6 semanas depois.

Arya

Meus pais optaram por desmarcar a visita de Damon ao Palácio Vermelho no dia da morte de Stephanie, pois ele estava de luto e remarcaram para hoje. Não o vejo desde aquele dia, não quero um clima tenso entre a gente... detesto climas tensos. Tenho a impressão de que é o inferno pra ele ter de se acostumar comigo e com o casamento... Principalmente agora. Honestamente  acho que martelei demais em cima daquela frase:

"Arya vai fazer você feliz, eu sei."

Grande inferno pra mim saber que ela achava isso! Eu não achava isso!

E Viggo... Deixa pra lá, preciso parar de pensar nisso.

Quando chego no palácio vou correndo direto pro meu quarto... Meu Capeta! Tá virado numa bagunça só! Saio catando as coisas que estão no chão, e enfiando tudo nas gavetas (que por sinal estão cheirando mofo).

—Alteza, O Príncipe Damon chegou. -Um guarda me avisa.

Olho para o quarto de novo, só estão espalhados alguns livros e papéis de desenhos da faculdade.

—Ok. -Respiro fundo. Estou nervosa pra caralho. Desço as escadas e o encontro com meu pai na sala de entrada.

—Oi -Cumprimento um pouco receosa.

—Oi Arya. -Ele me dá um sorriso. Olho em volta e percebo que há alguns guardas carregando algumas malas dele.

—Por que as malas? -Pergunto, já que ele só vai passar a tarde.

—Damon vai passar dois dias conosco, Arya. -Meu pai esclarece. -Os pais dele vão a uma viagem de negócios, e já que vocês precisam passar mais tempo juntos optaram por deixá-lo aqui.

Que inferno! Por que ninguém me avisa porra nenhuma nesse lugar?! Eu tinha um encontro com Aspen no cinema amanhã e vou ter de desmarcar...

—Oh, certo... -Sorrio falsamente.

—Bem, vou deixá-los aproveitar o dia. -Diz meu pai se retirando. -Arya vai te mostrar seu aposento Damon.

Eu vou?! Quem disse?

—Vamos? -O chamo começando a andar. 

—Seu quarto é ao lado do meu. -Digo abrindo a porta do quarto dele.

Na parte da manhã nada de fora do comum acontece... Mas no almoço... Minha irmã resolve foder meu dia um pouquinho.

—Você ainda vai ao cinema com Aspen amanhã, Arya? -Ela pergunta sem saber que Damon vai estar aqui amanhã. Arregalo meus olhos.

—Não, Aryna. -Respondo vendo a reação de Damon.

—Ahn, eu não quero estragar seus planos, Arya. -Ele se prontifica. Droga! 

—Não tá estragando nada. -Tento acabar com o assunto. Ele estreita seus olhos pra mim e volta a comer.

A mesa fica num silêncio mortal o resto do almoço inteirinho. Depois disso levo ele até a biblioteca de arquivos secretos... Pode não parecer muito interessante, mas pra quem adora ler, como eu, é um ótimo passatempo.

Damon vai direto na seção casamento. Sério?! O capeta deve tá zoando com a minha cara mesmo! Não posso esquecer isso por uns minutos?

—Casamento? Sério mesmo? -Olho pra ele com raiva. Ele bufa.

—Qual o seu problema hoje, hein?! -Esbraveja.-Você tá toda nervosa desde que eu pisei aqui! O que eu fiz pra você?

—Nada! Não me fez porra nenhuma! -Grito nervosa, indo pro outro corredor.

Eu deveria ter ficado com Viggo. Isso tá tão fodido! Por minha culpa ela morreu, por minha culpa ele está infeliz e de luto, por minha culpa ele vai ter de se casar com alguém que não quer, e perder os poderes, por minha culpa Aspen anda tão chateado! Culpa, é um sentimento muito bosta!

—Olha, se isso é por causa do cinema, você pode ir com ele, okay? Eu não me importo! Se coma com ele se você quiser. -Ele me fala calmo e... preocupado?

—Isso não é por ele! -Respondo tão... sei lá!

—E é por que então? -Ele pergunta calmo.

Bufo e vou para o outro corredor.

—Arya! Pelo amor! -Ele grita exasperado. -Eu preciso que você converse comigo! O que foi?

—Eu não quero! -Digo me virando de costas pra ele.

Ele me vira de frente e me prensa com força na prateleira.

—Por favor, me diga o que diabos está acontecendo. -Ele sussurra suplicando.

—Por que isso é tão importante pra você?! 

—Porque pelo o que eu já conheço de você, sei que não é o tipo de pessoa que fica assim. -Aponta pra mim.

—Pelo o que você já conhece? -Zombo. -Sabe, Vossa Alteza, -Chego com meu rosto bem perto do dele. -existem milhares de coisas sobre mim, que você não sabe. -Estávamos a centímetros de distância, respirando o mesmo ar, um fitando os olhos do outro. Respiro fundo, recuando. -Por favor, me solte. -Peço com calma. Ele me encara e aproxima seu rosto do meu, novamente centímetros, mesmo ar, nos fitando.

