Avante Invocadora! escrita por Himle


Capítulo 15
A surpresa e garotas gostam de um corpo sarado.


Notas iniciais do capítulo

XTRA!!! EXTRA!!! Aqui em promoção e pra mocinha! Ganhe o aviso de Um capitulo novo e ganhe DOIS! Isso mesmo! Dois capítulos postados de uma unica vez! Mas aproveite! Essa barganha só dura até o capitulo 16!
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Desculpem pela piada ruim xD Não resisti. Em fim, esse capitulo e o próximo tem duas partes.Não consegui encontrar uma capa legal para esse capitulo, então vai ter que ser uma imagem "genérica" mesmo. Imaginem as ruas perto do apartamento alugado como sendo parecidas com essa imagem. Boa leitura ♥



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O som de um pequeno sino chamou a atenção de Sara. Aquilo significava que o assado estava pronto. Ela estava cuidadosamente montando a mesa de almoço com o jogo de prataria e taças que ela havia acabado de comprar. Twisted Fate e Graves não estavam no apartamento quando ela acordou, o que significava que os dois passaram a noite fora. Como era a vez dela de cozinhar e eles não estavam por perto, ela havia decidido fazer algo especial.

Normalmente, tanto ela quanto os dois campeões compravam comida pronta em vez de cozinhar quando sua vez chegava, mas aquele dia ela queria se dedicar a alguma coisa. Graves não sabia qual era a sua data de aniversário, nem sua idade exata. Bom, seria estranho se ele soubesse, já que ele foi abandonado com poucas horas de vida. Sara era a única família que Graves já teve na vida, então decidiu que daria a ele uma festa de aniversário. Ter sobrevivido depois de tudo que ele passou era motivo de muita alegria, pelo menos para Sara, e ela queria comemorar.

Ela havia corrido as proximidades do prédio onde ficava o apartamento atrás de um livro de receitas, e depois dos ingredientes. Infelizmente não encontrou carne de carneiro, que era o favorito do pai dela. Sara teve que se virar com carne bovina, porem encontrou todo o resto da lista de compras sem mais problemas. Depois de preparar uma torta de creme de baunilha e 3 cup-cakes de framboesa, foi a vez de colocar o assado no forno. Seriam horas assando aquilo em fogo baixo até ficar pronto.

Enquanto a parte de confeitaria esfriava e o assado assava, Sara correu de novo os arredores do apartamento atrás de decoração de aniversário. Foi difícil, mas ela encontrou balões, um tanque de gás hélio, papel colorido picado e uma caixa com velinhas coloridas.  Depois de deixar tudo em casa, ela descobriu que não tinha pratos nem copos bonitos. Tudo os tens de cozinha era de barro ou madeira. Então lá se foi Sara descer mais uma vez aqueles infinitos lances de escada para achar uma loja que vendesse prataria. Subir as escadas com aquele bau repleto de talheres, pratos e taças foi sofrido. A pobrezinha choramingou do começo ao fim e foi obrigada a parar no meio do caminho para descansar diversas vezes. Quando ela chegou no apartamento e fechou a porta atrás de si, ela se deixou cair sentada no chão para chorar a dor nas panturrilhas, nos braços e nas mãos. Ela não iria sair de casa de novo tão cedo. Será que Piltover não sabia o que era elevador residencial?

Com cuidado Sara tirou o assado do forno. Aquilo estava com uma cara ótima e o cheiro estava melhor ainda. Ela colocou a forma junto com todo o resto da comida sobre a bancada da cozinha e cobriu com a tampa de uma bandeja. A aquela altura, a sala já estava toda decorada. Haviam balões e papel colorido no chão, assim como mais balões flutuando presos a cordões de seda branca. Graves com toda certeza iria gostar.

Depois de tudo pronto e em seu lugar, Sara tomou um banho, colocou um vestido bonito e fez uma trança elaborada no cabelo. Ela se vestiu da melhor forma que pode e então, foi se sentar para esperar. Assim que ela colocou o bumbum na cadeira, ela percebeu que esqueceu um detalhe importante. A bebida. Claro, ela havia feito suco, mas aquela era uma comemoração e Graves gostava de bebidas alcoólicas. Correndo, ela se levantou, quase jogando a cadeira para trás, e foi até o quarto de Twisted Fate. Se ela bem se lembrava ele ainda tinha boa parte das duas caixas de absinto que havia ganhado no navio.

