Baile de los Pobres escrita por Miss Addams


Capítulo 1
Primeiro Passo




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Miami,

Flórida.

 

No tengo mucha plata, pero tengo cobre aquí se baila como bailan los pobres

 

 

Christopher

Arrogância era uma palavra que eu não gostava desde que era um moleque, quando só pensava em jogar bola nas ruas do México.  Pessoas arrogantes só servem para mostrar tudo o que eu não quero ser. Ter autoestima, saber e exaltar suas qualidades, não faz mal para ninguém e eu não sou contra a isso. Só que é bem diferente quando alguém se torna cego por sua arrogância, o mito de Narciso e Eco é um grande exemplo dado pelos gregos na Antiguidade. O mais engraçado é que parecia que eles sabiam onde a nossa sociedade pararia. Não quero dizer em questão de perder a visão literalmente falando, mas só enxergar a si própio ou aquilo que lhe convém é uma merda, era algo que me tirava realmente do sério.

E tenho sangue quente, sabe como é, sou um homem latino, ainda mais sendo mexicano! O meu país é rico em diversos aspectos culturais, um deles é que somos expects em melodramaticidade, produzimos novelas e mais novelas com o mesmo conteúdo. E vende, ainda por cima! Como um bom garoto criado por mulheres, eu era praticamente obrigado a acompanhar algumas dessas novelas e particularmente achava engraçado a forma como alguns temas eram retratados. Como, por exemplo, a vingança

Se neste momento eu fosse um personagem de novela mexicana teria um nome duplo, um passado triste ou um amor infanto-juvenil onde por algum motivo nós nos separamos e eu passaria a acreditar que a família dela, e ela são pessoas más e depois que o tempo tenha passado eu nutriria além do ódio, o amor, porém queria me vingar.

Nisso entre foco de câmeras, trilha sonora de suspense para revelações sobre paternidade e suposta origem de família rica, entre trancos e barracos teria o meu final feliz. Bem, seria divertido, típico, mas divertido e de fato estamos falando de uma vingança minha. Entretanto, já que vivo em Miami, tem certo tempo que a minha fonte de inspiração não foi alguma novela mexicana para me vingar. E sim, algum daqueles filmes americanos de comédia romântica. Eu estava assistindo um deles e de lá tirei uma boa ideia, pelo menos, no meu caso servirá como uma boa punição.

Se tudo ocorrer como o planejado eu vou terminar essa noite realizado. Neste momento eu estou vigiando a entrada da mansão, onde tem uma equipe de segurança grande, o que era típico para aqueles casos já que está rolando uma festa em comemoração de algo cliché que não me interessa. O que eu quero mesmo esta dentro da festa.

:- Você é bem maluco mesmo exatamente como o meu primo disse. – Escutei a voz de Tiago de perto, primo do meu melhor amigo, chegou falando sem sequer me cumprimentar. Estava tão concentrado que nem escutei seus passos.

:- Finalmente você apareceu, eu estou aqui há horas. – Eu tive que reclamar, ainda que meu esforço valeria a pena.

:- Fica tranquilo, cara. Eu estava trabalhando e avaliando suas chances, estou na minha pausa agora. – Ele comentou agora ficando mais próximo. – Olha só a sua roupa parece até um deles. – Ele sorriu assombrado ao me ver.  – É só esconder essa bandana e as correntes e ficará perfeito.

:- Eu vou fazer isso. – Eu tirei meus acessórios e guardei no bolso da minha calça jeans. – Então, vou conseguir invadir essa festa?  - Perguntei com ansiedade sem poder mais me conter.

:- Sim, você consegue, mas tem que ser sangue frio, eu já vi eles tirarem sete penetras. Então estão mais atentos, por isso consegui pegar o seu cartão de visitas. – Tiago sorriu ao tirar do bolso um envelope e antes de me dar brincou com ele entre os seus dedos.

Era um convite da festa fechado.

:- Como você conseguiu? – Eu fiquei assustado confesso, olhando o nome por quem eu me passaria. Alexandre Casillas, quase o meu nome mesmo.

