Ariel'

—Pra onde vai tanta comida?- Luke disse, enquanto em mastigava meu segundo hambúrguer.

—Até onde eu sei, você tem um plano de resgate para planejar- me concentrei na comida- então me deixa comer em paz.

Havíamos chegado em Mystic Falls, uma cidade bem calma, na minha opinião. Luke foi dar um telefonema, enquanto em comprava comida. Quando voltei pra camionete, só de olhar pra ele, dava pra perceber que havia algo errado.

Sua amiga tinha sido sequestrada por um tal de Damon, e então ele decidiu que iria resgata-la, e como eu meio que devia uma pra ele, o ajudaria. 

Até agora estávamos apanas estacionados do outro lado da rua da casa dos Salvatore.

—Nós só temos que esperar ele sair –Luke disse, parecia conversar com si mesmo- o outro Salvatore não é problema, ele é legal. Então você distrai ele, e eu pego Mia, é bem simples.

—E você levou  só meia hora pra pensar nisso – debochei.

—Você tem um plano melhor, bruxinha?- ele desafiou.

—Se você tivesse perguntado antes – dei ombros- mas agora não consigo pensar em nada de barriga cheia.

—Claro que não – ele revirou os olhos.

—Você sabe que isso pode demorar bastante, não é?- disse, me acomodando mais no banco.

—Isso não é ruim - ele sorriu, como se lembrasse de algo divertido- assim podemos nos conhecer melhor.

—To bem assim- disse, bocejando.

—Qual é, não to pedindo pra me contar seus segredos, apenas fale comigo, assim o tempo passa mais rápido- ele sorriu, só agora me deixando ver suas covinhas.

—Só porque causa delas, são adoráveis – disse, cutucando as marquinhas em suas bochechas.

—Sempre funciona- ele sorriu ainda mais- qual seu sobrenome?

—Próxima- disse, pelo que eu sabia, e era muito pouco, não podia revelar que era uma Mikaelson.

—Assim fica difícil, mas tudo bem. Sua comida favorita?

—Bolo de chocolate, mas não é qualquer bolo, o de Maggie é o melhor bolo do mundo- disse, quase podia sentir gosto.

—Porque você chama sua mãe pelo nome?- ele me olhou confuso.

—Ela não é...minha mãe, não exatamente. Eu sempre a chamei de Maggie, e ela nunca reclamou. Acho que no fundo ela sabia da minha esperança idiota de encontrar minha mãe biológica – senti um aperto no peito, pensar em Maggie me fazia querer chorar.

—Então você é adotada?- ele deduziu.

—Conheci Maggie quando eu tinha...acho que uns quatro ou cinco anos. Desde de então tem sido apenas nós duas, e é claro, Elijah.

—Elijah é seu namorado?

—O que?Não!- ri desconfortável- ele é meu...ãn...tipo...pai.

—Ah,  é que pelo jeito que você disse o nome dele....

—Só eu estou falando, agora é sua vez- disse, tentando mudar o rumo a conversa- onde está sua família?

—Morta, pelo menos a maioria dela- ele disse, encarei ele surpresa – eu já me acostumei com isso. Quer dizer, foi horrível, uma hora nós estávamos juntos, e então tudo mudou rápido demais.

—Sei exatamente como é isso- sussurrei.

—Minha matilha foi atacada por um vampiro, um dos mais fortes que eu já vi – pelo tom da sua voz, dava pra perceber sua tristeza- os poucos que sobraram, se separam. Uma semana atrás descobri que meu irmão esta vivo, e que esta em uma nova matilha. É por isso que estou aqui, Mia sabe a localização da matilha, mas ela não quis dizer por telefone, então aqui estou eu...

—Mia é sua namorada?- perguntei, estava apenas curiosa.

—Não – ele sorriu- ela ta mais pra amiga encrenqueira, pelo que percebi, é o tipo de amigos que eu atraio.

