NSabrina

Me espreguiço tentando colocar meu corpo de volta no lugar. Por quanto tempo dormi?
Perdi a noção do tempo. Pelo visor que se encontra no encosto de cabeça da poltrona da frente, verifico que estamos chegando.
Eu dormi por 9 horas seguidas! Olho para o lado e Marcos está dormindo, com o rosto tão sereno, quanto o de um anjo. O meu anjo.
Sorrio com meu pensamento. Há quanto tempo não me sentia assim? Acho que um pouco mais de um ano.
Algumas lembranças me vêm à memória, ora boas, ora ruins. Sacudo a cabeça para afastá-las.
Não quero me recordar de coisas que me fizeram sofrer.
Bola pra frente! Estou vivendo uma coisa tão linda com Marcos. Passo a mão pelo seu rosto com a barba por fazer, levemente aparada, que o deixa ainda mais lindo. Como eu tenho sorte. Sim, muita sorte.
Ele abre os olhos lentamente, sentindo meu carinho.
— Oi princesa! Já acordada?- ele pergunta bocejando.
— Já estamos chegando dorminhoco.
Ele se aproxima de mim, de forma discreta e me dá um beijo, bem suave.

Ficamos assim por um bom tempo nos olhando e fazendo carinhos.

— Atenção senhores passageiros! Gentileza voltarem suas poltronas para 90 graus, estamos iniciando nossa aterrissagem no aeroporto Humberto Delgado. Agora são exatamente 08 horas da manhã em Lisboa. A temperatura está entre 10 e 11 graus. Aproveitem a estadia de vocês em terras Lusitanas. Agradecemos sua companhia.
Em instantes estamos pousando.
O contato com o ar frio de Portugal é delicioso. Nos dirigimos a sala de desembarque e retiramos nossas bagagens.
Chamo um táxi e me viro para o Marcos, ele está deslumbrado! Seus olhinhos brilham admirando tudo a sua volta.
— Marcos, estou indo. - Aponto pro táxi que já está a minha espera.
— Eu também vou, espera. - e ele vem sorrindo.
— Mas seu hotel é próximo ao meu?
— Uhm, acho que é o mesmo.- ele ainda está sorrindo. Mas?
— O mesmo hotel? Outra coincidência?- estou desconfiada.
— Outra coincidência! Vamos?
Entramos no táxi e partimos pro hotel.
O hotel não fica muito longe do aeroporto, coisa de 20 minutos e chegamos.
Vou direto pra recepção, pois estou doida pra tomar um banho.
Faço meu check in e ele ainda está fazendo o dele.
— Marcos, vou subir pra descansar um pouco. Nos encontramos pro almoço?
— Claro, já terminei aqui. Vamos então?
Entramos no elevador e enquanto subimos, vamos nos beijando. O elevador para no meu andar.
— Preciso ir. - saio do seu beijo.
— Meu andar também é esse!
— Não me diga?- já estou sorrindo, imaginando que o quarto dele deve ser do lado do meu.
— O que? Outra coincidência ué!
— Coincidência, sei!
Vou em direção ao quarto. E como eu pensei, seu quarto é ao lado do meu! Ele não se aguenta e vem em minha direção. Me abraça por trás e sussurra em meu ouvido.
— Você acha que eu ia permitir que você ficasse sozinha e longe de mim? Eu já não te falei que não aguento ficar longe de você dona Sabrina?
— Aí meu Deus! Tenho um namorado perseguidor?
— Perseguidor não! Apaixonado!
— Só que , namorado apaixonado, eu preciso tomar um banho e descansar. - digo entre os beijos que estou depositando eu seu rosto.
— Ok, eu vou deixar você ir. Mas depois do almoço temos um compromisso. Portanto, descanse bastante.
— Compromisso? Não tinha nada agendado pra hoje, somente amanhã pela manhã.
— Nada de trabalho. Eu que disse e não me pergunte mais nada, porque eu não vou falar.
— Ah, sempre me deixando no escuro né?
— Vai descansar, vai!
— Beijo.- me aproximo e dou um beijo nele.

Entro pro meu quarto e fico impressionada! É enorme! Uma cama de casal bem no centro, com toalhas tão bem dobradas, que dá até dó de desenrolar. Há um frigobar, TV a cabo, uma penteadeira gigante, daquele estilo bem antigo, bem português. No banheiro há uma banheira enorme e a vista da sacada é deslumbrante!
Tomo um banho relaxante e rapidamente pego no sono.

Acordo com meu telefone tocando. Há varias mensagens. Da minha mãe, do Marcos, do Ramon...
Respondo primeiro minha mãe, que deve estar preocupada.
Logo depois respondo a do Marcos. Ele já está me esperando pro almoço.
E a ultima, bom eu ignoro, porque não sou obrigada!

Troco de roupa e desço, pra descobrir o que Portugal me reserva.