Elos Rompidos escrita por Amber Dotto


Capítulo 1
Capítulo 1 - Parem de querer dar palpite em minha vida!




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Há um dia, Rubi saiu da cadeia. A jovem jamais imaginou viver uma experiência tão traumática e por fim, aprendeu da forma mais cruel que o amor poderia deixar marcas que jamais seriam apagadas. Todos sabiam que a bela não era uma boa pessoa, mas isso não significava que ela era capaz de matar alguém. O medo dominava seus pensamentos, e no fim, tudo o que ela queria é que alguém acreditasse nela.

 — Ainda está acordada, Rubi? — Indaga Heitor ao entrar no quarto. — Rubi? — O rapaz insiste, vendo sua esposa perdida em seus pensamentos.

— Você disse alguma coisa? — Questionou.

— Nada importante. Está tudo bem? — Pergunta Heitor.

— Sim, eu estou bem. Estava apenas pensando em tudo o que aconteceu nas últimas semanas. Eu passei por um momento muito difícil, e você não faz ideia de tudo o que eu senti ali. E eu tenho certeza de que o Alessandro me mandou para lá por vingança. Porque não consegue aceitar a nossa felicidade. —  Diz Rubi olhando de forma cínica para o marido.

— Aquele infeliz não vai mais interferir em nossa vida meu amor, eu prometo. E você sabe que eu teria ficado em seu lugar, mas não havia outro jeito.

— Eu sei, mas agora, eu só quero esquecer tudo isso. Me promete Heitor que você vai fazer o impossível para que nada de ruim aconteça comigo novamente. Eu não quero voltar para lá, eu não quero! — Suplicou-lhe abraçando-o em seguida.

— Nada de ruim vai acontecer enquanto eu estiver por perto. Mas eu quero que a nossa vida mude. Não importa o que aconteceu até hoje. Eu quero você só para mim Rubi, porque você é minha esposa.  Respondeu Heitor, dando-lhe um beijo em seguida.

— Heitor, espera. — Murmurou afastando-o. — Eu preciso de um tempo, e espero que você compreenda isso.

— Claro. — Respondeu contrariado dando-lhe um beijo na testa e indo deitar em seguida.

Mansão dos Cárdenas

Alessandro chegara em casa abatido. O semblante era de alguém que sabia que havia cometido um grande erro, e esse erro, poderia lhe custar a felicidade. A felicidade que tanto sonhou ao lado da mulher amada. Ele caminhou até a sala, e em seguida desabou no sofá, fechou os olhos por alguns instantes e respirou pesadamente. Inácio que observava a cena, aproximou-se do filho e escutou o rapaz lamentar.

—  Acabei de chegar da delegacia.

— Sei que não é fácil esse momento meu filho. Você viu a Rubi? Está arrependido do que fez e pretende retirar a queixa?

— Não é isso... é que por um acaso, a Maribel a encontrou Celma e... a Rubi era realmente inocente como havia dito. Tenho certeza de que nunca vai me perdoar pelo que eu fiz.

— Filho... — Resmungou Inácio.

— Ela está certa, eu não a recrimino. A Rubi poderia esperar que qualquer um fizesse isso com ela, mas ela não esperava isso de mim. Eu acabei com qualquer possibilidade de nos dois ficarmos juntos.

—  Alessandro, eu disse que você deveria procurar saber da verdade antes de tomar qualquer atitude, mas você foi precipitado, agiu pela raiva e pela dor. Eu não gosto dela, não acho que ela seja a pessoa ideal, mas infelizmente, ela é a mulher que você ama e você a mandou para a prisão. Foi um desrespeito ela.

— Acha que ela é capaz de me perdoar?

— Isso só o tempo nos dirá Alessandro, mas o que você deve fazer agora é ir descansar, e refletir sobre o que realmente vale a pena. — Comentou o senhor de cabelos grisalhos deixando-o sozinho em seguida.

Dia seguinte - Hotel

Rubi acordou bem cedo; a bela mal conseguira descansar e ultimamente toda essa agitação lhe causava um grande mal-estar. Mas, como era de se esperar, a jovem senhora não se deixava abater, e queria demonstrar a todos, que estava mais triunfante do que nunca.

