Redenção escrita por Mariii


Capítulo 1
Capítulo Único - Redenção


Notas iniciais do capítulo

Well, depois de um longo e tenebroso inverno cá estamos de volta!

E somos canon! Ai meu Deus, que emoção!

Um agradecimento ao grupo Sherlolly do Facebook pelos momentos lindos! E obrigada a Brisa que me ajudou no plot da fic... :)

Importante: Totalmente necessário ver a S4, escrevi uma versão dos acontecimentos finais.



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— De novo, Sherlock? Você está afundando... Está caindo... Eu não vou te segurar dessa vez! Não vou ficar para ver você morrer!

 

Observo Molly sair de Baker Street com o rosto banhado por lágrimas. Sei que ela não vai voltar. 

 

Faz um mês que Mary morreu. Para me salvar...

 

Eu não queria começar essa história assim. Mas é aí que ela começa. É aí que a minha redenção começou. 

 

Eu sei, eu sei que Molly ainda está lidando com o próprio luto. Nosso relacionamento se distanciou com todos os acontecimentos que envolveram Mary se jogar em frente a uma bala para me salvar. Não, ela não me culpa. Não é o que você está pensando. Molly nunca seria egoísta a esse ponto. Mas eu sim. 

 

Eu caí nas drogas. De novo.

 

—-- --- ---

1 mês depois...

 

— Então, você veio. - Estamos na ambulância onde Molly deveria me examinar. Ela está tensa. Eu não tinha certeza se seria atendido ao chamá-la, mas eu precisava dela. Na verdade, eu precisava vê-la. 

 

— Você... Como você pode, Sherlock? - Molly senta-se à minha frente, nossas pernas quase se tocando e seus olhos me encaram. Quase não sinto mais o efeito das drogas e posso observá-la melhor. Sua voz está trêmula, suas mãos instáveis e há rugas de preocupação em seu rosto. 

 

— Molly... Eu preciso. Eu apenas... Preciso. 

 

— Você precisa o que, Sherlock? Ficar drogado? Você precisa das drogas, Sherlock? Eu não fui suficiente pra você... Você não pode fazer isso por mim...

 

Ela desvia os olhos e sei que está prestes a chorar. Passo a mão pelo meu rosto, desesperado por vê-la assim. Molly é a única que me enxerga de verdade, a pessoa que eu mais confio e que mais importa. Como eu odeio vê-la assim. Como eu me odeio por deixá-la assim.

 

— Molly... - Puxo sua mão e quero que ela olhe pra mim. Não quero fazê-la chorar de novo. - Molly, não... - Ela ainda se nega a me olhar, então levo a mão até seu rosto e gentilmente viro-o em minha direção. Percebo que estamos perto demais e posso ver todos seus detalhes. Deus, como gosto de olha-la. Meus dedos correm por seu rosto e ela fecha os olhos, deixando escapar um pequeno suspiro pelos lábios entreabertos. 

 

É demais para mim. Contrariando qualquer racionalidade, percorro a pouca distância entre nós e a beijo. O início é lento, como se não quiséssemos que aquilo tivesse fim. Como se tivéssemos medo de perder um ao outro novamente. O que posso dizer é que eu sabia que já estava perdido. Sempre estive.

 

Não demora muito e ela leva as mãos para o meu cabelo, aprofundando o beijo e acabando com qualquer espaço que existia entre nossos corpos ao sentar no meu colo. 

 

— Nós não... Devíamos... Não... Aqui... - Molly tenta dizer entre o beijo, mas eu não quero parar. Não posso parar. Não agora. 

 

Mesmo dizendo isso ela não me solta e sua mão desce pelas minhas costas, puxando minha camisa. Sinto suas unhas me arranhando levemente e um arrepio percorre meu corpo. Passo o braço sob seus joelhos e a ergo, colocando-a na maca e invertendo nossas posições. 

 

Paro de beijá-la apenas para encará-la por alguns segundos. Estou ofegante, assim como ela. Ainda vejo dor ali e percebo que também estou machucado. Estamos feridos e em busca de algo que nos salve. Volto a beijá-la enquanto minhas mãos abrem os botões de sua blusa. Logo John deve chegar, mas o meu desejo é que o tempo pare por alguns instantes. Por muitos instantes.

