50 Tons de Mentiras escrita por Carolina Muniz


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii ♥
Espero que gostem do capítulo ;) carpe diem ♥



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♥ Capítulo 7 ♥

"Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas."

Autor Desconhecido

➰➰➰

 4 anos depois 

Ana subiu na balança, como fazia a cada três meses na sala da Drª Vieras, olhou concentrada enquanto seu peso era calculado.

Cento e sessenta e oito centímetros de altura. Quarenta e um quilos e duzentas e trinta e quatro gramas.

A garota encarou a médica de soslaio, já acostumada com a cara de poucos amigos que ela fazia sempre que via o resultado que não queria.

— Tomou as vitaminas que lhe dei? – a mulher questionou, sinalizando que Ana poderia descer da balança enquanto ia se sentar novamente.

— Uhum – a garota respondeu. – Eu tomei como a senhora prescreveu, mas não senti nada diferente.

Mentira.

Ela era boa em mentir, não era difícil e era completamente natural para si.

Claro que não havia tomado as vitaminas que a fariam engordar e abrir o apetite de forma monstruosa, também não fazia cinco refeições por dia para ingerir duas mil quinhentas e cinquenta calorias em cada um deles. Mas ela dizia que sim, sempre com aquele ar de dúvida em questão de não estar aumentando de peso.

Se bem que ela havia aumentado sim, um quilo e duzentas gramas em três meses, quais precisava perder logo, logo.

— Eu vou passar novas vitaminas, talvez essas não tenham feito efeito em você. Também vou passar alguns exames, falarei com a Madre Superior para que seja rápido. Precisamos ver o número de leucócitos...

— Eu estou bem. Não sinto nada, até fiz aulas de Educação Física essa semana sem nenhuma complicação – ela foi rápida em dizer.

A médica a encarou e concordou com a cabeça.

— Tem se alimentado como prescrevi?

— Sim – respondeu a menina.

— É, estou vendo, todas as refeições aceitas e na dieta certa – ela comentou enquanto olhava o relatório de Ana. – Tudo bem, acho que nossa consulta termina aqui, mandarei a lista das novas vitaminas para sua Superior o mais rápido possível, você não pode emagrecer mais um grama, querida. Tem certeza que não se sente mal?

Ana balançou a cabeça para os dois lados e fez cara de paisagem.

Claro que ela se sentia mal, o tempo todo parecia prestes a desmaiar, mas era só comer uma maça ou qualquer outra fruta que tudo voltava ao normal.

— Juro que não – ela reforçou quando a médica a olhou com ceticismo.

— Anastasia, você deveria estar pesando no mínimo sessenta quilos, e isso o mínimo, querida. Você está quase vinte quilos abaixo do mínimo para uma garota de sua altura e com sua idade.

Ana mordeu o lábio inferior e nada disse.

O que ela iria fazer? Começar a engordar? VINTE quilos? Nunca.

Já havia pesquisado, ela podia sim ter quarenta quilos e estar bem. E ela estava, afinal, só precisava emagrecer mais um quilo e duzentas e estaria perfeita de novo.

A médica suspirou.

— Tudo bem, você pode ir, já está quase na hora do almoço, e continue tomando essas vitaminas por enquanto – a doutora lhe deu mais um frasco de vitaminas, que Ana aceitou de bom grado.

A garota pegou a mochila ao lado da cadeira e saiu da sala da Drª Vieras, seguindo o corredor pela direção do dormitório.

Às onze e quarenta e dois, Ana já havia tomado seu banho, colocado o uniforme, penteado o cabelo e o amarrado num rabo de cavalo como as freiras mandavam-na fazer todo santo dia. Com o passar dos anos, a menina aprendeu a obedecer, a escutar, a abaixar a cabeça... Ela se olhava no espelho e via a palavra submissa escrita em si mesma a cada ordem que seguia.

Estava sentada na cama recém arrumada, ereta, com as mãos no joelho. Como uma moça de respeito devia se sentar. Escutou o barulho da escova em cima da mesa da penteadeira e olhou para Kate, sua "colega de quarto".

A garota um ano mais velha que Ana, era loira, meiga e educada ao extremo.

Elas haviam se tornado amigas quando Ana chegou naquele lugar, tiveram muitas desavenças no começo, a morena era teimosa, respondia a todos os adultos e vivia quebrando as regras; já a loira, acostumada com o colégio, repreendia Ana, a fazia entrar na linha. Se não as duas iriam se dar mal.

As meninas sorriram uma para a outra e saíram do quarto, hora do almoço e em seguida, aula de Francês.

Ana comeu toda a porção do prato, como sempre, colocou o comprimido de vitamina em cima da língua no final e o engoliu junto do suco de laranja, levantou-se enquanto Kate ainda terminava, sorriu para a loira e seguiu de volta para o dormitório.