O quarto dele era o único sem janela, o que não tinha importância já que ele era o que menos dormia em casa. No quarto dele havia uma cama de casal espaçosa com roupa de cama branca, um guarda-roupas de uma única porta, e um espelho grande que ia do chão até quase o teto. Aquele quarto era o único que já estava mobilhado antes de eles alugarem. Pelo visto TF havia usado o quarto há pouco tempo, já que a cama estava desarrumada, haviam roupas usadas jogadas em um canto e cartas de baralho espalhadas pelo chão. A caixa aberta com as garrafas de bebida estava ao lado da cama. Sara pegou uma e correu de volta para a sala. Já estava na hora do almoço e com toda certeza os dois campeões estavam com fome. Não demoraria para eles chegarem em casa procurando comida.

Dito e feito. Foi só Sara colocar a garrafa de absinto sobre a mesa para ela ouvir a porta do apartamento ser aberta.

— Surpresa! – Ela gritou alegre, se virando para a porta.

O que ela viu, tirou dela toda a alegria. Twisted Fate e Graves cambalearam para dentro, apoiando-se um no outro. Eles se deixaram ir para o chão assim que passaram da porta, mas tiveram o cuidado de fecha-la antes. Sara sentiu uma sensação ruim tomar conta de si. Os dois estavam sujos. As roupas deles estavam rasgadas, cortadas e com buracos de bala. O corpo dos dois estava coberto de ferimentos e do próprio sangue.

Preocupada ela correu para perto deles, para conferir se ainda estavam conscientes. Felizmente estavam, mas fracos de mais para se manter em pé. Com cuidado, ela ajudou tanto o pai quanto Twisted Fate a se sentarem no chão, com as costas apoiadas na parede. Ela se arrependeu muito de ter jogado papel picado por toda a sala. Com toda certeza pioraria e muito para limpar o ferimento deles.

Ela pegou seu kit de primeiros socorros o mais rápido que conseguiu. Praticamente a força ela fez os dois beberem uma poção de cura cada, e começou a tratar primeiro de quem estava aparentemente pior. Com uma tesoura, Sara cortou as roupas de Twisted Fate para limpar os ferimentos. Ele até tentou protestar, mas além de muito fraco, aquelas roupas estavam completamente destruídas antes mesmo de ela pensar em encostar na tesoura. Depois de ter limpado a maioria dos ferimentos da parte superior do corpo do mago, a garota se virou para o atirador. Ele parecia estar melhor, mas foi só Sara começar a tirar o tecido do corpo dele para ver que havia julgado errado. Os ferimentos dele eram bem mais profundos e em maior quantidade. Talvez ela precisasse de um médico para poder tratar aquilo. Limpar, passar pomada cicatrizante e fazer curativo não seria o suficiente.

— Você fez tudo isso para nós? – O atirador perguntou, com a voz falha.

— Era para ser uma festa surpresa de aniversario para você. – Sara lamentou. – Nem passou pela minha cabeça que vocês passaram a noite fora porque estavam feridos. Eu deveria ter procurado por vocês quando acordei. Me desculpe.

Mesmo todo machucado, com um corte no lábio, na sobrancelha, um olho roxo e inchado, o atirador sorriu. Ele levou a mão que menos doía ao rosto da filha e fez um leve carinho. Sara teria ficado feliz em vê-lo sorrir por causa da surpresa, mas estava se sentindo culpada de mais para isso. Ele poderia ter morrido e ela estava longe. Se ela tivesse olhado no orbe para saber onde ele estava pelo menos uma vez, nenhum dos dois campeões teria que ter subido aquelas infinidades de escadas estando naquele estado.

— Não se preocupe. – Ele pediu. – Seu pai já esteve bem pior.

Sara sentiu um aperto no peito tão grande ao ouvi-lo que os olhos dela se encheram de lagrimas. Quantas vezes ele já havia quase morrido? E por que ter estado pior acabaria com o motivo de ela se preocupar?

— Vai ficar tudo bem. – Ele a acalmou. – Minha filha vai cuidar de mim, não vai?

A garota confirmou com a cabeça, ainda de coração apertado. Não importava o que acontecesse, ela iria cuidar dele. Sem pensar muito ela abraçou o pai, com cuidado para não lhe causar dor.

— Querida, seu vestido.

Diante do aviso de Greves, Sara se afastou preocupada.

— O que tem ele? Os bordados machucaram?

— Eu estou coberto de sujeira e sangue. Vai ficar todo manchado.

Ela sorriu, o que fez as lagrimas nos olhos dela transbordarem. Só que dessa vez não era porque ela estava triste, ou com o coração apertado. Mesmo extremamente ferido o pai dela estava se preocupando com o vestido dela. Era bobo, mas também fofo. No final das contas, o motivo de comemorar ainda existia. Ele havia voltado para ela, vivo. Pai e filha estavam juntos mais uma vez, não importando as circunstancias. Sem se importar com o vestido, ela se abraçou de novo com Graves. Ela estava grata por simplesmente ter tido a chance de conhece-lo. Só isso já era motivo para comemorar.

