Quando cheguei na entrada da festa, olhei em volta e prendi a respiração. A festa já tinha começado e todos estavam lá dentro. Dei um passo pra entrar quando senti alguém me puxar pelo pulso e quase me fazer cair no chão.
- Jen??? O que faz aqui sua maluca??
- pensou que eu ia deixar você se divertir sozinha? Ou melhor, com o MEU Gerard é?
- mas será que você ainda não entendeu que ele não é mais SEU, criatura?? Vocês terminaram, aceite isso de uma vez por todas ok?
- isso é o que você pensa, mocinha. Ele ainda está comigo.
- o quê??
- foi o que você ouviu. Ou você pensa que ele estava em Los Angeles só a trabalho hein?
Aquilo foi como uma facada em meu peito. Então era verdade, eles estavam juntos... foi a única coisa que pensei.
- então... – eu dizia quase chorando.
- então... você está fora do jogo, Izabel. Você perdeu.
Ela apertava meu braço cada vez mais e suas unhas já perfuravam a minha pele, causando uma dor insuportável.
- Jen, você está me machucando. Me solta!
- acabei de ter uma ótima idéia, sabia? Já que estamos apenas nós duas aqui, quem sabe não seria melhor dar um fim em você, de uma vez por todas? Assim você nunca mais entraria em nosso caminho pra nos separar, o que acha disso hein?
- você é louca... solta o meu braço senão eu vou começar a gritar!
- não grite. Ou eu corto a sua linda garganta e sujo esse vestido tão lindo da nossa querida mamãe.
- como você sabe?
- eu não sou burra, Izabel. Eu já vi esse vestido no quarto da mamãe, várias vezes quando era pequena. E eu sempre esperei que ela desse ele pra mim, e não pra alguém tão imprestável como você.
- mas ela me deu porque me ama! E acredite, não tem nenhuma pessoa no mundo em sã consciência que ame você, sua maluca!
- o Gerard! Ele me ama! Eu sei disso, sei que ele me ama! – ela gritava e ria ao mesmo tempo.
- você está enganada, Jen! Eu não amo nem nunca amaria você! – Gerard apareceu na porta do salão, acompanhado de Frank e Kary.
- Iza!! Jen, solta ela! – Kary gritava assustada.
- não dêem mais nenhum passo, nenhum de vocês! Senão eu a mato! – Jen tirou uma faca do casaco e pôs em minha garganta.
- Jen, se acalme. Não faça nenhuma besteira. Deixe a ir. – Gerard dizia tentando parecer calmo.
- deixá-la ir?? E vocês dois viverem juntos para sempre?? Gerard, Gerard... acho que quem não está nada bem por aqui é você...
- Jen, olha, eu fico no lugar dela ok? Você a solta e eu viro seu refém, o que acha?
- não!! Não Gerard, não faça isso! Ela vai te matar! – gritei mas logo em seguida senti a faca apertar meu pescoço.
- ela não fará isso!! Jennifer, você não mataria o homem que ama não é? Eu e você só precisamos conversar longe daqui, longe de todos, e tudo vai ficar bem.
- eu não quero conversar. Eu quero que você fique comigo, Gerard. Que você seja meu namorado, entre nas festas comigo, me acompanhe nos meus desfiles, que case comigo e eu seja a futura senhora Way.
- tudo bem, tudo bem... eu aceito. Agora largue essa faca e me dê a mão, vamos. – ele chegava mais perto e esticava o braço em direção a nós duas. Jen continuava com a faca em meu pescoço, mas aos poucos eu senti que ela estava amolecendo com a resposta de Gerard.
- vamos, me dê a mão.

Quando pensei que ela enfim, havia desistido, foi então que o pior aconteceu.
Gerard ofereceu sua mão para Jen e ela a segurou, em seguida me largou e puxou Gerard para o meu lugar, colocando a faca em seu pescoço.
- você pensa que eu sou boba, é? Você não vai fugir tão fácil de mim, senhor Way. Você vai pagar por ter se apaixonado pela minha irmãzinha e ter me feito de idiota todo esse tempo. Eu sempre te amei e você nunca, nunca me deu atenção suficiente. Era sempre Iza, sempre ela!
- Jen, fica calma. Vamos conversar. – Gerard tentava falar e eu via que ele estava ficando sufocado.
- Jennifer, solta ele!!! – eu gritava e ela resolveu apontar a faca pra mim.
- cala a boca sua vadia!
Gerard viu a chance e se soltou, mas foi atingido por uma facada no estômago. Eu pulei em cima de Jen e nós começamos a brigar como gatas de rua. Tapas, arranhões, unhadas, puxões de cabelo, tudo isso até aparecerem Frank e Kary acompanhados da polícia.
- ah meu Deus, Gerard!
Me joguei em cima dele e vi que ele sangrava muito. Entrei em desespero.
- Iza, me desculpe se eu fiz algo errado pra você... não foi minha intenção participar daquilo, eu... eu fui estúpido aceitando aquela aposta.
- do que você ta falando? Fica calmo, não se preocupe...
- eu preciso dizer, você precisa entender... eu e Frank aceitamos uma aposta na escola pra tirar sua foto de calcinha e sutiã, mas não aconteceu como planejado, Iza... eu... eu... – Gerard estava perdendo muito sangue.
- alguém chama uma ambulância, por favor!!! Gerard, deixa isso pra lá, esquece. É passado agora. – eu chorava.
- eu me apaixonei perdidamente por você, Izabel. Aquele dia foi mágico, eu amei estar com você, e não queria que nada daquilo tivesse acontecido, eu juro. Me perdoa, por favor... – os olhos dele foram se fechando e eu comecei a gritar desesperada.
- Gerard? Gerard?? Acorda! Eu te perdôo! Acorda!

Depois de toda a confusão, Jen foi levada presa pela polícia e depois de alguns exames foi encaminhada para uma clínica psiquiátrica. Seu estado mental não era nada bom e possivelmente ela seria condenada a penalidade máxima.
Gerard foi levado para o hospital e passou por uma grave cirurgia, com risco de não sobreviver.
Todos nós rezávamos por ele na sala de espera e eu tremia cada vez que um médico passava por mim.
- Iza, fique calma. Vai dar tudo certo, você vai ver. – Kary me abraçava também com os olhos cheios de lágrimas.
- o Gerard sempre foi forte, ele vai sobreviver tenho certeza. – Frank abraçava Mikey e os dois choravam.

Algumas horas depois e o médico apareceu com uma cara nada confiante. Foi o bastante para eu me desesperar por completo.
- algum de vocês é da família?
- sim, eu sou. Sou irmão dele. – Mikey se apresentou.
- venha comigo, por favor.
- não, não precisa doutor. O que tiver que me dizer, pode dizer na frente de todos eles também. Todos nós somos como uma família, a família dele. – Mikey disse sério, tentando conter as lágrimas.
O médico olhou ao redor e viu nossas caras de angústia, engoliu seco e resolveu falar.

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