—Eu não sou encrenqueira- tentei me defender.

—Falou a garota que estava fugindo de vampiros – ele riu.

—Eles acham que eu sou perigosa – adimiti, acho que já confiava um pouco nele- e única coisa que eu sei de bruxaria, assisti em Harry Potter.

—Eu não sou nenhum gênio quando se trata de bruxas, mas tenho certeza que você vai aprender, afinal é o que você, esta dentro de você – seu tom era reconfortante – pelo menos foi assim comigo, quando ativei a maldição.

—Você ficou com medo?

—Apavorado - ele riu- meu pai me ajudou bastante. Ele era incrível.

Ficamos em silencio, cada um com suas memórias, aproveitando o clima bom que ficou. Quando comecei a pensar, a realidade me atingiu.

—Talvez Maggie esteja morta, e a culpa é minha - sussurrei- e a única pessoa que podia me ajudar, mentiu pra mim, e não esta aqui.

—Quando eu descobri que Oliver estava vivo, fiquei feliz, mas então com raiva –ele me fitou- não sei o que aconteceu de verdade com ele, e não sei se faz diferença. Vai ser bom ver um rosto familiar, sentir que eu faço parte de uma matilha novamente.

Luke tinha razão, eu não podia saber o porquê de Elijah não ter voltado. E mesmo que soubesse, ainda assim queria abraçá-lo, afinal, era Elih, ele era minha família.

—A gente devia ter feito um incêndio – ele disse, encarando a casa- acho que assim seria mais rápido.

—Não é tão ruim esperar- disse, ele sorriu abertamente.

—Eu disse que...ele ta saindo – ele comemorou- finalmente.

—Você conhece o outro Salvatore, certo?- tive uma ideia.

—Um pouco- ele concordou.

—Ele vai desconfiar se uma garota estranha ficar enrolando ele – disse, meu plano era bem melhor -você distrai ele, vai ser mais fácil, eu entro pela porta dos fundos e pego Mia.

—Quanto tempo você precisa?- ele perguntou, saindo do carro.

—Dez minutos.

Na minha cabeça seria fácil, entrar, achar Mia, e sair. Só não imaginei que haveria tantas portas. Andei silenciosamente pelo corredor, reprimindo a ideia de gritar o nome de Mia pra ver se ela respondia.

Desci as escadas, afinal, que lugar melhor pra esconder alguém, do que o porão?

Não era o porão, a porta era grossa, e tinha algumas grades de ferro. Eu não conhecia direito Damon Salvatore, mas se o cara tinha um cela em sua casa, boa pessoa não era.

Me estiquei e olhei pelas grades. A garota tinha logos cabelos cacheados, pele morena, estava dormindo, pelo menos eu achava que estava. Que ela não esteja morta!

—Mia- sussurrei- Mia acorda, eu vim te...resgatar.

—Não estou aqui a tanto tempo, pra já estar tendo alucinações...- ele murmurou meio sonolenta.

—Luke esta lá em cima enrolando o Salvatore legal, então temos que ser rápidas- disse, pegando as chaves penduradas na parede.

—Luke é maluco- ela sorriu- eu tenho sorte de ser amiga dele.

—Eu sei- concordei, ajudando ela sair- agora vamos, antes que o Salvatore malvado volte.

Mia estava fraca, tive que ajudá-la a andar. Meu plano estava indo bem, nós estávamos quase na porta, quando ela se abriu de repente, deduzi que aquele era o Salvatore malvado.

—Vão a algum lugar?- ele sorriu, fechando a porta atrás de si.

Sei que vampiros são rápidos, mas não pensei muito nisso quando comecei a correr na direção oposta, puxando Mia comigo.

Eu estava quase na sala, podia ouvir a voz de Luke. Senti meu corpo ser lançado pro lado, minha cabeça bateu no chão.

No fundo eu podia ouvir as vozes, tinha alguém discutindo, mas as coisas giravam, e minha cabeça latejava.

