A Quinta Estação escrita por Luk


Capítulo 2
Anjos




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Clark andava por entre as plantações da fazenda de seus pais e via seu pai sentado na varanda de sua casa, em sua cadeira de madeira surrada, queria falar com ele mas ele estava muito longe, então deu uma flutuada até lá pra chegar um pouco mais rápido, e se sentou em um degrau da escada, bem perto dele:

— Então Clark, como vai?

— Eu estava com saudades de você e da mãe

— Sim, faz um tempo que você não da um pulinho aqui, e cai entre nós, é só você dar um pulinho mesmo, literalmente

— As coisas andam malucas em Metropolis, e no mundo e tudo mais... Você sabe.

— É claro que eu sei! - Disse John levantando e dando um cascudo no filho - Ai! Sempre esqueço que o couro da sua cabeça é mais resistente que aço ou coisa do tipo

Clark deu uma risadinha.

— Vá colocar algo mais confortável, ver você com esse terno que usa pra trabalhar me dá coisas.

 

Enquanto estavam sentados comendo, Clark comentava sua próxima missão fora do planeta:

— Vou ficar fora por uns dias, tenho certeza que Kara fará um bom trabalho no meu lugar no meio tempo

— Tenha cuidado Clark, sei que as pessoas daquele planeta precisam da sua ajuda, mas ainda quero meu filho vivo - Disse Martha

— Não se preocupe mãe - Disse Clark, contorcendo a cara apreciando a comida de sua mãe - Afinal, não é atoa que me chamam de homem de aço

Ele suspirou de satisfação:

— Ta muito boa, mãe

— Ah, obrigada.

— Você vai agora filho? - Perguntou John

— Acho que sim, já enrolei demais - Disse Clark com um pouco de pesar

Ele se aproximou para dar um abraço em sua mãe e depois em seu pai, os três saíram e Clark girou mais rápido que o casal podia perceber e logo depois já estava com seu uniforme de Super-Homem. Ele decolou como um jato e tremeu a casa inteira, deixando uma trilha de poeira por onde passou, enquanto seus pais olhavam ele se distanciando, indo para o espaço.

Kal já tinha passado a estratosfera e continuava rumando pelas coordenadas que tinha recebido na Torre de Vigilância, e deu um tchau para a mesma quando passou do lado dela, conseguiu ver Batman e O Marciano nos teleportes, provavelmente fazendo o que a Torre foi projetada pra fazer, vigiar. Ele pensara em como o problema nessa tal planeta, ou seja lá o que John tinha te dito, seria tão grande que nem o Lanterna Verde daquele setor conseguira resolver, e então percebeu que ainda estava indo muito devagar, fechou suas mãos e tomou ainda mais velocidade. Passada uma meia-hora, ele chegou no tal planeta, a atmosfera dele, vista do espaço, parecia nebulosa, uma névoa de um amarelo bem claro, quase um bege, e conseguia ver algo que não conseguia compreender, pareciam grandes continentes, mas... Feitos de algum tipo de metal, escolheu não descobrir por si mesmo, adentrou a superfície do planeta e finalmente começou a entender.

Apenas um pouco depois de ultrapassar a Estratosfera, percebeu os primeiros edifícios flutuantes, algo que se assemelhava a naves espaciais, mas não tinham o formato de uma nem de longe, então ele viu mais e mais, aglomerados de vida, e enquanto se perdia por aquele estranho planeta, foi surpreendido pelo Lanterna Verde daquele setor, parecia o Humpty Dumpty ressecado e Alien, mas quem era ele pra julgar?

— Kal-El? - Perguntou o Alien

— Sim, mas pode me chamar de Kal se quiser, ou de Super-Homem, aí vai de você.

— Bom, Kal, O problema é o seguinte... - E então ele fez um construto com seu anel, o apontando ainda mais abaixo deles, o que parecia um ventilador Alienígena que afastou a névoa que mostrou algumas ilhas flutuantes um bom caminho mais abaixo

— Então?

— Você já ouviu falar deste planeta?

— Hhhmmmmm - A expressão dele já entregava

— É um planeta feito artificialmente, u dia aquela área estava vazia, no outro...

Super-Homem pareceu confuso.

— E outra, percebe como flutuam? Eles não estão em nenhuma órbita programada desse planta, simplesmente vão contra as leis da física e flutuam sem serem atraídas pelo centro.

— Impressionante, de fato. Mas... Qual o problema?

— Aquilo é um pedaço de vegetação alienígena, os habitantes desse planeta estão começando a adoecer e já estão morrendo, precisamos de sua ajuda para conter o patógeno.

