Bulletproof Daughter escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 6
O maknae se casa


Notas iniciais do capítulo

É hoje que o biscoito desencalha!



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Nos dias seguintes, o tempo dos juízes era dividido entre os julgamentos e suas tarefas para o casamento. Havia ilhas inteiras dedicadas a determinado assunto. Algumas senhorinhas que gostavam muito de plantas mantinham uma verdadeira floresta em uma das ilhas, e tinha as mais belas rosas. Jovens alfaiates, mortos por tuberculose aos vinte anos, compartilhavam sua ilha cheia de tecidos com costureiras mais velhas, e até mesmo alguns estilistas. Jin praticamente quis abandonar o Juízo quando os espectros o levaram a uma ilha onde moravam os confeiteiros, cozinheiros e chefs com suas famílias. Havia desde empregados de fábricas alimentícias, que amavam trabalhar, até renomados chefs estudados na europa, apaixonados pela culinária. As coisas estavam agitadas na casa, e ficavam cada vez mais conforme o dia se aproximava. A cada hora, chegavam mais caixas de encomendas feitas nas ilhas, e eram acumuladas em um cantinho do salão.

Às sete da manhã, o salão já estava em polvorosa. Os espectros masculinos carregavam os assentos de um lado para o outro, desde simples bancos e cadeiras até grande poltronas que davam para quatro. As meninas voavam pelas colunas, levando as fitas e decorando-as em espiral. Arrumavam os arranjos de flores nos vasos e espalhavam pelas bordas do salão. Colocaram algumas no piano branco de Yoongi, tomando todo o cuidado, pois sabiam que o senhor Min era ciumento. O tapete vermelho, conseguido por Hoseok, foi esticado dos pés das escadarias até o pequeno altar montado no fim do salão. De ambos os lados, os espectros dispunham os assentos de forma organizada. Arrumaram também uma mesa no canto, onde colocaram todas as bandejas de comidas e um bolo branco de sete andares.

As escadarias ficavam no começo, e iam para ambos os lados, dando acesso a uma galeria que circundava todo o salão. O corredor da galeria era composto por vários aposentos, alguns dos quais foram escolhidos para serem os camarins. O de Yumii ficava de frente para a escadaria esquerda, e o de Jungkook de frente para a da direita. Os outros juízes estavam em camarins vizinhos ao dele. Havia outros, ainda, onde os espectros se revezavam para colocar as roupinhas que haviam sido carinhosamente encomendadas. Eram graciosos vestidos vermelhos para as meninas, e para os garotos camisas vermelhas e calças pretas. Havia uma espectro feminina controlando tudo o que acontecia no salão, para se certificar de que estava ficando perfeito. Algumas meninas pegaram fitas remanescentes, amarraram as pontas nas colunas da galeria, e as outras pontas forma unidas acima do grande lustre, dando um maravilhoso efeito.

Quando tudo estava ficando pronto, os espectros desocupados começaram a acomodar-se nos assentos. Finalmente, às nove horas, como previsto, todos estavam sentados, e a espectro supervisora voou aos camarins de Namjoon e Yoongi e chamou-os. Eles desceram pela escada da direita, impressionando-se com a decoração, e posicionaram-se. Yoongi sentou-se ao piano e Namjoon subiu ao altar com o livro que usaria para a cerimônia. A supervisora chamou os outros meninos e preparou-os para a entrada. Deu o sinal, e Yoongi tocou a primeira música, Begin. Jungkook desceu na frente, e os outros quatro o acompanharam em duplas. Jimin e Hoseok, Taehyung e Jin. Os cinco atravessaram o tapete vermelho dando tchauzinho para os espectros mais animados. Jungkook subiu ao altar, e os quatro sentaram-se nos bancos a que foram destinados.

Finalmente, a supervisora subiu a escadaria da esquerda e chamou a noiva. Yoongi tocou Coffee enquanto Yumii descia, usando seu lindo vestido branco, com as asas esplendorosamente abertas, o cabelo solto coroado com flores e o bouquet de rosas vermelhas nas mãos. Jungkook não achou que fosse possível ficar ainda mais apaixonado do que já estava. Yumii desceu as escadarias e atravessou o tapete com graça, enquanto os espectros mantinham-se boquiabertos, admirando-a. As equipes de vestuário observavam tudo debruçados na galeria. Quando Yumii, chegou ao altar, fechou as asas e deu as mãos para Jungkook. Namjoon celebrou a cerimônia, falando todas as coisas que supunha saber sobre o amor. Falou muito sobre a história que atravessaram para que aquele dia chegasse, que era uma história terrível e dolorosa, cujos melhores momentos pertenciam apenas a eles. Falou sobre a família que estavam prestes a construir, e sobre toda a dedicação que seria necessária para que tudo fosse perfeito. Como já tinha dito Jimin, o amor deles era profundo, não era algo que pudesse ser destruído, e seria a base para aquela família e para enfrentar todas as dificuldades que poderiam surgir. Depois de muito falar e causar algumas lágrimas nos que assistiam, Namjoon os casou segundo a lei do segundo mundo.

