País das Maravilhas escrita por TheBlingRing


Capítulo 7
Capítulo 6 - In to the Red Castle




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Kitty daria qualquer coisa para estar ali vendo a morte daquelas vadias, mas tinha coisas mais importantes para fazer, ela teria que vigiar a Rainha. Por mais que fosse importante, era mais entediante do que uma corrida de lesmas voadoras do País das Maravilhas.

Ela se teleportou para o palácio e apareceu em cima de umas das vigas do teto, ela teria que ficar parada por ali por muito tempo não fazendo nada, mas sabia que era importante. Ela estava andando lentamente pelas vigas até que reparou uma coisa muito estranha. Guardas adentraram a sala do trono carregando uma pessoa pelos ombros com toda a força, pois a pessoa se debatia como um louco. Ela observou melhor e viu que quem estava se debatendo era Leonard Março, o filho da Lebre de Março.

— O prisioneiro está presente e pronto para testemunhar. – disse o Valete.

A Rainha de Copas se virou com o anúncio para encarar Leonard, ela estava o olhando com ódio e Leo apenas respondia com desprezo, ele sempre foi o maluco que saia por aí cantando “Pisca-pisca morceguinho”, andava pelos terrenos do Castelo Vermelho gritando “Fora Cabeçuda” e perguntava qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha, então provavelmente só de encara-la ele devia ter vontade de cuspir na Rainha.

— Onde está o Chapeleiro?! – gritou a Rainha para Leo.

— Nunca vai saber! – disse Leo, com raiva.

Kitty não conseguiu ver direito, mas o grito de dor de Leo que pôde ser ouvido em todo o castelo fez Kitty entender: aquilo não era um interrogatório, era uma sessão de tortura.

— Vou perguntar uma última vez. – disse a Rainha, calma, mas voltando a gritar quando perguntou novamente: – ONDE ESTÁ O CHAPELEIRO!?

— E eu vou dizer mais uma vez: Nunca vai saber!

Kitty agora tinha se movido e tinha uma boa visão de tudo, incluindo os chutes que Leo levava na barriga seguidas vezes.

— Quer a coroa? – Leo estava com a respiração mais pesada, mas continuava confiante com tudo o que falava. – Pegue-a por se mesma! A guerra está se reiniciando e dessa vez a sua cabeça vai rolar! – e então, dito isso ele cuspiu aos pés da rainha, uma mistura de saliva e sangue muito nojenta.

Kitty fechou os olhos quando Leo levou um soco por trás da cabeça e caiu no chão, batendo o rosto com muita força. Ela abriu os olhos, vendo o Valete com um pé em cima das costas de Leo, claramente o machucando, pois já estava fraco, e levantando sua faca em direção a ele.

— Rainha! – chamou um sapo vestido de mordomo, entrando pelas portas vermelhas da lateral direita. – É hora do chá!

— Oh! – comemorou a Rainha, o que fez o Valete parar de ameaçar Leo com a faca em seu pescoço, mas ele não tirou o pé ou guardou a faca. – Todos os funcionários estão convidados! – disse a Rainha sorridente.

— Mas... e o garoto? – perguntou Valete.

— Mate-o depois do chá! – disse a Rainha. – Não quero gastar meu tempo cortando sua cabeça. Pode fazer o que quiser com ele, apenas venham todos para a sala de jantar!

— Mas, Irace...

— A PRESENÇA É OBRIGATÓRIA! – gritou a Rainha, fazendo eles deixarem Leo com algumas cartas reais e seguindo o sapo para a sala de chá.

Quando as portas se fecharam, Kitty se teleportou para o lado de uma armadura e pegou uma espada, depois foi para trás das cartas e matou as duas, depois cortou as correntes de Leo e o ajudou a levantar.

— Você vai ficar bem!

— N-não... siga o plano... – disse o menino tentando ficar de pé, mas só conseguiu se apoiando em Kitty.

— Não vou te deixar morrer!

— E-eu... tô b-bem...

— Ah, para de mimimi e anda logo! – disse Kitty, abraçando o garoto. – Se segura em mim e não solte por nada.

Kitty sorriu e se teleportou para a Casa das Feras, deixando o palácio. Ela chegou e todos se levantaram, achando que teriam que ir logo para o castelo, mas quando viram Leo, eles arregalaram os olhos de queixo caído.

— LEO! – gritou Maddie, o ajudando a se sentar quando Kitty o soltou. – Você está bem?

— Eu v-vou ficar... Andem logo com o p-plano!

— Nã nã não! – disse Bunny. – Um de nós fica com você.

— Eu fico! – disse Maddie.

— Tem certeza, Maddie? – perguntou Catie.

— Sim, tenho. Agora vão logo!

— Tudo bem, qualquer problema...

— Eu quebro minhas xícaras de chá na cara daquela vaca da Courtly!

— Vamos logo, então.

Kitty sorriu murmurando “Boa sorte” e foi para as masmorras, avisar todos que eles tinham chegado. Enquanto isso na Casa das Feras Bunny abria um buraco de coelho que ia da casa até a parte de trás do castelo, onde Kitty já estava esperando quando eles pularam ali dentro.

— Onde ficam as celas? – perguntou Bunny, olhando para a parede de tijolos vermelhos como sangue.

— Comece pela do Bert, ele vai te ajudar a abrir os outros buracos. – disse Catie, apontando para a uma parte da parede.

Bunny abriu um buraco no chão e fez sair na cela que seu irmão e os irmãos Mouse estavam sentados esperando seus amigos chegarem.

