Moon's Secret escrita por Marina Graziano


Capítulo 2
Tattoo You


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Espero que estejam gostando e não esqueçam de comentar, isso ajuda muito!

19/01



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/722432/chapter/2

 

  Levei uma semana para conseguir ajeitar tudo o que precisava. Pesquisei tudo o que podia sobre a cidade, Eden Praire, – descobri que ela não era muito grande, então imaginei que isso facilitaria minha busca. Depois disso precisei ligar para uma Agência Mobiliária local, e arrumar algum lugar para morar. Acabei escolhendo uma casinha pequena e bonita, já mobiliada, e que ficava um pouco afastada do centro da cidade. Aluguei-a por três meses, crendo que esse seria o tempo que me levaria para arranjar minhas respostas.

  Fiz minhas malas, escolhi qual carro levaria – optei pelo de minha mãe, pois era automático, e como a viajem seria longa, esta seria a melhor opção. E, enquanto terminava de arrumar tudo o que precisaria (coisas básicas, como toalhas ou lençóis), e de ajustar o GPS, o pensamento de que, coincidentemente, o ano letivo estava prestes a começar me passou pela cabeça. E mesmo que eu só ficasse por lá durante três meses – talvez menos, talvez mais – seria bom me readaptar a uma escola.

  Na noite anterior a viajem, comecei a circular pela casa sem destino. Era uma construção grande, semelhante à mansão do filme “Os 7 Suspeitos” (N/A: Nome americano Clue, filme inspirado no jogo de mesmo nome.) e eu raramente entrava em cômodos que não fossem a cozinha, a sala de TV ou o meu quarto. Estava evitando todo o resto, deixando alas inteiras trancadas, como se fugisse de fantasmas invisíveis. Então foi com surpresa que notei que meus pés haviam, por conta própria, me levado até o antigo quarto de meus pais.

  Depois de ficar algum tempo parada em frente à porta de madeira escura, pensando se realmente deveria fazê-lo, tomei coragem e entrei.

  Assim como alguns outros cômodos da casa ao qual eu me negava entrar, o quarto deles estava abafado, e eu podia sentir em minha língua o gosto do ar estagnado. Tentei ignorar a sensação de tristeza que entrar ali me causava.

  Caminhei pelo quarto de aparência tranquila, recusando-me a sentar na cama ou no banco em frente à penteadeira, na qual diversas vezes observei mamãe se pentear e embelezar. As paredes cor creme não me transmitiam mais a calma e o aconchego que um dia senti. Talvez aquilo fosse algo que meus pais irradiavam, e não a decoração.

  O quarto estava intacto, do jeito que eles o deixaram quando partiram para nunca mais voltar. Era como se estivesse parado no tempo, com o casaco que papai se esqueceu de levar largado sobre o divã, e a escova de cabelo macia da mamãe repousada sobre a penteadeira, ao lado de um frasco de perfume.

  Antes que eu pudesse notar, lágrimas surgiram em meus olhos em uma torrente sem fim. Não me dei ao trabalho de enxugá-las, deixando que lavassem minha tristeza.

  Eu os amei tanto. E agora amo ainda mais sabendo tudo o que fizeram por mim.

  Por um segundo, ponderei se estava fazendo o certo ao ir atrás de resposta, mas as incertezas se foram após lançar mais olhar para o quarto vazio. Não havia mais nada aqui para mim. Meus pais se foram e eu estava sozinha, sem objetivos. Todo ser humano precisa de um objetivo, para assim ter porque viver, e, se eu ficasse – sentindo-me cômoda no que já tive –, eu não teria objetivos, e nem pelo que levantar da cama.

  Eu já tinha minha resposta. Meu objetivo agora era encontrar respostas, mesmo que eu não precisasse delas.

***

  Estava parada no transito já fazia uma maldita hora, e só tinha me afastado quatro metros de minha posição inicial. Por que diabos escolhi sair na hora do rush?! Levaria no mínimo mais uma hora até que eu conseguisse ver-me livre deste pequeno pedaço maldito de rua, para enfim poder rumar para estrada, e só então seguir para Minnesota.