Me sinto desconfortável diante dos seus olhos dourados... É como se ele pudesse ler meus pensamentos, ou ir tirando camada por camada da minha armadura até chegar no meio. Me sinto "nua"... Como se ele pudesse me ver sem nada. Desvio meu olhar do dele, já não mais suportando isso.

Finalmente, ele respira fundo e me solta. Saio de perto dele passando as mãos em meus cabelos.

—Você não tem nada a ver com meu estado... estranho. -Minto. -Só vamos pra outro lugar, okay? -Digo sem o olhar.

Damon não me responde.

Dessa vez, levo ele á arena de luta pra disputarmos a luta pendente daquele dia.

Escolho uma espada e um escudo e ele duas espadas.

—O que o vencedor leva? -Ele pergunta. Sorrio.

—Não sei, o que você vai querer se ganhar?

—Se eu ganhar, quero que me conte o que está havendo com você. -Reviro meus olhos. 

—Certo, Vossa Alteza, se eu ganhar, você para de me encher o saco com isso. -Ele sorri com minha resposta.

—Fechado. -Diz, estendendo a mão. A aperto.

Lutamos por um bom tempo. Consegui tomar uma das espadas dele e me livrei do escudo pra que ele não pegasse, Logo tirei também sua outra espada, o deixando sem nada, chuto ele com força no peito, fazendo-o cair no chão perto de sua antiga espada que ele toma nas mãos e volta a me atacar. Perco minhas duas espadas no final e ele me derruba com força no chão, encostando uma de suas lâminas no meu ventre e outra em meu pescoço. Está por cima de mim, prendendo minhas pernas com seus joelhos. Ele chega com a boca em meu ouvido e sussurra dando uma risada contida, me fazendo arrepiar dos pés á cabeça:

—Ganhei.

Bufo. Que droga! Terei de contar a ele porque estou assim...

—Por que fez isso? -Pergunto a ele me referindo ao sussurro no ouvido.

—Troco pela última vez que nos vemos. -Vossa Alteza sorri.

Não posso evitar um sorriso também...

—Verdade. -Digo levantando e observando sua expressão confusa. Chego perto dele e toco seu abdômen super definido, onde eu havia feito um corte nele. Ele se retraí sob meu toque, e dá um pequeno gemido. -Troco pela última vez que nos vemos. -Digo. -Desculpe. - Murmuro. Me atrevo a fitar seus olhos dourados, e me arrependo amargamente pois fico presa neles. Estou ofegante e ele também. 

Deus! Ele é muito bonito... Capaz de fazer qualquer garota cair aos seus pés... E pela primeira vez em um mês, fiquei feliz em ter a certeza de que ele é ou será só meu e... Como posso ficar pensando nisso?

Saio de perto dele antes que eu faça alguma bobeira e piore ainda mais nossa situação.

Dessa vez, levo ele até um lago perto do palácio. O sol está se pondo e o céu está com uma cor alaranjada, deixando o lugar ainda mais bonito.

Sentamos de frente um para o outro e eu, sem olhar pra ele, começo a falar como me sinto.

—Eu fodi a sua vida, Damon!  Acabei com seu relacionamento, "matei" entre aspas sua namorada, te coloquei na berlinda com Viggo e estou te obrigando a se casar com alguém que você não quer. Arya, vai fazer você feliz. Essa simples frase conseguiu acabar com meu sossego nessas últimas três semanas... Entende? Como posso fazer você feliz se tudo o que fiz até agora foi foder a sua vida? Eu e ela somos extremamente diferentes! Se você era "tão" feliz com ela, como pode ser feliz com alguém que é quase o oposto dela?! Mas okay... até aí eu estava bem... martelando isso demais, mas bem! E daí... -Pauso um pouco minha fala pra respirar. -Daí Viggo apareceu na minha casa e me disse que tiraria meus poderes e os seus logo que conseguisse o que precisava. O que no começo eu achei simplesmente ridículo! Por que ele faria isso? E do que ele precisa? Mas, quando contei á Héstia o que ele disse ela ficou alarmada dizendo que era coisa pra eu me preocupar. E então todas as peças se encaixaram! Lembra das histórias de Possuidores Imortais que Bakush nos contava nos cursos reais? -Pergunto.

—Sim, lembro. -Ele responde.

—Bem, -Continuo. -Elas não são só histórias! Eles realmente existiram... e eram mil vezes mais poderosos do que nós... Quando eles extinguiram, todos enfiaram na cabeça que não havia como um de nós ser um Imortal, mas existe! É necessária a união de dois membros reais dos Reinos Roxo e Vermelho e a mistura do meu poder com o seu. E segundo Héstia, Viggo só ficou sabendo disso alguns dias atrás por meio de alguns pesadelos meus com você e emfim...

