New Chance escrita por Karina Odair


Capítulo 7
Céu alaranjado


Notas iniciais do capítulo

Oi voltei.



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Eu olhava as montanhas com os topos cheios de neve enquanto tomava uma dose de whisky. Precisava fazer alguma coisa. Não posso deixar alguém vir e estragar os meus planos. Já havia um mês que eu não tinha noticias de Annie. Então todo o que eu poderia fazer era ir atrás delas.

— Gloss. Que saudades. Você sumiu. Estava se divertido aí?

— Não. Eu só estava dando um tempo. Mas agora preciso voltar. - Digo andando de um lado para o outro.

— Voltar para me ver?. Eu tô com saudade de você.

— Não querida.

— Preciso voltar para dar um fim nessa história. E para isso preciso que você me informe os acontecimentos.

— Bem... Annie está com aquele cara agora. Pode não ser oficial,mas eles estão juntos.

— Se ela tá achando que vai ter uma vida feliz longe de mim. Ela está muito enganada.

— Gloss, o que você vai fazer?- fico em silêncio pensando. - Gloss, por favor eu estou ficando com medo.

 

— Está tudo bem meu amor.

— Então o que foi?

— Está mais do que na hora de começar a brincadeira.
                             ......................

Eu estava feliz por ter recebido uma ligação da Annie me chamando para ir ao parque. Já fazia uns quinze dias que não nos víamos. Acho que ainda não sei dizer exatamente o que temos. Não demos um nome para a gente ou para a nossa relação. Mas o importante é que a gente estava junto.

— Finnick, sabe o que eu estava pensando? - Ela corta o meu raciocínio enquanto estica as pernas para conseguir se mover no balanço.

— O que? - Respondo olhando para o outro lado do parque, que estava alaranjado por causa do sol.

— Esse balanço está me deixando triste. - Ela fala parando.

— Por que?

— Quando eu era criança, a minha avó morava numa casa perto de um parque. Mas era um parque de caminhada. - Ela fala olhando para o mesmo lugar que eu. - Aí lá tinha um balanço. Só que eu andava em pé. Eu amava aquele lugar.

— Então por que está triste aqui?

— Bom. Depois que ela morreu eu nunca mais voltei lá. - Ela diz triste.

— Então, por que quis vir para cá? - Pergunto confuso

— Eu achei que seria bom lembrar. Mas não foi. - Ela abaixa a cabeça olhando para as suas sapatilhas brancas sejas de terra. - Ah, Finnick, vamos comer naquele podrão ali. - Ela aponta o dedo para um trailer que parecia vender hambúrguer.

— Tudo bem.

Lá perto, era quente e um pouco cheio. Talvez porque fosse o único naquela área do parque. O cardápio era aqueles tipos X-burger de qualquer coisa que você possa imaginar. Então acabei pedindo um x-egg e um x-picanha.

Quando estava indo para a mesa senti o meu celular vibrando,mas já o pequei já que estava com dois hambúrgueres na mão.

— Trouxe esse de picanha. Acho que você não é desesperada por ovo igual a mim. - Ela ri enquanto abre o pacote.

Pequei o celular para ver o que estava acontecendo. Era Peeta, ele estava me chamando para ir na casa dos meus pais agora.

— O que foi? - Annie pergunta depois de provavelmente ter ficado analisando a minha cara de confusão.

— Ah. É - começo a falar meio confuso. - Quer ir lá em casa hoje?

Estava eu fazendo o mesmo trajeto da porta do condomínio até a casa dos meus pais. Só que dessa vez com a Annie do meu lado. Mas era melhor não perguntar para ela sobre como eu deveria apresentar ela para minha mãe.

— Nossa, você mora aqui? - Annie diz observando a casa quando paro o carro. 

— Quando eu era pequeno. Vamos?

Os pais do Peeta ainda não tinham chegado quando minha mãe abriu a porta.

— FINNICK! -Ela praticamente grita de felicidade e me aperta. - Que bom que você veio para o jantar maluco que o seu primo inventou. E de repente ela parou e ficou encarando a Annie.

— Ah,mãe essa é a Annie. - Digo apresentando. - A gente tá saindo.

— Seja bem vinda querida, espero que ele não tenha feito você passar muita vergonha em público. - Minha mãe diz e Annie ri.

— Vem Annie, tenho que te apresentar para as outras pessoas. - Resolvo tirar ela da sala antes que minha mãe resolva fazer certas perguntas.

Eu estava na copa pegando uma bebida enquanto observava Katniss e Annie tendo altas conversas.

— Que bom que elas estão se dando bem.

— Peeta diz chegando do meu lado e eu concordo com a cabeça. - Ela parece ser uma boa pessoa.

— Sim. Ela é. Ela é diferente de tudo que já vi.

— Então, você vai ficar com ela?. Tipo. Sério. - Ele diz bebendo.

—É o que eu pretendo. - Falo sem tirar os olhos dela.- Eu acho que sei qual é o motivo desse jantar.

— Sabe?. Ele pergunta franzindo o cenho.