— Meu vestido não é importante. – Ela falou.

— Você diz isso porque não foi você quem pagou. – Ele fingiu reclamar.

— Desista. – Sara rebateu. – Nunca vou cair nessa de você ser um pai chato.

O atirador se deixou rir com o comentário da filha, mas logo parou por causa da dor nas costelas. Ele definitivamente nunca seria um pai chato. As demonstrações de amor da filha eram mais importantes para ele do que qualquer outra coisa no mundo. Graves ficaria feliz em poder comprar quantos outros vestidos ela quisesse. O que importava era que demonstrar que amava o pai naquele momento era mais importante do qualquer outra isso, e isso, nunca teria preço.

— Termine logo os meus curativos. – Graves falou para a filha. – Quero comer o que você preparou antes que esfrie. Temos meu aniversário para comemorar.

Parte dois:

— Mas ele me ouve? - Twisted Fate reclamava. – Não!

— Uhum. – Sara respondeu, sem realmente dar atenção.

Ela estava concentrada, sentada na cama do mago analisando as costas dele. O louco havia se jogado de uma janela e estava com as costas cheias de cacos de vidro. Sara já havia tirado os maiores. Agora faltavam os pequenininhos. Ele estava deitado de bruços sobre a própria cama, usando só calças para Sara poder fazer os curativos nas costas dele. Graves estava descansando no próprio quarto já que Sara havia cuidado dele primeiro. Depois que ela terminou de limpar os principais ferimentos dos dois campeões, eles resolveram comer alguma coisa. Os três cantaram feliz aniversário para Graves e comeram um pouco do assado e da salada que a garota havia feito. Sara só havia deixado eles comerem antes de ela terminar os curativos porque aquela seria a primeira refeição do dia para os dois. Para se recuperar eles precisavam estar fortes. No jantar ela iria requentar o assado, ou talvez usá-lo para algum outro prato. Pelo menos a sobremesa não iria estranhar na geladeira até o dia seguinte.

— Aquele cabeça dura ...- O mago continuou reclamando. – Se ele parasse para me ...

Ele se interrompeu para soltar um gemido exagerado de dor. Sara havia acabado de arrancar mais um caco de vidro das costas dele. Claro que doía, aquelas coisas estavam cravadas na carne e Sara preferia puxar de uma vez a tortura-lo cortando a pele em volta aos pouquinhos. Pelo menos doía tudo de uma única vez.

— Tem certeza de que não quer o chazinho? – Sara perguntou de novo.

— Você já sabe a resposta. – Ele rosnou.        

— Não é nada legal ver os amigos sofrendo desse jeito.

— A única coisa que eu não posso fazer por mim mesmo é tirar essas porcarias das minhas costas. Se você não quiser fazer, eu vou procurar outra pessoa.

— TF, se isso fosse uma opção você não teria nem me deixado entrar no seu quarto.

Ele não iria deixar que ninguém soubesse que tanto ele quanto o Graves estavam desabilitados por um tempo. Com toda certeza isso atrairia caçadores de recompensas, na melhor das hipóteses.

— Então pare de reclamar!- Ele ordenou.

— Tome o chá. – A garota insistiu. - Eu coloquei mel. Tá uma delicinha.

— Não.

— Esta quentinho e gostoso.

— Não.

— Eu fiz com carinho, e com ervinhas que vão te deixar com soninho. Se você quiser, eu te embalo para dormir nas suas cobertas como se fosse um bebê. Até canto musiquinha.

— Sara!

— Tá bom! Você prefere ficar sofrendo. Já entendi.

Sara puxou outro caco de vidro, fazendo ele gemer de dor de novo. Aquilo estava doendo mais nela do que nele. Se não tivesse certeza de que aqueles machucados infeccionariam, ela já teria deixado aquilo de lado.

— Eu deveria deixar o Malcolm sofrer as consequências do que faz. – TF voltou a reclamar.- Sempre acabo tendo que salvar a pele dele.

— Uhum.

— Ná próxima, deixo ele para trás!

— Vou fingir que acredito.

— Ter ficado 10 anos preso não foi o bastante para ele aprender. Eu deveria ter adivinhado que ele não mudaria em nada!

— Você também não mudou.

— Continuar com o plano depois do lugar todo ter nos descoberto? – Ele continuou sem nem ouvir Sara. – Malcolm acha que é imortal?

