Notice Me, Senpai escrita por SugaBiasedS2


Capítulo 1
One




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Ayano ria com os olhos levemente arregalados, enquanto enterrava mais uma vez a faca no peito de Ikeda, sujando o rosto da garota e o seu próprio, mas não parecia importar. Nada parecia importar naquele momento, somente os gritos de dor da vítima ― antes altos, agora baixos ― e o seu rosto, contorcido em uma expressão de terror. Uma sombra negra pairava sobre os olhos de Ayano, proporcionada por sua franja, que dava um ar mais assustador e louco a ela. O banheiro em que se encontravam parecia mais macabro com a risada ecoando pelo cômodo. Os espelhos sujos de sangue e refletindo um sorriso psicopata, as luzes apagadas e um riso diabólico. A receita perfeita para colocar medo em qualquer um.

Yan-Chan ― como fora carinhosamente apelidada por sua mãe ― suspirou pesadamente quando os gritos cessaram. Nada a revigorava mais que isso. Quer dizer.... Quase nada. Observar seu Senpai lendo ainda estava no topo.

Levantou e se dirigiu ao espelho, observando sua imagem ensanguentada. Os cabelos negros presos em um rabo de cavalo já não eram totalmente escuros, com algumas mechas manchadas de vermelho. O mesmo líquido sujava sua face, que olhou por um tempo. Seus olhos não pareciam ter vida, estavam opacos, sem brilho. As orbes escuras só ganhavam cor quando seu Senpai estava por perto. Não só seus olhos, mas todo o seu mundo. Ligou a torneira e abaixou o corpo, molhando as mãos e passando no rosto, tentando limpá-lo um pouco.

“Usar esse banheiro não foi uma ideia muito boa... É longe do vestiário...”, pensou. “Bom, não é culpa minha. Eu tenho certeza de que a vi comentando sobre ele com as amigas.”.

Conseguiu tirar o sangue do rosto, mas ainda teria de tomar um banho. Olhou com frieza para o corpo no chão e se aproximou, pegando um braço e o arrastando até um dos boxes. Voltaria mais tarde para pegá-lo, mas precisava fazer algo para que os estudantes não passem por ali. Olhando ao redor, avistou uma placa de aviso, encostada na parede. Ela dizia que o piso estava molhado e interditado, com um “boneco de palito” ilustrando. A pegou e colocou em frente a porta, tendo cuidado para não a sujar, e saiu do banheiro, desejando que os corredores estivessem vazios. Olhou para um relógio na parede e relaxou os ombros, vendo que estava na hora da segunda aula, então estariam todos na sala.

 

[ ... ]

 

A garota de olhos escuros corria sem fazer o mínimo barulho, enquanto carregava em seus braços o corpo de Ikeda. Os cabelos roxos da menina, caprichosamente presos em duas marias-chiquinhas, esvoaçavam ao vento. Ayano diminuiu a velocidade ao chegar no seu “lugar especial”. Era um cubículo escondido atrás da escola. Dentro dele se encontrava um incinerador e, ao seu lado, um caixote de lixo. Caminhou até o primeiro e abriu com um pouco de dificuldade, arremessando o corpo dentro. Colocou também a faca e seu uniforme sujo. Antes de chegar, havia tomado um banho rápido no vestiário e trocado de roupa. Acionou e um barulho indicou que a máquina começara a fazer seu trabalho.

Ayano observou as chamas tomarem conta das coisas colocadas, caindo em seus pensamentos sem perceber. Estava pensando em como tudo havia ficado assim. Em como uma garota aparentemente normal se transformara tanto ao conhecer alguém. Lembranças tomaram conta de sua mente, a fazendo sentar e continuar olhando o incinerador, apesar de seu foco ser outro.

Lembrou de seu primeiro dia na creche em que seus pais lhe colocaram.

Ayano observava as crianças chorando ao terem de se despedir dos pais, com indiferença. Não entendia o porquê de tanto drama. Eles iriam se ver de novo mais tarde, não iriam? A menina olhou para seu pai e sua mãe. Seus olhares eram muito distintos. Sua mãe tinha orgulho no olhar, mas seu pai parecia triste.

― Filha, boa sorte no seu primeiro dia. ― Disse seu pai, se agachando para dar um beijo em sua bochecha gordinha.

― Orgulhe a mamãe. ― A mulher disse e deu uma risadinha, recebendo um olhar de reprovação do homem.

A menina deu um abraço nos dois e seguiu as crianças para dentro do estabelecimento.

[ ... ]

― Não quero ficar perto dela! Ela é esquisita! ― Gritou uma garotinha de cabelos loiros, que logo correu para perto de uma supervisora e se afastou de Ayano.

Diferente do esperado, a menina não fez nada e continuou brincando com a sua boneca. A loira pareceu irritada pela falta de reação dela e se dirigiu a ela, arrancando o brinquedo de sua mão. Isso pareceu despertar o monstro interior da morena, que pulou em cima da outra e torceu seu braço, só soltando ao ouvir os gritos. Uma névoa pairava sobre seus olhos. Mais tarde percebeu que isso sempre acontece ao ativar seu “modo Yandere”. As mulheres logo correram para ajudar a menina, que gritava e chorava de dor. Ayano pegou a boneca de volta e continuou a brincar como se nada tivesse acontecido.


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Notas finais do capítulo

Desculpem se ficou meio ruim... É sério, muita desculpa (Luizinho sz). Talvez eu volte com o Ask, não sei
Tô com medo disso flopar. Se flopar eu excluo e finjo que nada aconteceu.



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