 

Desço minha boca por seu pescoço, passando suavemente meus lábios por ele enquanto Molly segura e aperta meus braços. Ela quer mais, eu sei. Ela sempre quer. 

 

— Seja rápido. - Molly sussurra enquanto me puxa para me beijar de novo. É o suficiente para que minhas mãos desçam até o botão de sua calça. Ela ofega quando meus dedos a tocam, sorrindo em meio ao beijo ao abrir minha calça e também me fazer perder o fôlego. 

 

Afasto-me o suficiente para nos livrar das peças de roupa, sem tirar os olhos dela e da forma como ela sorri pra mim. Chamando-me. Só consigo pensar em como... Em como gosto dela... Antes de me entregar ao momento. 

 

—-- --- ---

 

Molly não olha e nem fala comigo enquanto se veste. Eu preciso seguir meu plano e ela sabe disso, mas não suporta a ideia. É como um grande abismo entre nós.

 

— Molly... 

 

— Não, Sherlock, por favor... - Respiro profundamente tentando não desistir de tudo ali mesmo. Tentando não abraçá-la e levá-la para longe, para um lugar onde só estejamos nós dois (Perdidos?). 

 

Ela abre a ambulância e senta-se no degrau. John não demora muito a chegar, perguntando para Molly o meu estado de saúde. Termino rapidamente de me vestir e saio. Estou com raiva de mim mesmo. 

 

— Você parece estressada, Molly. - Por que eu disse isso? Por que eu simplesmente não disse "Também estou preocupado"? 

 

— E você está morrendo, Sherlock. 

 

A mágoa está estampada no rosto dela e parece que vai dizer algo, mas desiste. Sigo em frente com John e dou uma última olhada para trás, para ela, pensando em tantas coisas que eu gostaria de ter dito.

 

—-- --- ---

 

Semanas depois...

 

Eu, Mycroft e John entramos na sala onde o terceiro desafio de Eurus está nos esperando. A adrenalina corre por mim misturada com o medo que estou tentando evitar.

 

Um caixão. Para uma mulher. Pequena. 1.62. Solitária. Eu amo você. Não consigo assimilar as informações. Acho que não quero assimilar.

 

— Alguém que te ama. A lista não deve ser longa... - Estou tão paralisado que quase não escuto a piada de John. - Irene?

 

— Não seja idiota. Molly...

 

— Molly.

 

— ... Hooper. - Sinto meu coração disparar em meu peito. Não. Não Molly. Ninguém sabe sobre ela. Ninguém deveria saber sobre ela. 

 

— Ela está segura por enquanto. - Ouço Eurus falar. - O apartamento dela irá em explodir em 3 minutos a não ser que eu ouça o código de liberação dos seus lábios.

 

Eu sei o que ela quer que eu faça Molly dizer. Soube quando vi o caixão, quando li a inscrição. Eurus era inteligente. Ela jogava com os sentimentos, queria me expor. Queria expor Molly. Ouço o telefone tocar. O televisor a minha frente mostra o apartamento de Molly. Molly. Sinto que meu coração vai sair do peito a qualquer momento. Penso em como ela está magoada comigo. Em como sua expressão está triste, parecendo preocupada com algo. E o que eu farei agora quebrará ainda mais seus sentimentos.

 

— O que ela está fazendo? 

 

— Ela está fazendo chá. - Mycroft me responde. Chá. Observo-a mais atentamente.

 

— Mas por que ela não me atende? - Estou ficando desesperado.

 

— Você nunca atende seu celular. - John retruca.

 

— Sim, mas sou eu que estou ligando. - Pareço arrogante, mas John não sabe sobre nosso relacionamento. Molly nunca deixou de me atender.

 

"Oi, aqui é a Molly e estou no pedaço mais morto da cidade. Deixe uma mensagem."

 

— Ok, ok. Só mais uma vez. - Sinto o suor escorrer por minhas costas ao ouvir a voz de Eurus.

 

O telefone começa a tocar novamente. Atenda, Molly, por favor.

 

— Olá, Sherlock. É urgente? Porque eu não estou num bom dia.