  Mas eu não queria passar mais uma hora presa dentro do carro se não fosse para comer estrada. Olhei em volta com certo desespero, e quase caí para trás quando avistei uma pequena lanchonete. Com muita dificuldade, consegui atravessar as duas fileiras de carro que me separavam daquele paraíso.

  O lugar era agradável, com um caloroso cheiro de café fresco e panquecas. Sentei-me em uma das cabines vagas, apreciando que a lanchonete estivesse quase vazia.

— Bom dia, bem-vinda ao O’Malley’s, posso anotar seu pedido? – a voz monótona da garçonete me surpreendeu. Lancei um rápido olhar sobre o cardápio, e acabei optando pelo básico.

— Café, ovos e bacon, por favor.

  A moça, que aparentava não passar da casa dos trinta, anotou preguiçosamente meu pedido em seu bloquinho antes de se afastar em direção ao cliente que havia acabado de entrar. Enquanto esperava por ela trazer meu pedido, fiquei observando o lado de fora da lanchonete, evitando encarar o trânsito denso e ficar mais irritada.

  O local onde a lanchonete ficava era uma espécie de estacionamento circular, com mais três estabelecimentos ao lado: uma pizzaria, um posto de gasolina e um estúdio de tatuagens, que ficava mais ao fundo. O que mais me chamou a atenção foi este último. Por algum motivo, não consegui desgrudar meus olhos da fachada preta com desenhos de labaredas de fogo subindo por toda a extensão direita da loja, como se a engolisse em um incêndio sem estragos. As chamas eram vividas e tão bem desenhadas que eu sentia que eram reais. As palavras “Tattoo You” brilhavam em neon, e a letra O havia sido substituída pelo desenho de uma caveira mal encarada.

   A palavra “animalesco” brilhou em minha mente, do mesmo modo que a placa. Aquele parecia ser um lugar frequentado por motoqueiros machões e baderneiros, do tipo que gosta de uma boa briga de bar.

  Eu queria entrar ali, sem saber por que, ou o que faria caso entrasse. Mas eu queria demais.

  O som de um prato sendo posto a minha frente me despertou do meu torpor, e eu olhei meio vesga para a garçonete, tamanha a força de concentração que depositei no estúdio de tatuagens. Ela me encarou com um olhar entediado antes de perguntar se eu precisava de mais alguma coisa.

— Ahn, na verdade, será que você saberia me dizer se aquele estúdio de tatuagens está aberto agora? – indaguei, apontando para além da janela.

  Ela não precisou desperdiçar um olhar na direção que apontei para me responder.

— Gustav trabalha vinte e quatro horas. – e com isso, saiu andando.

  Imaginei que esse tal de Gustav fosse o dono do local e, enquanto comia meu café-da-manhã, apreciando o sabor do bacon e do café forte em minha língua, ponderei se deveria dar uma passadinha lá. Apenas a título de curiosidade.

  Paguei a conta e a gorjeta e deixei a lanchonete. Eu não estava cem por cento convicta de que deveria ir até ali, então entrei na loja de conveniências do posto de gasolina e dei uma enrolada, escolhendo algumas balas e salgadinhos para comer durante a viagem, acrescentei à minha cesta duas garrafas de água e uma de suco de maçã também. Mas, depois de pagar pelos snacks e de colocá-los dentro do carro, eu já não tinha mais como evitar a atração que me arrastava para lá.

  Com passos incertos, observei os detalhes da fachada do estúdio de tatuagens que não fui capaz de ver de longe. Como o centro dos olhos da caveira no letreiro, que brilhavam em um amarelo vibrante, sobrepondo-se a cor laranja neon. Uma placa verde escrito aberto estava presa na porta de metal, tentei puxar a porta, mas depois de alguns segundo percebi que ela abria para dentro. Envergonhada, eu a empurrei e adentrei o ambiente de luz aconchegante e com uma música que logo me embalou com seu solo de guitarra, aquilo era Greenday? A decoração me lembrava àquelas barbearias antigas, com cadeiras giratórias de vinil vermelho e azul e espelhos redondos presos à parede em frente elas. Mais a esquerda, reparei pela primeira vez no balcão de atendimento branco. Não havia ninguém atrás dele.

