Sabrina

Acordo com um carinho suave no rosto.

Pisco os olhos para me habituar a claridade que passa pelas cortinas.

— Bom dia!- ele diz com aquele sorriso de lado que me encanta.

— Bom dia! Dormiu bem? – pergunto ainda me espreguiçando.

— Tá na hora de levantar. Hoje vamos conhecer Sintra e Porto. Não voltaremos, então leve uma peça de roupa a mais.

— Ai amor, eu estava louca pra conhecer Sintra! Lá tem o Castelo dos Mouros e dizem que é incrível!

— Sim. Então bora levantar, que depois de conhecermos Sintra desceremos pra o Porto e passaremos a noite lá. Infelizmente nossa estadia em Portugal está acabando, então temos que aproveitar cada segundo que tivermos.

— Ok. Vou tomar banho rapidinho e ai nós vamos.

— Vou me arrumar também. Beijo. – nos despedimos e ele vai.

Estou tão ansiosa por conhecer Sintra. Eu sou apaixonada pela história dos lugares que visito.

Rapidamente ajeito uma bolsa com algumas peças de roupas e desço para tomar o café e aguardá-lo no hall. Ele ainda não desceu, então ocupo uma mesa a espera dele, mas quem aparece é outra pessoa. Eu não acredito. Ela se senta junto a mim e fica me encarando.

— Você acha que ele vai ficar muito tempo com você, é?- seu sorriso irônico me irrita. O que ela acha que sabe pra tentar me perturbar? Eu e Marcos não temos segredos.

— Eu queria saber o que você ganha descendo tão baixo, é Helô seu nome né? Por que olha só, me admira demais você vir até Portugal rastejar atrás do Marcos. Você ainda não entendeu que você não passou de uma distração pra ele? Olha bem a sua volta, olha aqui – estendo a minha mão direita pra que ela veja a aliança- você acha mesmo que com esse seu joguinho de tentar me separar dele você vai conseguir algo? Você não tem amor próprio? Olha, faria muito bem em ter viu. Faz um bem à alma que você não imagina.- dou o sorriso mais sarcástico que eu consigo.

— Ah que linda! Acha mesmo que essa ‘aliança’ vai segurá-lo? – e ela volta com aquele sorriso sarcástico.

— Eu não preciso de uma ‘aliança’ pra segurar ninguém. Isso aqui apenas reafirma o pacto que nós temos um com outro e pra esfregar na cara de alguns ai que nós pertencemos ao outro. Mas você não entende isso, não é mesmo? O que nós temos é amor, mas tenho certeza que você não sabe o que é.

— Ah Sabrina, você não sabe onde se meteu. Você não perde por esperar.

— O que ela não perde por esperar Helô? Por acaso você está ameaçando a minha namorada? Aliás, eu achei que você já tivesse voltado pro Brasil. O que você ainda está fazendo aqui?

— Marquinhos, eu vejo que vocês estão se dando muito bem. Já estão até usando aliança. Será que você aguenta por muito tempo essa vida chatinha de namorar? Sem balada, sem curtição, sem mim que sempre estou disposta e preparada pra você e que nunca te cobrou nada nesse sentido. Isso passa, você vai ver. E quando passar, eu vou estar lá te esperando como eu sempre estive. Linda e loira pra você amor. – que mulher abusada! Minha vontade é de dar na cara dela!

— Sempre disponível ne Helô, igual frango assado de domingo naquelas assadeiras enormes. Se ame mais amor.

— Helô, você é louca! Eu não sei como eu não enxerguei isso antes. Amor, vamos embora porque eu perdi o apetite. E Helô, deixa a gente em paz. – Marcos está realmente furioso.

Nos levantamos e saímos. Estou tão pensativa no que aconteceu. Será que nunca teremos paz pra viver a nossa história? E o que ela quis dizer que ele vai se cansar de mim? Será isso?

— O que você está pensando princesa? – ele me tira dos meus pensamentos enquanto caminhamos.

— Estava pensando no que a Helô disse.

— Você não acreditou no que ela falou ne? Olha pra mim: Você é a coisa mais importante da minha vida Sabrina. Eu nunca iria correr o risco de perder você, nunca! Acredita em mim!- seus olhos estão brilhando, pelas lágrimas, não sei se de alegria ou tristeza e eu nesse momento percebo o quanto eu o amo e confio nele.

— Eu acredito em você meu amor! Me perdoa, mas é que as vezes bate uma insegurança.

— Não precisa se sentir insegura, eu estarei sempre aqui com você. Sempre!

— Obrigada por sempre saber o que dizer. – dou um beijo na sua bochecha.

— Agora melhora esse rostinho hein! Nó vamos de trem!

— Ai que delícia! Eu adoro andar de trem.

— Vamos sim. A distância não é muita e assim aproveitamos o trajeto admirando as belezas da serra e eu aproveito para dar uns beijos na minha namorada linda.

Marcos

Embarcamos na estação ferroviária Rossio, aquela próxima a Praça do Comércio.
— Logo chegaremos , não dura nem uma hora a viagem.- digo a ela enquanto nos acomodamos na nossa cabine.
— Como é lindo Marcos! Obrigada!
— Tudo por você meu amor!- dou um beijo em seus lábios, de forma doce, mas ela intensifica o beijo me deixando sem fôlego.
Suas mãos passeiam por minhas costas, alisando. Me afasto pra ver se essa é mesmo a sua intenção e sou surpreendido por ela me empurrando contra a parede da cabine.
— Sabrina... você.. tem.. certeza..?? Aqui..? Alguém.... pode...
— Xiii, a porta está trancada e eu já fechei a cortina que tem na porta, então temos algum tempo. Ela diz isso sem parar de me beijar e torturar. Ela sabe o que quer. Desabotoa a minha camisa com pressa. A sua vontade por mim acende uma chama no meu corpo e em instantes também já estou retirando as suas roupas. Nossos corpos estão em ebulição, acho que por estar tudo fechado e pelo momento de loucura que estamos passando.
Encosto ela no sofá e vou descendo beijos por seu corpo, seus seios, sua barriga até chegar a sua intimidade. Suas mãos estão puxando meu cabelo com força me fazendo continuar com o carinho. Me sento no sofá e ela senta em meu colo, imediatamente ela coloca sua intimidade em volta da minha e já estamos nos amando. Ela pula com pressa e vontade.
— Você quer que seja rápido? Desse jeito eu não aguento! - sussurro em seu ouvido.
— Eu quero qualidade e isso não significa que precise demorar! Eu só quero você! - ela devolve em meu ouvido. Suas palavras são minha perdição. Seguro em sua cintura para auxiliar seus movimentos e em menos de um minutos nós chegamos lá!
— Ahhh!!! Meu Deus! Mais uma incrível! Você é demais! Eu amo quando você toma a iniciativa, sabia?
— Você me faz ser assim! Eu sinto que temos tanta cumplicidade que eu não tenho vergonha.- ela diz isso, mas mesmo assim vejo seu rosto ficar um pouco vermelho.
— Você não precisa se envergonhar! Nós somos um casal e temos intimidade e cumplicidade suficiente pra isso.
— Obrigada! Por ser esse príncipe comigo, atencioso, companheiro, amigo, cúmplice... Você é tudo que sempre precisei! Eu te amo!
— Eu também te amo princesa! Pra sempre!
Ela sai do meu colo, ajeita a roupa e vai ao banheiro. Eu fico olhando a paisagem pela janela da cabine, pensando em como tenho sorte e como eu queria ela todos os dias ao meu lado!