Surprise, Dad! escrita por Gessika Granger


Capítulo 3
Sophie




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— Você quer dar uma volta pela cidade, baixinha? — O tio Hugo me perguntou.

— Quero sim tio, nunca vim pra Londres. — Disse animada.

— Então vamos passear.

O tio Hugo me levou para conhecer diversos lugares legais em Londres, mas quando passamos em frente a uma sorveteria sussurrei para ele:

— Tio, eu quero sorvete.

— Agora não Sophie, vamos primeiro ao...

— Mas tio, eu estou com calor. — Fiz uma carinha pidona.

— Tudo bem vamos comprar um sorvete, depois eu te levo a um parque, pode ser?

Assenti e corremos para a sorveteria. Depois de comermos dois sorvetes cada um, decidimos que seria melhor irmos a um parque que havia ali perto e mais tarde voltaríamos para tomar outro sorvete.

Quando estávamos indo para o tal parque avistei um prédio, no alto dele havia escrito um nome, o nome que era proibido dizer lá em casa: “Malfoy". Bom à mamãe nunca havia me dito nada sobre o nome do meu pai, mas um dia escutei a madrinha dizendo esse nome e como a mamãe ficou brava acho que é o sobrenome dele. Fiquei curiosa para saber se ele estava lá, se eu conseguisse escapar do tio Hugo provavelmente iria conseguir chegar ao prédio e quem sabe ter alguma informação sobre meu papai.

Tio Hugo estacionou o carro e me ajudou a descer.

— Chegamos, olha você pode ir brincar enquanto eu vou me sentar ali naquele banco, preciso dar uns telefonemas. — Tio Hugo me disse enquanto apontava para um banco perto dos brinquedos.

— Mas você não vai brincar comigo, tio Hugo? — Perguntei fazendo uma cara triste.

— Daqui a pouco, princesa. Realmente preciso fazer essa ligação, mas vai brincando enquanto isso.

— Tudo bem. — Resmunguei indo em direção aos brinquedos.

Subi em um dos brinquedos mais altos e olhei em volta, de lá conseguia avistar o nome do prédio. Provavelmente ele não era muito longe, pelo menos aparentemente. Precisava ir até aquele prédio, mas o tio Hugo não iria deixar nunca. 

Fui ao balanço e me sentei, enquanto me balançava observava meu tio e pensava em como iria sair dali. Tio Hugo havia desligado o telefone e se aproximou de uma moça bonita que estava sentada em outro banco. Tive uma ideia e corri em sua direção.

— Então você trabalha por aqui? — Perguntou meu tio para a moça.

— Tio Hugo? — O chamei puxando sua camiseta.

— Espere um minuto Sophie. Me desculpe sabe como são as crianças. — Ele conversava com a mulher sem nem prestar atenção em mim.

— Tio Hugo, eu posso ir naquele prédio? — Perguntei apontando para o prédio que havia visto antes.

Como pensava tio Hugo nem prestou atenção, começou a mexer na carteira retirou algumas notas e me disse:

— Sim, toma, você pode ir comprar mais um sorvete. — O olhei sem entender nada e dei um longo suspiro antes de pegar o dinheiro de sua mão. Alguns adultos são um pouco estranhos quando estão perto de outras pessoas.

Me afastei do meu tio rapidamente, antes que ele mudasse de ideia ou se tocasse do que havia feito. Atravessei com cuidado a rua e tentei localizar o prédio novamente, como era um pouco difícil de visualiza-lo subi em um banco para ver se conseguia uma visão melhor. Foi um pouco difícil por causa que tinha muitos adultos andando para lá e para cá, mas finalmente vi a ponta do prédio e comecei a andar naquela direção.

Após andar algumas quadras, já estava começando a ficar cansada, quando o vi não parecia ser tão longe, mas estava um pouco engana. Porém, se queria mais informações sobre meu pai precisava me esforçar mais um pouquinho.

Depois de uma longa caminhada consegui chegar ao prédio, olhei para cima e respirei fundo antes de entrar.

— Onde pensa que vai mocinha? — Perguntou um homem que estava perto da porta. — Nós da empresa não compramos biscoitos e nem chocolates de escoteiras.

— Não estou vendendo nada. Eu preciso falar com uma pessoa que está aí. — Eu disse rapidamente.

— Sinto muito, mas crianças desacompanhadas não podem entrar. — Ele disse sério.

— Mas eu realmente preciso entrar. — Eu disse séria.

— Sinto muito, mas como disse crianças não entram desacompanhadas. Além do mais onde estão seus pais? Você é pequena demais para ficar andando sozinha por aí.

— Meu papai está aí dentro. — Eu disse séria enquanto colocava as mãos na cintura.

— Acho melhor você voltar para casa menina. — Ele disse com cara de bravo.

Suspirei e me virei, os adultos eram tão estranhos as vezes.