:- Não importa isso agora, tenho que te explicar algumas instruções antes que termine meu tempo aqui, está vendo aquele segurança ali. – Ele me apontou para um dos que estavam trabalhando para a família Baker. – Ele é novo na equipe de segurança, então é um dos elos fracos da equipe, será mais fácil entrar se você focar nele, já que se houver qualquer confusão não vai querer criar problemas no seu primeiro dia de trabalho. Além do mais descobri que ele é filipino e imigrante ilegal. Consegui esse convite, mas se tiver problemas na entrada, bastar fingir ser um desses playboys.

:- Certo. Obrigado cara! – Demos um toque de mão estalado.

:- Para nada! Se der tudo certo eu te encontro lá dentro e vou aumentar o seu patamar – ele me apontou o dedo sorrindo ao pensar na possibilidade - invadir uma festa dessas não é para qualquer um. Nos vemos. – Ele acenou e saiu apressado me deixando sozinho.

Demorei ali fora mais alguns minutos e no momento que achei mais apropriadao andei e até dar a volta no quarteirão quase completa. No caminho coloquei óculos escuros, isso me ajudaria a perder o contato visual algo importante para não identificar um mentiroso, liguei o meu celular e fui andando o que faltava até a entrada da festa. Inclusive, estava desorganizado quanto aos manobristas pegarem as chaves e os carros estacionarem assim não notariam que eu cheguei a pé.

Fiquei na direção do segurança novato e entrei num personagem, seria como um daqueles arrogantes, típicos mauricinhos com quem eu lido vez ou outra, infelizmente. Comecei uma conversa imaginária com o celular pouco antes de ser minha vez, a recepcionista me deu boa noite sorridente e pediu o meu convite, lhe entreguei sem sequer olhar para ela e continuei fingindo conversa com um amigo imaginário sobre minha última viagem a Ibiza. 

Percebi que ela conferiu na lista três vezes o meu nome e não o encontrava e eu me controlei para não demonstrar qualquer sinal de que eu era um farsante. A recepcionista me olhou e quando percebi que chamaria minha atenção, me adiantei a ela.

:- Vai demorar muito para fazer o seu trabalho? – Perguntei ríspido desligando a minha ligação imaginária. A tratei com a ríspidez, na qual, muitas vezes já fui tratado por esse tipo de gente. A recepcionista desistiu da ideia de me perguntar quanto ao meu nome não estar na lista, vendo que se formava uma grande fila  para que os outros convidados entrassem bem atrás de mim.

:- Claro que não, senhor, desculpe a demora. Por favor, me estenda o braço para que eu coloque sua pulseira e tenha o acesso à festa.

Antes de fazer o que ela pediu eu bufei fingindo tédio. Era outra característica também de pessoas assim, quando eu faziam algo semelhante comigo eu já xingava até a décima primeira geração passada, claro tudo discretamente sem ser na presença da pessoa, assim como essa garota que estava me recepcionando deveria estar me xingando internamente. Dava para ver na sua expressão. Por fim, ela colocou no meu pulso uma pulseira amarela neon com o nome vip em preto negrito,  passei por essa etapa agora tinha que passar pelo segurança.

Bloqueei meu celular e o deixei na mão indo em direção ao segurança que estava distraído olhando para outro lado, forcei um esbarrão e quando ele me olhou abaixei meus óculos e com um olhar severo falei para ele prestar atenção em seu trabalho.

:- Sim senhor, me desculpe! – Me respondeu depois de engolir saliva, eu sabia o que era isso também era mais uma forma de se conter. Depois disso ele deu um passo para a esquerda e deixou o meu caminho livre.

Fui caminhando com firmeza algo que eu não sei explicar da onde veio, por fim eu estava dentro da mansão. Dava para escutar a música abafada e ver os garçons rondando com suas bandejas para servir. Havia um DJ para animar a festa, apesar de que poucos dançavam e estava tocando uma música com batida eletrônica repetitiva só que não estimulava a vontade de dançar de ninguém dos convidados.

Eu tinha que conhecer o meu território melhor, mas estava apreensivo quanto a me reconhecerem. Isso poderia acontecer, por isso tinha que ser discreto, ao menos até concluir minha missão aqui.