 

Eles se aproximaram dos pedaços de terra flutuantes misteriosos, e em um deles havia um grupo de expedição e pesquisadores, vários deles usavam trajes de proteção, e apesar de serem humanoides, suas pele se assemelhava a um tipo de plástico, látex, ou coisa do tipo, suas faces incluíam um grande olho no centro e uma boca ligeiramente pequena comparada ao olho, e todos tinham cores diferentes, Super-Homem se sentiu maravilhado, fazia tempo que não era surpreendido dessa maneira. Então percebeu que alguns deles não usavam trajes, ele se confundiu:

— Porque aqueles não usam?

— São alguns dos únicos que tem algum tipo de imunidade especial contra essa doença, estão aqui para ajudar a desenvolver uma cura.

Um grupo de 3 se aproximou deles, dois usando traje e um não, o da esquerda tinha pele laranja bem forte, o da direita uma pele cinza, e o do meio, o único sem traje, uma pele de um marrom bem agradável, e então se apresentaram:

— Eu sou a Doutora Fowquot - Disse a da direita, que aponto gradativamente para o lado - Do meu lado é Fey e do lado dela, O Doutor Bowie. Você deve ser o Kriptoniano!

Ela estendeu a mão gentil e alegremente, Super-Homem a apertou com gosto:

— Sim, sim, pode me chamar de Kal, ou Super-Homem, E você deve ser Fey, uma das imunes! E Dr. Bowie, sabe, tinha um cantor na Terra com o seu nome, faleceu recentemente. - Super-Homem apertou a mão de todos enquanto falava - A música dele era incrível, se me permite acrescentar.

Fey parecia uma das mais tímidas, Super-Homem abriu um largo sorriso para ela, ela sorriu de volta.

— Bom, Kal, O nosso Lanterna vai estar selando o local com seu anel enquanto investigamos, só vai haver a nossa passagem aberta no final do dia, e quando sairmos, ele a selará. - Disse a Doutora

— Vocês três vem comigo?

Bowie fez que sim com a cabeça, e mostrou o caminho, eles foram na frente e Super-Homem foi logo atrás depois de falar com O Lanterna:

— Vai ficar tudo bem?

— Eu me cuido - Disse o Lanterna Verde voando para longe

Super-Homem acompanhou os... Qual a raça deles mesmo? Ele achou melhor ir puxando papo enquanto adentravam.

— Então Doutora, me explica esse planeta? Nunca vi um igual.

— Este planeta foi gerado artificialmente - Ela começou - Há um núcleo artificial no centro, gerando a gravidade e ajustando as órbitas programadas. Fomos nós que organizamos sua atmosfera e nossas moradias, viemos do planeta Fows, falecido como o seu Bowie.

— Então aqui é Fows II - Afirmou o Super-Homem, recebendo um positivo da Doutora - Vocês são o que? Fowsianos?

— Apesar do nome do planeta, somos Bersex.

— Entendo, e estamos aqui porque...?

— Descobrimos que o patógeno é gerado por algo aqui dentro, levando em conta o tempo de vida das nossas amostras e sua biologia - Afirmou Bowie

— Certo, então vamos acabar com a força que a gera e só? Você precisam de mim pra que mesmo? - Perguntou o Super-Homem realmente confuso

— É um ambiente hostil, certamente pode haver coisas aqui além do nosso alcance, e até onde sabemos, o ser mais apropriado para lidar com doenças é alguém conhecido por ser indestrutível - Continuou Bowie

— Sorte de vocês em ter um sol amarelo também, ele me fortalece. - Super-Homem só tinha mais uma pergunta - Como eu consigo falar com vocês, o Lanterna eu sei que consigo falar por causa do anel tradutor, e vocês, qual a desculpa?

— Temos telepatia baixa - Falou a baixa voz de Fey um pouco no canto - Não temos uma língua nossa, podemos falar todas.

— Fascinante! - Disse Super-Homem abrindo um largo sorriso

Então eles chegaram numa caverna maior, mais intrincada, cheia de verde, várias plantas e vegetais alienígenas, os cientistas se mantiveram frios, apesar de haver um inconfundível brilho de fascinação no olho da Dra. Fowquot, enquanto Bowie só aparentava estar entediado, Super-Homem flutuou pela abertura ampla e analisou cada planta, seu fascínio era enorme:

— Encontraremos algo logo, presumo - Disse o Kriptoniano

— Sim... Sim...! - Afirmou Fowquot, analisando o lugar

Super-Homem se aproximou de Fey, sentada em uma rocha e acariciando uma planta:

— Então, está gostando? - Perguntou

— Estou achando tudo muito lindo, me lembra das poucas lembranças que tenho de Fows, era muito pequena... - Disse Fey

— Isso é bom, eu nem me lembro de como meu planeta era, não era mais que um recém-nascido na época, ele se destruiu logo após.