Quando as coisas voltaram ao foco, Damon segurava Luke pelo pescoço, seus pés mau tocavam o chão, Mia estava com as mãos na cabeça ao meu lado, parecendo meio tonta.

—Damon, solta ele – o Salvatore legal disse, estranhamente calmo.

—Não se mete, Stefan- Damon disse.

Me levantei, ignorando a dor na minha cabeça, e encarei o vampiro.

—Solta ele, agora! – tentei soar ameaçadora.

—Ou o que, garotinha?- Damon sorriu, me desafiando.

Eu não sei direito o que aconteceu comigo, mas aquilo fluía de mim, como se estivesse ali o tempo todo, esperando para que eu o usa-se. Damon caiu no chão, gritando de dor, com as mãos na cabeça. As luzes piscavam, Stefan me olhava surpreso.

Continuei a encarar o vampiro, mantendo minha concentração.

 Eu estava indo bem, até a morena entrar pela porta, me distraindo.

—Eu vou matar você- Damon rosnou, ainda no chão.

A morena me olhava surpresa e admirada. E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, senti o ar ser arrancado de mim, e duas mãos fortes apertando meu pescoço.

—Damon, solta ela- Stefan disse- temos problemas mais  urgentes agora.

O colar que Maggie me deu começou a brilhar, então Damon foi lançado pro outro lado da sala.

—Quem é você?- a morena perguntou séria.

—Ariel – acenei pra ela, encarei Damon que já estava de pé- ainda te de vou uma pancada na cabeça.

— E eu te devo uma morte lenta e dolorosa- ele disse sarcástico.

—Já chega – Stefan disse- isso não vai nos levar a lugar nenhum

Ajudei Mia a se sentar no sofá, Luke ficou do meu lado, encarando Damon, desconfiado.

—Agora que vocês decidiram que não vão se matar- a morena sorriu irônica pra Damon- Eddie esta vindo pra cá, é não é pra tomar o chá da tarde.

—Ótimo, mais uma louco psicopata tentando nós matar- Damon sorriu- e o dia só melhora.

—Você não encontrou uma forma de matá-lo ainda?- Stefan perguntou.

—Quando o maluco chegar, a gente foge?- sussurrei pra Luke.

—Você pode tentar, mas então eu te mato- Damon disse, me encarando- audição de vampiro, pirralha.

—Na verdade, você pode ser a nossa solução- a morena disse, então sorriu- eu sou Bonnie.

—O que?- Luke disse confuso.

—Você é um bruxa forte, uma das mais fortes que eu já vi, seu poder esta emanando- ela tocou minha mão- você pode matar Eddie.

—Quem?- eu é que estava confusa agora.

—Um bruxo, e também lobisomem, ele e super forte, e louco, e que nos matar- Stefan explicou.

—Agora temos algo pra trocar, e sairmos vivos daqui- Luke sorriu.

—Olha bem pra ela, você acha mesmo que ela vai nos aju...

—Eu vou ajudar vocês- interrompi Damon- mas eu tenho algumas condições.

—Tudo bem-Stefan concordou.

—Nós três vamos sair daqui, sem nenhuma tentava de nos matar- olhei diretamente pra Damon e sorri- e você vai pedir desculpas.

—Vai sonhando, pirralha- Damon negou.

—Damon, peça desculpas- Stefan disse, disfarçando um sorriso.

—Depois que Eddie estiver morto -ele disse.

—E então?- Stefan perguntou.

—Tudo bem, temos um acordo- assenti- só tem um detalhe, eu não faço ideia de como.

—Você é uma bruxa, com é que...- Damon realmente não gostava de mim.

—Ela é nova nisso - Luke me defendeu- mas Bonnie pode ajuda-la, não é ?

—Claro- a morena concordou- preparem a armadilha, e eu ajudo Ariel com o feitiço.