Amar escrita por AmarPitombrina


Capítulo 25
Capítulo 25- Perseguidor




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Ramon

Pelo visto ela não gostou das flores. Sinto que a perdi totalmente. Mas uma coisa não sai da minha cabeça: a possibilidade dela estar envolvida com ele.

Porque ela faria isso comigo? Fui tão ruim namorado assim? Será que nesses 5 anos não causei nada de bom nela?
Esse pensamento me inquieta. Não é possível que 5 anos não signifiquem nada pra ela.
Eu me esforcei, juro que me esforcei. Mas meu mau humor constante e minha eterna cara de quem comeu e não gostou, sempre estavam lá. E ela sempre me dizendo isso.
Ah Sabrina, minha Sabrina.
Você não podia ter feito isso comigo.

Estou na casa dos meus pais pensando nas possibilidades, se é que elas existem. Amanhã volto pro Chile e minha animação em reconquistar a Sa, está indo embora também.
Lembro da louca lá, apaixonada pelo outro. Será que deu certo o que ela fez? Espero que sim. Não quero ver a Sabrina sofrer, mas se for pra ter ela de volta, faço tudo.
Mas e se ela estiver realmente apaixonada por ele? Esse pensamento foi. Dói muito.
Já até vejo os comentários, não que eu ligue pra isso, mas não quero ser capa de revista de fofoca, igual como a Helô pontuou.
Como um amor pode acabar dessa forma? Não dizem que é pra sempre? Conversa fiada! Pois se fosse, ela aguentaria tudo calada e quieta, igual muitos casais por aí.
Droga! Porque os relacionamentos tem de ser tão complicados?
Aposto que a família dela deu maior apoio pra que ela terminasse. O Edu, nem comento. Nossa amizade foi pro ralo quando comecei a namorar a Sabrina. Bom, Dona Sônia, não sei. E o pai também não! Não que isso faça diferença, mas se eles colocaram pilha, é bem capaz dela não me aceitar de volta.

Decido chamar Helô de novo pra conversar.
"Espero que seu plano tenha dado certo."

"Você não vai acreditar! Ela te disse que não estava com ele né? Mas ele me ligou e rompeu qualquer contato que tínhamos! Isso quer dizer que ela falou pra ele ou então que estavam juntos. Não sei se você sabe, mas ele está em SP."
"O que? Não é possível. Ela não faria isso."
"Como você é idiota! Claro que faria! Eu não mandei a mensagem do meu número e como ele sabe? Óbvio que devem estar juntos, rindo das nossas caras, enquanto eles devem estar se amando e colocando um belo par de chifres em você!"

Estou com ódio! Não pode ser! Porque? Nem respondo a sua mensagem.
Saio sem rumo, pensando em tudo o que ela me disse e vou juntando peças. Os episódios que aconteceram durante as gravações, o carinho que ele demonstrava por ela, os presentes...
Merda! Eles só podiam estar juntos!
Meu estômago dá uma reviravolta e meu ego está sangrando. Ela vai me pagar.
Vou andando tão desorientado que quando percebo, estou em frente ao seu prédio, afinal nossas casas eram um pouco próximas.
Resisto a tentação de subir. Mas por pouco tempo.

Encaro minha vergonha e subo. Bato a porta e espero alguém atender.
— Ramon? Você?
— Oi Dona Sônia, eu queria falar com a Sabrina.
— Ela não está, Ramon.
— E a senhora sabe pra onde ela foi?
— Não sei meu filho. Acho que ela ia se encontrar com as amigas.
— Amigas? Ahn.. tá ok. Obrigado.
Essa velha tá mentindo pra mim. Eu a conheço. Ela está acobertando a Sabrina. Onde ela pode estar?
Tenho um estalo na memória e me recordo que tenho acesso à página de busca de seu aparelho pelo GPS. Espero que esteja ligado.

Corro pra casa e abro meu notebook. Acesso sua conta e coloco pra localizar.
Instante depois, surge um endereço na tela.
Espera, essa avenida não é tão longe. Jogo no gps do meu aparelho e vou.
Pego o carro e saio cantando os pneus. Estou enraivecido.
Paro em frente ao hotel e fico esperando. Esperando, esperando.

Pego no sono e acordo no dia seguinte com o sol batendo no meu rosto. Não me lembro de onde estou e nem porque estou aqui.
Ah sim, esse é o endereço que o localizador de IPhone me deu do aparelho da Sabrina.
Hoje eu tiro a prova que já tenho como certa!

Permaneço mais uns 20 minutos no carro. Meu corpo está doendo, pois não há nada mais desconfortável que dormir no banco de um carro e sentado!

Miro a porta de entrada do hotel e lá está!
Ela está saindo! Ela dormiu aqui? Mas porque..

E logo vem minha resposta: ele sai logo após ela. As mãos em sua cintura, os lábios em seu pescoço.

Como ela pôde? Ela está com ele! Ela estava me traindo esse tempo todo!

Num ímpeto saio do carro e paro em sua frente.
Ela está pálida! Não acredita que eu esteja em sua frente.
Estou batendo palmas! Sim, palmas pela cara de pau dela em mentir pra mim todo esse tempo.

— Parabéns! Então é por isso que terminamos? Você já estava com esse dai, né Sabrina!?
— Ramon, o que você está fazendo aqui? Como você descobriu onde eu estava?
— Ah, além de vagabunda ainda é burra? Esqueceu que eu tenho acesso à sua conta? Simples, localizei seu aparelho.
— Não fala assim da Sabrina!- ele parte pra cima de mim e me acerta bem no nariz!
— Ah, você quer brigar? Vem, eu te quebro inteiro, seu idiota!
— Parem os dois!- Sabrina grita desesperada. - Ramon, eu não te trai. Você está cansado de saber disso. O que aconteceu entre mim e o Marcos foi só depois do nosso término.
— Aff, não me venha com conversa fiada Sabrina!- parto pra cima dela sem conseguir me conter.
— Ei, não encosta essas mãos imundas nela, senão eu não respondo por mim!
— Parem por favor! Eu já te falei Ramon, me deixa em paz!
— E você acha que acredito em você? Ah vá!
— Eu não me interesso se você acredita ou não. É a verdade e eu não devo explicações a você!
— Eu já disse que você vai se arrepender Sabrina. Espero que tenha gravado essas palavras.
— Você está me perseguindo Ramon? Será que você não vê que o nosso relacionamento não tem mais volta? Por favor, me deixa em paz!
Ela diz essas palavras chorando e a minha vontade é de enxugar as suas lágrimas e quando me aproximo pra fazer isso, ela deita e recosta seu rosto no peito dele e ele gentilmente seca as lágrimas que estão caindo.

Estou paralisado. Completamente paralisado.
Se eu tinha dúvidas de alguma coisa, essas dúvidas foram sanadas hoje.

Eu a perdi.


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