A cerimônia foi finalizada com um beijo e uma onda de aplausos de todos ali. Às dez horas, começaram as festividades. Os espectros se revezavam pegando as bandejas e servindo-as. Eram pequenas porções frias de comidas deliciosas. Arrastaram todos os assentos para um canto e colocaram uma música ambiente para que pudessem dançar. Jin, que tinha conseguido uma handycam e uma Instax em uma ilha tecnológica, tirou várias fotos e filmou as danças. Claro que Hoseok e Jimin aproveitaram a oportunidade para mostrar seus talentos com a dança de rua e contemporânea, respectivamente. Ao meio-dia, as festividades foram encerradas para que pudessem voltar às atividades normais do Juízo. Os espectros ficaram trabalhando para fazer o salão voltar ao normal e os Juízes, exceto Jungkook, foram para a sala de julgamento dar prosseguimento a eles. O bom humor causado pela festa os deixou ainda mais benevolentes, mas ainda assim tiveram que aplicar algumas punições. Infelizmente, não podiam salvar todo mundo.

A oficialização da união de Yumii e Jungkook possibilitou que voltassem suas atenções para o bebê. Poucos dias depois, os dois saíram em busca de alguém que pudesse ajudar. Um espectro que os acompanhava indicou uma grande ilha que funcionava de modo semelhante a um orfanato. Era onde moravam as crianças daquela região. Eram de todas as idades, e vindas de todos os lugares e épocas. Algumas tinham vivido em famílias bem pobres e morreram de fome ou alguma doença. Outras, ainda, haviam sido assassinadas ou mortas em algum acidente. Todas haviam sido salvas por sua inocência, e passavam o dia todo se divertindo juntas. Eram cuidadas e educadas por algumas mães-sem-filhos, cujo amor pelos seus herdeiros que ficaram no primeiro mundo transcendiam a passagem.

Jungkook e Yumii foram recebidos por uma moça jovem que apresentou-se como Nana e os levou para um passeio pelos jardins onde ficavam as crianças. Elas eram receptivas e amorosas com as visitas, mas não muito como as crianças de orfanato. Elas não tinham nenhuma intenção de serem “adotadas”, tudo o que precisavam era estar ali juntas umas das outras. Mesmo assim, as visitas eram sempre algo que chamava a atenção. O casal aproveitou o tempo junto das crianças pensando em como seria a sua e até mesmo brincando um pouco com elas. Um grupo de meninos não demorou a puxar Jungkook para o lugar onde brincavam. Yumii ficou de longe rindo da enrascada onde ele tinha se metido, e observando-o se dar bem com os meninos. Nana aproximou-se dela, também rindo um pouco da situação.

— Eles não estão acostumados com homens. Não temos pais aqui na ilha, então eles tentam aproveitar.

— Eles não sentem falta?

— Ah, não muito. Eles gostam da companhia uns dos outros, brincam entre eles. Até mesmo formam famílias para as bonecas. É só que... É uma novidade. Mas então, a senhorita disse que sua visita tem um motivo especial.

— Sim. É que... Eu estou esperando uma criança.

— Ah, quer dizer que está gravida? Isso é muito bom, parabéns!

— Obrigada — disse Yumii, muito satisfeita.

— E deu sorte. É muito difícil que o marido já esteja neste mundo e... olha, você quase não tem barriga. Deve ter vindo logo depois do seu marido.

— É. É uma história triste.

— Imagino. Então, está procurando alguém para ajudá-la com o parto?

— Sim. Não sei nada sobre isso.

— É realmente raro recebermos um caso como este, mas temos algumas mulheres que se dedicam a isso. Mesmo sendo raro, acontece de procurarem nossa ajuda, e sempre temos que estar preparados. Muitas de nossas parteiras não exerciam essa função em vida, mas quando vieram para nossa ilha, se apaixonaram pelo caso. Venha, vou te apresentar à líder da área. O nome dela é Seohyun. Está conosco há 15 anos. Treinou durante dois anos e já realizou nove partos, três deles como líder.