  Olhei na direção do corredor escuro que se estendia à direita do balcão, não parecia haver ninguém ali também. Talvez Gustav estivesse ocupado com algum cliente.

— Olá, tem alguém aí? – não houve resposta.

  Então achei melhor esperar que alguém aparecesse. Para me distrair, fiquei olhando o portfólio de tatuagens que tinha sobre o balcão. Algumas eram bem maneiras, como as de dragões ou aranhas. Reconheci referências de series, como Game Of Thrones, ou The Walking Dead.

  Estava mais uma vez distraída, mas senti o relicário aquecer contra meu peito antes mesmo de perceber quando alguém tocou no meu ombro, fazendo-me saltar feito um gato assustado. Olhei sobressaltada para a pessoa, e me deparei com uma velhinha, magra e pequenina, com cabelos tão brancos que pareciam roxos caindo sobre seus ombros magros, e olhos quase translúcidos e leitosos. Ela não olhava diretamente para mim, parecia encarar algo sobre o meu ombro, deveria ser cega, mas soube que seu sorriso era para mim.

— O que uma lobinha como você faz por aqui, hein querida? – indagou, deslizando sua mão de meu ombro para meu cabelo. Do que ela me chamou?

  Eu poderia lhe perguntar o mesmo, mas segurei minha língua. Ela não combinava com aquele lugar. Era pequena e frágil, sem falar em estranha. Mas havia algo nela, uma energia que eu não sabia explicar, emanando dela para mim, e somente isso já a fazia pertencer àquele lugar bruto.

  O relicário vigilante pareceu aquecer mais com sua proximidade. Eu o tinha colocado por dentro da minha blusa branca, e agora ele estava esquentando meus seios em uma temperatura quase incomoda.

— Eu, ahn, só estou de passagem, e resolvi entrar para dar uma olhadinha. – respondi sem jeito.

  Quando seus dedos finos deslizaram mais uma vez para meu ombro nu, senti como se seu toque me queimasse. E não era convidativo, nem um pouco. Por um segundo, ela pareceu farejar o ar a minha volta. Me afastei dela com brusquidão e pressionei minhas costas contra o balcão.

— Se quiser fazer uma tatuagem, Gustav já está acabando com este cliente e terá uma hora livre. – comentou de modo despretensioso, afastando-se de mim meio descontente e contornando o balcão, até sentar-se atrás dele. Ela caminhava como uma dançarina aposentada, cheia de postura e rebolado.

  Fazer uma tatuagem?

— Eu acho melhor não, mas obrigada.

  Estava calmamente me afastando quando ela virou seus olhos azuis translúcidos para mim, prendendo-me sob seu olhar.

— Tem certeza, lobinha? É porque tem medo da tinta sair muito rápido? – sua pergunta me parou. Tentando ignorar o apelido estranho, encarei-a sobre meu ombro.

— Desculpe?

  Eram tatuagens de hena? O estúdio me parecia personalizado demais para serem apenas tatuagens temporárias. Mas quem era eu para reclamar?

— A tinta da tatuagem – explicou ela, sorrindo de lado para mim, como se soubesse mais do que eu. – você tem medo que ela saia rápido demais, não é? Mas posso lhe dizer que eu mesma já fiz algumas, e vale a pena, mesmo que no fim o desenho desapareça de seu corpo.

— Quanto tempo costuma durar? – indaguei, sendo genuinamente curiosa. Ela sorriu mais abertamente quando me reaproximei do balcão.

— Bem, vária de pessoa para pessoa. As minhas nunca levaram mais de um mês para saírem do meu sistema.

— Você já fez muitas?

— Algumas ao longo desses milhares de anos. – brincou ela. – Então, vai querer ou não?

  Pensei por um momento, mas um impulso me fez concordar. Abrindo mais um largo sorriso, que tornou seus olhos leitosos em pequenas fendas, a velha me perguntou se eu já tinha alguma ideia do que queria.