Sara encontrou mais um caco de vidro, mas dessa vez esse era grande de mais para puxar de uma única vez. Parte do pedaço de vidro quebrado estava debaixo da pele, o que fez ela ter que puxar na diagonal com cuidado para não abrir mais ainda o corte. TF cerrou os dentes de dor e apertou as mãos sobre o travesseiro. Sara sentia pena, mas nem tanto. Ele poderia ter tomado o chá e nada daquilo doeria. Também era estranho como ele aguentava quebrar um osso ou um tiro sem soltar um pio, mas estava todo sofrido por causa de uns caquinhos.

— Eu disse que nós deveríamos deixar o assalto para depois, mas ele me ouve? – Twisted Fate continuou reclamando. – Malcolm simplesmente colocou na cabeça que roubaria aquela porcaria e não parou por nada!

— Não está tão doido assim. – Sara o confrontou. – Já vi você levar tiros e não fazer som nenhum. E olha que eu sei que um tiro machuca muito! Levei um na perna e fiquei atordoada por um tempão!

— Te incomoda eu agir como humano? – Ele rebateu. – Achei que eu pudesse demonstrar que sinto dor para você!

Ser confrontado por Sara fez com que toda a irritação e raiva que Twited Fate sentia pelo parceiro de crime se votasse para ela. Nada daquilo era necessário e ela não merecia ser destratada quando só queria o bem dele.

— Desculpe! – Ela falou um pouco ofendida. – Eu só achei que você tivesse alta resistência a dor.

— Certo.- TF concluiu, parecendo irritado.

Sara suspirou para se acalmar e voltou a fazer seu trabalho. Dali em diante o mago ficou em silencio. Não gemeu de dor, nem voltou a reclamar sobre Graves. Ele nem mesmo se mexia ou alterava a respiração. Por um momento a garota achou que se sentia melhor se ele não demonstrasse sentir dor, mas estava errada. Saber que doía e que ele estava aguentando tudo calado, fingindo não sentir, doía no coração dela.

— Pare de fingir ser uma pedra gelo. – Ela pediu. – Eu sei que dói e que isso te deixa bravo.

— Mudou de ideia de repente? – A voz dele soou fria e indiferente.

— Eu nunca disse que tem problema você expressar dor para mim. Só que doi ver você sofrendo.

— Não estou sentindo dor como antes. – Ele mentiu, ainda mantendo o tom frio.

— Eu sei que está, mas não se permite demostrar. Isso faz meu coração ficar apertado.

— Nós dois sabemos que eu aguento.

— Demonstrar dor faz ser mais fácil aguentar?

— Só termine logo o que você tem que fazer.

Sara sabia que não adiantaria nada continuar conversando, então voltou a se concentrar apenas em tirar todos os pedacinhos de vidro das costas dele. O ruim era o silencio. Estava tão quieto que Sara podia ouvir as batidas do próprio coração e respiração dele. Aquilo era... desconfortável.

— Por que você pulou de uma janela fechada? – Ela perguntou, para quebrar o silencio. – Não te ocorreu abri-la primeiro?

— Não tive escolha.

— Deixa eu adivinhar. A xerife estava com a mira travada em você.

— E Malcolm correndo na direção contraria a saída.

— Vai me dizer que não se divertiu nem um pouquinho?

Essa era a pergunta certa. Graves e Twisted Fate faziam o que faziam em busca de emoção. Os dois haviam se divertido horrores roubando o prêmio pelas próprias cabeças. Eles contaram exatamente como e o que eles haviam feito várias vezes, sempre rindo do ocorrido e de divertindo só de lembrar. De certa forma aquilo fazia bem para os dois. Mesmo estando bravo com Graves, Twisted Fate nunca deixaria de salvar a pele dele e sabia muito bem disso. Ele sentiu falta do amigo por todo o tempo que estiveram separados. No final das contas, eles eram irmãos.

Sara esperou pacientemente que ele respondesse, mas levou algum tempo. Quando ela começou a pensar que ele não iria mais se pronunciar, ele respondeu de forma fria:

— Não dessa vez.

— Então é melhor você conversar com o meu pai, assim que possível. O que vocês fazem já não é nada saudável. Se piorar, algo muito ruim pode acontecer.

— Você passou a manhã toda preparando aquela surpresa para o Malcolm.

— O que tem isso?

— Eu aposto que você teve que subir e descer as escadas pelo menos umas 2 vezes.

— 3, na verdade. – Sara respondeu.- Vou ficar um tempo sem colocar o pé para fora de casa. Minhas panturrilhas doem só de pensar sobre isso.

— Malcolm realmente te ama, bem mais do que é seguro.

