Tudo normal por aqui escrita por LoyalLoyalist


Capítulo 1
Assassinato hediondo no banheiro




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Olá, leitor(a) anônimo(a) de uma provável era distante, onde estes relatos serão tratados como relíquia. Ou você está lendo isso no dia seguinte à escrita deste texto (possibilidade mais “broxante”, mas de fato mais realista). Meu nome é Haruto Yuto, um rapaz normal, como qualquer outro. Estou com 16 pra 17 anos no momento. Estou escrevendo isso quase como se fosse um diário (o pessoal fala que isso é coisa de menina, mas eu não acho que seja). É mais um testemunho, de coisas que vivenciei e ainda vivenciarei ao longo da minha vida escolar na Akademi High School. Que na minha opinião é um lugar normalíssimo. Bastante tranquilo. Lógico, tem uns assassinatos aqui e acolá, envenenamentos, pessoas sendo enterradas vivas, (ultimamente tiveram uns suicídios também) mas nada que incomode, sabe? São até criativos os assassinatos, veja só! Certo, provavelmente você deve estar pensando: “Nossa, Haruto, como você é babaca! Assassinatos são criativos agora?”. Respondo-lhe: claro que são! Semana passada uma menina de cabelo roxo lá (Kokona, eu acho) morreu depois de ter sido atingida por um balde cheio de pesos de academia. É criativo isso vá? Se bem que ela sempre aparece viva nas segundas-feiras, mas isso é outra história.

Pois bem, vamos ao que interessa! Começam agora os meus relatos escolares!

Esse é de uns dois meses atrás: estava eu, feliz e faceiro andando pelos corredores do colégio, sem absolutamente nada pra fazer. Todos os meus amigos tinham faltado naquele dia. Na verdade, muita gente tinha faltado. Tava chovendo pra cacete, e isso provavelmente atiçou a vagabundagem interior de todos aqueles adolescentes preguiçosos.

Pois bem, eu subia as escadas para ir apreciar as maravilhosas máquinas de refrigerante quando ouvi alguns barulhos estranhos vindo do banheiro. Sabe aquele barulho de ferro batendo? Mas batendo pra valer, tipo descendo o cacete mesmo. Então. Resolvi dar uma olhada e aproveitar pra dar uma mijada. Chegando lá, eu notei que vinha do banheiro feminino, e eu não ia entrar no banheiro feminino só pra checar se tinha alguém morrendo lá dentro né? Isso seria deselegante. Parei pra raciocinar a respeito do que fazer (testemunhar uma possível violência física de alto grau requer uma entrada triunfal) e do nada, saiu do banheiro uma menina toda nervosa, com uma cara de loucaralhaça, toda lavada de sangue e com uma pá na mão. Ela parou imediatamente quando me viu e fez uma cara de susto psicótico. Perguntei: “Meu Deus! O que aconteceu com você? Tá toda ensanguentada!”. Ela respondeu: “Não é da sua conta, ruivo sem alma!” e PAF! Me lascou um tapão na cara e saiu correndo. Fiquei putaço e fui no banheiro pra mijar e limpar a minha cara do sangue que aquela retardada tinha na mão.

“Filha da puta, se estivéssemos nos Anos 90 eu enchia ela de bolacha!”, pensei enquanto lavava o rosto. No momento em que saí do banheiro, senti alguma coisa pegando no meu tornozelo. Olhei pra baixo, e a coisa era uma menina de cabelo roxo, (Kokona Haruka, chequei no Facebook) sangrando e rastejando no chão! Lógico que na hora não percebi nada disso. No susto, meu reflexo foi meter um bicudão mata-cachorro no meio dos dentes da coitada. Depois de perceber a bosta que tinha feito, pus-me a pensar. Seria aquele sangue fruto de um espancamento, ou de uma menstruação acumulada? Achei que a segunda opção fosse a mais provável, e corri atrás de alguém que fosse especialista em absorventes e O.B’s. Segundos depois, ouvi um grito histérico vindo da direção do banheiro. É, eu não precisava mais alertar ninguém, já tinham visto a menina. Aparentemente eu estava errado quanto à condição dela, não era menstruação. O que me entristece é que não fomos liberados mais cedo naquele dia. Pelo que me parece, um assassinato com uma arma branca nas dependências da escola não era o suficiente para cancelarem as aulas de redação.

Ah, eu já ia me esquecendo. Não expliquei quem era a desgraçada que me deu um tapa. Ayano Aishi, esse é o nome da rapariga. Ela sempre foi meio esquisita. Anda por aí com umas facas e fazendo cara de má. Mas curiosamente, ela fica toda babona quando está perto do Taro Yamada, um emo retraído dos infernos. Boiolas à parte, a Ayano nutre um certo ódio fervente infinito por certas garotas, principalmente Kokona Haruka. Talvez seja pelo fato da Kokona ser uma baita gostosa, o que atrai a atenção da molecada, inclusive do emuxo favorito da Ayano. O ódio dela pela gostosa Kokona parece aumentar gradualmente, talvez por conta da hiper-regeneração/imortalidade da mesma. Mas isso é só especulação da minha parte.

Encerro por aqui. Se amanhã eu lembrar, deixarei mais um relato para as eras e gerações vindouras. Falou!


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Notas finais do capítulo

Se gostou, se manifeste, por favor. Se não gostou, ofenda-me, por favor, porque faz parte.



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