A morena seguiu para o banheiro assim que entrou no quarto, trancou a porta atrás de si e se olhou atentamente no espelho. Seus olhos continuavam impressionantemente azuis como sempre, a pele branca como a neve agora mais pálida pela falta de sol, o cabelo negro amarrado parava suas ondas rente à cintura. Seu corpo havia mudado, claro, era uma garota de dezesseis anos agora.

Seus lábios eram cheios e moldados, os seios cresceram consideravelmente, sua cintura agora tinha uma curva bonita, seus quadris eram estreitos e suas pernas longas, e ela era magra. Magra como precisava ser.

Bom, mas provavelmente havia engordado mais um quilo com aquele almoço.

A garota pôs a mão na barriga e sentiu o gosto ruim na boca. Era engraçado como seu cérebro tratava comida como algo proibido, tóxico, e seu estômago logo queria expulsar.

Entenda, Ana não forçava o vômito, ela fez aquilo algumas vezes, quando a barra pesava demais, mas não era uma coisa constante. Deus, ela não era doente. Ela estava bem. Como sempre.

A morena nem conseguiu expirar o ar direito e teve de se ajoelhar no chão, o comprimido de vitamina ainda estava parado em sua garganta, e mais uma vez ele não fez efeito indo completamente inteiro para fora de sua boca.

Ana passou as costas da mão pela boca quando as ânsias pararam, levantou-se do chão e parou em frente a pia. Cabeça baixa, olhos vidrados na água que saía da bica: ela não podia se olhar no espelho. Com o tempo percebeu que o que a enfraquecia naqueles momentos era se olhar no espelho, as freiras só a colocaram na droga do seguimento médico a cada trimestre exatamente porque quase desmaiava depois que vomitava. Foi complicado e difícil aceitarem que ela não forçava, apenas acontecia, ela dizia tudo sobre aqueles momentos, mas elas nunca acreditavam. Então ela passou a mentir, dizia que não acontecia mais, que não sentia vontade de vomitar assim que colocava certas comidas na boca, que encher o estômago a dava ânsias só de pensar. Ela estava bem mesmo. Era só não olhar para sua aparência no espelho após os episódios, e tudo corria como sempre.

O espelho sempre fazia questão de transmitir o que ela não queria: mostrava a garota com os olhos vermelhos, as bochechas coradas, a pele pálida como papel, o suor na testa, a garota que não consegui nem mesmo controlar o próprio corpo. Aquilo era nojento. Era pior do que o vômito em si. Era a garota dominada por Elena.

E falando na loira platinada, Ana nunca mais vira Elena, nem nenhuma outra pessoa com quem costumava estar. Mas sabia que a mãe estava sempre querendo saber das coisas, pois a Madre Superior estava sempre mandando seus relatórios de comportamento para os EUA.

A garota lavou o rosto, escovou os dentes, pegou uma pastilha sem açúcar e colocou na língua, ajeitou o uniforme e saiu do banheiro no momento em que Kate entrou.

A loira a encarou de soslaio enquanto pegava algo em sua boca, o mesmo olhar de sempre, o de censura e pena.

Antes de realmente chegar à Inglaterra, Ana se assustava apenas com a menção das palavras "colégio para freiras". Mas logo percebeu que ela não iria necessariamente ser freira. Ao todo, era uma escola normal, com as disciplinas e as atividades físicas. Porém, as líderes de torcida não existiam, os campeonatos eram para ver quem deixava o quarto mais arrumado, e na biblioteca só havia livros sobre Teologia e Estudos Gerais. Mas o melhor de tudo foi Kate, a garota era resmungona, mandona e certinha demais, mas era toda a vida de Ana ali. E para Kate não era diferente, Ana era sua válvula de escape para o mundo real.

Ana ainda sentia falta de algumas coisas, mas tudo era tão banal em vista do grande cenário da vida. Foi um baque no começo, mas ela se acostumou. Demorou, mas se acostumou. Foram quatro anos... Quatro anos ruins e bons ao mesmo tempo.

Após todas as aulas, Ana se sentou num dos bancos coloridos da biblioteca, junto de Sarah e Serrieh, as gêmeas de apenas oito anos.

— Leia essa para nós, Ana - as duas pediram em uníssono.

A morena sorriu para as duas ruivinhas e pegou o livro que Serrieh segurava.

— Tudo bem - falou, abrindo-o enquanto as meninas se ajeitavam no puf.

Ana pegou uma almofada e colocou em seu colo, se recostou na parede e começou a ler.

— Era uma vez um rico comerciante que tinha três filhas, cada uma mais encantadora que a outra. A mais moça era tão linda de mente, corpo e coração, que a chamavam de Bela. O pai dava às filhas tudo o que queriam, e também uma boa educação. As duas irmãs mais velhas não ligavam muito para essa parte, gostavam mesmo era de se vestir elegantemente e dançar a noite inteira. Já Bela adorava livros, achava uma maravilha ler e tocar cravo. E quando os pretendentes vinham...