Peguei um taça de champanhe de um dos garçons que passou próximo a mim. Isso eu não consegui resistir, fora o fato de que me ajudaria a me camuflar em meio aos convidados. Estava impressionado comigo mesmo por conseguir vestir uma roupa bem semelhante a deles. Era emprestada sim, mas já valeu a pena por conseguir penetrar esta festa. Eu tinha que mudar minha postura para ficar sempre ereta, mal olhando os outros nos olhos, conversas superficiais eram ditas. Descobri que aquela festa era dada para comemorar mais um grande feito do senhor Baker em sua empresa, uma parceria com outra empresa sueca. Incrível, mais alguns milhões na conta dele. Aplausos! Pena que o dinheiro dele não o faz ser uma pessoa menos preconceituosa. Revirei meus olhos, ele já era podre de rico e ainda ganhava mais e comemorava com uma festa grande daquela enquanto há pessoas trabalhando suado para conseguir alguns dólares por hora e mal conseguia pagar as contas no fim do mês, o mundo era bem injusto ás vezes.

Enquanto eu estava pensando nisso foi quando vi o meu alvo. Ela, finalmente apareceu na festa do pai, estava usando um vestido branco que tenho certeza que se eu vendesse dava para comprar uma casa na periferia e viver tranquilamente. Ela sempre costumava usar roupa de grife, claro que numa noite como essa iria expor ainda mais o poder da sua alta classe social.

Anahí estava com suas amigas, algumas eu conhecia de vista na Univerdade de Miami, local onde estudamos e geralmente zona da nossa guerra particular. Hoje, no entanto, eu me vingaria, lhe mostraria uma lição que equilibraria o placar mais ao meu favor.

Acho que estava mais que na hora de agitar aquela festa, chega de música eletrônica de baixa qualidade, tinha que começar um ritmo melhor nessa festa. E como eu queria dançar fui andando até o DJ e lhe fiz um pedido, ele pareceu aliviado de finalmente poder trocar o gênero musical.

Poucos segundos depois quando eu já estava afastado, o DJ começou o toque forte da minha música escolhida e isso chamou à atenção dos convidados, que logo se animaram e vários foram para a pista. Todos hipócritas do meu ponto de vista, porque fora daqueles muros geralmente eles detestavam a cultura latino-americana, mas deixar de dançar o que estava na moda era praticamente um crime para aquela gente podre.

Bem deixando minha raiva de lado, vi o senhor Baker disfarçando a sua irritação pela música que estava tocando e por ver que seus novos sócios suecos estavam adorando tudo. É melhor preservar a fonte de dinheiro, não é senhor Baker? Eu ri sozinho. Agora deixando isso de lado, tenho que me concentrar no meu alvo.

Anahí parecia outra garota da qual eu conheço, talvez pelo fato de que ela não sorrir muito quando estou presente, mas ali na pista de dança com as amigas ela estava solta. Dançando ao som da batida forte, movendo seu corpo e que ninguém escute meus pensamentos, ela tinha jeito para dançar. Tenho olhar apurado para isso. Aquela seria a minha melhor forma de abordagem, eu deixei a taça de champanhe em uma mesa vazia e tirei meus óculos, fui passando entre os convidados e me aproximei fazendo alguns passos de dança. Ficando bem atrás dela peguei sua cintura e a puxei contra a mim. Ela se virou para ver quem tinha feito isso e sua primeira reação foi de surpresa que se passou em questão de segundos e deu lugar a mistura de descrença e irritação em sua expressão.

:- O que diabos você faz aqui? – Ela se afastou para perguntar num tom de voz gritado porque a música estava mais alta.

:- Dançando. – Eu respondi cínico. – Com você. – Completei sorrindo e ficando mais próximo.

:- Como você entrou nessa festa? Ela é particular e você é um penetra, vou chamar a segurança e você logo estará beijando o asfalto da rua. – Ela me ameaçou irritada, eu tinha que virar o jogo, não podia sair da festa antes de terminar o que eu comecei.

:- Fica tranquila. – A puxei pelo braço gentilmente antes que ela saísse dali. – Na verdade, você deveria dançar comigo, olha só os convidados do seu pai estão se divertindo. – Eu comentei olhando para algumas pessoas em nossa volta que em nada pareciam os entediados de antes. – Não vá fazer nada para que prejudique a festa do seu papi.  Baker! – Eu sorri pegando a cintura dela grudando na minha para dançar a batida marcada, adorava provocá-la dizendo o seu sobrenome, isso a deixava muito irritada.

Pensado e feito. Ela bufou ao olhar onde estava seu o pai, eu tinha razão ela não faria nada que manchasse aquela noite, até porque eu não tinha feito nada... Ainda. Ela continuou dançando comigo, só que dessa vez mais retraída e como sou abusado comecei a exigir mais da dança dela. Sabendo que não me contrariaria, não na frente de todos.

