Chuck vs. O Amor da Minha Vida escrita por BabyGirl
Três anos depois…
Chuck
Passava um pouco das 21:00 e Morgan, CJ (de Coronel Júnior, assim chamávamos carinhosamente o filho de Casey com Verbanski) e eu jogávamos videogame. Era muito divertido brincar com ele, apesar de ter apenas um ano de idade, ele tinha o mesmo temperamento do pai e isso era muito engraçado, as vezes ficávamos com ele, como nessa noite que Casey tinha levado Gertrude pra jantar.
Uns minutos depois eles chegaram, e levaram o pequeno CJ, que deu uma rosnadinha pra não soltar o joystick do videogame. Mas sua mãe sabia lhe dobrar, assim como dobrava o Casey. Após se casarem, eles alugaram a casa que Ellie e Incrível moravam antes de se mudarem e acabamos formando uma grande família, estranha, reconheço, mas bem unida. Em seguida Morgan foi com a Alex e eu fiquei sozinho, como sempre.
Desliguei o videogame e a TV, fui pro meu quarto, tomei banho, coloquei meu pijama e deitei, mas não conseguia dormir. Minha vida parecia não ter mais sentido, a verdade, que eu tinha um enorme vazio que não conseguia preencher com nada e nem ninguém. Eu tinha comprado a Buy More e junto com o Morgan fundamos a Bartowski & Grimes Softwares Inc.. Alex era nossa secretária-executiva. Casey tinha casado com Verbanski e foi trabalhar com ela na sua empresa de segurança privada, ele nunca me contou o que o fez deixar a CIA, e acredito que ele nunca contará. Todos seguiram com suas vidas. Eu segui também, ou tentei, mas a verdade só no profissional eu estava bem, fazia esporadicamente consultorias para a CIA e ANS e seguia criando softwares e jogos, na sua grande maioria.
Há meses seguia com meu plano, procurava cidades pequenas, ou lugares remotos, que as vezes nem constavam no mapa, para divulgar e expandir os negócios, vender jogos, mas, no fundo, no fundo eu sabia que isso era apenas um disfarce, ou uma desculpa. Uma esperança de encontrá-la pelo menos uma última vez.
Virei de um lado para outro e acabei levantando, fui pro meu laptop trabalhar. Começo a usar meus recursos para localizar cidades pequenas, as vezes uso secretamente os recursos da CIA, até ver uma cidadezinha no Novo México que o nome nem aparece no mapa. Marco essa cidade nas minhas anotações, será meu próximo destino. Separo todo o material que preciso e arrumo minha mala, que mal estava desfeita, está sempre pronta pra minhas viagens. Vou para a cama e não sei depois de quanto tempo eu adormeci.
No dia seguinte, fui cedo para a Bartowski & Grimes, terminar algumas coisas e assinar alguns papéis.
— Bom dia.
— Bom dia Morgan. Vou ficar fora por alguns dias.
— Mais uma viagem de negócios?
— Exato. Temos que expandir os negócios. - Falo expressando seriedade.
— Sei, mas uma cidadezinha lá no fim do mundo? - Ele debocha.
— Mais ou menos isso … - Eu não ligo pro Morgan, na verdade sei que ele está preocupado comigo, mas ele não precisa ficar, eu sei me cuidar sozinho.
— Okay, se cuida cara.
***
— Morgan, você deveria falar com ele.
— Eu já tentei, Alex, mas ele não toca no assunto.
— Imagino como deve ser difícil pra ele passar pelo que está passando. A Sarah saiu da vida dele de repente, sem dar nenhuma explicação.
— Ninguém entende por que ela fez isso... Pareciam que estavam tão bem.
— Não duvido que ela teve seus motivos, mas ela deveria ter falado com o Chuck...
— Só espero que ele supere isso, dá muita pena ver meu amigo assim...
***
Depois de terminar as coisas lá na Bartowski & Grimes, me despeço de todos e sigo viagem para o Novo México. Tenho esperanças que minha viagem seja bem sucedida, esqueço de todas as outras decepções anteriores. O importante é que eu não vou desistir. Eu quero saber o que aconteceu com ela, eu mereço isso...
Sarah
— Amorzinho? - Ela continuava com os olhinhos fechados. — O que você tem? - Pergunto com a voz melosa.
— ‘Sonu’. - Lily responde dengosa e coçando os olhos.
Muito estranho, ela sempre acorda cedo pra ir pra escola, está sempre disposta, e algumas vezes levanta antes de mim. Meu coração estava apertado.
— Acho melhor você não ir…
— Não, mamãe. - ela grita. — ‘quelo’ ir pra escola.
— Está bem.
Lily sorri e eu derreto com tanta fofura. Ela está cada dia mais parecida com o pai. Seus cabelos castanhos encaracolados me lembra o Chuck que vi a primeira vez. Puro e inocente, diverto e tão amável, que conquistou meu coração desde a primeira vez que o vi. Desenho uma trilha de beijos por seu rosto e ela me abraça bem apertado. Meu coração se enche de alegria, é uma parte dele que vou ter para sempre, junto com a minha.
Dou a mamadeira para ela e vou preparar o banho e sua roupa. Trinta minutos depois estamos prontas.
— Bom dia! – Grita Eddie.
— Bom dia! - Respondemos e Lily pula em seu colo e recosta a cabeça em seu ombro.
— O que ela tem? - Eddie pergunta preocupado, após beijar minha bochecha.
— Não sei, mas ela insiste em ir pra escola.
Começo a encher Lily de beijo por suas costas, fazendo cócegas e ela começou a rir se agarrando no pescoço de Eddie e ele ri em seguida, a gargalhada dela é muita gostosa e contagiante.
Após arrumar a mochila de Lily e pegar minha bolsa, Eddie nos leva. Deixamos Lily na escola e seguimos pro trabalho.
Enquanto ele abre a loja, eu vou comprar o nosso café. Mas, uma sensação ruim aperta meu peito. O que será que vai acontecer? Não consigo tirar Lily da minha cabeça, sempre penso nela, claro, mas hoje é diferente. Pressinto que algo vai acontecer.
— Bom dia Sarah. - Gilbert me cumprimenta, me olhando de cima a baixo.
— Bom dia. - Respondo lhe dando um sorriso sem graça.
— O que vai fazer hoje a noite?
— Lavar fraldas de coco. - Bufo e saio. Deixo ele com cara de bobo, falando sozinho.
— O Gilbert está te incomodando?
— Não se preocupe Eddie, nada que eu não possa resolver. - Deixo na mesa dele o seu café.
— Mas, essa ruguinha de preocupação é o que?
— Lily… Sinto que ela não está bem.
Mal acabo de falar e o meu celular toca, era da escola e Lily não estava bem. Saio desesperada, ela é tudo o que eu tenho, tudo o que me restou e não posso perdê-la, se não, não tenho mais motivos pra viver.
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