— Quero as letra A e J no interior do meu pulso. – decidi, mais uma vez levada pelo momento. O que aquele lugar estava fazendo comigo.

— Iniciais de alguém especial, lobinha? – perguntou com uma entonação maliciosa, mexendo suas sobrancelhas grisalhas para mim.

  Evitei corar.

— Não, na verdade são as iniciais dos meus pais.

  Seu sorrisinho murchou.

— Tsc tsc, tudo bem, sente-se ali enquanto espera Gustav terminar com o outro.

  Acomodei-me sobre uma das cadeiras giratórias de vinil, logo em seguida pesquei meu celular dentro da bolsa para me distrair. Havia algumas mensagens de Joanne, ela estava insistindo para que eu voltasse, alegando se arrepender de ter me batido, e sugerindo que longas férias em algum lugar tropical acalmariam nossos ânimos. Pelo visto sua ganância era maior do que o ódio que tinha por mim e meus pais. Como vinha fazendo desde que ela começou, duas semanas atrás, eu a ignorei.

  Enquanto me distraia com uma rede social qualquer, eu conseguia sentir o peso dos olhos cegos da velha sobre mim, analisando-me com curiosidade, e, parecia loucura, mas eu sentia o relicário queimar mais e mais sobre o escrutínio do seu olhar.

  Ela deveria estar se perguntando o que uma garota como eu estava fazendo aqui. E eu não podia culpá-la, pois, tanto quanto ela, minha aparência não me camuflava no ambiente. Para começo de conversa, eu era uma garota de dezessete anos com feições de quinze. Sempre aparentei ser mais jovem do que realmente era – haveriam meus pais errado a data de meu nascimento? Era uma nova possibilidade – sem mencionar minhas roupas. Eu não me vestia de modo selvagem ou atrevido, como uma garota que frequenta lugares assim, suponho eu, deveria se vestir. Sempre tive um estilo simples, eu era uma garota de blazers e jeans suaves em tons e estampas da moda ou saias delicadas e botinhas. Um casual chic, talvez?

  Ouvi passos pesados vindo do corredor escuro, e um cara com moicano preto e olhos azuis – provavelmente na casa dos vinte e poucos – surgiu, limpando suas mãos em um pano encardido. Ele era bonito, de um jeito estranho, mas bonito.

— Você pode cuidar do resto, Jojo? – perguntou ele, olhando para a velha. Jojo não combinava com ela, definitivamente.

— Claro querido. – ela sorriu e piscou para ele, mandando-lhe um beijinho manhoso enquanto se afastava pelo caminho que ele tinha vindo.

  Notei, vagamente, o calor do relicário vigilante se acalmando.

  Enquanto ela andava com dificuldade para longe, Gustav torceu seu pescoço e observou-a ir. Percebi seu olhar descendo pela extensão do corpo frágil e flácido da velha e ele... Pera aí, ele manjou a bunda dela?!

  Pigarreei com força, tentando, desesperadamente, afastar a atenção daquele brutamonte da pobre e velha – e estranha – Jojo. Gustav me notou pela primeira vez, lançando-me um olhar irritado por distrai-lo da bunda da velha. Ele me esquadrinhou com os olhos claros por um momento, antes de sorrir irônico, me esforcei para não demonstrar meu incomodo.

  Gustav era o que um tatuador, acredito eu, deveria ser. Além do alto e espetado moicano com reflexos verde, Gustav usava calças jeans pretas e grossas, com uma corrente prata deslizando do quadril até se fixar sobre a coxa direita, um par de pesadas botas militares e uma regata verde musgo ajustada ao corpo. Reparei que também tinha alguns piercings pelo rosto: um no canto da boca, dois na sobrancelha esquerda e outro maior entre as narinas. O cara era completamente adepto ao estilo Punk.

— Você é Gustav? – perguntei, chamando sua atenção de volta para os meus olhos. Ele fez uma careta e assentiu.

— O que você quer? – gentileza passou longe...

— Er... Jojo. Ela disse que você tinha uma hora vaga agora. – ajeitei minha bolsa sobre o ombro, sentindo-me desconfortável.