Ele respira profundamente.

—Primeiro: O meu relacionamento com Stephanie, não duraria pra toda a minha vida, afinal eu teria que me casar um dia, e eu jamais poderia fazer isso com ela... Segundo: A morte dela não foi sua culpa. Terceiro: Na berlinda com Viggo, pode até ser, mas não estou preocupado com isso. Quarto: Me casar com você não é o fim do mundo pra mim... Sei que podemos nos acostumar a isso. Quinto: Eu não a amava... Sexto: Eu acredito que você vai sim, me fazer feliz... Sétimo: Eu farei de tudo pra fazer você feliz. Oitavo: Como ele conseguiria tirar nossos poderes? Nono: Como ele sabe sobre seus pesadelos? Décimo: O que cacete vamos fazer?

Não posso evitar de rir.

— Oitavo: Não sei como ele tiraria nossos poderes... Nono: Eu te disse, Vossa Alteza, existem milhares coisas a meu respeito que você não sabe, deixa isso pra outro dia. Décimo: Eu não quero meus poderes tirados de mim, precisamos fazer alguma coisa.

—Seu pai sabe sobre isso? 

—Ele já gastou tempo demais se preocupando comigo...

Damon balança a cabeça.

Resolvo pular no lago pra relaxar um pouco. Pulo de roupa e tudo.

—Você não vem? -Grito pra ele, que dá risada e parece ainda estar pensando em alguma coisa. Me conformo que ele não vai entrar, quando o vejo levantar e começar a abrir os botões da camisa e pular na água. 

Caralho! Ele é praticamente um Deus Grego... Mergulha e volta passando as mãos nos cabelos e... Eu preciso parar com isso! Olho pra baixo.

Ele chega bem perto de mim e ergue meu queixo.

—O que significa essa tatuagem? -Ele me pergunta apontando para a tatuagem que cobre todo o meu pescoço parecendo uma renda.

—Não significa nada... Fiz com 14 anos pra cobrir uma cicatriz de tortura, se você passar o dedo firme aqui, -Falo pegando o polegar de sua mão direita e passando no meu pescoço. -dá pra sentir.

—Ela pega toda a circunferência dele?

—Sim.

—Você foi enforcada?

—Mais ou menos isso... -Respondo sem muitas explicações.

Ele está parado na minha frente, bem perto e eu dou com minha altura no abdômen dele... Senhor Deus... você não pode brigar comigo! 

Presto atenção nas cicatrizes dele, ele tem uma tatuagem grande que provavelmente vem das costas pro abdômen, mas não cobre todas as cicatrizes de... chicotadas? Acredito que sim... Volto minha atenção para seu rosto. Ele está me olhando mas está longe... Estalo meus dedos na frente de seus olhos.

—Não fique pensando muito no que lhe falei... Vamos achar um jeito de não perder nossos poderes. Já não basta eu que não consigo tirar isso da cabeça nem por um segundo...

Para minha surpresa, ele sorri. Sorri e me fita.

—Talvez eu possa ajudar com isso... 

Ele se aproxima mais e num movimento rápido cola nossos lábios. Me assusto de início. Mas não posso evitar de corresponder. Seus lábios são macios e ágeis. Ele passa uma de suas mãos pra base da minha coluna enquanto a outra aperta minha cintura de leve. Levo uma de minhas mãos para seus cabelos e com a outra, faço uma coisa que eu realmente queria...  Pego com firmeza em seu abdômen. Ele geme em minha boca e passa suas mãos pelas minhas coxas me fazendo cócegas, deixo escapar um gemido, ele me ergue para que eu passe minhas pernas nele.Uma de suas mãos está em minha nuca me trazendo mais pra ele, a outra, dentro de minha camisa, aperta minhas costas com força. Pedindo passagem com a língua ele aprofunda mais o beijo me fazendo delirar.

Quando ficamos sem fôlego, ele começa a descer beijos pelo meu pescoço dando mordidinhas de vez em quando. Gemo em seu ouvido, enquanto ele chupa meu pescoço com força me fazendo dar um leve grito. 

—Deus, como você é linda. -Ele sussurra com uma voz assustadoramente sexy chupando meu lóbulo.

Arranho suas costas gemendo de prazer, sentindo uma coisa começar a ganhar tamanho...

—Acho que alguém acordou. -Digo mordendo seu lóbulo e fazendo força pra frente com o meu quadril. Ele geme alto e eu sorrio vitoriosa.

 Meu deus! Como é que ele consegue fazer isso comigo? Eu não lembro nem meu nome! Ele volta a se focar em minha boca com um beijo quente e urgente, que logo se transforma em calmo e vamos parando com selinhos.

—Você quer me enlouquecer? -Ele murmura ofegante. -Por quanto tempo você esqueceu?

Dou risada.

—Parabéns, Vossa Alteza! Vou procurar você sempre que eu precisar esquecer de alguma coisa agora. -Ele sorri.