Os vampiros que se mordam 2 escrita por Gato Cinza


Capítulo 1
Ponto de Ingnição


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos



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Desde que vira Lumina usando o feitiço de tempo no inicio daquele ano caótico, Bonnie ficara fascinada por aquele tipo de magia. Tantas coisas que ela poderia ter mudado de fosse uma viajante do tempo, tantas vidas inocentes teria salvado e puniria criminosos antes que ferissem mais pessoas. Mas ela não tinha o conhecimento preciso para voltar no tempo tão pouco magia para tal.  E quando já tinha se esquecido daquela magia curiosa, o Livro da Luz foi parar em seu domínio e quem diria que o primeiro feitiço que se revelaria naquelas páginas pretas seria o que ela mais ambicionara aprender, contudo ela tinha outras prioridades e usar o Livro para destruir Q’rey de uma vez por todas era mais urgente que descobrir como voltar no dia de ontem.

Quando vira seus amigos e sua cidade destruída ela sequer pensou nas consequências do que ia fazer, cumprira seu destino de queimar Mistyc Falls e agora iria reescrever sua vida impedindo que aquilo acontecesse. Abraçou o Livro da Luz com força e começou o feitiço que aprendera inconscientemente. Voltaria para um dia antes de ver Lumina no Grill enfeitiçando o tempo, arrumaria suas coisas e em vez de aceitar o convite de Elena e Caroline para passarem o domingo em sua cidade natal iria embora, sem destino. Apenas dirigiria de uma cidade para a outra sem demorar tempo demais em nenhum lugar para não cometer a tolice de criar laços emocionais com ninguém, o mundo era grande e ela o conheceria. Não precisava de magia para viver perigosamente, só precisava de coragem. Mas então ouviu o grito de Damon chamando por seu nome e o último vislumbre daqueles lindos olhos azuis lhe parecera tão aflitos e tristes que ela se lembrou da primeira vez que os vira assim.

 Ela tinha quase quatorze anos e até então tudo o que sabia sobre vampiros eram histórias de livros e filmes, algumas suposições e teorias, e linhas meio-apagadas de diários antigos que ela achara ao mexer nas coisas da avó. Damon fora o primeiro cara por quem ela nutria algum afeto, nem mesmo os garotos mais bonitos e cobiçados do colégio lhe interessava, mas o Salvatore de olhos azuis tinha uma aura de mistério que a atraia ao mesmo tempo em que a assustava. Com ele fora seu primeiro beijo, e ele seria seu primeiro contato imediato com um monstro sanguinário. E aquela expressão de temor que vira no seu amado quando desaparecia no tempo fora a mesma expressão que vira quando descobriu que ele era um vampiro anos antes. Não era medo por si mesmo e sim medo pelo que se passava na mente dela.

Quando a escuridão se dissipou ela estava novamente em seu corpo, uma versão mais jovem de si. Segundo as regras de viagem do tempo por magia que estavam no Livro, o viajante não podia ir para uma linha de tempo onde não existia, ou seja, só podia ir para seu próprio passado. Quando voltou no tempo pensara em sua adolescência com Damon e acabou indo parar exatamente na casa de sua avó perto da floresta das ruínas onde Sheila morava. E ali estava ela de novo. Damon desacordado, sua avó vinha com um pedaço de madeira pronto para matá-lo, apesar da vontade louca de abraçar sua avó e matar toda aquela saudade que feria, ela correu para proteger o vampiro com o próprio corpo.

— Bonnie o que está fazendo? – questionou Sheila.

— Ele é meu amigo, vovó – respondeu chorando – Eu sei que ele é um vampiro e sei que deveríamos proteger a cidade contra eles, mas não vou deixar que você mate alguém mesmo sendo um maldito vampiro.

 Não era isso que acontecera na outra vez, ela se lembrava claramente daquilo. Mas o impulso de socorrer Damon foi maior que sua prudência em mexer com a linha do tempo.

— Bonnie, saia.

— Nem todos os vampiros são malignos, vovó, Damon é uma exceção.

— Ele é um vampiro Bonnie, deve ser destruído.

A adolescente ergueu as mãos parando a avó que se surpreendeu com a repentina demonstração de poder.

— Tudo bem – decidira Sheila – Não o matarei, mas vocês não podem ser amigos Bonnie.

— Ele vai embora amanhã – informou a garota – Veio só se despedir de mim.

— Não é só isso – Sheila largou a estaca improvisada – Vou apagar a memória de ambos para que não lembre nunca de que um dia foram amigos. Essa é minha condição para que ele viva.

— Está bem, vovó. Mas eu posso me despedir dele?

— Tem um minuto.

Sheila permaneceu olhando a bruxa abraçar o corpo do vampiro inconsciente, e achou que ela estava apenas chorando quando se deitou sobre ele e sentiu náuseas quando a sua única neta beijara a testa do morto vivo deixando claro que nutria algum afeto por ele. Mas não era só isso. Bonnie sabia o que ia acontecer e como aconteceria. Voltara no tempo para mudar seu destino e de sua cidade, e era daquele momento em que começava a mudança. Seria diferente, tudo seria diferente.


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