— E? – ele me olhou entediado, esperando que eu prosseguisse.

— E que eu queria fazer uma tatuagem.

— Já decidiu o que quer? – Gustav apoiou seus braços, ambos cobertos de cabo-a-rabo por uma legião sem fim de tatuagens indecifráveis contra o balcão. Com um gesto mínimo ele empurrou o portfólio de tatuagens na minha direção.

— Na verdade sim. Eu quero fazer o desenho de um dragão na parte interna da minha coxa.

  Gustav ergueu suas sobrancelhas e arregalou os olhos, pasmo.

— Sério?

— Não. Eu quero as iniciais dos meus pais no meu pulso. – babaca, completei mentalmente, fechando a cara para ele.

  Sua expressão murchou de novo e ele fez um som esquisito com a garganta.

— Tá legal. Vamos ao meu estúdio, fica no final do corredor.

***

  Uma hora depois estava terminado. Gustav tinha feito um ótimo trabalho com as agulhas, eu tinha que admitir que, como babaca, ele era um ótimo tatuador. As letras A e J estavam desenhadas de um modo elaborado e delicado, com uma caligrafia fina e curva, cruzando-se nas pontas. Eu não poderia ter gostado mais, e me senti triste ao pensar que seria apenas temporário, era uma homenagem que eu adorei fazer, e mesmo assim só representava o mínimo do que eu sentia. Talvez eu a tornasse permanente mais tarde.

  Gustav estava me passando as recomendações de cuidado, o que eu estranhei, hena precisa de cuidados? Mas ouvi com atenção, anotando tudo mentalmente.

— Lembre sempre de passar esta pomada, entendeu? – ele repetiu, tratando-me como uma estúpida. Apenas revirei os olhos e assenti.

  Estávamos eu, ele e Jojo na recepção mais uma vez, esperando que Jojo passasse meu cartão de crédito para que eu pudesse ir, mas ela parecia estar tendo um problema com a máquina. De repente, um cara mal encarado trajando uma pesada jaqueta de couro atravessou a porta de metal da entrada. Ele olhou em volta, até avistar nos três. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios finos, e ele caminhou decidido em nossa direção. Não tive tempo de ter uma reação, e logo ele estava agarrando Jojo e a apertando, estalando um beijo babado em sua boca murcha.

  Encarei a cena estupefata.

— E aí, gostosa? – disse ele em uma voz rouca e assustadora.

  A velha Jojo sorriu de modo travesso para ele, como uma colegial faria com seu primeiro namorado.

— No estúdio não, Thor. – reclamou Gustav, olhando para os dois de esguelha, como se estivesse com ciúme. – A senha, por favor.

  Eu não conseguia deixar de encarar os dois, tanto que nem notei quando Gustav resmungou mais uma vez que eu deveria colocar a senha. Quando sai do transe, estavam os três olhando para mim.

  Senti minhas bochechas corarem e digitei a senha rapidamente, pegando a nota e enfiando ambos em minha bolsa antes de sair rapidamente dali, apenas agradecendo sobre meu ombro.

— Volte sempre, lobinha. – gritou Jojo com a voz maliciosa e uma estrondosa risada.

  Puxei a porta de metal com força e sai para a manhã fresca. Respirei fundo e olhei em volta. O trânsito já tinha acabado e o caminho estava completamente livre para que eu pudesse seguir viagem.

  Olhei mais uma vez por sobre o ombro, encarando a fachada daquele lugar bizarro. O que aconteceu ali? Eu só conseguia me perguntar isso, repetidas e repetidas vezes. Com passos apressados eu voltei para o meu carro, tomando um momento antes de ligá-lo e retomar meu caminho. Eu ainda podia sentir a atração que me puxava para lá. Tinha sentido ela principalmente na presença de Jojo. E também havia o relicário vigilante, que finalmente se acalmou, e não queimava mais minha pele. Estranho.

  Lancei um último olhar para o estúdio de tatuagens “Tattoo You”.

  Bom, o que posso fazer? Cada um com seu fetiche estranho... Amém.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Moon's Secret" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.