:- Era la musica that made my dreams come true, era la musica as we danced the night away… - Eu cantei em um momento em que minha boca ficou próximo a orelha dela. Quando olhei seu rosto tinha confusão e irritação por ser obrigada a ser a boa filha e dançar comigo.  A música estava chegando aos acordes finais e terminaria e como nosso último passo juntos eu a girei em volta do meu corpo e depois de pegá-la pela cintura, empurrei metade do seu corpo para o seu lado oposto e a puxei de volta ao meu encontro. Finalizamos a nossa dança em grande estilo, apesar de sua surpresa, ela me acompanhou a altura.  Alguns que estavam a nossa volta aplaudiram nossos passos de dança e eu fiquei encarando seu olhar.

Ela era uma boa dançarina.

Com esse pensamento ridículo voltei em mim. O que eu estava pensando? Eu tinha um objetivo e estava me desviando dele. Por isso eu me afastei antes que qualquer ato meu me prejudicasse. Me afastei dela ainda com o seu olhar azul em minha mente, fui passando entre os convidados e caminhando na direção à sala da mansão.

Numa festa como aquela não seria difícil achar um lugar vazio e afastado do barulho. Não tive problemas para andar pela mansão conhecia esse tipo de lugar, poderia até parecer um labirinto, só que mansões como esta eram similares entre si especialmente em suas arquiteturas. Como eu já trabalhei pintando esse tipo de lugar durante algum tempo tinha alguns bons palpites de onde poderia estar o que eu queria.

Procurei por um cômodo em específico que não demorei a achar, depois de tentar abrir duas portas e errar meus palpites, eu estava dentro do quarto de minha inimiga. Sorri, mas eu tinha que ser rápido por ter pouco tempo.

Peguei meu celular do bolso, testei a câmera e após confirmar que tudo estava funcionando perfeitamente, coloquei no modo de gravação, e escolhi o melhor lugar para deixá-lo apoiado. Me vendo pela câmera frontal à qualidade estava perfeita. Tudo estava se encaminhando bem, agora só faltam dois detalhes. Me afastei para ver o melhor ângulo de onde ficar, que foi um metro precisamente afastado do meu celular, assim aparecia uma imagem de corpo inteiro e teria um vídeo perfeito. Tirei do meu bolso a minha corrente e a minha bandana e coloquei meus adorados acessórios foi justamente nesse instante que o outro detalhe apareceu.

Anahí entrou em seu quarto.

:- O que é que você está fazendo aqui dentro? – Ela quase gritou, me olhando desesperada. Eu a entendo ter um inimigo no seu quarto não era uma boa notícia e não seria mesmo daqui alguns segundos. – Saia daqui imediatamente, o que você tem na cabeça, hein marginal? – Ela continuou esbravejando dizendo o meu adjetivo carinhoso e quando se encaminhou no ponto certo. Eu tinha que a fazer permanecer nele.

:- Eu não queria ter que invadir a festa do seu do seu pai, mas foi necessário. – Eu comecei me lamentando e ela parou de falar, tinha ganhado sua atenção e estava no caminho certo.

:- Do que está falando? – Ela colocou uma mão na cintura. Dava para acreditar que estávamos dançando lá em baixo poucos minutos antes? Não consegui controlar esta lembrança.

:- Eu tenho algo muito importante para falar com você. – Eu disse soando sério.

:- O que seria de tão importante que você não poderia esperar até que nos víssemos na universidade? – Ela perguntou debochada. Esse jeito dela que me irritava por sempre parecer que eu sou inferior a ela.

:- Eu tenho que me desculpar pela nossa última briga. – Engoli saliva tentando soar o mais verdadeiro possível apesar de estar mentindo. Um mero detalhe. – Eu errei, peguei pesado e por isso vim até aqui me desculpar. – Me aproximei dela andando numa linha reta para não perder meu ângulo.

:- Você está se desculpando comigo? Eu devo estar sonhando mesmo. – Olhava sorrindo desacreditada pra mim. Mas, tinha um olhar vitorioso ao mesmo tempo.  – Admitir que está errado é o mais sensato a se fazer, eu aceito suas desculpas. Agora saía daqui.  – Ela apontou para a porta e de debochada foi para mandona, como se eu fosse algum empregado dela.