— Sei. Além de eu ter sido o primeiro a saber, eu também sei que você por mais que goste de cozinhar, não costuma ficar reunindo a família toda para jantar. - Digo e ele balança a cabeça concordando com tudo que eu disse.

— Ok. Você pode até saber. Mas sua mãe, por exemplo, acha que é por que os meus pais vão passar uma semana aqui.
— Contando que ninguém queira me atacar. Por mim está tudo bem.

A minha família tinha esse lado ruim. Todos queriam ser os primeiros a saber de qualquer coisa. Eles são muito ciumentos,mas no fundo se amam. E eu sei,sempre que eu tento explicar isso ninguém entende. 

Na mesa do jantar, o plano de Peeta estava todo armado. E quando ele levantou do nada, Katniss, Annie, Peeta e eu já sabíamos o que ia acontecer. É claro que no carro, eu tinha comentado com a Annie pra ela fazer a melhor cara de surpresa possível,já que ela já sabia. É claro que todos ficaram muito felizes com a notícia. E é claro que a minha mãe ficou sussurrando um "também quero" do outro lado da mesa.
 

Na sexta feira da semana seguinte, passei na casa da Annie para irmos jantar no Outback. Ela amava lá então achei que seria um bom programa. Ela está usando um vestido azul marinho de saia rodada. Acho que Annie ama vestidos assim como eu amo cubos de açúcar.

Estamos na mesa esperando a comida chegar. Ainda não sei como conseguimos ficar só vinte minutos na fila. Parecia um milagre.

— Sobre o que a gente vai conversar? - Ela pergunta animada.

— Futuro. Respondo depois de pensar um pouco.

— Não dá para falar do futuro.

— Por que não?

— Porque ninguém sabe o que vai acontecer. Você até pode planejar alguma coisa mas quem disse que vai acontecer.

— Assim você quebra todos os meus argumentos. - Digo fazendo cara de triste.

— Que bom. - Annie fala triunfante.

— Bom eu tenho uma coisa para te contar.

— O que é? - Ela pergunta entusiasmada. Eu achava incrível a animação dela para as coisas.

— Sabe aquele hospital do outro lado do bairro?

— Aquele todo trabalhado no vidro?

— Eles me chamaram para trabalhar lá.
—Finnick. Mas que maravilha. Parabéns. - Ela diz se esticando na mesa para me abraçar. O que não dá muito certo.- Mas e a clínica?

— Vou trabalhar lá duas vezes na semana. E Três no hospital. Acho que agora a vida vai ficar pesada. Vou ter folga na sexta e no sábado. Mas se eles precisarem eu vou ter que ir pra lá.

— Minha formatura é em dois meses. Nem da para acreditar.

— E você sabe onde vai trabalhar?

— Bem,tem uma clínica que eu fiz estágio. Eles estão interessados. Eu vou aceitar enquanto não tenho nada melhor.

— Viu Annie. - Digo sorrindo de orelha a orelha.

— Vi o que? - Ela pergunta confusa.

— Você está falando de futuro. - Respondo triunfante.

— Finnick, você tem que ser menos competitivo.-  Ela diz seria.

— Não. Finnick Odair!- Escuto uma voz familiar parando na mesa. Olho pro lado e vejo nada mais nada menos do que Johanna, a minha ex namorada e melhor amiga.

— Oi Johanna. O que faz aqui? - Digo tentando ser simpático.

— Não o mesmo que você imagino. Você não me disse que estava com outra. - Ela diz analisando Annie friamente.

— É a gente perdeu o contato também. Essa é a Annie e Annie essa é a...

— Johanna. A pessoa que deu ao Finnick os melhores momentos da vida dele. - Ela me corta estendendo a mão para Annie, que dá um sorriso amarelo. - Bom, tenho que ir. Tem uma pessoa me esperando. Divirtam-se.

— Sinto muito. - Digo rápido após Annie me lançar um olhar mortal.

No dia seguinte, fomos para a praia logo que acordamos. Pensei em fazer um passeio de barco por umas ilhas que tem aqui perto mas achei que Annie iria me matar se eu a fizesse entrar em um barco. Então ficamos na praia mesmo.

— É tão estranho comprar uma coisa no lugar que você trabalha. - Annie diz voltando com uma bandeja de comida do quiosque.

— Pelo menos você tem desconto.

— Finnick, será que você pode me ensinar a nadar um dia?

— Sim. Te ensino até agora.

— Agora?

— É.

— Mas e a comida?

— Depois a gente esquenta em casa. Vem logo. - Digo puxando o braço dela e indo para a água. 

— Estou nadando? - Ela pergunta de olhos fechados.

— Não, Annie. Você está boiando. - Digo olhando para o fundo caso venha uma onda grande.

— Isso é como voar.

— Você já voou?

— Finnick, você entendeu. - Ela diz calmamente de olhos fechados.

O céu estava laranja igual naquele dia do parque e a gente estava ali, fazendo pequenos momentos que seriam quadrados na memória.

— Annie, você quer namorar comigo? - Pergunto espontaneamente

— Quero.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Até o próximo.


= }



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