A sirene desperta a todos, o dia chegou, quase ninguém dormiu a noite, na verdade poucos são os que dormem aqui. Hoje fecha dois anos desde a morte de Coin, e hoje começa os jogos, sorteios serão feitos para decidir quem serão os doze meninos e doze meninas que vão lutar até a morte para a diversão dos Distritos.

Somos todos levados até um grande salão, numa das paredes há um palco onde Katniss Everdeen e Peeta Mellark estão ao lado de uma caixa contendo nossos nomes, conforme vou me aproximado do palco percebo o olhar triste presente neles. Depois que todos entraram no salão Katniss começa o discurso sobre como surgiu a ideia dos jogos, e Peeta conta toda a Guerra entre os Distritos e a Capital. Após os discursos começa a retirada dos nomes.

Sete nomes são tirados antes de sair o meu.

— Katlyn Nolan – Pronuncia Katniss.

            Sou levada a uma segunda sala onde os outros dezesseis vão entrando aos poucos. Entramos no trem, nunca havia imaginado que o trem do qual o meu pai sempre me contou história sobre uma máquina a vapor que passa por todas as paisagens dos Distritos, praias, colinas, montanhas, plantações, minas de carvão, grandes indústrias, mares, rios e lagoas, agora me levaria ao Jogos Vorazes.

            Toda a Capital foi destruída, e lá uma nova arena construída, muito mais sádica que as anteriores, armadilhas, novas feras, armas, novas tecnologias, avançaram muito nesses dois anos!

            A noite chega no trem e o jantar é servido, poucos comem, rostos vermelhos e úmidos pelas lagrimas são visíveis em todo lugar, nunca imaginaria ver crianças sempre tão esnobes e mimadas, neste estado, com roupas simples, sem penteados, maquiagens, cabelos coloridos, lentes, unhas pintadas e todos os aparatos da Capital, nem eu mesma me imaginaria nesta situação!

            Ao amanhecer saio do quarto a qual fui resignada na noite anterior, e vou até a sala de estar, onde havia uma parede inteiramente de vidro, eu queria ver a paisagem, queria esquecer tudo isso, mas não queria chorar! Para que gastar meus esforços em vão? Queria aproveitar estes pequenos momentos. Pulo por cima do sofá da sala de estar indo atrás dele, o esconderijo perfeito para olhar o mundo passando, porem acabo aterrissando em cima de um garoto, que provavelmente tivera a mesma ideia que eu, me afasto e me ponho de pé, ele faz o mesmo.

—Oi – Diz ele quebrando o silencio.

—Oi – Digo meio sem jeito

—Meu nome é Nate e o seu?

—Katlyn

—Imagino que você também tenha vindo olhar a vista, acertei?

—Imagino que você tenha vindo fazer o mesmo, certo?

     Ele esboça um sorriso e concorda com a cabeça. Passamos o dia inteiro olhando os Distritos, e todas as suas belezas, o sol já está se pondo quando finalmente saímos de trás do sofá, minha barriga está roncando então vou até a sala de jantar.

            Após o jantar me dirijo ao mesmo quarto da noite anterior, e em cima da minha cama há um bilhete:

Que tal darmos uma olhada nos Distritos á noite? Ver as luzes e as casas!

         -Nate Prestan

            Depois que todos vão dormir eu me dirijo para a sala de estar, no esconderijo, desta vez pouso mais devagar, e sem cair em cima dele, ficamos olhando a paisagem até o sono chegar.

            Somos acordados com uma buzina indicando que o trem chegou, ao contrário de antes, não temos mais tempo de treinamento e somo diretamente levados a um vestiário onde colocamos uniformes e depois vamos cada um a um elevador, antes de sermos separados Nate corre me abraça e me dá um beijo, e mais rápido do que veio, ele volta. Antes que eu tivesse tempo de reagir o elevador sobe, nos mostrando a arena. Ela é gigantesca, circular, e dividida por biomas, no centro há uma mesa cheia de armas, arcos, flechas, espadas, lanças, tudo, armas imagináveis e inimagináveis.

E os auto falante gritam:

  - 3... 2... 1... Que os jogos comecem.