:- Eu já vou sair do seu quarto. – Falei e fui cortado por ela.

:- Não, você vai sair dessa festa. Não posso permitir que permaneça aqui sendo que sequer foi convidado. – Ela me desconcertou com isso, mas não teria problema desde que eu saísse dali com o meu plano concluído.

:- Eu vou fazer o que está pedindo, mas antes eu preciso te falar mais uma coisa.  – Ela cruzou os braços e ficou esperando já ficando impaciente por eu não fazer o que ela mandava.

:- Eu também percebi que além de estar errado, eu sou cego e um tolo por não ter percebido antes. – Encurtei a distância que faltava entre nós dois, descruzei os braços dela olhando fixamente em seus olhos. – Eu percebi que sou completamente apaixonado por você.

:- O quê? – Ela estranhou, mas antes que pudesse ter qualquer reação eu a beijei. Ela tentou me afastar, mas eu insistir a abraçando com mais firmeza.

Foi completamente estranho, eu poderia me afastar assim que ela me retribuísse o beijo, ficaria perfeito no meu vídeo e sairia melhor que a encomenda, mas eu não conseguia parar. Puxei o seu corpo mais próximo do meu, pela cintura, assim como fizemos enquanto dançávamos e aproveitei para puxar seu cabelo enquanto fazia o mesmo com seu lábio.

Demorou até que eu abrisse os olhos, ficamos de narizes colados e respirando em sintonia. Ficamos nos encarando por alguns segundos, foi um beijo tão quente e entregado. Passei a olhar dos seus olhos até sua boca pensando se voltava a beijá-la de novo. Mas antes que eu pudesse fazer isso. Ela me empurrou e logo em seguida me deu um tapa que me fez virar o rosto.

Logo senti a parte atingida quente pelo forte tapa que levei.

:- Nunca mais faça isso! – Ela ordenou como se eu fosse um dos seus súditos e ainda apontou o dedo no meu rosto.  

Não dava para saber o que ela realmente estava sentindo. Não foi como a primeira rejeição em que eu senti que ela mesmo inconsciente me deu espaço para me aproximar e dar um beijo de verdade. Agora ela parecia sentir nojo.

:- Sim vossa majestade, já fiz o que eu queria aqui. – Sorri a contragosto antes de caminhar até onde eu tinha deixado o meu celular. Salvei o vídeo antes que ela pudesse ver o que estava fazendo. 

:- O que você fez? – Ela veio até onde eu estava e tentou ver minha mão, eu tirei o meu celular do seu alcance pelo menos por alguns segundos. – Você estava filmando? Que desgraçado! Eu sabia que estava aprontando alguma. Apaga! Deleta isso imediatamente.

:- E porque eu apagaria? Com isso aqui eu ganho nossa disputa e sua reputação vai por água a baixo. – Eu ri agora ainda mais por não ter que representar nenhum papel. Mas, logo recebi outro tapa dessa vez no peito. O olhar desesperado dela me divertia.

:- Apaga ou vou pedir para os seguranças da festa destruir o seu celular. – Anahí me ameaçou. E eu tive que parar de rir ela sabia que meu celular era muito importante para mim. Não pelo o que tinha armazenado nele e sim, por ser a minha fonte de renda, por ele que eu trabalho e eu precisava muito de trabalho.

:- Não precisa disso! Eu vou apagar o vídeo. – Eu falei sério e irritado pela ameaça dela, por isso não me arrependia do que fazia para humilhar essa garota egoísta de uma figa.  E mostrei a tela do meu celular para ela e na sua frente apaguei o arquivo do vídeo.

:- Ótimo, agora some da minha vista, se eu sair do meu quarto e ver você andando ainda por aqui, amanhã você vai aparecer com vários machucados inexplicáveis na universidade. – Ela me empurrou grosseiramente e me surpreendeu pelo fato dela ter uma aparência frágil, na realidade ela tinha muita força. – Agora tenho que desinfetar meu quarto! – Ela comentou alto se referindo a mim. Enquanto eu caminhava fingindo frustração para fora. Assim que sai e fechei sua porta, sorri abertamente.

Vingança concluída. Amanhã quem teria uma surpresa com certeza seria ela.

 

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Notas finais do capítulo

Música da dança deles: Era la Música - RBD

Até a próximo capítulo.

:)



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