Kate entrou apressada na biblioteca, procurando por Ana.

— O que houve? - a morena perguntou, parando com a leitura para a infelicidade de Sarah e Serrieh.

— A Madre está te chamando - Kate disse.

— Para quê? Você sabe? – Ana perguntou, fechando o livro.

— Não faço ideia, mas tinha um carrão lá fora, e acho que tem algo a ver.

Ana mordeu o lábio e se levantou.

— Eu já volto, meninas - a morena disse para Sarah e Serrieh, já saindo da biblioteca.

Ana caminhou pelo corredor até chegar ao final, em frente à porta vermelha de madeira maciça que dava para a sala da Madre. Ajeitou o cabelo, prendendo-o novamente naquele maldito rabo de cavalo, alisou o uniforme com as mãos e, após respirar fundo, bateu na porta.

— Pode entrar - a Madre respondeu.

Ana abriu a porta, com a mão tremendo, e entrou no recinto.

Nunca era bom ser chamado à sala da Madre Superior.

— Mandou me chamar, Madre - falou, encarando a mulher a sua frente.

Ela não gostava dela, Ana não acha que alguém gostasse, na verdade. A mulher era rígida, falava alto e tinha o péssimo hábito de repreender Ana por qualquer coisa.

— Sim, sente-se – a Madre mandou.

— Claro – obedeceu a morena.

— Bom, você sabe que se forma esse ano.

— Sim.

— Mas... Seu pai acha que... Que você pode ir mais cedo.

Seu pai... Ana falava com Linc a cada dois ou três meses, quando ele resolvia ligar e perguntar por ela. Não ficavam tanto tempo se falando, nunca passava de dois minutos. Eles não tinham assunto quando ela era nova, imagine agora mais velha. Mas ainda não entendia o que realmente aconteceu aquele dia em sua casa, e nunca ousou perguntar a Linc. Tudo era um mistério.

— Como assim "ir mais cedo"? - Ana perguntou.

— Para casa. Parece que terá um evento importante demais e sua presença é solicitada.

— E eu terei que voltar...?

— Ainda não decidimos isso – a Madre foi rápida, num tom rude. - Agora vá arrumar suas coisas, pois o carro chega às 22h00min para vir lhe buscar.

E com um aceno de cabeça, a morena saiu da sala sem questionar.

Anastasia ainda estava aérea enquanto arrumava suas coisas, quando Kate entrou no quarto.

— Então, o que era? - a loura logo perguntou.

— Ela só queria dizer que eu tenho que ir para casa – Ana respondeu num tom baixo.

— Mas nós só podemos ir em quatro meses – Kate murmurou, sentando ao lado da garota na cama.

— Eu também não entendi essa parte. Mas é melhor fazer o que eles querem, ainda não tenho nem dezoito – a garota resmungou.

Kate riu e tratou de ajudá-la com as coisas.

— Então... Será que você vai voltar para os Estados Unidos? – a loira perguntou.

— Não sei. Talvez. - Ana respondeu, só então percebendo que teria realmente a chance de voltar para Seattle, para toda aquela bagunça.

— O que foi? - Kate perguntou.

— Nada – sussurrou.

— Tenho certeza que é alguma coisa. Na verdade, acho que tem a ver com um certo garoto que você nunca me diz o nome.

— Não tem nenhum garoto - resmungou Ana.

— Claro que tem. E é aquele canalha que você disse que era amante da sua...

— Para, eu não quero falar nisso! - Ana se irritou, o tom grosseiro e sete oitavas mais alto, assustando Kate por um momento.

Antes, teria que ser algo muito ruim para deixar Ana irritada ao ponto de estar na defensiva, se tornando até mesmo verbalmente agressiva. Porém, agora ela era diferente. Ela era outra garota. Havia crescido, se tornado madura mesmo que ainda tivesse dezesseis anos. Tudo havia mudado.

Ela não conseguia controlar, uma hora estava feliz, e logo triste, ela era gentil e de repente estava sendo grosseira por algo exagerado. Manipulada pela vida e os acontecimentos horríveis, ela chegou a ser rude com muitas pessoas por causa daquilo, perdeu o que tinha de melhor e não sabia: sua pureza. E ninguém entendia o porquê de Ana se sentir daquela maneira, nem ela mesma. Mas ela se sentia assim todos os dias, dia após dia...

— Christian - Ana disse, para a surpresa de Kate.

A morena não se sentiu nem um pouco confortável em dizer aquele nome.

— Christian? - questionou Kate.

— Sim.