E decidiu começar visitando sua mãe e sua irmã Cristina na vila, mas não obteve sucesso, pois não as encontrou em casa. Então, ela fora para o hotel, onde acabou encontrando Toledo. Que começou a bombardeá-la de perguntas.

—  Rubi, anda me escondendo as coisas agora? Ai, não que feio. Me conta vai, o que você foi fazer no hospital?  Não me diga que já esqueceu o que o doutorzinho fez e voltou correndo para braços dele? – Disse o estilista em tom de deboche.

—  Claro que não Toledo. Acontece que a Fernanda sofreu um pequeno acidente e nós fomos para lá. E aí, quando cheguei, me surpreendi ao descobrir que a Celma havia aparecido. Todos finalmente souberam que a maldita manca fez isso apenas por me odiar, por não conseguir entender que ela nunca vai ser melhor do que eu.

— Quer dizer que agora você está livre de todas as acusações? — Questionou Toledo.

— Sim, eu estou. — Respondeu triunfante.

— E o que pretende fazer? Você não acha que esse é o momento ideal de se apaixonar pelo seu maridinho?

— Me apaixonar pelo Heitor? —  Respondeu Rubi fazendo careta. — Não sei se eu conseguiria depois de tudo o que aconteceu no litoral. Depois de ter feito amor com o Alessandro.

 —  Rubi, não seja tão tola. O Heitor te ama, a trata feito rainha. Ficou o tempo todo com você na cadeia, além de ser rico e muito bonito. Você deveria valoriza-lo, antes que...não gosto nem de pensar. Já pensou se outra mulher tira ele de você? — Toledo diz, e Rubi sorri sarcasticamente.

—  Outra mulher? Impossível. O Heitor é perdidamente apaixonado por mim. Se outra mulher o levasse, estaria me fazendo um grande favor. Contando que eu ficasse com o dinheiro dele é claro.

Toledo levantou-se rapidamente da poltrona onde estava sentado ao avistar o Conde de Aragão. Rubi por sua vez não se moveu e nem perdeu a pose, embora soubesse que não poderia esperar boa coisa da visita de Lúcio. Ele cumprimentou os dois, e iniciou um “discurso” sobre gratidão. Segundo ele, a esposa de seu sócio deveria ser mais agradecida, já que só estava livre graças a sua boa vontade. A jovem pensou em manda-lo para o inferno, mas não o fez. Sabia que não era conveniente ter Lucio como inimigo, e que em algum momento, poderia precisar dele novamente.

Mansão dos De La Fuente

Maribel que sempre fora conhecida por sua generosidade, de certa forma também estava sendo afetada pelos últimos acontecimentos. A garota estava inquieta, e andava de um lado para o outro em seu quarto, lamentando o fato de ter prejudicado uma pessoa, mesmo que esta fosse sua pior inimiga.

Magda, sua babá e fiel confidente tentava consola-la, dizendo que a culpada por tudo isso era a própria Rubi, por ter traído a confiança de todos. Mas isso não fazia com que ela se sentisse melhor, muito pelo contrário. Após toda essa confusão, Maribel começou a questionar suas atitudes como mulher. Ela era a mulher que sempre quis ser ou não? Ela era realmente capaz de lutar pelo homem da vida dela? E por fim, ela era a mulher que merecia o amor de Alessandro? O que ela seria capaz de fazer para tê-lo ao seu lado?

Então após um breve momento de reflexão, a jovem caminhou até o espelho, onde ficou por alguns instantes observando suas expressões, seu cabelo, seus olhos e por fim sua roupa. E chegou à conclusão de que talvez fosse necessário mudar, ser ousada... era preciso ser uma nova mulher, ter novas atitudes. Diante disso, ela pediu que Magda pegasse o telefone, para que enfim, ela pudesse tomar a atitude mais difícil dos últimos anos.

 —  Alô? Alessandro?

—  Sim Maribel, sou eu. Algum problema? — Respondeu de forma indiferente. A garota, determinada, não se deixou abater com a atitude de Alessandro, e manteve-se firme em sua decisão.

— Não, está tudo bem. Liguei porque já faz alguns dias que não nos vemos e eu queria saber se poderíamos nos encontrar hoje à noite. Talvez pudéssemos sair para jantar.

— É algo sério? Se você quiser, eu posso ir até sua casa agora mesmo.

