“Vocês simplesmente não podem continuar sem ter as devidas aulas! Ora, a Trainers School está aqui para isso! Nós somos totalmente necessários para guia-los no caminho que um treinador deve seguir! Sem nós vocês estariam perdidos, sem rumos, sem noção...”

O discurso da velha professora continuou enquanto as almas de Star e Comet pareciam sair pela boca.

“Que saco...”, pensou Star. “Como diabos eu vim me meter nisso? Eu só queria entrar no terreno porque vi uns pokémons pra capturar e agora to preso nisso...”

“Por que eu fui inventar de acompanhar o Star, agora to preso nisso aqui...”

Quando a professora se virou, ambos tentaram sair de fininho, apenas para serem pegos pela orelha e arrastados para dentro da escola.

“Espere, temos que cuidar desses ovos!!”, reclamou Comet.

“Não se preocupe, rapazinho, somos capazes de cuidar deles pra vocês enquanto estão em aula!”

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“Como sabemos, o status de envenenamento é a principal tática usada por pokémons do tipo venenoso. Ela pode ser usada como um mecanismo de defesa, como os pokémons registrados com poison point. Plantas e insetos são mais propícios a ter esse tipo, mas também observamos...”, a voz monótona do professor parecia mais efetiva que sleep powder.

O ruivo olhou ao redor da sala. Algumas crianças pareciam interessadas e anotavam o que o professor falava. Outras estavam desenhando ou dormindo. Comet parecia fazer muita força para continuar acordado, mas não se mostrava fácil, pois sua cabeça vez ou outra caía para a frente.

Quando olhou para trás e viu a tentadora janela aberta, com a fresca brisa marítima de Hau’oli chamando-lhe para desbravar o mundo.

Ele nunca fora muito de aulas mesmo.

Arranjou uma folha de papel, escreveu algo, fez um aviãozinho de papel e jogou na direção de Comet, atingindo-o na cabeça. O professor estava de costas, logo, não percebeu.

“Ei!”, reclamou mentalmente o moreno de óculos.

Quando pegou o papel, ele abriu para ler o que tinha escrito:

“Eu não sei você vai ficar aí, mas eu me mandei, é mais fácil ficar acordado com a cantoria de um Jigglypuff!! >=) “

“Malditooooooo....”, pensou o moreno com águas nos olhos, olhando para o fundão, uma fileira atrás da sua, no lugar vazio de Star.

Quando ele tentou se virar para fazer o mesmo, o professor lhe pegou no meio do ato. Ficou o garoto de pé encarando o professor e vice-versa.

“Comet, o que pensa que está fazendo? Mal chegou na escola e já quer faltar aulas?! Você acha que será um bom treinador se não estudar?”

Comet estava irado, mas não respondeu, apenas pensou comigo mesmo com lágrimas nos olhos:

“Em Johto não somos obrigados a participar dessa baboseira de escola para treinadores...”

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“As ilhas do suuuuul são tão quentinhaaaas, paina puru puru, suas cabeças ficam quentes e os professores são idiotaaaas!”, cantarolou Star girando uma pokeball na mão. “Se não me engano tem um gramado alto perto da escola, dizem que lá sempre aparecem pokémons, vamos lá!”

E assim ele traçou seu curso.

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“Como eu estava dizendo, Slowpokes não podem ficar confusos. Seus cérebros são lentos demais para entenderem a confusão... Oh, ho ho, como é divertido aprender!”

“Eu aposto que o Star tá realmente se divertindo em uma hora dessas!”, choramingou Comet, que havia sido movido para a fila da frente.

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“Ceeeeeerto, Tora, use ember!!”, gritara Star.

Seu parceiro retribuiu com seu jeito calmo e indiferente, cuspindo fogo no magnemite, que desmaiou de uma vez.

“Outro magnemite que desmaia, por que será?”, se perguntou o ruivo passando a mão no cabelo.

Se ele tivesse prestado atenção nas aulas, ou ao menos se lembrasse do que o Professor Kukui ensinou uma vez, saberia que metal é fraco contra fogo.

“Bem, deve ser apenas por que o Tora é forte demais pra eles! Hahahahah!”, riu triunfantemente.

Quando parou para respirar, observou pelo canto do olho um pequeno vulto em uma árvore perto dali, que logo se escondeu.

Seus olhos entraram em chamas e seu sorriso dominou seu rosto.

“Agora vai!”, disse para si mesmo.

Ele correu para árvore com vontade, pulou para o lado na tentativa de ver o que havia ali, mas não encontrou nada.

Um pequeno animal branco o observava por trás.

Quando ele se virou do nada e deu a volta na árvore, também não tinha nada ali.

Novamente ele sentiu algo atrás de si.

Se virou e não viu nada além de um monte de terra revirada.

“Ele tá me testando ou algo assim?”, pensou já irritado o ruivo.

Ele fingiu que ia se virar. O pequeno animal escondido debaixo da terra saiu aos poucos...

E do nada Star se virou gritando, espantando o Pokémon e levantando-o da terra.

Era um Grubbin.

“Oh, um Grubbin, legal! Tora, vem aqui, vamos captura-lo!”

Ele ouviu um miado e em alguns instantes o Litten estava ao seu lado, sem ligar muito.

“Bem que você poderia ser mais pró-ativo, né?”, pensou Star com uma gota atrás da cabeça.

