Avante Invocadora! escrita por Himle


Capítulo 13
O mercado do porto e discutindo a relação.


Notas iniciais do capítulo

Para quem achou que o Graves e o TF iriam se comportar nessa fic... meus pêsames. Vamo que vamo!



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— Realmente não quer ir? – Lucia perguntou, pela milésima vez.

— Querer eu quero, mas não sei se devo. – Sara respondeu, desanimada.

—É só uma voltinha pelo mercado. Qual o problema nisso?

Sara respirou fundo e se jogo na cama. Fazia quase 1 semana que ela estava naquela hospedaria, sem colocar os pés para fora. Ela até tinha feito amizade com as meninas que também estavam hospedadas lá, tamanho era o tedio. Tudo que Sara fazia durante o dia era ler, brincar com o cachorrinho e conversar com as outras moças sobre maquiagem, cabelo, vestidos caros, livros de romance e sobre os moços solteiros de Piltover. Aqueles papos definitivamente não eram o interesse de Sara, mas era o que as garotas gostavam. Ou ela conversava sobre aquilo ou ficaria sem conversar. A parte boa era que ela aprendeu muita coisa sobre a sociedade de Runeterra desse jeito. Ela até tinha vestidos e joias nova que as amigas haviam a convencido a comprar. Graves com toda certeza teria um ataque cardíaco quando visse a conta da hospedaria. Sara estava com medo de perguntar, de tão caro que tudo parecia.

— Ele nem mesmo falou o porquê você tem que ficar aqui. – Sophia insistiu. – Sem falar que o Erik pode aparecer.

— Vocês realmente querem me dar trabalho né? – Sara reclamou.

Erik Ferros era um jovem da mesma idade de Sara. Ele era solteiro e herdeiro de uma das maiores fortunas de Piltover. Não havia uma única garota na cidade que não se interesse por ele, mas Sara não estava nem ai. E foi justo isso que chamou a atenção dele, na única vez que ele foi com a irmã jantar no restaurante da hospedaria. Desde então ele enviava poemas, doces, joias e flores para Sara. Ela havia escrito uma carta enorme e bem mau criada falando que não tinha interesse nenhum em virar noiva dele e que era para ele parar de enviar presentes. O resultado? Ele passou a ir visita-la pessoalmente em vez de mandar presentes. Pelo visto ele realmente havia gostado de Sara. Ou talvez ele havia percebido que aquilo não era charme.

— Sarinha, quem é que não morreria para estar no seu lugar? - Bernarda também insistiu.- O seu pai vai ficar tão feliz quando descobrir que você fisgou o melhor partido de Piltover!

— Meu pai vai querer é matar o Erik. Isso sim.

— Que pai não quer casar a filha com uma boa família?

— O meu. – Sara rebateu. – Por ele, eu morro solteira!

— Que horrível! Ele não quer netos?

Sara olhou para as 3 meninas no quarto e pensou em explicar que Graves nem queria ter filhos antes de a conhecer. Ter uma família no ramo dele é pedir para tirarem isso de você. No primeiro dia em que eles tiveram de pai e filha, ambos só haviam sobrevivido porque ela era uma invocadora. Ela era o ponto fraco de Graves, e ele morreria antes de deixar algo acontecer com a filha. Amar alguém indefeso tendo uma vida como a dele é masoquismo.

— É. Eu vou ficar aqui, quietinha no meu quarto. – Sara anunciou.- Olhando para o teto para ser mais especifica. Sabia que existem 7 manchinhas no desse quarto?

— Nós sabemos que você tem aprendido magia com a Sophia. – Bernarda argumentou. – Se alguma coisa acontecer, vocês fritam os bandidos com raios mágicos!

Sophia era filha de um mago que estava trabalhando há alguns meses na Faculdade de Tecnomancia. Ela tinha talento para magia, sabendo conjurar alguns feitiços básicos de ilusão e alguns ofensivos para defesa pessoal. Com ela, Sara havia aprendido o fundamental, como canalizar e fluir energia magica através do corpo e de objetos. Graças a isso ela havia aprendido a usar runas magicas, cajados e até a fazer uma chama pequena como a de uma vela flutuar entre as mãos. Tudo isso sem inflamar o poder dentro de si nem mesmo uma vez. Sophia havia dito que Sara tinha aptidão para magia, o que parecia ser bem raro. Dentre todos os irmãos dela, Sophia havia sido a única a ter puxado o dom do pai. E olha que ela tinha 6 irmãos homens.

— Não é assim que funciona. – Sophia retrucou. – Mas ela tem razão Sara. Você não sabia magia quando chegou aqui. Agora sabe se cuidar melhor do que antes e também, você não vai estar sozinha.