— É algo importante, mas não é nada que faça-o cancelar todos os compromissos do dia, portanto, nos encontramos a noite. Você escolhe o restaurante ou eu faço isso?

— Você pode escolher. — Disse Alessandro ainda de forma despretensiosa. — Ás 20:00 horas eu passo na sua casa, combinado?

— Sim, perfeito Alessandro. Até mais tarde. — Respondeu Maribel desligando em seguida

            — O que foi isso menina? — Questionou Magda olhando-a surpresa.

            — Já é hora do Alessandro saber tudo o que eu sinto por ele.  — Respondeu Maribel dando-lhe um beijo na bochecha e saindo em seguida de seu quarto.

Mansão dos Ferreira

Já passava das três horas da tarde quando Rubi retornou para sua casa e finalmente conseguiu descansar. Dora, sua fiel ajudante, levou para ela um café reforçado no início da noite, e avisou que sua mãe estava ali, que gostaria de falar com ela.

Dona Rosário atravessou aos longos corredores da casa observando cada um dos detalhes, a matriarca achava tudo muito exagerado. Preferia a simplicidade de sua casinha, mas sabia que ela e a filha tinham gostos opostos. Porém, toda essa diferença ficou para trás quando ela adentrou ao quarto de Rubi e finalmente viu a filha fora da delegacia.

— Rubi minha filha, estou tão feliz por você estar em casa. — Exclamou a senhora abraçando-a. — Quando a Dona Lola disse que você foi me procurar lá em casa, eu quase não acreditei. Eu pedi tanto a Deus para que nos iluminasse e nos mostrasse a verdade. E agora, você está aqui. Você está livre meu amor. — Prosseguiu sentando em uma cadeira que estava ao lado da cama.

— Você quer beber ou comer algo mamãe?

— Não, eu estou bem.

— A senhora não precisava ter vindo até aqui, ainda mais a essa hora. Está tarde.

— Eu sei, não era necessário. Mas você é minha filha, e apesar de as vezes eu me aborrecer com algumas atitudes que você toma, eu me angustiei ao vê-la naquele lugar, porque te amo Rubi.

 — Eu já provei para você, para o Alessandro e para os outros que eu não matei a idiota da Sônia. Eu acho o cúmulo você não ter acreditado em mim, logo em mim que sou sua filha.

— Rubi, eu não sabia o que fazer. Foi tudo muito rápido, tudo muito confuso. Você chegou do litoral toda entusiasmada dizendo que iria se casar com o Alessandro, e dias depois, o Toledo me avisa que você estava presa.

— Shiu. Fala baixo. — Repreendeu. — Só volte a falar sobre isso, se quiser que eu fique sozinha e sem dinheiro. Eu não posso e nem quero me separar do meu marido, ao menos por enquanto. Então se controla mamãe.

— Não faz sentido você ficar com o Heitor se você não gosta dele minha menina. — Disse Dona Rosário de forma terna acariciando o rosto da filha. — O Alessandro te ama e você também o ama. Nós duas sabemos que ele errou, mas você também cometeu muitos erros ao longo dos anos, e ele foi capaz de deixar tudo para trás e lhe dar uma nova chance... talvez, seja a sua hora de fazer o mesmo.

— Para de querer se meter na minha vida. — Retrucou Rubi empurrando a mão de sua mãe de sua face e levantando da cama em seguida. — Eu nunca vou perdoar o imbecil do Alessandro porque ele me humilhou. Porque você sempre está do lado dele mamãe?

— Eu não estou querendo me intrometer na sua vida Rubi, não seja tão orgulhosa. Tudo o que eu quero é que você seja feliz, e talvez essa seja a última oportunidade que o destino está concedendo a vocês, e se você não souber aproveita-la, pode se arrepender amargamente.

— Me arrepender? Eu não sou o tipo de pessoa que costuma se arrepender das atitudes que toma na vida...eu não me arrependo de nada que fiz até hoje e faria tudo novamente.

— Filha... é em vão tentar ajudar quem não quer ser ajudada. Meu dever como mãe, é alerta-la, mas no fim, você faz aquilo que lhe parece melhor. Só espero que finalmente você tenha aprendido a lição, e possa achar o caminho do bem.


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