 

— Molly, eu só preciso que você faça uma coisa por mim e não pergunte o motivo. - Por favor, Molly. Não questione. Não faça tudo ser mais difícil.

 

— Ai Deus, isso é mais um dos seus jogos estúpidos? 

 

Sua imagem na tela está impaciente. Droga! Como eu quero que isso acabe!

 

— Não, não é um jogo. Eu preciso que você me ajude.

 

— Olha, eu não estou no laboratório. - Quase consigo sorrir internamente quando ela diz isso. Quantas vezes precisei da ajuda dela e quantas vezes ela esteve ali por mim.

 

— Não tem a ver com isso. 

 

— Bom, vai rápido então... 

 

Paraliso. Não posso pedir isso para ela. Como poderia? Eu...

 

— Sherlock! O que foi? O que você quer?

 

Respiro fundo antes de continuar.

 

— Molly, por favor, sem perguntar nada, só repita essas palavras.

 

— Que palavras? - Droga!

 

— Eu amo você. 

 

Quero abraçá-la ao ver o quão irritada e decepcionada ela fica. Ao perceber o quanto isso a machuca.

 

— Me deixa em paz.

 

— Molly, não, por favor! Não desliga! Não desliga o telefone! - Um desespero começa a tomar conta de mim. Não posso perde-la. Ainda mais agora que... O que? Algo está tentando vir a tona em meu cérebro.

 

— Por que você está fazendo isso comigo? Por que está fazendo piada comigo? - Meu coração se quebra com o tom dela. Nunca foi uma piada, Molly. De repente tomo conhecimento do quão tudo isso é importante pra ela e como eu nunca me importei antes.

 

— Por favor, eu juro, você tem que me ouvir. É para um caso... E é meio que um experimento. 

 

— Eu não sou um experimento, Sherlock. - Não, Molly, você não é. Nunca poderia ser.

 

— Não, eu sei que você não é. Você é minha amiga. - Jamais diria o contrário para Eurus. Jamais. - Por favor, só diga essas palavras pra mim. É muito importante. Eu não posso dizer o motivo, mas eu te prometo, é importante.

 

— Eu não posso dizer isso, eu não posso... Eu não posso dizer isso pra você... 

 

Vê-la desmoronando assim, na minha frente, está fazendo com que eu perca a razão. Eu não quero machucá-la assim. Não quero.

 

— Claro que pode. Por que não poderia? - Tento fingir o máximo que consigo. Meu Deus, tudo que eu queria agora era cuidar dela.

 

— Você sabe o porquê.

 

Sim, eu sei.

 

— Não, eu não sei. 

 

Molly suspira longamente antes de responder.

 

— Claro que sabe. 

 

— Por favor, só diga! - Estou entrando em um desespero sem volta.

 

— Não posso. Não pra você.

 

— Por que?

 

— Porque... Porque é verdade. Porque é verdade, Sherlock. Sempre foi verdade.

 

O mundo para por alguns milésimos de segundo. A raiva me consome como chamas. Estou sendo forçado a magoar a pessoa que mais importa para mim. Sinto-me congelar, quero ferir Eurus, quero matá-la.

 

— Bom, se é verdade, diga-me de qualquer forma. - Frio. É como me sinto, frio.

 

— Seu bastardo. - Ela quase sorri. Acabando comigo um pouquinho. - Diga você. Vai lá. Você diz primeiro.

 

— O quê?

 

— Diga. Diga como se fosse verdade.

 

Meu cérebro parece tomado por algo que o paralisa. Eu? Eu dizer isso? De repente as palavras parecem difíceis de sair.

 

— Eu... Eu amo você. - Então eu percebo. De uma só vez, sem nenhuma anestesia, sem nenhuma desculpa. Eu não preciso fingir, sempre foi verdade. Eu encaro a imagem dela. Meu cérebro se descongela e então todas as deduções vem de uma vez. Ambulância. Preocupação. Irritação. Chá. Tristeza. Molly está grávida... De um filho meu. - Eu amo você. - E eu nunca antes fui tão sincero. Eu só queria que as circunstâncias fossem outras. Agora meu tempo está acabando, por favor. - Molly? Molly, por favor!