Ele não ligou.

“Bem, tanto faz, use Em... Ou melhor, use Lick!”, corrigiu-se.

Meio com nojo, o gato seguiu a ordem de seu treinador e lambeu o inseto, que estava tremendo na presença de seu oponente.

Depois de um tempo pra processar o que havia acontecido o bicho apenas se afastou e se enterrou de vergonha.

“Ué... Grubbin sabe usar Dig?”, se perguntou com olhos como se fossem pontos.

Eles esperaram ele se mover, mas o pequeno montinho de terra não saía do lugar.

Star e Tora encaravam sem entender bem.

“Bem, acho que não tem problema se for só ao redor...”, pensou Star de maneira sádica induzida pela loucura de diversas falhas em suas capturas “Tora, use Ember ao redor dele, vamos força-lo a sair!”

O Litten miou e realizou o comando, forçando o Grubbin a sair, aparecendo bem em frente ao felino.

“Agora, use Lick!”, ordenou com vontade o ruivo.

E o felino lambeu o inseto.

“De novo!”

Outra vez.

“Lick!”

E assim continuou por inúmeras vezes.

Quando ele viu que o Grubbin chegara a ficar tonto de tanto levar este nojento golpe, Star aproveitou e arremessou sua pokéball com força na cabeça dele, derrubando-o para trás antes que ele entrasse na esfera.

A bola virou.

A bola virou.

A bola virou.

E ele fora capturado.

Star não tinha palavras para reagir. Era algo tão simples para qualquer treinador, mas seu primeiro Pokémon capturado o encheu de alegria.

“I-isso foi incrível, muito obrigado, Tora!”, agradeceu Star, percebendo depois que o felino estava vomitando.

Assim como o Grubbin não gostava de ser lambido, o Litten não gostava de lambe-lo.

“D-desculpe, parceiro...”, pensou enquanto acariciava as costas do animal.

“Senhor Star, mas é muita audácia sua em matar aula assim!”, ouviu a professora gritando nas suas costas.

“Tch”, soltou o garoto sem se virar.

“Não me venha com Tch!”, respondeu ela irritada.

“Qual o seu problema, falando sério? Eu realmente preciso ficar nessa escola? Eu já sei batalhar e acabei de capturar meu primeiro Pokémon sozinho!”, irritou-se ele.

“Mas é claro que sim! Sem nós aqui, como você aprenderá sobre o mundo?”

“Sei lá! Vivendo nele, talvez?!”

A discussão ficava acalorada, quando no momento seguinte outra mulher, um pouco mais nova que a outra, surgiu. Ela parecia ser bem mais gentil.

“Vamos, vamos, Margareth, qual a necessidade de brigar tanto com o rapaz? A Trainers School não é obrigatória, não é mesmo?”, disse ela tentando aplacar a briga.

“Emily, eu faço isso pelo bem dele, os jovens não são tão preparados quanto pensam!”, retrucou a ranzinza.

“Nesse caso, já que ele pensa estar preparado, por que não o testamos logo, assim você ficaria satisfeita?”

Ela se calou por um tempo, analizou a proposta e por fim aceitou.

“Muito bem, irei preparar um teste para você...”

“Para mim também!”, exclamou uma voz conhecida à distância, fazendo os três se virarem.

“Comet!”, exclamou Star.

Ele tinha olhos devastados de quem estava quase surtando.

“F-finalmente um intervalo...”, disse, se recompondo pouco depois “Por favor, me testem também! Eu não vou sobreviver mais um horário naquela sala...”

Emily sorriu.

Margareth franziu a testa.

“Muito bem!”, exclamaram as duas em tonalidades diferentes “Vocês irão batalhar contra os seus outros colegas!”

Os garotos sorriram.

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Todos na escola foram derrotados.

“Meh, foi mais fácil do que eu pensava...”, pensou alto Comet com uma cara entediada.

“Bem, ao menos não precisei usar meu Grubbin, ele ainda deve estar machucado...”, comentou Star.

“Oh, você capturou um Grubbin?”

“É, maneiro, né?”

Emily sorriu.

“Minha nossa, isso me lembra aquele garoto... Já faz tanto tempo que ele se tornou o campeão.”, pensou a professora.

“N-não pode ser...”, pensou a ranzinza, “Esses eram nossos melhores alunos...”

“Então, estamos liberados?”, zombou o ruivo, “Nós temos um Island Challenge para começar!”

“Bem, suponho que não tenho escolha, vou ter de liberar vocês...”

“Eu também acho essa a melhor escolha, professora!”, ressoou uma outra voz, “Mas se me permite, eu gostaria de testar a aptidão destes novatos, para ver se REALMENTE estão prontos!”

“Eh, quem é esse?”, se perguntaram Star e Comet.

“Oh, seja bem vindo, e sinta-se a vontade!”, cumprimentou Margareth abrindo um sorriso, “Por favor, mostre a eles do que o senhor é feito!”

“Não precisa de tanta formalidade.”, disse ele sorrindo de uma forma estilosa, “Olá garotos, é um prazer conhece-los! Sou o Trial Leader do tipo normal, meu nome é Illima, é um prazer conhece-los!”

Os garotos engoliram em seco.

Eles não o conheciam, mas era claro que ele seria um desafio.