Nana levou Yumii a outra área do jardim, onde algumas mães-sem-filhos estavam sentadas no chão cuidando das crianças menores.

— Seohyun, esta é Yumii. Ela está esperando por um filho.

— Ah, que ótimo! — Disse a mulher, levantando-se para cumprimentá-la. — Meus parabéns.

— Obrigada, senhora.

— Então, está procurando uma parteira?

— Sim. Estou um pouco assustada, porque não sei nada...

— Ah, minha querida, ninguém no seu lugar sabe! Nós estamos preparadas para isso, vamos te ajudar, explicar tudo o que precisa saber. Se você desejar, posso ficar com você na sua casa até ter seu filho, e até um pouco depois para ensiná-la a cuidar dele.

— Isso seria ótimo, senhora.

— Que bom. Em qual ilha a senhorita mora?

— Moro na Casa do Juízo.

A resposta chamou a atenção as moças ao redor. Nana e Seohyun trocaram olhares.

— Como assim? — Perguntou Seohyun. — Esse não é um lugar onde se possa morar.

— Mas claro que é. Meu marido é juiz.

— Aquele menino doce que está com as crianças? — Perguntou Nana. — Ele é juiz de Abraxas?

— Quê? Abraxas não existe mais! Ele foi derrotado pelo novo Juízo, composto por sete homens, e um deles é o meu marido. Vocês não sabiam disso?

— Não — disse Nana. — Não nos informamos sobre essas coisas.

— Mas deveriam — disse Yumii. — O Juízo é a maior autoridade do mundo, mesmo tendo subunidades em outras regiões.

— É que as decisões do Juízo não nos afetam diretamente, Yumii — explicou Seohyun. — Só interfere naqueles que são julgados. Depois disso, não importa mais. Não existe motivo para o Juízo nos comunicar nada, nem para que nós procuremos saber.

— Entendo. Bom, a senhora vai gostar da Casa e do novo Juízo. Eu garanto.

— Tenho que confessar que estou ansiosa para conhecer o novo Juízo. Não era uma simpatizante de Abraxas.

— Ninguém era — disse Nana.

— Eu muito menos — comentou Yumii. — Bom, quando a senhora pode ir?

— Amanhã mesmo. Só tenho que deixar algumas recomendações. Por enquanto, irei sozinha, mas quando estivermos próximos do dia virei buscar ajudantes.

Durante o jantar, os juízes perguntaram ao casal como foi a busca.

— Foi ótima — disse Yumii. — Conseguimos uma moça que já é especializada em cuidar de casos como esse. Ela chegará amanhã.

— Perfeito — disse Jin.

— Onde conseguiram? — Perguntou Taehyung.

— Numa ilha onde cuidam das crianças — explicou Jungkook.

— Vocês tinham que ver — disse Yumii, rindo. — As crianças puxaram Jungkook pra brincar com eles. Foi um amorzinho.

— Aham — disse ele. — Você ficou toda boba.

— Fiquei mesmo. Já dá pra imaginar como vai ser.

— Essa moça é boa mesmo? — Perguntou Namjoon.

— Sim, ela é — disse Yumii. — A senhora Seohyun faz isso há 15 anos.

— Seohyun? — Perguntou Hoseok. Os meninos demoraram poucos segundos para notar que ele estava estranho. — É esse o nome dela?

— É — respondeu Yumii.

— Você tem certeza?

— Claro que tenho, oppa! Foi o que ela me disse.

— Por que o espanto, Hoseok? — Perguntou Yoongi.

— 15 anos... Será?

— Hoseok, pode dizer qual é o problema? — Perguntou Jin.

— Nada. Não é nada.

Todos olharam para Jimin. Ele levantou o olhar do prato e encarou os outros.

— Ai, gente, assim não vai dar — reclamou ele. — Quando a pessoa diz “não é nada” é porque ela não quer compartilhar seus pensamentos. Não fiquem olhando pra mim toda vez que não acreditarem em alguém.

Depois disso, Jimin continuou a comer, dando o assunto por encerrado, e todos seguiram o exemplo.

— Não é nada demais — disse Hoseok, para tranquilizá-los. — Nada que possa interferir nos cuidados da criança. Seja o que for, vamos descobrir amanhã.


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Notas finais do capítulo

Qual será o mistério que envolve essa pessoa, hein?



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