 

Os segundos mais angustiantes se passam antes dela sussurrar o que eu sempre quis ouvir e nem ao menos fazia ideia que queria.

 

— Eu amo você.

 

—-- --- ---

 

— Eu ganhei. - Digo para Eurus. - Eu salvei Molly Hooper.

 

Vejo o desdém na expressão dela, junto com o sorriso de canto que me deixa confuso. 

 

— Salvou ela? De quê? Não seja tão sensível, não havia nada na casinha dela. Você não ganhou, você perdeu. 

 

Como não havia nada? Foi tudo um jogo de Eurus? Um jogo para me desestabilizar. Ela sabia, sabia que eu amava Molly. Ela sabia que isso machucaria a nós dois. Até que ponto Eurus sabia? Até que ponto ela sabia sobre Molly? Sobre... Sobre nosso filho? Meu filho.

 

— Contexto emocional, Sherlock. Te destrói o tempo todo.

 

Sinto-me cair. Sinto que estou sendo quebrado. Encaro o caixão a minha frente e toda a raiva que sinto parece emergir pelos meus poros. Penso em Molly, sempre doce, sempre paciente e sempre disposta a compreender o babaca que sou. Lembro dos momentos que passamos juntos antes de tudo isso explodir, quando voltei do exílio e a procurei finalmente aceitando tomar um café com ela. Como ela parecia mudada enquanto conversávamos, segura de si e se divertindo verdadeiramente. Como ela conseguia se divertir comigo?

 

~Flashback~

 

Olhava ela rindo após eu contar sobre meu experimento com línguas humanas enquanto estamos numa pequena cafeteria próxima ao St. Barts. Do que ela estava rindo? Começo a ficar irritado. Era verdade que a língua era um músculo incansável. Ela começou a rir logo após falar "há formas melhores de testar, Sherlock". E eu... Ah... De repente já não me sinto mais irritado e um pequeno sorriso escapa de mim.

— Eu gostaria de saber mais sobre sua ideia, Molly. - Nossos olhares ficam presos um ao outro e ela não vacila, sorrindo pra mim enquanto termina um pequeno gole do seu suco de cor forte.

— Não aqui, Sherlock.

 

~Fim Flashback~

 

Mal percebo o primeiro soco no caixão. Quero destruí-lo. Quero destruir a mim, destruir todos os momentos que eu escondi o que sentia, que não fui o melhor para Molly. Todas as vezes que a magoei. Quebro o caixão com os punhos, querendo sentir a dor. Querendo sentir... Apenas sentir.

 

Eu a amo. Eu a amo. Eu a amo. E eu serei pai.

 

Deixo-me cair, largando-me no chão. Eu preciso ter foco. Eu preciso sair daqui.

 

— Soldados? - John me pergunta enquanto estende a mão para que eu levante.

 

— Soldados. - Por Molly. Pelo meu filho.

 

—-- --- ---

 

Dias depois...

 

 

Eu andava apressado até a casa de Molly. Com tudo que tinha acontecido eu não havia conseguido falar com ela ainda. E, eu confesso, eu não sabia direito como fazer isso. 

 

Minha mente, normalmente tão clara, agora parecia de alguma forma nublada, não permitindo que eu pensasse com nitidez. Precisava vê-la e precisava confirmar minhas deduções. Tudo isso estava me aterrorizando mais do que Eurus. 

 

Avisto a casa dela, pintada em tons pastéis e logo na entrada seu gato, Tommen, jaz empalhado. Molly e seu hobby. 

 

Estremeço ao parar em frente a porta. Emoções que até recentemente eu desconhecia passam por mim enquanto toco a campainha. Escuto os passos dela por trás da porta, acho que conversa com Toby enquanto se aproxima e ouvir sua voz aumenta ainda mais minha ansiedade.

 

— Vamos lá, Toby, vamos ver quem está baten... Ah, Sherlock... - O sorriso dela morreu ao me ver, fazendo com que meu coração desse pequenas descompassadas tristes, principalmente quando, sem perceber, ela leva a mão a barriga e, então, tenho a confirmação que precisava. - Oi... Eu, eu não... Esperava... 

