Ariel '

Eu me sentia doente, sem forças pra qualquer coisa. Aquela loba desgraçada tinha acertado num ponto sensível.

Desejei que Maggie estivesse aqui pra me confortar. Ela saberia exatamente o que me dizer, e como me animar.

Deus, que ela esteja bem, e viva. Nunca mais reclamaria dela, lavaria quantas louças fossem preciso.

Posso imaginar o que ela diria se estivesse aqui. 

'Você é uma lutadora, querida, nada te mantém no chão por muito tempo. Então levante essa bunda preguiçosa da cama e comece a lutar! '

Quase podia ouvir sua voz na minha cabeça, ela tinha razão. Se Hayley acha que venceu, está muito enganada. Esse foi apenas o primeiro round, ainda tenho muitos pela frente.

Passei um dia e meio ignorando Hayley. Aprovetei pra colocar a cabeça no lugar. Deixei ela acreditar que estava por cima, não perderia meu tempo com ela. 

—Você está horrível - Rebeka entrou no meu quarto cheia de sacolas.

—Tenho certeza que você pode dar um jeito nisso- sorri.

—Elijah está a caminho- ela disse, me deixando automaticamente animada.

—Isso é maravilhoso- saltei da cama, revirando as roupas dentro das sacolas.

Eu queri estar no minimo apresentável quando Elih chegasse.

Rebeka tinha um incrível gosto para roupas. Ela me ajudou a dar um jeito no meu cabelo, e em todo o resto.

 Foi mais divertido do que imaginei, se os outros Mikaelson's fossem como Rebeka, nós nos daríamos bem com toda certeza.

—E então? Você gostou?- ela perguntou ansiosa.

Me encarei no espelho. Rebeka conseguiu o impossível, eu não parecia com uma adolescente desengonçada, eu estava bonita.

—Nunca mais duvido do seu senso de moda- sorri- obrigada.

...

Fiquei sentada no sofá da sala, Hayley conversava com Rebeka, me encarava vez ou outra, mas eu continuei a ignorando.

No momento que ele passou pela porta, senti meu peito mais leve. Ele estava com uma jaqueta escura, e mais lindo do que eu me lembrava.

—Elijah - Hayley levantou, indo abraça-lo.

Reprimi a careta, e esperei a desgraçada solta-lo. Eu estava impaciente, estava quase indo puxa-la pelos cabelos, quando eles se separaram.

Elijah olhou pra mim, num misto de preocupação e alivio. Caminhei até ele, e o abracei com todas minhas forças. Fui tomada de um alivio enorme quando seus braços me apertaram, retribuindo o abraço. 

E, antes que eu percebesse, eu estava chorando silenciosamente, os soluços saindo baixinhos.

—Me desculpe, pequena -ele murmurou contra os meus cabelos- esta tudo bem agora, eu estou aqui.

Por mim eu ficaria presa aos seus braços pra sempre, é claro, sem a presença de certas cobras.

—Você vai passar a noite aqui?- Hayley perguntou.

—Sim - ele respondeu, sem nem mesmo olhar pra ela.

Elijah conversou com Hayley, brevemente, então sussurrou algo pra Rebeka, tudo isso com o braço em volta dos meus ombros. Eu estava ansiosa, tudo estava prestes a mudar.

Fuzilei Hayley com o olhar, enquanto ela dava um demorado beijo de boa noite na bochecha de Elijah.

Nós dois subimos as escadas em silencio, segui ele até seu quarto. Me sentei na cama, enquanto ele fechava a porta.

—Eu sei que tenho muito a explicar e...

—Nós teremos muito tempo pra isso depois - disse, eu tinha outra coisa em mente agora- certo?

—Certo- ele concordou,  tirando sua jaqueta.

Elijah ficava lindo de terno, varias vezes me imaginei puxando ele pela gravata e roubando um beijo seu. Mas Elijah de jaqueta era sexy, e seria mais fácil de tirar sua roupa assim.

—Você e Hayley parecem ter se dado bem- ele sorriu- fico feliz por isso.

Respira fundo, concentração. Coragem. Eu consigo. Você consegue Ariel!

—Nós não estamos nos dando bem, Elijah – disse, ele me encarou confuso- acho impossível sermos amigas, quando queremos a mesma coisa.

Eu estava lutando, com uma coragem que até mesmo eu desconhecia.

—Eu pensei que...

—Hayley foi cruel comigo, e isso me deixou bem irritada. Eu pensei mesmo que era errado...

—Do que você está falando, pequena?

—Mas eu não sou uma dessas garotinhas que ficam se lamentando por aí. Se for pra me lamentar, que seja por algo que eu fiz, e tenho certeza que não vou me arrepender então... foda-se.

—Você ,não está fazendo sentindo nenhum- ele se aproximou, ficando na minha frente.

Coragem, talvez um pouco de ousadia, e tudo terminaria bem.

—Tenha em mente que você não meu pai, nem somos parentes de verdade- alertei - você é só alguém que eu amo, e que me protege, e que eu não posso viver sem, tudo bem, isso é bastante mas ...apenas mantenha a mente aberta.

Ele não fazia ideia do que eu estava falando, isso estava claro em seus olhos.

Me ajoelhei na cama ficando da sua altura. Passei os braços em volta do seu pescoço, ele me olhava confuso. Aproximei lentamente meu rosto do seu, e o beijei.

Assim que nosso lábios se tocaram, senti meu corpo todo arrepiar, não era como eu imaginei, era milhões de vezes melhor.

Elijah estava tenso, seus braços paralisados ao lado de seu corpo. Aquilo era ruim, mas eu não desistiria fácil. Forcei minha boca contra a sua, e enterrei meus dedos nos seus cabelos.

Então algo mágico aconteceu. Pela primeira vez na vida, acreditei que aquilo era realmente possível.

Ele não estava mais paralisado, seus lábios estavam se movendo contra os meus. 

Elijah estava me beijando.

Suas mãos estavam firmes na minha cintura, podia sentir o calor de seu corpo.

De repente, ele se afastou bruscamente de mim, dando vários passos para trás. Cai sentada na cama, completamente ofegante.

—Isso foi errado- ele disse tenso.

—Isso foi muitas coisas, mas não errado - sorri.

— Ariel - era estranho vê-lo me chamar assim -você é só uma criança, isso não podia ter...

—Estou na sua cama, cheia de pensamentos impuros, e acabei de te beijar - encarei ele, completamente confiante- tem certeza que quer me chamar de criança ?