— Bunny! – disse Robert abraçando a irmã quando a mesma saiu do buraco.

— Bert! – disse Bunny, aliviada. – Que bom que você está bem!

— Vamos logo, podemos conversar depois. – disse Bert, apertando mais o abraço antes de solta-la. – Pode deixar que eu abro a cela da Nikki, do Rod e do Cart.

— Valeu, Bertie!

Eles pularam no buraco e caíram do lado de fora do palácio e, enquanto Robert abria um buraco para libertar os outros, Bunny abriu um buraco para que Catie entrasse no corredor da prisão e achasse o Oráculo.

Catie estava na sala de vigia, onde todas as cartas paravam na hora de trocar de turno e instalavam câmeras, por sorte a hora do chá tinha presença obrigatória de todos, então a sala estava vazia.

Catie procurou nas gavetas e armários vermelhos até que achou uma parede que não era feita de um papel de parede aveludado vermelho escuro. O calabouço não era muito dedicado a decorações ou coisas do tipo, as partes que a Rainha nunca aparecia não mereciam nem precisavam de parecer bonitas para agradar a mesma, logo Catie, que sabia disso, estranhou aquilo. Ela forçou essa parede com seu corpo até achar uma parte em que o fundo parecia ser apenas de madeira e não de tijolos. Catie tirou o papel de parede com cuidado e conseguiu tirar uma madeira que escondia uma porta vermelha de metal, era muito pesada e estava trancada, nem se tivesse ajuda conseguiria abrir a porta a empurrando, ela estava trancada.

Catherine se transformou em lagarta e entrou na fechadura, procurando por abrir a porta. Quando escutou um click e viu a maçaneta se virando levemente para a esquerda, ela se transformou em garota de novo e destrancou um pequeno pino que havia na parte de cima da porta, virou a maçaneta e entrou na sala, a porta fechada atrás dela, mas não trancada. Ela passou um tempo passando a mão pelas paredes que continham o mesmo papel de parede aveludado até achar um interruptor e ligar a luz. Quando pensou que teria que procurar muito, ficou feliz de que o Oráculo estava em um pequeno pedestal de mármore branco com detalhes em vermelho e dourado e um pequeno pano de veludo para apoiar o pergaminho antigo.

Catie pegou o Oráculo e saiu dali. Não tinha tempo para lê-lo, mas a curiosidade a estava matando. E tinha outras partes dentro de si que queriam ler aquilo, seu Oráculo queria saber o que profetizara, e Catie também. Ela abriu o pergaminho com cuidado e leu as frases, que para a maioria eram apenas desenhos, mas para ela estava perfeitamente escrito.

Era uma vez no País das Maravilhas

O retorno do Era uma vez

Trazer de volta seus filhos e filhas

Para ter um final feliz, talvez

A competição pela coroa

Conhecida como guerra também

Trazendo nenhuma coisa boa

A não ser que ganhe o bem

Nos dois lados vão matar

Nos dois lados vão morrer

Apenas um dos dois poderão salvar

 E um dos rebeldes irá perecer

Sem a missão cumprida

A guerra vai recomeçar

E na hora da partida

A loucura vai acabar

O mal continuará a lutar

Mesmo com a causa perdida

E a cabeça da rainha irá rolar

Com a décima quarta hora do Glorian Day concluída

Catie ia reler para ter certeza de que estava certa, o destino do País das Maravilhas tinha saído dos seus desenhos e era a pior coisa que ela poderia ler em toda a sua vida. A questão era que rainha ia morrer. Porém a garota não teve muito tempo para pensar nisso quando ouviu o som de metal contra metal e o rugido de um dragão.

Ela saiu correndo para o corredor em forma de lagarta para não ser notada e viu Nikki cuspindo fogo nas cartas reais e sendo ajudada por Alistair que lutava contra elas com a Espada Vorpal. Catie, assustada, se transformou em garota novamente e gritou para eles em charadez, para que as cartas não entendessem:

— Meu relógio não me apressa, sigam o coelho!

E então ela pulou no buraco de coelho e apareceu do lado de fora do gramado do palácio, e logo depois Alistair e Nikki apareceram. Ela deu um suspiro aliviado e abraçou Lizzie, afinal estava segura com seus amigos e todos eles iam lutar com tudo que tinham para proteger o País das Maravilhas.

— O que aconteceu? – perguntou Catie quando percebeu que todos a olhavam com tristeza e pesar.

O grupo estava quase que escondendo Bunny de Catie, mas, no fim, ela saiu de trás dos amigos e mostrou para ela o que escondia em suas pequenas e pálidas mãos fechadas em forma de concha.

— P-pai? – pergunto Catherine, já a beira de lágrimas quando viu uma lagarta azul gravemente ferida e, aparentemente, inconsciente, nas mãos da coelha.

— Quanto mais rápido chegarmos ao palácio, mais rápido a Rainha poderá cura-lo no Castelo de Marmoreal.

— Vamos logo para a Casa das Feras, pegar a Maddie e o Leo e ir logo para o Palácio.

E assim fizeram, indo apenas Robert e Alistair até a Casa das Feras, pelo buraco feito por Bunny e logo depois voltaram com os dois, todos já estavam prontos para ir embora daquele lugar terrível.

— Prontos para pularem? – perguntou Bunny, chamando a atenção deles para o buraco de coelho que ela e Bert tinham feito juntos.

— É claro!

— Então, vamos! – disse Bert. – Ao Palácio da Rainha Branca!


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