Fui até a esquina e fiquei pensando em uma forma de entrar, não podia chegar até ali e não descobrir nada. Duas mulheres e alguns homens passaram por mim e foram em direção a porta do prédio, aproveitei que o homem se distraiu com eles e passei abaixada e rápido. Quando estava perto do elevador dei uma espiada e pelo jeito o porteiro não havia me visto, dei um pequeno sorriso e entrei rapidamente no elevador.

Qual andar deveria apertar? Olhei para os botões e não fazia ideia de que andar era.

Olhei em volta e encontrei um papel colado na parede do elevador, no qual havia escrito o número dos andares e o que poderia ser encontrado. Li todos eles, mas ainda não sabia onde deveria ir. Depois de um tempo decidi que iria ser melhor pedir ajuda a alguém, bem qualquer pessoa que não fosse aquele porteiro.

Apertei o número um e o elevador começou a subir. Assim que o elevador abriu as portas, sai.

— Olá, por favor você pode me dizer onde fica o escritório do senhor Malfoy? — Perguntei na mesa mais próxima do elevador.

A moça olhou em volta e somente após alguns instantes percebeu que quem fazia essa pergunta era eu. Ela sorriu e perguntou:

— O que disse?

— Perguntei onde fica o escritório do senhor Scorpius Malfoy. — Disse finalizando com um pequeno sorriso.

— O escritório do senhor Malfoy?

— Sim. — Respondi um pouco impaciente.

— Posso saber o motivo? — Ela me questionou.

— Preciso conversar com ele.

— Tudo bem, mas vou te avisando que ele não recebe muitas pessoas.

— Mas onde fica o escritório dele? — Perguntei impaciente.

— Fica no último andar, na presidência. — Ela respondeu.

— Obrigada! — Agradeci com um sorriso.

Voltei ao elevador e apertei o botão que me levaria ao último andar. Quando o elevador estava quase chegando no andar fiquei com um pouquinho de medo, e se ele não gostasse nadinha de mim? E se a mamãe não me apresentou a ele porque meu papai não gostaria de ter uma filha? Bom, já havia chego até ali, então precisava resolver isso logo. Quando o elevador parou, respirei fundo e esperei a porta abrir.

— Oi. — Eu disse para a secretária, mas ela apenas olhou em volta e achou que não havia visto ninguém. Por que faziam mesas tão altas? — Oi. — Disse novamente, mas dessa vez ergui os braços e ela me avistou.

— Olá, como você se chama? — Ela disse sorrindo enquanto se levantava para poder me enxergar.

— Sou Sophie. Eu gostaria de falar com meu papai. — Eu disse séria.

— Quem é seu pai? Por acaso ele é um dos empregados? — Ela perguntou.

— Não.

— Um dos sócios da empresa?

— Também não.

— Então quem seria seu pai?

— O meu papai é o Sr. Malfoy.

— Mas o Sr. Malfoy não tem nenhuma filha. — Ela disse rindo.

Olhei séria para ela, cruzei os braços e fiz uma cara de choro, isso funcionava com todos os adultos, menos com minha mamãe.

— Ele tem sim!

— Tudo bem, se é o que você diz. Vou pedir se ele aceita a falar com você. Mas neste momento ele está em uma reunião, assim que ele sair eu o aviso, você pode esperar?

— Posso. A poprosito, quer dizer ploposito, — Suspirei um pouco irritada, por que existiam palavras com pronuncia tão difíceis? — Você poderia não dizer a ele que é a filha dele? Ele pode ter uma reação preci... precipitada e eu queria fazer uma surpresa. — Eu disse com um sorriso, e ela assentiu me olhando como se eu tivesse feito algo muito estranho. Acho que foi pelo jeito que falei, será que em Londres as crianças não costumam ler?

— Tudo bem. Se você quiser pode esperar naquela poltrona.

— Obrigada.

Me sentei na poltrona e peguei o livro que estava na minha bolsa, mas estava muito nervosa e acabei guardando ele novamente.

— Você quer que eu coloque um desenho para você assistir? — Ela perguntou educada.

— Desenho? — Perguntei um pouco assustada.

— Sim, por quê?

— É que a mamãe não gosta muito que eu assista desenhos, ela diz que não faz muito bem para o desenvolvimento cognitivo das crianças, mas já que não tem nada para fazer enquanto espero, acho que posso assistir um pouquinho.

A moça ligou a televisão e procurou um canal que tivesse desenhos, assim que ela achou voltou para sua cadeira.

Depois de um longo tempo escutei ela dizendo:

— Não, mas Sr. Malfoy, tem uma pessoa aqui que gostaria de falar com o senhor, posso deixá-la entrar? — Ela escutou o que ele disse. — Ok.

A secretaria virou-se para mim e disse:

— Ele disse que você pode entrar, mas que não pode demorar muito.

Eu dei o meu melhor sorriso de anjinho e disse:

— Obrigada.

Me levantei e arrumei meu vestido, a moça sorriu e me levou para a sala dele. Respirei fundo antes de abrir a maçaneta, afinal iria ver meu papai pela primeira vez.


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