Ariel ‘

—Volte sempre – o atendente sorriu, me entregando as sacolas.

Pela primeira vez em semanas, eu não estava me sentindo frustrada, irritada, ou ocupada com os feitiços que tinha que aprender. Foi pro isso que aproveitei pra sair e repor meu estoque de chocolate.

A animação nas ruas de Nova Orleans era uma distração bem vinda. Mas foi ingenuidade minha achar que poderia sair sem encontrar nenhum deles.

—Ariel – a morena sorriu pra mim.

—Hayley- forcei um sorriso.

—É bom ver você- ela disse, me deixando confusa- como você está?

O pai da sua filha matou Maggie, o homem pelo qual eu era apaixonada mentiu pra mim, e na verdade estava planejando me matar, e é claro, tentei transar com meu melhor amigo e agora acho que ele está me evitando, está tudo maravilhoso!

—Bem, obrigada por perguntar- disse, ficando cada vez mais desconfiada- então, soube que agora você mãe, meus parabéns.

—Obrigada , ela é uma garotinha incrível, você deveria conhecê-la - ela sugeriu.

—Não me entenda mal Hayley, mas porque você está sendo legal comigo?

—Você é da família- ela me fitou- depois de tanta coisa acontecendo, eu entendo isso, nós até podemos ser amigas. Elijah...

—Não, não quero falar sobre ele, ou ouvir o nome dele –estava começando a me sentir desconfortável- mas sim, podemos ser amigas, eu adoraria conhecer Hope.

—Ótimo- ela sorriu- bem, eu vou...me casar no sábado e...

—Você vai se casar?- disse surpresa.

—Sim, a unificação das matilhas vai garantir que Hope seja bem protegida- seu tom era sério – ainda tem alguns rituais com os sete alfas, mas no final minha filha estará a salvo.

Sete alfas. Foi como se uma lâmpada se acendesse na minha cabeça, o casamento facilitou tudo para mim, tudo que eu precisava era encontrá-los, e então teria um item a menos na minha lista.

—Isso é maravilhoso- disse empolgada – Hope mais do que ninguém, precisa de proteção.

—Sim- ela concordou- eu adoraria que você fosse no meu casamento.

—Voltar pro covil do diabo não é a escolha mais inteligente- quando vi, já tinha falado.

—Eles vão se comportar – ela garantiu- e então, você vai? Por favor!

—Tudo bem- assenti.

—Ainda bem- ela sorriu- tenho que ir, tenho um monte de coisas para resolver.

—Até logo, Hayley- acenei com a cabeça.

—Até logo- ela disse se afastando, mas então parou e me fitou- eu sinto muito por Maggie, de verdade.

Apenas sorri, e voltei a caminhar de volta pra casa.

Hayley me deixou um pouco desconfiada, mas talvez ser mãe tenha mudado as coisas pra ela.

Fico me perguntando o porquê dela me pedir pra ir em seu casamento, talvez porque ela seja legal, ou porque alguém pediu a ela.

Parei assim que o vi na varanda.

Olhei pro lado, pensando em sair correndo, mas logo voltei atrás, isso não era algo racional de se fazer.

Eu era forte, podia pintar as paredes da casa com o sangue dele se quisesse.

Forcei minhas pernas a seguirem, andei até estar na frente dele.

—O que você está fazendo aqui?

—Nem mesmo um olá?- ele sorriu irônico – parece que Elijah não te educou direito.

—Eu vou perguntar só mais uma vez – encarei ele com raiva- o que você está fazendo aqui Klaus?

—Não sou tolo de pedir perdão, sei que você amava ela como uma mãe – sem tom era cordial- mas você, bem ou mal, é uma Mikaelson...

—E isso apaga o fato de você ter matado Maggie como se não fosse nada – disse, usando toda minha ironia- e agora vamos nos tornar melhores amigos pra sempre?

—Essa ironia é familiar- ele sorriu de lado- no momento que se tornou uma Mikaelson deveria saber que nós mentimos para proteger aqueles que amamos, matamos qualquer ameaça, mais ainda assim somos uma família. Sempre e para sempre

—Um exemplo de família- sorri amarga- não quero ser uma Mikaelson se esse for legado de vocês.

—Você pode me odiar, sou acostumado com isso- ele deu de ombros- mas de uma segunda chance a Elijah, e merece isso.

—Se você já terminou de dizer o que queria, eu tenho mais o que fazer- disse, entrando na casa e fechando a porta.

Algo me dizia que não teria como fugir de Elijah no casamento. Talvez eu precisasse disso, um ponto final, para não hesitar na hora de matá-lo.