Coletânea de Textos escrita por Annie Bonney


Capítulo 2
A Bailarina Quebrada


Notas iniciais do capítulo

A história e os personagens dela são fictícios, tudo obra de minha fértil mente. Ela sofreu alterações, a original é um pouco diferente desta por motivos de coerência. Plágio é crime. :3



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Os pés descalços deslizavam pelo piso, sentindo o frio que emanava da cerâmica branca. Alice observou o local em que se encontrava. De fato, não o reconhecia, todavia lembrava-lhe um depósito e os objetos que ali se encontravam lhe atiçavam a curiosidade.

 

Seus passos a guiaram até um espelho do tamanho de uma pessoa normal e lá ela teve uma visão de si própria. A calça de jeans grudada em seu corpo, mostrando o desenho das curvas da garota - quase mulher feita -, como uma silhueta. A blusa branca se destacava sob os tons escuros da jaqueta cor de vinho.

 

Alice fitou a própria íris, tentando olhar dentro de si. E, de alguma forma inexplicável, viu a criança que um dia foi. O seu eu enterrado no mais fundo de sua mente.

 

Num passado muito distante lá estava ela, a memória perdida. "Uma Alice Prescott beirando seus cinco anos de idade corria afoita e animada pelo imenso jardim de uma casa modesta. Atrás dela, vinha a conhecida figura da já falecida irmã e, ao longe, a figura alta e imponente do pai era visível assando carnes sobre o carvão em brasa." Aquela lembrança era tão antiga que a própria Prescott se surpreendeu, sentindo os olhos se encherem d'água e um lágrima solitária escorreu pela bochecha esquerda dela, a qual, instantaneamente tratou de enxugar. Afinal, ela odiava chorar, era como uma demonstração de fraqueza.

 

Foi quando uma voz a surpreendeu, não esperava encontrar alguém ali.

 

— Tudo bem criança? — questionou-lhe um senhor já de idade. Por impulso, a garota respondeu que sim com um leve movimento feito com a cabeça.

 

— Esses brinquedos estão tão solitários... Não quer um? — ofereceu o mais velho.

 

 

Afastando-se do espelho, Alice fitou os demais objetos. Um carrinho de brinquedo. Uma boneca. Um piano. Uma antiga e misteriosa caixinha de azevinho. Um colar. A morena levou a canhota à cabeça, mexendo nos cabelos, demonstrando uma profunda indecisão. Eram tantas objetos para escolher.

 

— Lembre-se... Escolha aquele que lhe representa. — o senhor lhe segredou soltando uma sonora gargalhada antes de desaparecer como se nunca houvesse existido. A mais nova olhou ao redor, claramente confusa, mas com a ideia sugerida ainda em mente.

 

Afinal, o que representava ela? Voltou o olhar para a caixinha misteriosa. O que havia nela? A curiosidade falou mais alto e logo a morena se agachava no chão, pegando a caixinha. A madeira era velha e antiga, não estava mais em seus melhores dias. Os detalhes eram sutis, mas já se apagavam por causa do tempo. Olhando a pequena caixinha Alice poderia dizer que ela já tinha tido dias melhores e dentro dela havia a certeza de que, outrora, o objeto inanimado outrora fora bonito.

 

Curiosa, abriu a caixinha revelando o seu adorável interior. Era envolvida por um tecido aveludado vermelho, já na parte interior da tampa; havia um espelho e no centro da caixa uma belíssima escultura de uma bailarina. Encantada com a peça a morena girou a chave, dando vida instantânea à pequena bailarina. Uma melodia suave começou a tocar e ao som da música, a boneca de porcelana começou a rodopiar.

 

O espetáculo não durou mais que um minuto e a melodia se transformou num feio e triste ruído. Estava quebrada. Assim como Alice, a boneca dançarina estava quebrada.

 

Ela riu. Perfeito. Ali estava seu objeto e não o trocaria por nada.


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Notas finais do capítulo

Confesso que o original é mais fácil de entender. Mas o contexto é tão louco que a preguiça se apossar de mim para tentar explicar. Um dia, quem sabe... Eu venha a fazer dessa história uma fic. Obrigada pela atenção, Annie.



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