja enquanto seus amigos preparavam a carta.

Nesse momento eu me toquei o que havia acontecido. Estávamos no meio da floresta, com as Chimaeras a solta. Eu não possuía mágica, não tinha momo me defender de monstros como esses, não havia qualquer sinal de ajuda e todos os alunos tinham saído do trem para fugirem da confusão.

Com isso, eu surtei. Andava de um lado para o outro, com a mão na testa, cabeça baixa e gesticulando enquanto falava. Estava incrédula com aquela situação. Como uma escola poderia ser tão perigosa? Como os professores e a diretora deixaram isso acontecer? Os alunos não deveriam lutar contra monstros em seu primeiro dia de aula; eles não deveriam lutar contra monstros NUNCA!

Arthur, enfim, colocou as mãos em meus ombros, me fazendo virar para ele. Olhei para seus lindos olhos castanhos e me acalmei no mesmo instante. Eu sabia que teria que contar para ele, pelo menos para saber que não poderia contar comigo enquanto esperávamos a escola nos encontrar.

“Porque você não utilizou magia no trem? Mesmo não sabendo feitiços ainda, você poderia ter sacado sua varinha e se protegido.”

Então eu expliquei para ele o que estava acontecendo, quem eu era e que eu não consegui minha varinha. Me senti completamente envergonhada e incompetente. Ele era dotado de magia, como todos os outros e, com certeza, ele contaria para todos o que eu era.

Os vibrantes olhos de Arthur me encarram naquele momento, como se nada do que eu tivesse dito importasse, éramos amigos, eu sentia isso, e continuaríamos assim. Ele me passou essa segurança comigo mesma com apenas um sorriso, um largo sorriso.

Esse sorriso não demonstrava piedade, mas amizade. Ele gostava de mim do mesmo jeito que eu gostava dele, mas isso não o impedia de contar para todos que ele conhecia, começando com os amigos deles.

“Esses são Otaves e Thomas, estudam comigo no segundo ano. Nossa sala é considerada a pior por causa desses dois aí.”

Depois disso eles haviam iniciado uma discussão que parecia ser eterna. Um dedurava o outro sobres as brincadeiras efetuadas durante as aulas, nos corredores do colégio e nos dormitórios. Otaves me explicou um pouco como Hogwarts funcionava e eu me encantei cada vez mais.

Arthur não falou nada sobre a conversa que havíamos tido um pouco antes de encontrar os rapazes, mas eu o sentia feliz, como se tivesse algo que as outras pessoas não tinham. Ele não parou de sorrir uma vez sequer e isso me preocupou e me alegrou ao mesmo tempo. O sorriso dele me prendia a cada vez que era mostrado.

Estávamos rindo e conversando alegremente enquanto esperávamos algum sinal dos funcionários da escola, de como estava o expresso que fora atacado e onde estavam os outros alunos ou como estavam. A preocupação sumiu de nossas mentes, assim como o ocorrido com as Chimearas algumas horas anteriores, mas elas voltaram.

Com nosso barulho os monstros acabaram nos encontrando e, enquanto estávamos em roda conversando, um pulou sobre mim, derrubando os meninos e me prensando na grama. Outras Chimearas apareceram e começaram a rodear nosso grupo, o que nos deixou vulneráveis e sem chances de vitória.

Eu tentava jogar meu corpo de um lado para o outro, tentava me levantar, mas o peso da Chimeara estava inteiramente sobre mim, me imobilizando por completo. Comecei a chorar desesperadamente, pensando que seria meu fim ali, os meninos estariam tão ocupados com os animais em volta de nós que não se importariam comigo.

Eu pensei que o erro de Hogwarts traria o meu fim, ali, pelos dentes de um leão e pelas patas de um bode, mas talvez aquele deveria ser meu destino, morrer naquele gramado poderia ter evitado os acontecimentos atuais em minha vida e na vida dos outros estudantes. Quando eu estava prestes a desistir de lutar para me desvencilhar do monstro, Arthur o tira de cima de mim como se ele estivesse praticando para isso sua vida toda.

Ele me puxou para dentro da floresta, pelo caminho que Thomas havia aberto alguns segundos antes. Com a Quimera correndo atrás de nós, Otaves nos defendia enquanto Arthur lançava um feitiço protetor em volta de nosso grupo, feitiço esse que não chegou a ser completado.

Antes de chegarmos à linha do trem novamente, eu tropecei e caí de cara no chão. Nesse momento, apenas um milagre poderia nos salvar, uma vez que os meninos pararam de correr para me ajudar, e ele aconteceu. As Chimearas não estavam mais atrás de nós e um homem começava a aparecer pelo meio das árvores.


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Notas finais do capítulo

Então, pessoal, me digam o que acharam! Sou maluca para ouvir a opinião de vocês sobre a história, sobre esse capítulo e sobre a personagem.

Espero vocês nos comentários e até o próximo capítulo.
Xoxo, Bábi.



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