Amar escrita por AmarPitombrina
Sabrina
Sabe quando você já viu um filme inúmeras vezes e tá cansado de saber o final? Eu me sentia assim!
Sei que agi errado, eu até merecia o gelo que ele estava me dando, mas ver Helô fazendo carinho em suas costas, foi minha morte.
Perceber que você perdeu o amor da sua vida por uma estupidez, é algo inimaginável.
A dor que eu estava sentindo era de longe a pior coisa que eu já senti em minha vida!
Eu o perdi! E o perdi pra aquela mulher, que sempre esteve com ele e talvez o soube valorizar, seja lá o que eles tivessem.
Sai de lá sem rumo, ele não veio atras de mim.
Não sabia pra onde ir e nem o que fazer. O berloque estava na minha mão, meio que pra me dar força e segurança, mas tudo desabou sem nenhuma cerimônia. Eu estava dilacerada.
Entrei no primeiro táxi que vi e fui até o local que ele disse que trazia paz pra ele e que o acalmava quando ele precisava pensar.
Eu senti que o mundo tinha desabado sobre os meus pés e eu era a única responsável por isso.
Paro diante da imagem imponente do Cristo.
Uma prece escapa dos meus lábios: só peço pra que ele seja feliz.
Sua voz me tira do meu momento de busca. Ele está aqui!
— Esqueceu que eu disse que sempre venho pra cá quando preciso pensar?
Minhas lágrimas jorram! Preciso dizer a ele o que estou sentindo. As palavras saem de minha boca tal qual uma enxurrada de lamento, disparo a dizer tudo que sinto antes que ele se vá.
Mostro a ele o berloque e explico o que aquela peça representa. Ele era a minha força e eu o perdi.
— Sabrina, por favor! Deixa eu te explicar uma coisa. O que você viu...
— Não precisa me explicar nada! Você tem todo direito. Eu te magoei, não confiei em você pra te contar o que tinha acontecido e eu entendo que você não queira mais nada. Você tem razão quando diz que relacionamentos precisam de transparência. Eu só te peço perdão. Perdão por não te dar o valor que merece. Por não ter sido transparente com você. Dói muito dizer isso, mas quando amamos temos que deixar as pessoas livres e se você acha que ela pode te dar o que eu não dei, eu deixo você ir...
— Sabrina, me deixa falar. A Helô, ela ... não é o que você está pensando. Eu estava desabafando com ela. Você sabe que sempre fomos amigos e ela me ofereceu ajuda.
— Imagino a ajuda que ela te ofereceu. Eu bem vi.
— Sim, ajuda. Eu estou aqui não estou? Ela me fez ver que todos somos passíveis de erros. Ela enxergou os erros dela, acho que a lição de moral que você deu nela em Portugal, surtiu efeito. Ela mudou. E ela foi me dizer que eu devia ouvir você. Meu coração estava estraçalhado por pensar que você não confiava em mim pra se abrir e ela me fez ver que além de completamente apaixonado, eu também cometo erros e que sempre vai ser assim. Porque não somos perfeitos! Eu não vou perder você e não vou deixar você ir. Demorei tanto tempo pra te ter, não vou deixar nossas diferenças e problemas nos separar. Eu amo você Sabrina!
— Marcos, como eu tive medo de te perder! Me perdoa, me perdoa! Eu te amo! Eu fui uma idiota!
— Xiii, chega. Já passou. Só me promete que nunca teremos segredos um com ou outro, haja o que houver. Vamos ser transparentes sempre. Nada de segredos, nada!
— Eu juro! Eu fui impulsiva e julguei você mal. Mas você tem o coração maior que o mundo, obrigada por me dar uma segunda chance.
E debaixo da imagem dEle, em sua grandiosidade, o puxo pra um beijo lento e calmo. Um beijo de paz, que trouxe ao meu e ao dele, a calmaria pra tempestade que estávamos vivendo.
Com o berloque da âncora nas mãos, um instrumento que devolve a esperança nos momentos turbulentos, ficamos ali, abraçados, ouvindo o coração do outro. Um abraço de de calmaria e lamento por não ter nos encontrado em outras vidas!
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