 

De repente eu não sabia onde tinha ido parar as palavras que saiam tão facilmente de mim em outras situações. Simulei o melhor sorriso que consegui, sentindo uma tristeza me invadir e lágrimas querendo aparecer a qualquer momento. O mesmo acontece com ela de uma forma bem mais exposta. Molly nunca foi boa em esconder suas emoções e isso quase me faz sorrir de verdade. Ela gesticula para que eu entre, passando ao seu lado e fecha a porta. 

 

Quando ela se vira nos encaramos sem palavras e desconcertados. Tiro meus olhos dos dela e desço até sua barriga discretamente perceptível. Volto a olhá-la e vejo a tensão ali, ela já sabe que eu sei. Em seus olhos está o medo de como eu reagiria, o que eu pensaria. Dou alguns passos em sua direção e meus olhos estão marejados quando eu desabo aos seus pés, abraçando sua cintura e beijando-a ali, onde nosso filho está.

 

— Por favor, me perdoe. - Minha voz sai tão baixa e alterada pela dor que por alguns segundos não tenho certeza se ela ouviu, até que a ouço rir. Aquela mesma risada que me conquistou na cafetaria. E mais uma vez eu não sei o que pode ser tão engraçado. Ergo meus olhos para ela, para vê-la sorrir por entre as lágrimas. A minha melhor visão. Por um momento penso que Eurus me amava de verdade. De certa forma minha irmã psicopata me deu isso, me deu esse momento. 

 

Ergo-me e quero guardar cada instante desse momento em minha memória. As mãos dela vão para minha cintura enquanto acaricio seu rosto, enxugando suas lágrimas. Beijo-a suavemente e nossas testas se encostam, onde ficamos por algum tempo sorrindo um para o outro. Então, ela me abraça forte e sei que estou no lugar certo. Exatamente onde devia estar.

 

—-- --- ---

 

Baker Street foi reformada após a explosão que praticamente a destruiu. Todos amigos ajudaram nessa reconstrução e isso se tornou algo simbólico para nós. Foi como uma renovação para nossas vidas também. Um novo recomeço. Uma nova história. 

 

Hoje John veio me visitar e trouxe Rosie. Pequena e doce Rosie, cada vez mais parecida com Mary. Seguro-a no colo e ela sorri pra mim fazendo-me amolecer. Acho que estou ficando bobo com esse negócio de bebês. Devolvo-a para John no exato momento em que Molly entra pela porta. 

 

Ela hesita apenas um segundo antes de andar vir até mim com o melhor sorriso que eu podia esperar. Jogando-se nos meus braços, seguro-a contra mim e ali está... A peça principal de Baker Street. A que faz tudo valer a pena. 

 

Molly Hooper.

 

—-- --- ---

 

— Sherlock, acorde. Droga! Acorde!

 

— O que foi, Molly? Meu Deus... São 3 horas da manhã! Você está se sentindo mal?

 

— Seremos péssimos pais!

 

Finalmente consigo abrir os olhos e encará-la. Ela está com a expressão mais desesperada que já vi e sinto vontade de rir.

 

— Só porque talvez nosso filho nos empalhe? Ou então use nossos órgãos para algum estudo? 

 

— Sim! Como um filho nosso pode funcionar? - Ela se aninha ao meu corpo e esconde o rosto contra meu peito. - Ah meu Deus, seremos péssimos. 

 

Acaricio os cabelos dela enquanto imagino nosso filho correndo pelas escadas de Baker Street, nos deixando em pânico descê-las. Penso em tudo que terei que esconder para que nenhum acidente aconteça e sorrio. Ele terá os olhos de Molly, que me quebrará facilmente em segundos. Será melhor que eu em dedução e mais gentil que ela. Estará ali a sensibilidade que me falta, a inteligência que nos sobra.

 

Molly já está dormindo quando constato, falando para mim mesmo, com uma emoção antes desconhecida. 

 

— Nós seremos os melhores pais que alguém poderia ter.

 

—-- --- ---

 

E eles foram. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Sorry por possíveis erros... :/

Espero que tenham gostado! Nos vemos por aí! ^^