Fey sorriu, Super-Homem devolveu. Fowquot o chamou para ver algo, ele se aproximou dela:

— Olhe só - Disse ela cutucando o que havia no chão - Parece uma... Veia. Ou artéria, não sei...

— Artéria - Disse Super-Homem, que usou sua visão de raio-x novamente para ver onde dava, tinham um caminho relativamente longo para percorrer, não conseguia ver o final pois havia chumbo no caminho.

— Temos que ir andando - Disse Bowie se levantando com uma cara muito entediada

Então, criaturas parecidas com crustáceos gigantes quebraram as paredes e voaram na direção deles, Super-Homem conseguiu salvar rapidamente os doutores, mas Fey tinha sido atacada por um, ele voou rapidamente e com um soco mandou voando a besta para a parede, que se despedaçou com o choque, expelindo sangue verde musgo.

— Você está bem? - Ele não conseguiu a resposta, já que mais dois crustáceos estranhos o agarrou pelas costas, e enquanto flutuava para trás, estendendo as mãos para alcança-los, mais dois pularam em sua frente, e mais pulavam nele - Corram! - Sua voz estava abafada pelos crustáceos.

Os cientistas e Fey correram para a trilha por onde vinha a tal artéria, Super-Homem usou sua visão de calor e fritou a maioria deles. Ao chegarem a outra saída, Fowquot quase caiu em o que parecia ser um desfiladeiro, a artéria percorria a parede até o teto, que também estava bem alto.

— Super-Homem! - Gritou Fowquot, ainda assustada por quase cair

Ele veio rapidamente pela passagem, tampando por onde vieram com corpos das criaturas.

— Nossa - Disse - Isso... É bem fundo.

Ele viu a artéria, que mais se parecia com uma raiz agora de percebera, indo para uma abertura no teto.

— Realmente! - Ele voou para a abertura e ficou por lá uns 2 minutos, voltando com uma cara apreensiva - Bom... Venham aqui

Ele pegou Fowquot por um braço, Bowie por outro e Fey enrolou seus braços pelo pescoço, ele os levou para a abertura, e então viram, não sabiam o que era ao certo, mas se assemelhava a um grande cérebro com raízes e algo como um esguichador, que de tempos em tempos, esguichava algo.

— É isso, é o criador do patógeno. - Afirmou Super-Homem - Consigo ver com uma de minhas visões.

Todos tiveram reações diferentes, Fowquot parecia mais fascinada do que nunca, já Bowie parecia assustado, e Fey comovida:

— É um tipo de cérebro! - Afirmou a Doutora - Ele que está causando a doença?

Super-Homem afirmou com a cabeça:

— Precisamos destruí-lo! - Disse Bowie, tirando algo que se assemelhava a um tazer

Super-Homem se colocou no caminho.

— Saia do meu caminho, Kriptoniano!

— Você não está vendo que aquilo é um CÉREBRO GIGANTE! Com certeza é ciente, não se pode matar vida inteligente, tem outras maneiras!

— Aquilo está matando meu povo!

— Como nos comunicaremos com ele então Kal? - Perguntou Fowquot com certa tristeza - Pode ser ciente, mas como faremos para dizer a ele para parar? Está apenas desempenhando sua natureza...

— Viu?! - Disse Bowie

— Mas essa é a graça disso, é natural, há uma ordem na natureza, fazendo esse planeta aqui estamos impedindo o surgimento de um novo, por isso ele flutua, tem sua própria gravidade, e o que essa coisa faz não é cruel, é apenas a lei do mais adaptado...

Bowie fez uma cara de desgosto enorme:

— Vamos matar a coisa agora?

— Não! - Gritou Fey - Não é uma coisa, é uma pessoa, como eu e você! Tem de haver algum jeito... - Ela olhou apreensiva para Kal

Super-Homem chegou perto do ser e colocou suavemente sua mão na superfície do cérebro, e fechou os olhos... Depois de certo tempo ele tirou suas mãos e se afastou abruptamente.

— Tem um nível de telepatia muito baixo, mas está lá...

— Então podemos nos comunicar! Não podemos...? - Disse Fey

— Só se fizermos a ligação - Disse Fowquot

— Ligação?