Kate conhecia a história. Foi em uma noite de raiva, em que Ana havia ficado de castigo e consequentemente levado Kate junto. A morena havia contado tudo, e mais, havia dito o que sentia também, falado pela primeira vez abertamente sobre Christian, sobre o beijo, sobre o que sentiu, sobre o que queria sentir, sobre o queria que acontecesse...

— Ana, está tudo bem - Kate sussurrou.

— É, agora está - concordou Ana.

— Talvez ele gostasse de você também, só que...

— Kate! Para de ser ingênua – a garota revirou os olhos. - Ele partiu meu coração, literalmente... Sabe, eu pude ouvir ele se quebrando dentro de mim! E isso não é uma experiência boa para uma menina de treze anos.

A loira mordeu o lábio e desviou o olhar. Havia dado uma mancada e sabia daquilo.

— E então... o que aconteceu com esse Christian?

Ana revirou os olhos.

Kate não sossegava!

— Bom... Agora ele é um dos homens mais bem-sucedidos da América e dono de uma empresa que dá mais dinheiro do que as máquinas podem fazer.

— Uau - a loira arregalou os olhos. - Vocês podiam ter ficado juntos, você com certeza é muito melhor que sua mãe.

— Eu tinha treze anos, Kate.

— E daí?

Ana revirou os olhos novamente.

— Não vou discutir mais sobre isso - falou a morena, voltando a guardar suas coisas.

Porém, Kate não estava disposta a deixar o assunto de lado.

— Talvez os meninos sejam assim mesmo - começou a loira, sentando-se na cama, dobrando uma blusa vermelha Ana. – Nós somos novas, não sabemos nada da vida. Sabe... Você gosta de um cara e, bem, você é totalmente diferente dele, e por causa disso ele acha que você é um certo tipo de garota... E ele acha que vai encontrar esse mesmo tipo de garota mais tarde em sua vida quando estiver pronto. Mas quando ele estiver pronto, a garota não vai estar lá. E ele não tem ideia de quão rara você é. E aí vocês não ficam juntos, e acabou...

Ana parou o que fazia para encarar a amiga. Tinha uma certa dúvida de que Kate não estava mais falando dela. Mas então a loira voltou ao início.

— Acho que você ainda gosta dele - declarou a outra e se levantou, declarando uma sentença.

Anastasia bufou, fechou a última mala e se sentou no parapeito da janela.

— Não gosto – falou a morena com firmeza. - Nunca tivemos nada e era coisa de criança... - suspirou e virou os olhos para a janela.

Ela estava olhando para o vidro, vendo que gota de chuva iria ganhar a corrida e as duas se juntaram, revirou os olhos e olhou para o pátio.

Era claro que uma parte sua queria voltar atrás e mudar as coisas. Mas não era assim tão simples, você não pode voltar atrás na vida. Embora ela quisesse, o mundo não é um filme. Escolhas foram feitas e coisas aconteceram por causa delas.

E o tempo já passou, tudo já passou. Mas talvez o fator tempo seja nosso inimigo na verdade. Com sua relatividade nos torna refém dos acontecimentos, a ânsia e a paciência não combinam, contudo se entrelaçam nos causando dor, basta somente sermos otimistas e torcer para que no amanhecer as coisas fluam e tudo fique em seu devido lugar. Já haviam se passado quase cinco anos... E as coisas ainda não estavam em seu lugar na opinião de Ana.

A garota mordeu o lado de dentro da bochecha e se virou para Kate.

— Não gosto mais dele, 'ta - falou com mais firmeza ainda quando percebeu que a amiga não havia dito mais nada.

A loira levantou uma das sobrancelhas.

— E você ainda sente o coração disparar quando pensa nele?

A garota não respondeu aquela pergunta. Nem ela mesma sabia o que sentia, se sentia algo. Ela não era mais a mesma. Claro que não, já havia se passado anos. Ela não podia ter resposta para coisas aquelas.

— Você parece gostar... E parece ficar triste quando fala dele - Kate disse, em voz baixa.

— Eu não me sinto triste... – Ana murmurou. - Acho que não sinto nada – confessou num sussurro.

Vai ver aquela era a verdade de tudo.

Ela se sentia daquele jeito: se sentia não sentindo nada. Como se não tivesse mais emoções, como se não soubesse mais ter sentimentos. Ela ficava feliz - ria, ficava triste - chorava, sentia raiva, confusão. Mas apenas por alguns segundos no dia, por algum ato acontecendo em sua rotina. Não havia nada permanente em seu coração. O problema é que você nunca esquece realmente alguém. E quase sempre essa pessoa acabou partindo e te partindo também. Não importa se você bate no peito e grita que seu coração é de gelo. O verão sempre chega.

Com um silêncio absoluto, Ana encerrou a conversa.

➰➰➰

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Ana safadeeenha
Xx



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