— Meu pai falou para eu não sair daqui.

— Mas ele não disse que você tinha que ficar aqui dentro, o tempo todo.- Lucia cantou baixinho.

Sara rapidamente se sentou de novo na cama. Ela olhou para Lucia, que tinha um sorriso suspeito no rosto. Sophia e Bernarda estavam com cara de concordância. Lucia tinha razão. Graves não havia falado que Sara não podia sair por hipótese alguma. Provavelmente o que ele quis dizer foi não trocar de hospedaria, o que ela com toda certeza teria feito rapidamente se tivesse a chance. Ainda mais se isso significasse fugir de Erik ou ficar mais perto do pai. Talvez não havousse problema em ela dar uma voltinha pelo mercado do porto. Não ia demorar. Uma hora era mais do que o suficiente.

— “Hashtag” Partiu! – Sara falou se levantando da cama.

—  “Hash” o que?

— Você fala algumas coisas estranhas Sara. – Bernarda reclamou.

— A gente vai ou não? – Sara perguntou impaciente. – Vamos logo antes que eu mude de ideia!

As meninas se olharam por um momento e no outro se levantaram apressadas. Elas pegaram as próprias bolsas e rapidamente começaram a puxar Sara para fora do quarto. O grupo de garotas desceu as escadas o mais rápido que conseguiram. Em questão de segundos elas estavam do lado de fora da hospedaria. Quando já estavam mais perto do mercado, que ficava há um pouco mais de 1 quarteirão de distância, elas deram os braços uma as outras e foram caminhando calmamente enquanto começavam uma conversa sobre o clima.

Elas andaram lentamente pelo mercado, olharam vitrines, compraram alguns doces de uma mulher serpentina e aproveitaram para terem a sorte lida nas cartas. Sara deixou que as garotas fizessem as perguntas por ela, e riu bastante quando descobriu que as meninas estavam interessadas só em saber sobre a vida amorosa. A mulher não era muito boa em ler as cartas, mas aparentemente ninguém além de Sara percebeu. Talvez ver um serpentino extremamente talentoso consultando o baralho quase uma vez por dia ensinasse algumas coisas.

Depois de se divertir em “descobrir” como seria o futuro, as garotas decidiram se sentar em um restaurante para comer alguma coisa. Era o meio da tarde, então estava na hora do chá. A conversava caminhava tranquila e divertida. Lucia estava contando horrorizada de um de seus piores “bad hair day”. Todo o grupo se solidarizava, mas também ria horrores. Lucia conseguia fazer parecer que manchar a barra de um vestido era pior do que a morte. Sara havia se incomodado com a forma com que as pessoas olhavam para ela, mas ela não podia falar nada. Ela estava vestida com o melhor de Piltover, assim como as amigas. As pessoas iam olhar e julgar, ela querendo ou não. Provavelmente aquele anel simples no dedo dela resolveria a vida de algum daqueles trabalhadores que corriam o mercado em seus afazeres. Bom, Graves iria ficar uma fera quando descobrisse o quanto ela havia gastado naqueles dias. Quem não ficaria? Com toda certeza foram necessárias vidas de trabalho só para pagar aquela bolsa coberta com franjinhas de jade.

— Adivinha quem vem vindo. – Bernarda, que estava sentada a frente de Sara, falou alegre demais.

— Me diz que não é o Erik. – Sara implorou.

— Ele mesmo.

— Eu disse para não me dizer!

Claro que ele iria aparecer. Sara era muito azarada. A ideia era só terminar de comer e voltar para a hospedaria, mas com toda certeza Erik não poderia esperar mais 20 minutos para aparecer no mercado do porto. Ele não tinha nada mais importante para fazer em algum dos muitos outros mercados de Piltolver? Para que ir logo para o porto?

— Olá, senhor Ferros. – Bernarda cumprimentou.

Sara escondeu o rosto no meio do cardápio. Ela sabia que Erik estava parado bem atrás dela e que ele iria a reconhecer até de burca. Mesmo assim, não custava nada tentar.

— Olá senhoritas. – Ele falou com sua natural voz galante.

— Não quer sentar para comer com a gente? – Lucia ofereceu educadamente.

— Eu adoraria. – Ele respondeu já fazendo sinal para o garçom.