— É um tipo de ritual nosso, unimos nossas mentes e aumentamos sua capacidade momentaneamente.

— Não! - Gritou Bowie - Não profanaremos nossas mentes nos ligando a isso!

Ele sacou algo parecido com um explosivo, Super-Homem chegou desconfortavelmente perto dele:

— Você não vai!

— Aquilo é selvagem...!

— "Aquilo" é inteligente! Não ouse! - Disse com uma raiva absorta

— Mas...

— Você... - Super-Homem baixou o tom - Está com medo...

— Não...!

— Não precisa se envergonhar... - Ele pegou no ombro de Bowie - Coragem! Todos unidos conseguimos.

Então todos eles deram as mãos, com Fowquot e Fey tocando no cérebro, todos eles fecharam os olhos:

— Alguém? - Perguntou Fey no fundo de sua consciência

Quem está ai? Disse uma voz peculiar e forte

— Olá - Disse Fowquot - Você está se comunicando com a raça nativa do planeta em que entrou.

Ora— Disse a criatura - Mas estou em espaço aberto com meu pedaço de Terra

— É um planeta... Diferente - Disse Fowquot

Como posso acreditar em vocês?

— Procure fundo - Disse Super-Homem - Procure em nossos pensamentos, em nossos sentimentos, nós estamos aqui justamente para fala com você.

Ouve um silencio.

Eu sinto suas intenções, de todos os 4 de vocês, e você, outro macho

— Eu? - Disse Bowie mentalmente

Não tenha medo, não tanto, sinto que todos vocês temem por algo, o que foi?

— São os habitantes - Disse Bowie depois de um pouco de silencio - O que você está expelindo, está nos matando.

Não posso parar... Há algo que possam fazer?

— Porque? - Pergunta Fey

Estou dando a morte a vocês, mas a vida as criaturas que aqui vivem.

— Ah! - Pensou Fowquot - Eu percebi que este grande meteoro está criando muita gravidade, breve será maior que a do nosso planeta... E se nós transformarmos isto em um planeta de verdade? Ele pode adaptar a atmosfera para ambos os habitantes, mas isso seria um procedimento arriscado... Teríamos que remover o gerador de gravidade ao mesmo tempo que o desativamos.

— Isso seria muito arriscado - Comentou o Super-Homem

— Mas é a nossa melhor esperança - Sussurrou Bowie

Conto com vocês...— Disse a voz que se tornava distante

Eles quebraram a ligação, Fowquot comunicou-se com o centro de pesquisas:

— Centro, aqui é Fowquot, descobrimos a fonte do patógeno, e é uma forme sedentária de vida inteligente, temos um novo conjunto de instruções, que precisam ser desempenhadas imediatamente...

De repente, o cérebro tremeu e cambaleou dentro do seu lugar, ouviu-se na mente deles um grito de socorro:

RÁPIDO! — Ouviram

— O núcleo do planeta precisa ser removido imediatamente! Este meteoro se tornará o centro! - Gritou Fowquot desesperada

— Mas... - Se ouviu no rádio

— Agora!

— Sim... Ele está sufocando! - Afirmou Super-Homem

— Mandem o Lanterna Verde parar de selar as saídas! - Gritou novamente Fowquot

— Eu vou ajudar - E então super-Homem virou um borrão azul e vermelho, e por todo lado se viu ele abrindo buracos, o lugar todo começou a tremer, e do lado de fora do compartimento do cérebro, as coisas começaram a ruir, e todo o tremer daquele lugar apavorou os Bersex, enquanto se arrumavam, ficam desesperados na beira do buraco.

Eles imediatamente viram, em um buraco que Super-Homem abriu, a grande esfera que daria gravidade e centro ao planeta sendo levada, e grandes garras luminosos conjuradas pelo Lanterna levando o meteoro para a direção oposta, Super-Homem parou ante ao Buraco, e gritou:

— Vocês vão ter que pular, eu os pego!

— Isso é muito perigoso! - Gritou Bowie Carrancudo

— Coragem... - Sussurrou Fey

Todos deram as mãos, olharam um pro outro... E Pularam... Super-Homem agarrou a mão de Fey, que estava na ponta, e voou com eles para fora pelo buraco aberto pelo Super-Homem... E enquanto se distanciavam, com a sensação que Fowquot só poderia descrever como "A mais maravilhosa de sua vida" eles voaram pela imensidão do céu infindável do planeta.

Eram anjos, e deram uma chance a vida, um lugar melhor.


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