— Também amo muito meu paizinho, mas não se preocupe. Eu sei me cuidar.

Sara puxou de uma vez um caco de vidro como já estava fazendo antes, mas se assustou quanto o mago gemeu de dor. Ela havia se acostumado com o silencio e definitivamente não estava esperando aquela reação. Bom, ela não ia reclamar. Ela se sentia melhor por ele ter decidido não esconder mais que sentia dor. De certa forma aquilo era uma prova de confiança.

Foi só Sara tirar 3 cacos de vidro para ele voltar a reclamar da cabeça dura do melhor amigo. A garota só concordava, sabendo que para ele só bastava colocar aquilo para fora. Ela também estava concentrada em não deixar nenhum pedacinho de vidro nas costas dele. Quando ela estava quase terminando, ela teve que começar a passar a mão sobre a pele, já que haviam sobrados só os mais pequenininhos. A parte boa era que os menores não doíam, mas isso não o impediu de continuar reclamando.

Quando Sara teve certeza de que havia tirado todos os cacos de vidro, veio a pior parte. Esterilizar. Aquela era Runeterra. Não tinha jeito fácil. Metiolate que não arde não existia ali. Era álcool misturado com extrato de ervas e aquela mistura ardia horrores. Alcool e arnica parecia uma opção melhor. Ela pegou um punhado de algodão e se preparou para o que viria.

— Você malha? – Ela perguntou, para distrai-lo.

— Que tipo de pergunta é essa?

— É que seus músculos são definidos. Você malha?

— Por que? Gosta do que vê?

— Claro que sim. Que garota não gosta de um corpo sarado?

Ele riu maliciosamente e abriu a boca para falar provavelmente alguma coisa sobre ser incrível. O ego dele era enorme e o assunto que ele mais gostava era si mesmo. Sara admitir que gostava do corpo dele era uma colher de chá para ele começar a implica-la com isso ou para simplesmente se gabar. O que ele não sabia é que daquela vez ela havia feito aquilo de propósito. Antes que ele conseguisse terminar de puxar o ar para responde-la, Sara jogou a mistura de álcool com ervas sobre as costas dele. Ele gritou de dor tão alto que se a jovem não soubesse que o apartamento era a prova de som, teria certeza de que ele havia assustado o prédio todo. Depois de um momento de estresse muscular por causa da dor, ele se deixou cair sobre a cama, relaxando.

— Sua...- Ele rosnou, mas não se atreveu a terminar.

— Então. Você malha? – Sara continuou não dando atenção para a vontade enorme do mago de xinga-la dos piores nomes possíveis.

O pior já havia passado, então ela pegou o algodão e começou a secar/espalhar a solução alcoólica por toda a pele dele. A partir dali, não doeria tanto quanto antes. Depois era só passar pomada e enfaixar.

— Não. – Ele respondeu de forma seca. – Eu não malho.

— Então você faz algum tipo de exercício regularmente?

— Não morrer já é exercício suficiente.

— Nossa! Foi só uma pergunta.

— Foi só meia garrafa de álcool jogada nas minhas costas. – Ele rebateu ironicamente.- Sem. Aviso.

— Exagerado. Foi só 1/4.

— Me avise da próxima.

— Pensei que arderia menos se você estivesse distraído.

— Então... – Ele começou, em tom de flerte. – Quer dizer que você gosta do meu corpo?

Pelo visto ele já estava muito bem. Estava até tentando implicar Sara. A garota cutucou um dos cortes, fazendo ele se encolher um pouco de dor e rir maliciosamente de novo. Depois de algum tempo convivendo com ele, ela havia descoberto que adorava ouvi-lo rir. Ela sorriu para si mesma e voltou a se concentrar em terminar os curativos. Ainda faltava passar a pomada e enfaixar. Ele estava com ferimentos bem ruins na perna e nos braços, mas esses ele poderia cuidar sozinho. Tanto Graves quanto Twisted Fate sobreviveram por décadas sem ajuda. Eles não precisavam de Sara e até preferiam não precisar. Os dois sabiam se virar, mas era bom saber que Sara estava ali para ajudar se um dia fosse necessário. Tanto para ela mesma, quanto para os dois ladrões.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :) Acabei gostando muito de escrever cenas fofas, então elas aparecem mais do que eu posso controlar. Quando eu vi, já escrevi algo fofo. Logo, as respostas começaram a aparecer, mas eu precisava de um momento de calmaria, antes de colocar uma tempestade de novo na Fic. *risada maligna* Tudo indica que o próximo capitulo também será duplo. Espero vocês na próxima. Bjs :*



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