Descontente, Sara tirou o rosto do meio do cardápio e o colocou na mesa. Ela sabia que deveria agir como uma garota normal e praticamente assediar Erik para ele largar do pé dela, mas ela não conseguia. Agir como uma garota normal ou diferente do que ela realmente sentia sempre havia sido muito difícil. Rapidamente o garçom trouxe uma cadeira para o rapaz que foi estrategicamente colocada na ponta da mesa, fazendo ele ficar do lado de Sara e de Bernarda. As três outras garotas olhavam para Erik e Sara com um sorriso de cumplicidade, que dava nela vontade de arrancar todos aqueles perfeitos dentes brancos na base do tapa.

— Por que sempre que a vejo você está com essa cara de descontentamento? – Erik perguntou realmente interessado.

— Ah vá? – Sara perguntou com toda a sua ironia. – Realmente, que garota em sã consciência ficaria descontente com a presença de um cara que não se manca?

Tanto o rapaz, quanto as garotas riram, se divertindo. Sara revirou os olhos e voltou a esconder o rosto com o cardápio. Ela ainda não havia escolhido o que ia comer. As meninas haviam falado muito bem do peixe grelhado daquele lugar. Talvez fosse uma boa pedida, mas Sara não sabia se queria comer peixe sem sal no chá da tarde.

— Falei a seu respeito com meus pais e eles adorariam te conhecer.

— Que bom para eles. – Sara responde de forma seca.

— Minha mãe vai preparar um jantar para você amanhã. Na minha casa.

Sara abaixou o cardápio de novo, com o nariz torcido. Era falta de educação recusar um jantar na residência dos Ferro? Com toda certeza uma falta de educação enorme, mas ela não iria nem se pudesse. Se ela colocasse os pés naquele lugar ela teria a obrigação social de se casar com Erik, obrigação essa para a qual ela não dava a mínima e não iria cumprir. A possibilidade de ver Camille nos corredores era muito empolgante, mas não valia a pena. Se os Ferros descobrissem que ela era a invocadora, a coisa ficaria complicada. Já bastava um alto oficial noxiano querer casar com ela. Não precisava da família mais perigosa de Piltover entrar nesse meio.

— Erik, vamos bater um papo reto. – Sara falou seria. – Você é um cara educado, bonito e tudo mais, mas eu não quero ser a sua noiva. Serio Erik. Na moral. Para de forçar a barra.

— “Papo reto”?  - Ele perguntou confuso.

— Você entendeu.

— O que seria um “papo reto”?

A garota estremeceu de irritação e bateu as mãos na mesa. Era tão difícil entender que ele estava indo longe demais?

— Nossa Sara. – Sophia se assustou. – Calma.

Ela tinha razão. Erik não tinha feito nada para Sara ficar irritada daquele jeito. Ainda.

— Erik, serio. Procure outra garota.

— Quantas vezes vou ter que dizer que eu quero você?

— Você não me conhece direito. Como sabe que quer casar comigo?

— Me sinto bem perto de você. Sempre me foi dito que uma Ferros tem que ser corajosa e você é a única que tem coragem de me chamar pelo primeiro nome.

Sara ia responder, mas fechou a boca assim que a abriu. Por algum motivo ela sentiu um olhar sobre si e uma vontade enorme de ver quem a olhava. Foi virar a cabeça para ver  um Graves irritadíssimo olhando para ela, enquanto dava uma longa tragada em um charuto. Ele estava em pé em frente a uma barraca de frutas, ficando assim quase escondido pelas pessoas que passavam pelo mercado. Sara pode perceber mesmo de longe que ele remexia o bigode de forma engraçada. Ela conhecia o pai o suficiente para sabre que aquilo significava que ele estava prestes a explodir.

— Ferrou bonito. – Ela anunciou, franzindo a testa. – Agora a treta ficou maligna.

— “Treta?” – Sophia perguntou confusa.

— Erik é melhor você ir para junto dos seus seguranças. – Sara o aconselhou. – Meu pai acabou de descobrir da pior forma possível que você quer casar comigo. Ele vai te matar.

Tanto Erik quanto as garotas se viraram para onde Sara havia olhado há pouco tempo, mas não pareceram ver nada. Graves ainda estava lá, fervendo de raiva. Sara sorriu para ele envergonhada, mas isso não o acalmou. Além de provavelmente ter descumprido a promessa que fez a ele, ela estava sendo cortejada por um rapaz. Só os Deuses sabem porque o atirador ainda não havia partido para cima do jovem Ferros para lhe partir o crânio.

— Achei que o seu pai fosse um caçador de recompensas. – Bernarda falou ainda confusa. – Não vejo ninguém ali além dos comerciantes e de turistas.

— Chame o seu pai para ir até a minha casa também. – Erik combinou. – Meus pais vão adorar conhece-lo.

— Você pirou na batatinha? Enlouqueceu? Perdeu o amor a vida? Que parte de o meu pai vai te matar você não entendeu?

— Ele não vai me matar. – Erik falou confiante. – Eu sou um Ferros. Ele nunca mais conseguirá fazer negócios nessa cidade se encostar um dedo em mim.

Sara pensou por um momento, para logo depois rir debochadamente. Seria muito fácil para Graves simplesmente nunca mais voltar para Piltover. Ele não estava nem ai para fazer negócios ali. Sem falar que no mundo onde ele vivia dificilmente a família Ferros conseguia ter controle total. Graves dava muitas coisas, menos importância para quem quer que o aquele rapaz pudesse ser.

Infelizmente ela não teve tempo de se divertir mais com aquilo. Os sons de tiros preencheram o ambiente todo, assustando as pessoas na praça do mercado. Sophia puxou Sara para debaixo da mesa o mais rápido que conseguiu, enquanto que as outras meninas também se escondiam. As pessoas nas mesas mais próximas tiveram a mesma reação, enquanto que a maioria saiu correndo do lugar, correndo de onde o som parecia vir. Sara procurou com os olhos algum jeito seguro de sair de debaixo da mesa, tanto para ela quanto para as amigas, mas não conseguia ver nada além de gente correndo. O que é que havia acontecido?

A resposta apareceu logo. Haviam homens ali vestidos como piratas, assim como guardas do porto e pelo visto os dois grupos tinham o mesmo alvo. Sara não precisou de nem mesmo mais um segundo para ligar os pontos. Abaixo da praça do mercado ficava a sede da polícia portuária de Piltover. Todas as 2 mil moedas de ouro que pagariam a recompensa por Graves e Twisted Fate estavam lá em um cofre muito bem guardado. Que jeito melhor de provar superioridade do que roubando a recompensa pela própria cabeça e sair vivo? Aquilo era tão a cara dos dois que provavelmente a polícia já esperava que eles fizessem isso. Eles haviam caminhado para uma armadilha, preparados para sair dela ilesos.

— O que está acontecendo? – Bernarda perguntou apavorada.

— Alguém está atacando a sede da polícia portuária.- Sophia respondeu.

— Vou tirar vocês daqui. – Erik anunciou.

— Tarde demais. – Sara falou, apontando para a entrada da praça do mercado.

Um tiro extremamente grave foi ouvido, quase como se fosse o tiro de um canhão. Do mesmo lugar que veio o tiro foi possível ver guardas e piratas sendo arremessados pelo ar. Não foi necessário muito para Sara entender que Graves havia acabado de abrir caminho na base da “ult’. As meninas viraram o rosto aterrorizadas, enquanto que Sara olhava aquilo com atenção. Ela nunca havia visto Graves em ação com uma arma nas mãos. Bom, ela sabia como ele era no jogo, mas pessoalmente era bem diferente.

— Sara Graves? – Alguém chamou a atenção dela.

Um dos piratas feridos estava apontando para ela. A garota havia sido reconhecida e definitivamente aquilo não era bom. Logo, a atenção de todos os piratas se voltou para ela. Quase como se tivessem só uma mente, todos os piratas próximos deram as costas a entrada da praça do mercado. Apenas a polícia continuou tentando conter Graves, fazendo com que fosse possível ver o atirador por entre a movimentação. Felizmente Graves ouviu o nome da filha também. Com uma agilidade enorme, ele abriu caminho entre os guardas enquanto recarregava a arma. Era incrível como a mira dele era perfeita e os movimentos para recarregar eram precisos e rápidos. Com facilidade, ele derrubou a maioria dos piratas, os acertando pelas costas. Nenhum deles chegou perto de Sara. Com exceção de um, que astutamente usou os aliados como escuro.

Por um momento Sara pensou que teria que inflamar o poder dentro de si para salvar a si mesma e os amigos do golpe de espada que aquele homem estava prestes a desferir, mas antes que ela tivesse a chance de fazer algo, Twisted Fate apareceu. Com grande destreza ele pegou e torceu o braço que o pirata usava para segurar a espada e praticamente no mesmo movimento fez com que o inimigo mudasse de direção e caísse de cabeça em algumas cadeiras próximas a mesa. Aquela definitivamente havia sido por pouco.

— Fique no plano! - Twisted Fate gritou para Graves.

— E minha filha?!– Graves gritou de volta.

— Fique! Na! Porra do plano!!! – TF esbravejou.

Sem pensar mais, Graves deu as costas a Sara e correu para onde estava até pouco tempo. Mesmo sabendo que estava em perigo, a garota não conseguia de deixar de torcer pelo pai. A cada inimigo que ele abadia, ela vibrava. Se ela tivesse pompons seria uma líder de torcida.

— Eu mandei ficar na hospedaria!- Twisted Fate rosnou para Sara.

Ele parecia ocupado em se certificar que nenhum pirata chegaria perto, mas daquela vez atirava cartas em vez de brigar corpo a corpo. Sara pode ver quando uma literalmente atravessou a cabeça de um deles e parou na testa de um segundo. O corte que atravessou a cabeça do inimigo havia sido tão limpo que nem parecia ser de verdade. Do que é que aquelas cartas eram feitas? Até onde ela se lembrava, TF usava cartas de baralho barato para aquilo.

— Você realmente quer falar sobre isso agora? – Sara perguntou, preocupada.

Ambos estavam no meio de uma encrenca enorme. Aquele não era um bom momento para uma conversa.

— A única coisa que você tinha que fazer era não sair. – Ele reclamou.

Pelo visto a resposta para a pergunta de Sara era “Sim”.

— Eu estava pirando de ficar lá. – A garota se defendeu. – Cuidado!

Um dos piratas pulou em cima do mago. Felizmente, ele era mais rápido e desviou. Ele deu um soco forte na lateral do rosto do inimigo deixando-o atordoado. TF aproveitou a abertura e deu um pontapé certeiro no peito dele, fazendo-o perder o contato com o chão para depois cair há poucos metros dali. Quem diria que Twisted Fate também era bom de briga corpo a corpo?

— Agora eu tenho que lutar com um clã inteiro de caçadores de recompensas que querem a sua cabeça. – TF retrucou. – Sabe como foi difícil fazer eles acreditarem que você morreu no mar, para você simplesmente aparecer viva depois?

— Por que eles querem a minha cabeça? – Sara perguntou, preocupada.

Ela não havia feito nada de errado. Não havia motivo para algum caçador de recompensas estivesse atrás dela.

— Ah claro!- Ele falou entre os dentes. – O que importa é você, não todo o esforço que eu tive em te esconder!

— TF, não viaja. Depois a gente discute a relação o quanto você quiser. Se mantenha nos fatos! Por que eles querem a minha cabeça?

— Pense um pouco. É obvio que é para se vingar do Malcolm. Por que alguém se daria ao trabalho de querer você morta? Você é completamente irrelevante.

Certo. Aquilo já estava ficando ofensivo. Sara fez um bico irritado. Ela era muito importante! Na verdade... ela era importante só para Graves... Mas ainda assim! Qual a necessidade de jogar isso na cara?

— Onw. – Ele a implicou. - O terrível Twisted Fate te ofendeu?

— Eu vou dar na tua cara. – Sara avisou.

— Por que não vem aqui e tenta?

— Nós dois sabemos que eu consigo.

— Então talvez eu deva deixar você resolver isso sozinha.

Ele cruzou os braços. Os piratas começaram a se aproximar, mais confiantes vendo que o mago não tentaria os parar. Twisted Fate parecia uma criança em alguns momentos e naquele momento era uma, mimada e emburrada. Pelo visto ela iria ter que resolver aquilo. Sara estava prestes a se levantar, quando sentiu um tiro passar há centímetros de sua cabeça. Como resposta, TF lançou uma carta na cabeça do pirata que havia atirado, fazendo ele cair para trás e soltar a arma.

— Enlouqueceu? – Ele esbravejou. – Você realmente ia se levantar?

— Então você não quer que eu resolva isso sozinha? – Sara implicou.

— E deixar você estragar o meu plano perfeito?

Sem aviso, o mago rodou nos próprios calcanhares fazendo com que cartas 3 voassem  acertando os inimigos mais próximos. Todos os piratas que haviam conseguido se aproximar haviam sido abatidos e Twisted Fate voltava a se ocupar em mantê-los afastados.

— Fique de cabeça baixa, quieta e onde eu possa te proteger. – Ele ordenou. – Estou sendo claro?

Todas as garotas ao lado de Sara confirmaram com a cabeça fervorosamente. O mago balançou a cabeça negativamente em desprezo. Erik estava boquiaberto e assustado com o que acontecia. As amigas de Sara também estavam do mesmo jeito. Pelo visto, quando aquela confusão terminasse ela iria ter uma longa explicação pela frente. Mas pelo menos ela sabia que tendo TF ali cuidando dela, tudo ficaria bem. Tudo que ela precisava fazer era esperar até que o plano dele chegasse ao fim. Até lá, ela estava feliz em simplesmente assistir o quão incrível o pai dele era. 


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Notas finais do capítulo

Não há nada mais divertido de se escrever do que uma briga entre esses três ♥
Até a próxima amores ♥



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